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região do Brasil Da Wikipédia, a enciclopédia livre
A Região Sudeste do Brasil é a segunda menor região do país, sendo maior apenas que a região Sul. A área real ocupa aproximadamente 924 620 km², 1/10 da superfície do Brasil. É composta por quatro estados: Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Limita-se ao norte e a nordeste com a Bahia; ao sul e a leste com o oceano Atlântico; a sudoeste com o Paraná; a oeste com Mato Grosso do Sul; a noroeste com Goiás e o Distrito Federal.
Região Sudeste do Brasil | |
---|---|
Divisão regional do Brasil | |
Localização | |
Características geográficas | |
Região geoeconômica | Centro-Sul e Nordeste |
Estados | Espírito Santo Minas Gerais Rio de Janeiro São Paulo |
Gentílico | sudestino |
Área | 924 620,678 km² 2010 |
População | 84 847 187 hab. 2022 |
Densidade | 91,76 hab./km² |
Cidade mais populosa |
São Paulo |
Indicadores | |
PIB | R$ 3 917 485 milhões 2019 |
PIB per capita | R$ 40 321,68 2019 |
IDH | 0,795 alto[1] 2017 |
É a região mais desenvolvida do país, responsável por 55,2% do PIB brasileiro.[2] São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais lideram em termos de PIB Nominal. No que tange a PIB per capita PPC, o Sudeste tem o maior entre todas as regiões brasileiras: USD$ 17.677,19.[3] Pode-se observar três estados figurando entre os cinco primeiros com maiores PIB per capita do Brasil, respectivamente: São Paulo (2.º), Rio de Janeiro (3.º) e Espírito Santo (5.º),[4] oito entre os dez primeiros municípios de todo o país,[5] e três entre as quatro primeiras capitais brasileiras, Vitória (1.º), São Paulo (3.º) e Rio de Janeiro (4.º).[5] Nele estão os municípios mais populosos, a maior densidade populacional, os maiores depósitos de minério de ferro, a maior rede rodoferroviária e o maior complexo portuário da América Latina.[6] É a mais importante região industrial, comercial e financeira do país. Emprega 80% do operariado brasileiro[7] e usa 85% do total da energia elétrica consumida no Brasil.[7]
O relevo é bastante acidentado, com predominância de planaltos. Os climas predominantes são variações do clima tropical e subtropical. Algumas áreas têm vegetação pobre e rasteira; já outras são cobertas por exuberantes florestas tropicais. A região é um verdadeiro centro dispersor de águas; há várias bacias fluviais, com rios que correm em várias direções.
A região Sudeste começou a ser colonizada pelos portugueses no século XVI. A primeira vila, São Vicente, foi fundada em 1532. O desenvolvimento da região começou a partir da descoberta do ouro em Minas Gerais, no século XVIII. Em 1763, o porto do Rio de Janeiro, por onde escoava o ouro, passou a capital do Brasil. Brasília, em 1960. No início do século XX, a expansão da lavoura do café transformou São Paulo no maior centro econômico do Brasil.
A região Sudeste possui uma população de aproximadamente 85 milhões de habitantes, de forma que 44% da população brasileira mora no Sudeste (muito embora 1/3 dos habitantes, cerca de 28 milhões de pessoas, não nasceram na região). A região reúne os três primeiros estados do país em população: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Ainda é a região mais densamente povoada do Brasil, atingindo a marca de 96,94 hab./km² em 2021 (enquanto a média brasileira, de 25,04 hab./km²,[8] é uma das mais baixas do mundo). O Sudeste é a região mais populosa do Brasil e ocupa 10,85% do território brasileiro. Altamente urbanizada (90,5% da população vivem em zonas urbanas),[9] abriga duas metrópoles globais, São Paulo (alfa) e Rio de Janeiro (beta -).[10] A região é também o maior colégio eleitoral do Brasil.[11] As cidades mais populosas segundo o IBGE/2019 são: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Guarulhos, Campinas, São Gonçalo, Duque de Caxias, São Bernardo do Campo, Nova Iguaçu, Santo André, São José dos Campos, Osasco, Ribeirão Preto, Uberlândia, Sorocaba, Contagem, Juiz de Fora, Serra, Niterói, Belford Roxo e Campos dos Goytacazes, todas com mais de 500 mil habitantes. A região Sudeste também apresenta índices sociais relativamente elevados: possui a segunda maior qualidade de vida do país, verificado por seu IDH de 0,794[12] e possuindo quinze dentre as vinte cidades melhores classificadas, com destaque para São Caetano do Sul-SP (1.º), Águas de São Pedro-SP (2.º), Vitória-ES (4.º) — segunda melhor entre todas as capitais —, Santos-SP (6.º) e Niterói-RJ (7.º).[13]
Os primeiros habitantes da região Sudeste do Brasil foram os indígenas. Mais tarde chegaram os portugueses. Eles fizeram expedições para conhecer a região e começaram a explorar o pau-brasil, madeira que era abundante nas matas do litoral.
Além disso, os portugueses fundaram as primeiras vilas no litoral. A primeira vila foi a de São Vicente. Aí teve início a plantação da cana de açúcar . Depois surgiram outras vilas. O povoamento do interior começou com a fundação da vila de São Paulo de Piratininga.
Os moradores da vila de São Paulo entraram pelo interior à procura de indígenas para escravizar. Eles organizaram as entradas e bandeiras. Nas suas caminhadas, os bandeirantes paulistas descobriram minas de ouro nas terras do atual estado de Minas Gerais.
O povoamento também aumentou com o comércio de gado. Os comerciantes levavam os animais do sul do Brasil para serem vendidos na região das minas. No caminho por onde passavam as tropas de animais apareceram ranchos e pousadas. Os ranchos e as pousadas deram origem a muitas cidades.
Novas fazendas de plantação de cana-de-açúcar surgiram nos antigos caminhos por onde seguiam as entradas e bandeiras. Essas fazendas deram origem a várias cidades. Mais tarde, com o cultivo do café, outras cidades surgiram.
O povoamento aumentou muito com a chegada dos imigrantes e com a abertura das ferrovias. A instalação de indústrias também contribuiu para que muitas pessoas de outros estados e de outros países viessem morar na região Sudeste.
Os primeiros habitantes da região Sudeste do Brasil foram os indígenas, divididos em dois grandes grupos: os tupis (tupiniquins, tupinambás, tamoios, temiminós, etc.), que habitavam o litoral e áreas próximas ao litoral dos atuais estados de São Paulo e Rio de Janeiro, e os jês (caiapós, puris, cataguás, caingangues, “botocudos”, etc.), que habitavam o interior do Sudeste e os litorais norte do Rio de Janeiro e o litoral sul do Espírito Santo.
No Período pré-colonial (1500-30), a Região Sudeste do Brasil era explorada pelos portugueses apenas na extração de pau-brasil, não sendo colonizada. Apenas alguns náufragos e degradados europeus se fixavam na região, vivendo entre os indígenas.
Em 1532, iniciou-se oficialmente a colonização do Sudeste, quando um grupo de colonos portugueses, liderados por Martim Afonso de Sousa, se fixou no litoral paulista e fundou a vila de São Vicente, a primeira do Brasil. Foi introduzida a cultura canavieira na costa paulista, mas durou pouco tempo, devido às condições geográficas desfavoráveis.
Em 1535, o rei de Portugal D. João III estabeleceu o sistema de capitanias hereditárias como forma de colonizar a América Portuguesa, doando as capitanias a nobres portugueses. No entanto, apenas as capitanias de Pernambuco e São Vicente prosperaram, levando a Coroa Portuguesa a estabelecer, em 1548, uma administração colonial centralizada.
Em 1565, como parte da luta contra os franceses, que criaram uma colônia na Baía de Guanabara em 1555, as tropas portuguesas, lidearadas por Mem e Estácio de Sá, fundaram a cidade do Rio de Janeiro. Dois anos depois, os franceses foram expulsos.
Nas últimas décadas do século XVI, o cultivo de cana-de-açúcar ganhou destaque no litoral do Rio de Janeiro e, em menor medida, na costa capixaba, com o uso da mão-de-obra africana escravizada. O litoral do Rio de Janeiro se tornou a principal região produtora de açúcar fora da Zona da Mata Nordestina.
Durante os séculos XVI e XVII, a região do atual estado de São Paulo era a mais pobre da América Portuguesa, sobrevivendo de uma policultura de subsistência com o uso da mão-de-obra escrava indígena. Com isso, a partir das últimas décadas dos quinhentos, os paulistas organizaram expedições, conhecidas como bandeiras, cujos exploradores eram conhecidos como bandeirantes, que visavam à captura de ameríndios para escravizar e a procura por pedras preciosas. A cidade de São Paulo, fundada por jesuítas em 1554, era o principal ponto de partida das bandeiras.
Na última década do XVII, bandeirantes descobriram jazidas de ouro na região central de Minas Gerais, ocasionando no Ciclo do Ouro, que perdurou pelo século XVIII e trouxe para essa área do país centenas de milhares de pessoas ávidas por riqueza e um número ainda maior de africanos escravizados para trabalhar na mineração. Os choques entre os paulistas e reinóis e brasileiros não-paulistas por causa da mineração gerou a Guerra dos Emboabas (1707-9), na qual os bandeirantes perderam o controle das minas. Nas décadas de 1720 e 1730, descobriram-se jazidas de diamantes na região do Vale do Jequitinhonha, sobretudo ao redor de Diamantina.
Como consequência da mineração de ouro e diamantes em Minas Gerais, o eixo econômico do Brasil se transferiu do Nordeste para o Sudeste. Com isso, em 1763, a capital brasileira foi transferida de Salvador para o Rio de Janeiro, que deteve tal título até 1960, quando a capital moveu para Brasília.
No final do século XVIII, com o esgotamento das jazidas, a mineração entrou em declínio. Nesse contexto, com as altas taxações sobre a mineração de ouro, ocorreu a Inconfidência Mineira (1789), um movimento mal sucedido que visava à separação de Minas Gerais de Portugal.
Em 1808, fugindo da invasão napoleônica, a Família Real Portuguesa, junto com a corte, se instalou no Rio de Janeiro, que se tornou a capital do Império Português, detendo tal título até 1821. O período em que a corte esteve no Brasil, conhecido como Período joanino, foi marcado por diversas mudanças econômicas na região, com a abertura dos portos para as nações amigas (1808) e a elevação do Brasil à categoria de reino dentro do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1816). Em 1821, como resultado da Revolução do Porto, ocorrida no ano anterior, o Rei Dom João VI retornou para Portugal, deixando seu primogênito, Pedro de Alcântara (futuro imperador D. Pedro I), como Príncipe-Regente do Brasil.
Os deputados portugueses das cortes estabelecidas após a Revolução do Porto exigiram que o príncipe-regente Pedro retornasse a Portugal e que o Brasil retornasse à condição de colônia. Pedro de Alcântara desobedeceu às ordens e proclamou a independência do Brasil em 7 de setembro de 1822, às margens do Riacho Ipiranga, na cidade São Paulo, tornando-se D. Pedro I, o primeiro Imperador do Brasil.
Em 1831, D. Pedro I abdicou do trono em favor do seu filho, Pedro de Alcântara, que, após um conturbado período regencial (1831-40), assumiu o trono em 1840 como D. Pedro II.
O café já era cultivado em larga escala na região do Vale do Paraíba – tanto do lado fluminense quanto do paulista – desde o final do século XVIII e início do século XIX, mas só começou a ganhar grande destaque na economia brasileira nos primeiros tempos após a Independência.
Na segunda metade do século XIX, o ciclo do café no Vale do Paraíba entrou em decadência, devido às técnicas rústicas de cultivo, esgotamento dos solos, mentalidade conservadora dos cafeicultores locais, as leis abolicionistas (como a Lei Eusébio de Queirós de 1850 e a Lei Áurea de 1888) e a concorrência com outras áreas do interior de São Paulo, como nos arredores de Campinas e Ribeirão Preto, as quais se tornaram as principais áreas produtoras de café do Brasil.
Entre 1880 e 1930, milhões de imigrantes europeus migraram para o Sudeste do Brasil, principalmente para os cafezais do interior de São Paulo, suprindo a demanda por mão-de-obra após a abolição da escravatura por meio da Lei Áurea.
Em 1889, os militares, com o apoio dos cafeicultores, depuseram o imperador Dom Pedro II e proclamaram a República. Em 1894, com a eleição e posse de Prudente de Morais, iniciou-se o período da República Oligárquica (1894-1930), marcada pela política do café com leite, em que as oligarquias rurais paulistas e mineiras se revezavam no poder.
Em 1929, ocorreu a Grande Depressão, uma gravíssima crise econômica a nível mundial. A grande queda dos preços do café e a paralisação de sua importação pelos países europeus e Estados Unidos levaram a graves consequências econômicas para o Brasil. Nesse contexto, ocorreu a Revolução de 1930, na qual Getúlio Vargas ascendeu ao poder. Durante os 15 anos (1930-45) em que governou o Brasil, Vargas adotou um processo de industrialização do Sudeste, com capitais oriundos sobretudo da atividade cafeeira, intensificado durante o período da Segunda Guerra Mundial.
Entre as décadas de 1950 e 1970, no contexto dos governos desenvolvimentistas da República Populista e da Ditadura Militar, a industrialização no Sudeste do Brasil ampliou bastante e a indústria se diversificou. Multinacionais chegaram e o capital estrangeiro foi investido nas indústrias. Para promover a circulação e produção de mercadorias, obras de infraestrutura foram feitas, como rodovias e usinas hidrelétricas.
A partir da década de 1990, a indústria brasileira viveu um processo de desconcentração industrial, motivada pelos incentivos fiscais e desenvolvimento da infraestrutura em outras partes do país. Devido à indústria e ao agronegócio, outros estados brasileiros, como os das regiões Centro-Oeste e Nordeste, passaram a ter um crescimento econômico maior do que os do Sudeste.
Do litoral para o interior, sucedem-se:
A região é percorrida por rios de planalto, com amplas possibilidades de aproveitamento hidrelétrico. Principais bacias: do rio Paraná; do rio São Francisco, na parte norte da região; e do Leste, formada pelos rios Doce, Paraíba do Sul e Jequitinhonha. Destacam-se ainda os rios Pardo, Mucuri e Ribeira do Iguape.
O clima da região sofre influência da posição geográfica e da altitude do relevo e, por isso as temperaturas são mais elevadas na parte norte, nas planícies e nas baixadas. Mais de 1 000 mm de chuvas anuais, bastante abundantes no trecho da serra do Mar voltado para o oceano Atlântico. Tipos de clima: tropical, na maior parte da região; tropical de altitude, na parte leste, onde o relevo é mais alto; subtropical, no sul; e semiárido, no norte de Minas Gerais.
A Mata Atlântica é a formação original no leste (serras); a floresta latifoliada tropical, no interior; os cerrados são comuns nas áreas de clima tropical mais seco e, portanto, em grande parte do interior da região; as caatingas aparecem em trechos de clima semiárido; mais ao sul, e praticamente devastada, está a área da floresta subtropical; em trechos esparsos surgem ainda os campos limpos e a vegetação de praia, junto ao litoral.
Podemos identificar cinco grandes divisões no relevo no Sudeste:
A região Sudeste apresenta os climas semiárido, tropical, tropical de altitude ou subtropical de altitude, subtropical, litorâneo úmido e temperado marítimo.
O clima tropical (Af, Am e Aw/As) predomina nas baixadas litorâneas de Espírito Santo e Rio de Janeiro, norte de Minas Gerais e oeste paulista. Apresenta temperaturas elevadas (temperatura média do mês mais quente e frio igual ou acima de 22 °C e 18 °C respectivamente) e duas estações definidas: uma chuvosa, que corresponde ao verão, e outra seca, que corresponde ao inverno. Exemplos de cidades com esse clima: Vitória, Rio de Janeiro e Presidente Prudente.
O clima tropical de altitude ou subtropical de altitude (Cfb e Cwb), ocorre nos trechos mais elevados do relevo, caracteriza-se por temperaturas mais amenas (temperatura média do mês mais quente e frio igual ou abaixo de 22 °C e 18 °C respectivamente). Exemplos de cidades com esses climas: Campos do Jordão, Poços de Caldas, Ouro Preto, Petrópolis, Nova Friburgo e Paranapiacaba.
O clima subtropical úmido (Cfa e Cwa), que encontra-se em quase todos os municípios da Grande São Paulo e no sul do estado de São Paulo, é marcado por chuvas bem distribuídas durante o ano e por uma grande amplitude térmica (temperatura média do mês mais quente igual ou acima de 22 °C e do mês mais frio igual ou abaixo de 18 °C). Exemplos de cidades com esse clima: Apiaí, Itapeva, Guapiara, Registro, Peruíbe, Itanhaém e São Paulo.
Há ainda, no norte de Minas Gerais, o clima semiárido (Bsh), como precipitações irregulares e clima mais quente (temperatura média do mês mais quente e frio igual ou acima de 22 °C e 18 °C respectivamente). Apresenta estação seca anual de cinco meses ou até mais. As regiões que apresentam esse clima são os vales do rio São Francisco e Jequitinhonha.
No Sudeste, como em qualquer região, as temperaturas sofrem a determinante influência da posição geográfica, ou seja, da latitude, do relevo, da altitude e também da maritimidade. Desta forma, as regiões do Vale do Jequitinhonha e do Vale do Rio Doce ambas no norte de Minas Gerais e norte do Espírito Santo, localizadas em áreas de baixas latitudes e altitudes modestas, têm clima mais quente. Já a serra do Mar apresenta a maior umidade da região, pois barra grande parte dos ventos, carregados de umidade, vindos do oceano Atlântico; causando abundante precipitação e nevoeiros ao longo do ano. A costa também é naturalmente mais úmida, por influência da maritimidade.
As menores temperaturas da região são registradas nos picos da serra da Mantiqueira, e Serra do Caparaó, localizados entre MG/SP, MG/RJ e MG/ES, que tem altitudes próximas de 3 000 m e consequentemente estão sujeitos a queda de neve nos raros dias chuvosos de inverno.
De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, vinculado à ONU (Organização das Nações Unidas), é muito provável que a região se torne um deserto por conta do desmatamento da Amazônia,[15] em função de receber ventos oriundos da região norte do Brasil e ser esta característica a única que a distingue do desertos do Atacama, e das áreas desertificadas da Namíbia e do Kalahari, que estão alinhados frontalmente, dentro das margens latitudinais, com os Estados do Sudeste e Sul do Brasil.[16]
A variedade de tipos de clima permite deduzir que primitivamente existiu uma rica variedade de tipos de vegetação, hoje em grande parte devastada, devido à expansão agrícola e urbanização.
A floresta tropical constitui a formação dominante, mas seu aspecto varia muito. Ela é rica e exuberante nas encostas voltadas para o oceano (Mata Atlântica), onde a umidade é maior, favorecendo o desenvolvimento de árvores mais altas, cipós, epífitas e inúmeras palmáceas; encontra-se quase totalmente devastada, exceto nas encostas mais íngremes. No interior do continente, essa floresta apresenta-se menos densa, por ocorrerem em áreas de clima mais seco em determinada na época do ano; atualmente ocorre somente em manchas esporádicas, pois foi severamente devastada.
Em algumas áreas do interior há a ocorrência de matas galerias ou ciliares, que se desenvolvem ao longo das margens dos rios, por conta da umidade gerada por estes. Nas áreas tipicamente tropicais do interior do Sudeste, onde predominam solos pobres em nutrientes, ganha destaque a formação conhecida como Cerrado, constituída de pequenas árvores, arbustos de galhos retorcidos e vegetação herbácea á rasteira. A região apresenta pequenos trechos cobertos de Caatinga no norte de Minas Gerais.
Por possuírem temperaturas mais amenas, as áreas serranas e de planalto do sul e leste de São Paulo, sul de Minas Gerais e áreas próximas com características semelhantes, são ocupadas por algumas espécies do que um dia foi uma rica Mata de Araucárias; que atualmente encontra-se severamente devastada. Em extensões, também reduzidas, do planalto aparecem trechos de formações campestres: os campos limpos, ao sul do estado de São Paulo, e os campos serranos, ao sul de Minas Gerais.
Ao longo do litoral, faz-se presente a vegetação típica das praias, conhecida por Restinga.
Devido à suas características de relevo, predominam na região os rios de planalto, que naturalmente possuem muitas curvas (rios serpenteantes) e quedas-d'água em determinados pontos. Entre as várias bacias hidrográficas, merecem destaque:
A população da região Sudeste é formada de brancos, negros, pardos, amarelos e indígenas.
São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro são os estados mais populosos do Brasil. A maior parte da população vive na zona urbana, devido ao êxodo rural, isto é, a saída da população do campo para viver na cidade.
A demografia da região Sudeste é muito influenciada pela migração. Muitos brasileiros da região Nordeste migraram para a região Sudeste, principalmente para São Paulo e Rio de Janeiro.
A região Sudeste é a mais populosa do país, apresentando, segundo o IBGE, no ano de 2013, pouco mais de 84,4 milhões de habitantes, o que equivale a quase 42% da população brasileira (população maior que a de países como Itália e Espanha). A região apresenta, também, os três estados mais populosos (São Paulo, com 43,6 milhões de habitantes; Minas Gerais, com 20,5 milhões de habitantes e Rio de Janeiro, com 16,3 milhões) e as três maiores regiões metropolitanas do Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte).
A maior concentração populacional encontra-se no eixo Rio-São Paulo, onde estão localizadas as regiões metropolitanas da Grande São Paulo, Grande Rio e as regiões do Sul Fluminense e Vale do Paraíba, que englobam 23% da população brasileira. Também está localizada nesta região a cidade de Campinas, com mais de 1,1 milhão de habitantes, sendo a maior cidade do interior do Brasil.
Vitória, apesar de ser o centro financeiro e cultural de uma região de 1,9 milhões de habitantes, apresenta a menor população entre as capitais do sudeste, tendo em vista sua pequena área geográfica (98,194 km² contra 1 522,986 km² de São Paulo, 1 197,463 km² do Rio de Janeiro e 330,95 km² de Belo Horizonte). O que contribui para que o valor do m² seja um dos mais caros do Brasil,[17] ajudando assim na criação de subúrbios em cidades vizinhas.
A participação política (número de eleitores) da região Sudeste em 2012 era de 60 789 706 (IBGE/2012), a maior do país. A tabela a seguir mostra quantos eleitores tinham em cada estado da região:
Estados | Nº de eleitores |
---|---|
São Paulo | 31.253.317 |
Minas Gerais | 15.019.136 |
Rio de Janeiro | 11.893.309 |
Espírito Santo | 2.623.944 |
Diversos estudos genéticos atestam que os povos indígenas das Américas descendem diretamente de populações do leste da Sibéria que migraram para a América do Norte em algum momento entre 25 e 15 mil anos atrás, dali povoando todo o continente americano. O que ainda é controverso é a rota seguida pelos ancestrais dos ameríndios: a teoria mais aceita fala que foi por meio da travessia da Beríngia, mas também é proposta uma rota alternativa por meio da navegação em pequenos barcos próximo ao litoral.[19][20][21][22][23]
Nas três primeiras décadas do século XVI, apenas alguns náufragos, degredados e desertores se fixavam no Sudeste Brasileiro, vivendo entre os indígenas e se miscigenando com mulheres ameríndias, adotando a poligamia.
Em 1532, colonos portugueses, liderados por Martim Afonso de Sousa, se instalaram no litoral paulista e fundaram a vila de São Vicente, a primeira da América Portuguesa. Introduziu-se, nessa área, o cultivo da cana-de-açúcar, mas durou pouco tempo, devido às condições geográficas desfavoráveis da costa de São Paulo. Com a decadência da cultura canavieira em São Vicente e arredores, muitos dos colonos que ali viviam subiram a Serra do Mar e se fixaram no Planalto Paulista, fundando as vilas de Santo André (1553) e São Paulo (1554).
Em 1565, como parte da luta contra os franceses na Baía de Guanabara, Mem e Estácio de Sá fundaram a cidade do Rio de Janeiro. Os franceses foram expulsos do Rio de Janeiro dois anos depois.
Nos séculos XVI e XVII, entraram na América Portuguesa cerca de 100 mil portugueses.[24] A maioria foi para a Região Nordeste do Brasil, devido ao cultivo do açúcar. Dentre os que escolhiam imigrar para o Sudeste do Brasil, a maioria escolheu ir para o Rio de Janeiro, por ser a área mais próspera desta parte do Brasil.
A presença do africano escravizado no Sudeste começou nos séculos XVI e XVII, com o cultivo de cana-de-açúcar nos litorais do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, que empregava essa mão-de-obra.
Os paulistas, formados pela forte miscigenação entre portugueses e indígenas, levavam uma vida fora dos padrões metropolitanos europeus. A forte influência da cultura indígena e a força cada vez menor da Igreja na vida dos habitantes dessa região levaram à criação de uma identidade nativa e um certo sentimento antilusitano. A Coroa Portuguesa não conseguia mais controlar os colonos. Considerados "rudes e selvagens", os paulistas e portugueses residentes em São Paulo não ou pouco falavam o português e tinham como idioma a língua geral paulista, idioma extinto de base tupi-guarani.
Nas últimas décadas do século XVI, os paulistas começaram a organizar expedições pelo interior do Brasil: as bandeiras. Podiam ser constituídas de quase mil homens: alguns brancos, seguidos por centenas de indígenas e mamelucos em busca de indígenas para serem escravizados. Inicialmente, os bandeirantes tinham como objetivo a captura de indígenas para escravizar e enviá-los para trabalhar nas lavouras paulistas, atacando aldeias indígenas e reduções jesuíticas com grande violência e crueldade. Estima-se que 300 mil indígenas foram escravizados em um período de menos de um século e aqueles que não aceitaram o escravagismo eram exterminados.[25][26]
A partir de meados do século XVII, com a decadência do ciclo do açúcar, as bandeiras mudaram de foco e passaram a buscar metais preciosos no interior do Brasil, muitas vezes com apoio da Coroa Portuguesa.[27] As primeiras descobertas ocorreram em 1693, quando Antônio Rodrigues Arzão descobriu as primeiras jazidas de ouro em Minas Gerais, assim iniciando o ciclo do ouro.[28]
Como consequência da descoberta das jazidas de ouro em Minas Gerais, a população brasileira, antes concentrada próxima ao litoral, começou a se interiorizar. As notícias das jazidas de ouro em Minas Gerais rapidamente se alastraram e centenas de milhares de portugueses migraram para essa parte do Brasil, ávidos por riqueza: entre 1701 e 1760, 600 mil portugueses migraram para o Brasil e a maioria se dirigiu para as terras mineiras. Além disso, houve forte migração interna para Minas Gerais, de brasileiros oriundos de São Paulo, Rio de Janeiro e do Nordeste.[28] A chegada desses forasteiros provocou a Guerra dos Emboabas, na qual os paulistas perderam o monopólio das jazidas para os recém-chegados. Além disso, para trabalhar nas jazidas de ouro e diamante mineiras, foram trazidos centenas de milhares de africanos escravizados: entre 1701 e 1781 entraram no Brasil cerca de 1,3 milhão de escravos, grande parte dos quais foram para Minas Gerais.[29]
A mudança da capital de Salvador para o Rio de Janeiro em 1763 concretizou a ocupação do Sudeste brasileiro. Em 1808, a região ainda foi palco para a instalação da família real portuguesa: fugidos de Napoleão, toda a corte portuguesa se mudou para o Rio de Janeiro, algo em torno de 15 mil pessoas.[30]
O cultivo de café, inicialmente restrito ao Vale do Paraíba e em expansão a partir de meados do século XIX, acarreta na chegada de um enorme contingente de escravos africanos para o Brasil, a maioria para o Sudeste: 1,6 milhão ao longo da primeira metade do século XIX e 6,1 mil que chegaram ilegalmente entre 1851 e 1855, após a Lei Eusébio de Queirós (1850), que proibiu o tráfico de escravizados para o Brasil.[29] No início do século XIX, o Rio de Janeiro, devido à sua maioria negra e escrava, era visto como uma "cidade africana".[31]
A presença dos imigrantes na região Sudeste foi de fundamental importância para o seu povoamento e formação da sua população. O primeiro grupo organizado de imigrantes trazido ao Brasil para o povoamento foram os suíços: entre 1819 e 1820, chegaram ao Brasil 261 famílias de colonos suíços, 161 a mais do que havia sido combinado nos contratos, totalizando 1 686 imigrantes. Fundaram a cidade de Nova Friburgo (RJ). Grupos de alemães seriam assentados na mesma região em 1824. No interior do Espírito Santo, chegaram famílias alemãs em 1847. Em 1857, novos grupos foram enviados para as serras capixabas. No ano seguinte, começaram a chegar os pomeranos, etnia esta que passou a predominar entre os colonos alemães.[32] No estado do Rio de Janeiro, os alemães ocuparam também as regiões serranas, ao redor de Petrópolis.
A partir de 1880, iniciou-se um forte fluxo imigratório, por indivíduos atraídos pelos senhores do café para que trabalhassem em suas propriedades. O fim do tráfico negreiro (Lei Eusébio de Queiroz, 1850) e a Lei Áurea (1888), que deu fim à escravatura, contribuíram para a crescente falta de mão de obra nos cafezais. Ao mesmo tempo, surgiu, no Oeste Paulista - denominação que originalmente designava uma área de São Paulo que se estendia da capital ao nordeste do estado -, uma nova elite de origem burguesa que defendia o trabalho assalariado. Os imigrantes europeus, principalmente italianos, foram atraídos para as fazendas cafeeiras, concentradas, sobretudo, no estado de São Paulo. Para receber os imigrantes, foram construídos prédios como a Hospedaria de Imigrantes. Entre 1882 e 1978, passaram mais de 60 nacionalidades e etnias pela hospedaria, num total de 2,5 milhões de pessoas. Num período de apenas nove anos (1882-1891), passaram pela Hospedaria 263.196 imigrantes, dos quais 202.503 eram italianos.[33] A presença do imigrante europeu urbano fez-se bastante notável rapidamente: em 1900, 81% dos operários fabris de São Paulo eram italianos.[34]
A presença de diversas comunidades de imigrantes traria um enriquecimento étnico-cultural de valor inestimável. Os portugueses foram o grupo predominante no Rio de Janeiro: em 1916, moravam na cidade 133 393 portugueses, em torno de 16% da sua população.[35] A presença de imigrantes italianos, espanhóis (oriundos sobretudo da Galiza e da Andaluzia), portugueses, libaneses, sírios e japoneses, entre outros povos, acarretou no surgimento de um fusão cultural em São Paulo.[35]
Na história da migração no Brasil, destaca-se a migração nordestina. Devido ao auge da industrialização, entre as décadas de 1950 e 1980, a migração nordestina para a região Sudeste, sobretudo para as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro e os arredores dessas duas metrópoles, foi intensa. Devido principalmente ao problema da exploração social e do trabalho na economia rural nordestina, relacionada com e eventualmente justificada pela seca, somados com a grande oferta de empregos de outras regiões principalmente entre as décadas de 1950 e 1980, em especial na região Sudeste, verificou-se um pronunciado fluxo migratório de parte da população nordestina para outras regiões do país.
Atualmente assiste-se à "migração de retorno": no ano de 2000, saíram do estado de São Paulo de volta para o Nordeste 457 mil pessoas, enquanto outras 400 mil fizeram o caminho inverso.[36]
A economia do Sudeste é muito forte e diversificada. Os setores apresentam muito desenvolvimento e muita diversificação. A região Sudeste pertence a maior região geoeconômica do país, em termos de economia.
Além de ser a região brasileira que possui a agricultura mais desenvolvida, ela se destaca pelo seu desenvolvimento industrial: o Sudeste é responsável por mais de 70% do valor da transformação industrial do país.
Como nenhuma outra região brasileira, o Sudeste exerce uma formidável atração sobre a população de áreas menos desenvolvidas. Isso acarreta a superpopulação das grandes áreas industriais e, como consequência, a proliferação de favelas, com todos os problemas sociais que as caracterizam. Deve-se citar ainda outro aspecto problemático do Sudeste: o padrão de desenvolvimento não é uniforme em todas as partes da região; há desigualdade entre estados e até mesmo entre porções do mesmo estado. Mas, apesar de tudo isso, é a região do país com maior número de escolas, melhor atendimento médico-hospitalar e melhores condições para a pesquisa tecnológica; além disso, possui a maior frota de meios de transporte e o mais aperfeiçoado sistema de comunicações. Como a industrialização é a atividade econômica que emprega mais trabalhadores na região, cerca de 90% da população do Sudeste vive nas cidades, circunstância que facilita seu atendimento físico e cultural
Destacam-se as seguintes indústrias:
Existem também indústrias de produtos alimentícios, de beneficiamento de produtos agrícolas, de bebidas, de móveis, etc.
O setor agropecuário apresenta-se muito desenvolvido e extremamente diversificado. A existência de um setor agrícola forte nessa região deve-se à existência de vastos solos férteis (a terra roxa). Embora o café tenha sido a força econômica pioneira da ocupação do estado de São Paulo e de seu grande desenvolvimento econômico, o seu cultivo tem se reduzido cada vez mais (sendo atualmente a principal área produtora a região do sul de Minas) e, atualmente intercala-se com outras culturas ou foi inteiramente substituído.
Destacam-se, na produção agrícola regional, a cana-de-açúcar, a soja e a laranja. O Sudeste é responsável pela maior parte da produção de cana-de-açúcar do país, concentrada na Baixada Fluminense, na Zona da Mata mineira e no estado de São Paulo. Já o cultivo da soja apresenta crescente avanço, pois é largamente utilizada na indústria de óleos e de rações para animais, sendo uma grande parte exportada. Em sua maior parte destinada à industrialização e exportação de suco, a produção de laranjas é realizada principalmente no estado de São Paulo.
Os principais produtos agrícolas cultivados são:
A região ainda produz quantidades consideráveis de:
A região também planta em menor escala algodão, milho, arroz, mamona, entre outros.
A pecuária também tem grande destaque na região Sudeste, sendo o seu rebanho bovino o segundo maior do país. A grande produção de carne bovina (pecuária de corte) e suína permite a instalação e o desenvolvimento de frigoríficos e indústrias de laticínios (pecuária leiteira). A criação de aves (avicultura) e a produção de ovos são as maiores do país (aproximadamente 40% do total nacional), concentrando-se no estado de São Paulo.
O Sudeste é o 2º maior produtor nacional de leite, com 34,2%, perdendo por pouco para a Região Sul, que produz 35,7%. O Sudeste tem o maior rebanho de vacas ordenhadas: 30,4% do total de 17,1 milhões existentes no Brasil. A maior produtividade, porém, é a da Região Sul, com uma média de 3.284 litros por vaca ao ano, por isso lidera o ranking de produção de leite desde 2015. Minas Gerais é o principal Estado produtor de leite no Brasil, com o maior efetivo também de vacas ordenhadas, responsável por 26,6% da produção e 20,0% do total de animais de ordenha. O município de Patos de Minas foi o 2º maior produtor em 2017, com 191,3 milhões de litros de leite.[50]
A criação de aves (avicultura) e a produção de ovos são as maiores do país. Os plantéis avícolas, conforme o IBGE, englobam frangos/as, galos, galinhas e pintinhos. Em 2018, a região Sul, com destaque na criação de frangos/as para o abate, foi responsável por quase metade do total brasileiro (46,9%). Só o Paraná respondeu por 26,2%. A situação de inverte, contudo, quando se trata de galinhas. A primeira região do ranking foi o Sudeste, com 38,9% do total de cabeças do país. Foi estimado um total de 246,9 milhões de galinhas para 2018. O estado de São Paulo foi responsável por 21,9%. A produção nacional de ovos de galinha foi de 4,4 bilhões de dúzias em 2018. A região Sudeste foi responsável por 43,8% do total produzido. O estado de São Paulo foi o maior produtor nacional (25,6%).O efetivo de codornas foi de 16,8 milhões de aves. O Sudeste é responsável por 64%, tendo destaque São Paulo (24,6%) e Espírito Santo (21,0%).[51]
Na produção mineral, em 2017, Minas Gerais foi o maior produtor do país de minério de ferro (277 milhões de toneladas no valor de R$ 37,2 bilhões), ouro (29,3 toneladas no valor de R$ 3,6 bilhões), zinco (400 mil toneladas no valor de R$ 351 milhões) e nióbio (na forma de cloridrato) (131 mil toneladas no valor de R$ 254 milhões). Além disso, Minas foi o segundo maior produtor de alumínio (bauxita) (1,47 milhão de toneladas no valor de R$ 105 milhões), terceiro de manganês (296 mil toneladas no valor de R$ 32 milhões) e 5º de estanho (206 toneladas no valor de R$ 4,7 milhões). Minas Gerais detém 47,19% do valor da produção de minerais comercializada no Brasil (primeiro lugar), com R$ 41,7 bilhões.[52][53][54][55] O estado possui a maior produção do país de diversas pedras preciosas. Na água-marinha, Minas Gerais produz as pedras mais valiosas do mundo. No diamante, o Brasil foi o maior produtor mundial de diamantes de 1730 a 1870: a mineração ocorreu pela primeira vez na Serra da Canastra, região de Diamantina, chegando a baixar o preço da pedra mundialmente devido ao excesso de produção. Minas Gerais continua extraindo diamantes, além de ter produções em maior ou menor escala de ágata, esmeralda, granada, jaspe e safira. Topázio e turmalina se destacam. No topázio, o Brasil possui a variedade mais valiosa do mundo, o topázio imperial, produzido apenas em Ouro Preto. Além disso, o país é o maior produtor mundial de topázio. É também um dos maiores produtores mundiais de turmalinas.[56][57][58]
Também há produção de grafita, em Salto da Divisa, Minas Gerais; agregados, em São Paulo e Rio de Janeiro, e rochas ornamentais, no Espírito Santo.[59]
Na região Sudeste iniciou-se a industrialização do país, tornando-se a indústria de transformação a principal divisa (dinheiro) e trabalho nos seus estados. O estado de São Paulo tornou-se o maior parque industrial da América do Sul.
A Região Sudeste concentra 53% do PIB industrial do Brasil.[60][61][62][63]
As principais atividades industriais da região são:
No Brasil, o setor automotivo representa cerca de 22% do PIB industrial.[64] A Região do Grande ABC(SP) é o primeiro centro e maior pólo automobilístico do Brasil. Quando a fabricação do país estava praticamente restrita ao ABC, o Estado respondia por 74,8% da produção brasileira em 1990. Em 2017, esse índice diminuiu para 46,6%, e em 2019, para 40,1%, devido a um fenômeno de interiorização da produção de veículos no Brasil, impulsionado por fatores como os sindicatos, que oneraram excessivamente a folha de pagamentos e os encargos trabalhistas, desencorajaram investimentos e favoreceram a busca por novas cidades. O próprio desenvolvimento das cidades do ABC ajudou a frear a atratividade, pelo aumentos de custos imobiliários, e maior adensamento de áreas residenciais. O Sul Fluminense (RJ) já foi o segundo maior pólo em 2017, mas em 2019 caiu para em 4º lugar, atrás do Paraná (15%) e de Minas Gerais (10,7%). No Sudeste existem fábricas da GM, Volkswagen, Fiat, Honda, Toyota, Mitsubishi, Nissan, Hyundai, Mercedes-Benz, Land Rover, Stellantis, Scania e Iveco.[65][66][67]
Na produção de tratores, em 2017, os principais fabricantes do Brasil eram John Deere, New Holland, Massey Ferguson, Valtra, Case IH e a brasileira Agrale. Todos tem fábricas na região Sudeste, basicamente em São Paulo.[68]
Na Indústria eletroeletrônica, o faturamento das indústrias do Brasil atingiu R$ 153,0 bilhões no ano de 2019, cerca de 3% do PIB nacional. O número de empregados no setor era de 234,5 mil pessoas. As exportações foram de US$ 5,6 bilhões, e as importações do país foram de US$ 32,0 bilhões. As importações concentram-se em componentes como processadores, microcontroladores, memórias, discos magnéticos sub montados, lasers, LED e LCD. Já cabos para telecomunicação e distribuição de energia elétrica, fios, fibras ópticas e conectores são fabricados no país.[70] O Brasil possui dois grandes polos de produção de eletroeletrônicos, localizados na Região Metropolitana de Campinas, no Estado de São Paulo, e na Zona Franca de Manaus, no Estado do Amazonas. Ali se concentram grandes empresas de tecnologia de renome internacional, e também parte das indústrias que participam de sua cadeia de suprimentos. O país possui ainda outros polos menores, como os municípios de São José dos Campos e São Carlos, no Estado de São Paulo; o município de Santa Rita do Sapucaí, no Estado de Minas Gerais; Recife, capital de Pernambuco; e Curitiba, capital do Paraná. Em Campinas há unidades industriais de grupos como General Electric, Samsung, HP e Foxconn, fabricante de produtos da Apple e Dell. São José dos Campos, é voltada à indústria de aviação. É ali que se encontra a sede da Embraer, companhia brasileira que é a terceira maior fabricante de aviões do mundo, depois da Boeing e da Airbus. Em Santa Rita do Sapucaí, 8 mil empregos estão vinculados ao setor, com mais de 120 empresas. A maioria produz equipamentos para o ramo das telecomunicações, como conversores (set-top Box), incluindo os utilizados na transmissão do sistema de TV digital.[71] Na produção de celulares e outros eletrônicos, a Samsung produz em Campinas-SP; a Multilaser produz em Extrema-MG; a LG produz em Taubaté-SP;[72] a Flextronics, que produz os celulares da Motorola, produz em Jaguariúna-SP;[73] e a Semp-TCL produz em Cajamar-SP.[74]
Na indústria de eletrodomésticos, as vendas de equipamentos da chamada "linha branca" foram de 12,9 milhões de unidades em 2017. O setor teve seu pico de vendas em 2012, com 18,9 milhões de aparelhos. As marcas que mais venderam foram Brastemp, Electrolux, Consul e Philips. A Brastemp é originária de São Bernardo do Campo-SP.[75] São Paulo também foi o local de fundação da Metalfrio.
No setor de eletroportáteis, a brasileira Arno esteve 70 anos em São Paulo, e hoje sua fábrica se localiza em Itatiaia, RJ.[76][77]
Outra indústria importante, sediada no Rio de Janeiro, é a White Martins, que lida com fabricação de gases industriais e medicinais, como cilindros de oxigênio. É fornecedora de todos os polos petroquímicos brasileiros e uma das maiores fornecedoras da indústria siderúrgica. A empresa tem também forte presença no setor metal-mecânico, de alimentos, bebidas, meio ambiente e no segmento de clientes de pequeno consumo, no setor médico-hospitalar e na área de gás natural.
O Brasil tinha em 2011 a 6º maior indústria química do mundo, com um faturamento líquido de US$ 157 bilhões, ou 3,1% do faturamento mundial. Nesta época, havia 973 fábricas de produtos químicos de uso industrial. Elas estão concentradas na Região Sudeste, principalmente em São Paulo. A indústria química contribuiu com 2,7% para o PIB brasileiro em 2012 e se estabeleceu como o quarto maior setor da indústria de transformação. Apesar de registrar um dos maiores faturamentos do setor no mundo, a indústria química brasileira, em idos de 2012 e 2013, assistiu a uma forte transferência da produção para o exterior, com queda da produção industrial nacional e avanço dos importados. Um terço do consumo no país era atendido por importações. 448 produtos deixaram de ser fabricados no Brasil entre 1990 e 2012. Isso resultou na paralisação de 1.710 linhas de produção. Em 1990, a participação dos produtos importados no consumo brasileiro era somente de 7%, em 2012 era de 30%. As principais empresas do setor no Brasil são: Braskem, BASF, Bayer, entre outras.[78] Em 2018, o setor químico brasileiro era o oitavo maior do mundo, respondendo por 10% do PIB industrial nacional e 2,5% do PIB total.[79] Em 2020, as importações passar a ocupar 43% da demanda interna por químicos. Desde 2008, o uso médio da capacidade da indústria química brasileira tem se situado em um patamar considerado baixo, variando entre 70 e 83%.[80]
Na Indústria farmacêutica, a maioria das empresas do Brasil estiveram por bastante tempo sediadas no Rio de Janeiro e em São Paulo. Em 2019, a situação era a de que, por conta das vantagens tributárias oferecidas em estados como Pernambuco, Goiás e Minas Gerais, as empresas estavam saindo de RJ e SP, e indo para estes estados. À época, as mais de 110 empresas associadas ao Sinfar-RJ caíram para apenas 49. O Rio de Janeiro, neste momento, representava o estado mais caro para a produção farmacêutica, com o seu ICMS a 20%. Mesmo assim, em 2019, o parque industrial carioca tinha faturamento de quase R$ 8 bilhões e uma participação de 11% no mercado farmacêutico brasileiro. No bairro de Jacarepaguá, existem várias indústrias farmacêuticas implantadas, como as da GSK, Roche, Merck, Servier e Abbott.[81] O Brasil foi considerado, em 2017, o sexto maior mercado farmacêutico do mundo. A comercialização de medicamentos em farmácias atingiu cerca R$ 57 bilhões (US$ 17,79 bilhões) no país. O mercado farmacêutico no Brasil contava com 241 laboratórios regularizados e autorizados para a venda de medicamentos. Desses, a maioria (60%) tem o capital de origem nacional. As empresas multinacionais detinham cerca de 52,44% do mercado, com 34,75% em embalagens comercializadas. Os laboratórios brasileiros representam 47,56% do mercado em faturamento e 65,25% em caixas vendidas. Na distribuição da venda de medicamentos por estado, São Paulo ocupava a primeira posição: a indústria de medicamentos paulista obteve um faturamento de R$ 53,3 bilhões, 76,8% do total de vendas em todo o território nacional. Logo atrás vinha o Rio de Janeiro, que faturou cerca R$ 7,8 bilhões. As exportações da indústria farmacêutica alcançaram US$ 1,247 bilhão em 2017.[82] As empresas que mais faturaram com a venda de remédios no país em 2015 foram EMS, Hypermarcas (NeoQuímica), Sanofi (Medley), Novartis, Aché, Eurofarma, Takeda, Bayer, Pfizer e GSK.[83]
O setor naval do Rio de Janeiro é um dos mais importantes do país, mas já teve duas grandes crises históricas: uma nos anos 1980, quando foi à bancarrota, e outra que se iniciou em 2014, ambas devido à conjuntura econômica do país: entre 2014 e 2016, a indústria naval brasileira perdeu 49% de seu pessoal ocupado. A queda de cerca de 30 mil vagas foi concentrada no estado fluminense, que fechou em torno de 23 mil postos de trabalho no mesmo período. De 31,2 mil ocupados em 2014, o número caiu para apenas 8 mil em 2016. O valor real bruto da produção industrial também caiu 71%, de R$ 6,8 bilhões, em 2014, para R$ 1,97 bilhões em 2016.[84][85] Porém, no final de 2019, a volta do pré-sal começou a re-impulsionar o setor naval: atividades de manutenção e reparo apontavam aumento de demanda para os próximos anos.[86]
No setor de papel e celulose, o Espírito Santo se destaca. Em 2018, foram U$ 920 milhões negociados na venda de celulose para o mercado externo, o 3º produto capixaba mais forte na balança de exportação. O Brasil é o 2º maior produtor de celulose do mundo e o 8º maior de papel.[87] Em 2016, os cinco principais estados produtores de madeira em tora para papel e celulose (principalmente eucalipto) foram: Paraná (15,9 milhões de m³), São Paulo (14,7 milhões de m³), Bahia (13,6 milhões de m³), Mato Grosso do Sul (9,9 milhões de m³) e Minas Gerais (7,8 milhões de m³). Juntos, eles correspondem a 72,7% da produção nacional de 85,1 milhões de m³. O Espírito Santo, 9º colocado, teve uma produção de 4,1 milhões de m³. São Mateus, no Norte do Espírito Santo, foi a cidade mais bem colocada do Sudeste, como o 6º maior município produtor de madeira em tora para papel e celulose no país.[88]
Na Indústria alimentar, Em 2019, o Brasil era o 2º maior exportador de alimentos industrializados do mundo, com um valor de U$ 34,1 bilhões em exportações.[89] O faturamento da indústria brasileira de alimentos e bebidas em 2019 foi de R$ 699,9 bilhões, 9,7% do Produto Interno Bruto do país.[90] Em 2015, o setor industrial de alimentos e bebidas no Brasil compreendia 34 800 empresas (sem contar as padarias), a grande maioria de pequeno porte. Estas empresas empregavam mais de 1 600 000 trabalhadores, tornando a indústria de alimentos e bebidas na maior empregadora da indústria de transformação. Existem por volta de 570 empresas de grande porte no Brasil, as quais concentram boa parte do faturamento total da indústria. As 50 maiores são: JBS, AMBEV, Bunge, BRF, Cargill, Marfrig, LDC do Brasil, Amaggi, Minerva Foods, Coca Cola Femsa, Aurora, Vigor, M.Dias Branco, Camil Alimentos, Solar.Br, Granol, Caramuru Alimentos, Bianchini, Copacol, Citrosuco, Três Corações Alimentos S.A., Itambé, Ajinomoto, Algar Agro, Piracanjuba, Vonpar, Agrex, Frimesa, GTFoods Group, Grupo Simões, Elebat Alimentos, Garoto, Pif Paf Alimentos, J. Macêdo, Frigol, Josapar, Olfar Alimento e Energia, Embaré, Alibem, Dalia Alimentos, Asa Participações, Cacique, Frisa, Arroz Brejeiro, Gomes da Costa, Pamplona, Moinhos Cruzeiro do Sul, Better Beef, SSA Alimentos e Correcta[91] A maioria delas tem sede ou atua no Sudeste Brasileiro. As multinacionais Coca Cola[92] e Nestlé[93] tem fábricas nos 4 estados do Sudeste. A AMBEV[94] só não tem fábrica no Espírito Santo. São Paulo criou empresas como: Yoki, Vigor, Minerva Foods, Bauducco,[95] Santa Helena,[96] Marilan,[97] Ceratti,[98] Fugini,[99] Chocolates Pan,[100] Embaré[101] entre outras. Além de possuir unidades de multinacionais como Pepsico,[102] Cargill,[103] Mars[104] e ter unidades fabris de empresas brasileiras como a J. Macêdo.[105] O Rio de Janeiro criou empresas como: Piraquê,[106] Granfino,[107] Rica Alimentos,[108] Massas Cadore,[109] CCPL, entre outras.[110] Minas Gerais sedia empresas alimentícias como a Itambé e a Pif Paf Alimentos,[111] e o Espírito Santo sedia a famosa Chocolates Garoto.
No setor coureiro-calçadista (Indústria do calçado), em 2019 o Brasil produziu 972 milhões de pares. As exportações foram na casa de 10%, alcançando quase 125 milhões de pares. O Brasil está na 4.ª posição entre os produtores mundiais, atrás de China, Índia e Vietnã, e em 11º lugar entre os maiores exportadores. Dos pares produzidos, 49% eram de plástico ou borracha, 28,8% eram de laminado sintético e apenas 17,7% eram de couro.[112][113] O maior polo do Brasil fica no Rio Grande do Sul (região do Vale dos Sinos, ao redor de Novo Hamburgo), mas São Paulo tem polos calçadistas importantes, como o da cidade de Franca, especializado em calçados masculinos, na cidade de Jaú, especializado em calçados femininos e na cidade de Birigui, especializado em calçados infantis. Jaú, Franca e Birigui representam 92% da produção de calçados no Estado de São Paulo. Birigui tem 350 empresas, que geram cerca de 13 mil empregos, produzindo 45,9 milhões de pares por ano. 52% dos calçados infantis do país são produzidos nesta cidade. De Birigui vieram a maioria das fábricas mais famosas de calçados infantis do país, como: Klin, Pampili e Pé com Pé.[114] Jaú tem 150 fábricas que produzem cerca de 130 mil pares de calçados femininos por dia. Já o setor calçadista de Franca tem cerca de 550 empresas e emprega cerca de 20 mil funcionários. De São Paulo vieram a maioria das fábricas mais famosas de calçados masculinos do país, como: Vulcabrás,[115] Alpargatas,[116] Rainha,[117] Rafarillo,[118] Democrata,[119] Ferracini,[120] West Coast,[121] Sândalo,[122] entre outras. Minas Gerais tem um polo especializado em tênis e calçados baratos em Nova Serrana. A cidade tem cerca de 830 indústrias, que, em 2017, produziram cerca de 110 milhões de pares. Porém, de modo geral, a indústria brasileira vem sofrendo para concorrer com o calçado chinês, que é imbatível no preço devido à diferença na cobrança de impostos de um país para o outro, fora a inexistência dos pesados tributos trabalhistas brasileiros na China, e o empresário brasileiro vem tendo que de investir em produtos de valor agregado, aliando qualidade e design, para conseguir sobreviver.[123][124]
Na Indústria têxtil, o Brasil, apesar de estar entre os 5 maiores produtores do mundo em 2013, e ser representativo no consumo de têxteis e confecções, tem inserção no comércio global muito reduzida. As importações brasileiras figuraram, em 2015, como a 25ª maior no ranking (US$ 5,5 bilhões). E nas exportações, tinha somente a 40ª posição no ranking mundial. A participação do Brasil no comércio mundial de têxteis e confecções é somente de 0,3%, devido à dificuldade de competir em preço com os produtores da Índia e principalmente da China. O valor bruto da produção, que inclui o consumo de bens e serviços intermediários, da indústria têxtil brasileira correspondeu a quase R$ 40 bilhões em 2015, 1,6% do valor bruto da Produção Industrial do Brasil. O Sudeste tem 48,29% da produção, o Sul tem 32,65% e o Nordeste, 16,2%. Centro-Oeste (2,5%) e Norte (0,4%) são pouco representativos nessa atividade. São Paulo (37,4%) é o maior produtor. Minas Gerais tem 8,51% (3a maior produção do país, atrás de Santa Catarina). São 260 mil pessoas empregadas nesta atividade no país, 128 mil no Sudeste. Dentre os principais aglomerados têxteis do Brasil, destacam-se o Vale do Itajaí (SC), a Região Metropolitana de São Paulo (SP) e Campinas (SP). Juntas, essas três mesorregiões são responsáveis por 36% dos empregos formais dessa indústria. Haviam 2.983 empresas têxteis no Brasil em 2015.[125]
A região abriga os três maiores polos de pesquisa e desenvolvimento do Brasil, representados pelas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas, as quais respondem, respectivamente, por 28%, 17% e 10% da produção científica nacional – segundo dados de 2005.[126] A região é representada por grandes universidades, como a Universidade de São Paulo e a Universidade Estadual de Campinas, no Estado de São Paulo,[127] a Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Universidade Federal de Minas Gerais, nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, respectivamente.[128]
Por concentrar a metade da população brasileira e as cidades mais industrializadas e bem desenvolvidas do país, a região Sudeste é a que apresenta a mais alta taxa de urbanização e a melhor infraestrutura de transportes do Brasil.
Sua rede ferroviária, que se desenvolveu principalmente em função da expansão do café, representa praticamente a metade de todas as estradas de ferro do Brasil. O Sudeste conta ainda com cerca de 35% das rodovias, concentradas principalmente no estado de São Paulo e Minas Gerais. Algumas delas — Rodovia dos Imigrantes, Rodovia Castelo Branco e outras — são comparáveis às melhores e mais seguras da América do Sul e das Américas.
Nos últimos anos, entretanto, o decréscimo dos investimentos governamentais não tem permitido a ampliação da rede rodoferroviária e tem prejudicado a manutenção da já existente.[129]
O desenvolvimento industrial da região, associando a uma política francamente exportadora do governo federal, funcionou como alavanca da grande expansão portuária do Sudeste, onde Santos e Rio de Janeiro se projetam como os portos de maior movimento do país.[130]
A região é bem servida também por modernos e bem equipados aeroportos internacionais como Guarulhos, Congonhas, Galeão, Santos Dumont, Viracopos, Tancredo Neves (Confins) e Pampulha e por diversos aeroportos que atendem ao intenso tráfego aéreo doméstico e local. Por outro lado, a navegação fluvial é muito pouco explorada, embora haja trechos navegáveis em rios como o Tietê e o Paraná, para os quais há projetos de criação de uma hidrovia.
Encontra-se também na região Sudeste, o único trem de passageiros que liga diariamente duas capitais do Brasil, pela Estrada de Ferro Vitória a Minas, ligando a Grande Vitória e a Grande Belo Horizonte, passando por importantes cidades desses estados, como: Colatina no Espírito Santo e Governador Valadares em Minas Gerais.
Por estar concentrada quase metade da população nacional, além de estar concentrado o maior e mais diversificado parque industrial do país e de concentrar um amplo sistema de transportes, a região necessita de bastante energia. A maior parte da energia consumida na região (assim como acontece no país) é produzida por usinas hidrelétricas, como Furnas, Ilha Solteira, Três Marias, Marimbondo, Jupiá e outras; aproveitando-se do relevo acidentado e da presença de rios caudalosos. Uma parte da energia produzida na região vem das usinas termonucleares Angra I e Angra II.
Em 2013, o Sudeste respondia por cerca de 50% da carga do Sistema Integrado Nacional (SIN), sendo a principal região consumidora de energia do país. A capacidade instalada de geração de energia elétrica da região totalizava quase 42 500 MW, o que representava cerca de um terço da capacidade de geração do Brasil. A geração hidrelétrica representava 58% da capacidade instalada na região, sendo os 42% restantes basicamente correspondentes à geração termelétrica. São Paulo respondia por 40% dessa capacidade; Minas Gerais por cerca de 25%; o Rio de Janeiro por 13,3%; e o Espírito Santo pelo restante. Dentre as fontes renováveis para a geração termelétrica, destaca-se a biomassa da cana-de-açúcar, com mais de 6 300 MW de capacidade, distribuídos em mais 230 usinas. Dentre as fontes não renováveis, destacam-se o gás natural, com quase 6 300 MW, a geração termonuclear, com 2 000 MW, e os derivados de petróleo, com 1 100 MW.[131]
Uma outra atividade econômica importante na região é o turismo. É nessa região que se localizam vários dos pontos turísticos mais visitados do país. O Rio de Janeiro é mundialmente conhecido por suas belas praias e pelo carnaval, além de ser um grande centro cultural. São Paulo, conhecida internacionalmente, é o maior centro financeiro do Brasil, e conta também com diversos centros culturais e de entretenimento. Em Minas Gerais, localizam-se as mais importantes cidades históricas do Brasil, como Ouro Preto, Tiradentes e Diamantina. O Espírito Santo atrai milhares de turistas todos os anos devido a suas praias e regiões de montanhas.
A cultura sudestina tem origem portuguesa, mas é influenciada por várias outras culturas. As diversas colônias de imigrantes, com destaque para os italianos e japoneses, também têm forte influência. A influência indígena e africana são marcadas na música e na culinária da região.
As festas típicas da região são marcadas pela influência africana, como as congadas, a festa do Divino Espírito Santo, reisados, lundus, sambas etc. Além disso, a cultura caipira é muito presente no interior dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo.
A região Sudeste brasileira também destaca-se por conter um grande número de bandas de heavy metal. Uma das principais cenas do metal mundial foi originada nos estados de São Paulo e Minas Gerais, de onde surgiram bandas como Sarcófago, Sepultura, Angra, Dr. Sin, Viper, Torture Squad, Korzus, Vulcano, Shaman, Tuatha de Dannan e Overdose.[132][133]
A culinária sudestina é muito rica e diversa, variando de estado para estado.
O Espírito Santo tem uma gastronomia à parte, onde os envolvidos se orgulham de cada detalhe, um exemplo de prato típico é a moqueca, apelidada de Moqueca Capixaba, pois seus ingredientes e modos de preparo se diferenciam dos demais nesse Estado, é costumeiramente servida em panelas de barro, um ícone da cozinha capixaba. Outro destaque é a torta capixaba, preparada com vários frutos do mar, como siri desfiado, camarão, ostra e sururu, além de bacalhau e palmito.[134]
Minas Gerais tem uma das cozinhas mais expressivas do país, incluindo pratos como o pão de queijo, tutu de feijão, feijão tropeiro, bolo de fubá, angu, feijoada, frango com quiabo e etc.
No Rio de Janeiro a comida típica é a feijoada, e as poucos conhecidas como a Sopa Leão Veloso, e o Filé à Osvaldo Aranha.
São Paulo possui o virado à paulista, a carne de panela, a Coxinha, o afogado, o cuscuz paulista, o mousse de café, o Pastel e o quentão,[135] além das contribuições das comunidades de imigrantes que mantiveram seus hábitos alimentares, como os orientais, italianos, portugueses e norte-americanos. O prato mais consumido em São Paulo é a pizza.[136] Uma curiosidade é o beijinho, doce que hoje é feito com leite condensado e coco, era sobremesa servida às moças pelas futuras sogras e levava ovos na sua receita original.
Devido à influência portuguesa, a maior parte da população professa a fé católica, embora há crescentes aderentes do protestantismo e, em menor medida, seguidores do judaísmo, budismo, islamismo, espiritismo e religiões afro-brasileiras.
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