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Juiz de Fora
município brasileiro do estado de Minas Gerais Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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Juiz de Fora é um município brasileiro no interior do estado de Minas Gerais. Localiza-se na Zona da Mata Mineira, a sudeste da capital do estado, distando desta cerca de 283 km. Sua população foi estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no ano de 2024 em 565.764 habitantes,[8] sendo então o quarto mais populoso de Minas Gerais. Ocupa uma área de 1 435,7 km², dos quais 96,7 km² estão em perímetro urbano.[9] A cidade faz parte do eixo industrial das cidades próximas à BR-040 e das próximas à BR-116.[10]
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O município foi emancipado de Barbacena na década de 1850. A versão mais conhecida de sua etimologia é que o nome seja uma referência a um juiz de fora, magistrado nomeado pela Coroa Portuguesa para atuar onde não havia juiz de direito, que hospedou-se por pouco tempo em uma fazenda da região, passando esta a ser conhecida como a Sesmaria do Juiz de Fora.[11] Hoje é formada pela cidade de Juiz de Fora além dos distritos de Rosário de Minas, Torreões e Sarandira, subdivididos ainda em 111 bairros.[12]
Passou a ser conhecida como "Manchester Mineira" à época em que seu pioneirismo na industrialização a fez o município mais importante do estado. Com a grande crise econômica de 1929, a economia dos municípios mineiros ligados à cafeicultura sofreu grande abalo e Juiz de Fora só conheceu novo período de desenvolvimento a partir da década de 1960. Sua área de influência estende-se por toda a Zona da Mata Mineira, uma pequena parte do Sul de Minas e também do Centro Fluminense.[13]
O município conta ainda com uma importante tradição cultural, que vai desde o seu artesanato até o teatro, a música e o esporte. Seu principal e mais tradicional clube de futebol é o Tupi Football Club, fundado em maio de 1912.[carece de fontes] Juiz de Fora também é destaque no turismo, com seus diversos atrativos culturais, naturais e arquitetônicos. Alguns dos principais são o Museu Mariano Procópio, o Cine-Theatro Central e o Parque da Lajinha.[14] Um dos principais eventos é o Carnaval de Juiz de Fora, que teve suas origens na época de emancipação do município. No final da década de 1930, até a década de 1960, o auge do Carnaval mudou de foco e a festa nos clubes pairou sobre Juiz de Fora.[15]
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História
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Perspectiva
O local onde hoje existe Juiz de Fora permaneceu intocado até o século XIX, exceto pelos índios puris e coroados. Com a construção do Caminho Novo em 1707, ligando a rota do ouro entre Vila Rica (Ouro Preto) e o Porto do Rio de Janeiro, diversos grupos surgiram às margens da estrada, entre eles, o arraial de Santo Antônio do Paraibuna, criado em 1713, e que veio posteriormente a se tornar Juiz de Fora.[11]
As origens de Juiz de Fora remontam a época do Ciclo do Ouro, portanto confundem-se com a história de Minas Gerais. Devido à dificuldade de acesso à região do atual município, o lugar permaneceu praticamente intocado até o século XIX. A Zona da Mata, então habitada apenas pelos índios puris e coroados, foi desbravada com a abertura do Caminho Novo, estrada construída em 1707, para o transporte do ouro da região de Vila Rica (Ouro Preto) até o porto do Rio de Janeiro. Diversos povoados surgiram às margens do Caminho Novo estimulados pelo movimento das tropas que ali transitavam, entre eles, o arraial de Santo Antônio do Paraibuna, povoado por volta de 1713.[11]
A vila de Santo Antônio do Paraibuna surgiu no início do século XIX devido à ocupação por famílias de fazendeiros e colonos vindas da região aurífera (Ouro Preto e Mariana), e posteriormente da região das Vertentes (Barbacena e São João del-Rei). O município de Santo Antônio do Paraibuna desmembrou-se de Barbacena em 31 de maio de 1850, e elevado a Cidade do Paraibuna em 1856.[16][17] Em 1865, a Cidade do Paraibuna passa a se chamar Juiz de Fora.[16] O curioso nome de Juiz de Fora gera muitas dúvidas quanto à sua origem. O juiz de fora era um magistrado nomeado pela Coroa Portuguesa para atuar onde não havia juiz de direito. A versão mais aceita pela historiografia admite que um desses magistrados hospedou-se por pouco tempo em uma fazenda da região, passando esta a ser conhecida como a Sesmaria do Juiz de Fora. Mais tarde, próximo a ela, surgiria o povoado. A identidade exata e a atuação dessa personagem na história local ainda são polêmicas.[11]
Uma personalidade de grande importância no município foi o engenheiro alemão Heinrich Wilhelm Ferdinand Halfeld (Henrique Guilherme Fernando Halfeld), que empresta seu nome a uma das principais ruas do comércio local e ao parque situado no centro da cidade, nos cruzamentos da mesma rua Halfeld e a Avenida Barão do Rio Branco e com a Rua Santo Antônio e Rua Marechal Deodoro com Avenida Barão do Rio Branco e Rua Santo Antônio, entre o Paço Municipal de Juiz de Fora, a Câmara dos Vereadores, e o Fórum da Comarca e a Igreja Metodista Central. Halfeld, após realizar uma série de obras a serviço do Estado Imperial Brasileiro, acaba por fixar residência na cidade, envolve-se na vida política, constrói a Estrada do Paraibuna e promove diversas atividades no município, sendo considerado um de seus fundadores.[11]
Em 6 de setembro de 2018, o então candidato a Presidente da República, Jair Bolsonaro, sofreu um atentado enquanto caminhava na Rua Batista de Oliveira, esquina com a Rua Halfeld.
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Geografia
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Perspectiva
A área do município é de 1 435,749 km², segundo o IBGE. Desse total 96,7 km² estão em perímetro urbano.[18] É ainda o município mais extenso da Zona da Mata Mineira.[19] De acordo com a divisão regional vigente desde 2017, instituída pelo IBGE,[20] o município pertence às Regiões Geográficas Intermediária e Imediata de Juiz de Fora.[21] Até então, com a vigência das divisões em microrregiões e mesorregiões, fazia parte da microrregião de Juiz de Fora, que por sua vez estava incluída na mesorregião da Zona da Mata.[22]
O município limita-se ao norte com Santos Dumont e Ewbank da Câmara; a nordeste, com Piau e Coronel Pacheco; a leste, com Chácara e Bicas, Pequeri; a Sudeste, com Santana do Deserto; ao sul com Matias Barbosa e Belmiro Braga; a sudoeste, com Santa Bárbara do Monte Verde; a oeste, com Lima Duarte e Pedro Teixeira e a noroeste com Bias Fortes. A cidade está a aproximadamente 310 quilômetros de Belo Horizonte, a capital mineira.[23]
O relevo de Juiz de Fora é bem acidentado, correspondendo geomorfologicamente à Unidade Serrana da Zona da Mata, pertencente à Região Mantiqueira Setentrional. A altitude máxima é de 998 m. nas proximidades da serra dos Cocais e a mínima fica em 470 m no Rio Santo Antônio. A sede está em uma altitude de 677,2 m.[23] Cerca de 2% do território juiz-forano é plano, 15% das terras são típicos de serras e os 83% restantes o terreno são mares de morro.[23]
Hidrografia
O município de Juiz de Fora está localizado na Bacia do Médio Paraibuna, pertencente à bacia do Rio Paraíba do Sul, e seu perímetro urbano é drenado por 156 sub-bacias de diversas dimensões.[24] Os principais rios que banham o município são o Paraibuna, seus afluentes Rio Cágado e Rio do Peixe, e os rios Monte Verde e Grão-Mogol, afluentes do rio do Peixe.[25][26][27] O Rio Paraibuna recebe o lançamento in natura de esgotos domésticos e de efluentes industriais produzidos na cidade.[28]
A Bacia do Médio Paraibuna possui tributários com perfis longitudinais relativamente acentuados, que desembocam no rio principal com gradiente um pouco baixo. O Rio Paraibuna possui declividade média bastante diferenciada ao longo de seu curso, sendo que no trecho urbano de Juiz de Fora é bastante moderada, da ordem de 1,0m/km. A última retificação de aproximadamente 30 km, na região do Distrito Industrial I, foi dimensionada de modo a compatibilizar a função regularizadora da Barragem Chapéu D’Uvas, recentemente concluída. A barragem foi construída com o objetivo de amortizar enchentes e ampliar o potencial de abastecimento de água para a cidade.[24]
Clima
O clima de Juiz de Fora é caracterizado tropical de altitude (tipo Cwa segundo Köppen),[30] com chuvas concentradas no verão e temperatura média compensada anual em torno dos 19 °C. A umidade do ar relativamente elevada e tempo aproximado de insolação é de 1 820 horas/ano.[31] As precipitações ocorrem principalmente sob a forma de chuva e, em algumas ocasiões, de granizo.[32][33][34]
Segundo dados da estação convencional do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) de Juiz de Fora disponíveis a partir de 1961, a menor temperatura registrada ocorreu no dia 9 de junho de 1985, com mínima de 3,1 °C, contudo o recorde absoluto foi registrado antes desse período, em 9 de junho de 1933 (0,4 ºC).[35] Já a maior temperatura atingiu 37,4 °C em 19 de outubro de 2016. O maior acumulado de precipitação em 24 horas alcançou 147,4 mm em 12 de março de 2001.[29]
Ecologia e meio ambiente

A vegetação nativa do município pertence ao domínio florestal Atlântico (Mata Atlântica), onde destacam-se diversas espécies da fauna e flora. Em Juiz de Fora existem unidades de conservação ambiental. As principais são a Reserva Biológica Municipal do Poço D'Anta (com 277 hectares, entre os bairros São Benedito, Bom Retiro e Linhares); Reserva Biológica Municipal Santa Cândida (133 hectares, bairros Monte Castelo, São Pedro e Carlos Chagas); Parque da Lajinha (45,5 hectares, bairros Aeroporto e Teixeiras); Área de Proteção Ambiental do Krambeck (291 hectares, bairros Eldorado e Remontas) e Área de Preservação Permanente Bosque do Bairu (0,5 hectares, bairro Bairu).[37]
De acordo com a lei 9605 de 1998, mananciais, encostas e áreas de matas nativas são protegidas pela prefeitura. Outras áreas de preservação, como o Parque do Museu Mariano Procópio, possuem legislações próprias, por serem de menor porte.[37] Outra importante unidade de conservação é o Sítio Malícia, que pertencente à maior floresta de mata atlântica urbana do país, com mais de 3,7 milhões de metros quadrados.[38]
- Poluição atmosférica
Desde o começo da década de 1990 vários pontos do município, em especial a área central, vêm sofrendo com a fumaça e a poluição proveniente da grande quantidade de veículos que circulam na região e das indústrias. Desde 1993 estudos que estão sendo realizados comprovam que o nível de monóxido de carbono é elevado. Somente na Avenida Rio Branco, a principal da cidade, em 1998 já circulavam 40 mil veículos diariamente, sendo que a frota municipal naquele ano era de 115 mil veículos.[37]
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Demografia
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Perspectiva
No ano de 2022, a população do município foi contada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 540 756 habitantes, mantendo o título de quarto mais populoso do estado e apresentando uma densidade populacional de 376,64 hab./km2.[40] Segundo o censo de 2010, 47,30% da população eram homens (244 932 habitantes), 52,70% (272 940 habitantes) mulheres, 98,86% (511 973 habitantes) vivia na zona urbana e 1,14% (5 879 habitantes) na zona rural.[40][41][42][43] De acordo com o IBGE, Juiz de Fora possuía 354 929 eleitores em 2004.[44]
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de Juiz de Fora é considerado elevado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Seu valor é de 0,828, sendo o nono maior de todo estado de Minas Gerais (em 853), o quadragésimo nono de toda a Região Sudeste do Brasil (em 1666 municípios) e o 145° de todo o Brasil (entre 5 507 municípios). Considerando apenas a educação o valor do índice é de 0,920, enquanto o do Brasil é 0,849. O índice da longevidade é de 0,784 (o brasileiro é 0,638) e o de renda é de 0,781 (o do Brasil é 0,723).[45] A cidade possui a maioria dos indicadores elevados e todos acima da média nacional segundo o PNUD. A renda per capita é de 13 715,11 reais[carece de fontes], a taxa de alfabetização adulta é 95,30% e a expectativa de vida é de 72,03 anos. O coeficiente de Gini, que mede a desigualdade social é de 0,41, sendo que 1,00 é o pior número e 0,00 é o melhor.[46] A incidência da pobreza, medida pelo IBGE, é de 12,86%, o limite inferior da incidência de pobreza é de 5,82%, o superior é de 19,91% e a incidência da pobreza subjetiva é de 9,45%.[46]
No ano de 2010, a população juiz-forana era composta por 294 080 brancos (56,9%); 144 153 pardos (27,9%); 73 942 pretos (14,3%); 538 indígenas (0,1%); 3 535 amarelos (0,7%);[47]
A partir do final do século XIX, árabes instalaram-se na cidade, principalmente os sírios e libaneses, em busca de melhores condições de vida.[48] De início foram mascates, e conforme conseguiam mais recursos tornavam-se comerciantes, principalmente de tecidos.[48] Chamam atenção atualmente as lojas de tecidos, os restaurantes típicos e as várias malharias de proprietários árabes.[48] Até hoje, muitas lojas de tecido da Rua Marechal Deodoro pertencem a sírios e libaneses.[48] Na década de 1970 mais árabes chegaram em busca de melhores condições de vida, atraídos pela boa adaptação econômica de seus predecessores.[48]
Religião

Juiz de Fora é uma cidade de tradição cristã, mas com grande diversidade de crenças, assim como no resto do país.[48] As crenças convivem bem.[48] O campo religioso da cidade é composto majoritariamente pelo catolicismo, seguido do protestantismo.[48] Há também um forte movimento espírita-kardecista, tal como diversas religiões afro-brasileiras.[48] Recentemente, houve o surgimento do new age, de grupos orientais e dos muçulmanos.[48] Mais afastados da cidade, há também grupos como o do Santo Daime e do Vale do Amanhecer.[48] Esta grande diversidade é atribuída à proximidade da cidade em relação a grandes centros urbanos, o que fortalece a circulação de ideias, costumes e crenças.[48]
História
Durante a segunda metade do século XIX, a cidade apresentou grande diversificação das religiões presentes, devido principalmente às imigrações alemães e italianas, que trouxeram o protestantismo, o metodismo e o espiritismo.[16] Como integrantes desta religião estavam sendo sepultados em locais não considerados sagrados, a Companhia União e Indústria cedeu uma área para que um cemitério fosse instalado.[16] Este cemitério foi consagrado em 1860 com o nome de Cemitério de Nossa Senhora da Glória e doado aos cultos católicos e evangélicos.[16] Os habitantes da Colônia de Cima, atual bairro São Pedro, também desejaram um cemitério próprio, devido à distância do Cemitério Municipal de Juiz de Fora e às constantes proibições por parte do padre Tiago Mendes Ribeiro.[16] Entretanto, a Companhia negou o pedido, e o Cemitério de São Pedro e sua capela foram inaugurados somente em janeiro de 1886, graças à doação de um terreno por um colono.[16]
No final do século XIX e início do XX chegaram na cidade os árabes cristãos católicos.[48] Os sírios praticavam o Rito Bizantino e fundaram em 1958, a Paróquia Melquita Católica de São Jorge, que ficou pronta em 1965, e também a Sociedade Beneficente Melquita de São Jorge, em 1957.[48] Já os libaneses, em sua maioria praticavam o Rito Maronita.[48] Na década de 1970, chegaram os árabes islâmicos.[48]
Islamismo
“Para as mulheres o véu é obrigatório. Pelo Alcorão todas as mulheres têm que se tapar. Não é um costume ou uma tradição. A mulher dentro do Islão é colocada com muito respeito. Quanto mais ela se tapar, maior o seu valor, mais modesta.”
— Ŝayh moçambicano da Mesquita de Juiz de Fora sobre o uso religioso do hijab.[48]
Atualmente há em torno de 60 fiéis muçulmanos na cidade, dos quais 15, em média, comparecem nas orações de sexta-feira da Mesquita de Juiz de Fora.[48] Dos 60 fiéis, 25 são do sexo feminino, e destas, somente oito usam o véu em todo o lugar.[48] Os véus começaram a ser utilizados na cidade em 2002.[48] Apesar do šayh considerar que o véu é símbolo de modéstia e recato, esta vestimenta vem sendo utilizada na cidade para embelezamento, principalmente pelas adolescentes.[48]
A Mesquita de Juiz de Fora se diferencia da maioria das mesquitas por não ser um local com poder exercido apenas por homens: uma mulher participava ativamente das atividades, pagando as despesas mais vultosas, inclusive todas as que garantem que haja um šayh presidindo o local.[48] Também, esta libanesa é quem doou as lojas onde a Mesquita funciona.[48] A maioria doa árabes da SBMJF têm situação financeira melhor que a dos convertidos.[48]
O Islã em Juiz de Fora, como no resto do Brasil, deixou de lado sua identificação étnica para assumir uma identidade mais estrita à religião, buscando se apresentar como mais uma opção para os habitantes, no mercado religioso.[48]
Em 2005, foi realizada uma manifestação no Parque Halfeld e uma passeata para a libertação de João Vasconcellos, um engenheiro juizforano sequestrado no Iraque por um grupo Mujahidin.[48] A passeata foi liderada por uma libanesa da SBMJF.[48]
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Política
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Perspectiva
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Atual sede da prefeitura, no centro da cidade, em 2011. À esquerda, do outro lado da linha férrea, localiza-se a Praça Doutor João Penido. |
A partir de 1850, a elite agrária da cidade estabeleceu seu centro de poder no centro da cidade, agrupando em torno da Praça Central as Repartições Públicas e a Igreja.[16] Entretanto, a cadeia, mesmo fazendo parte do centro, não estava neste núcleo.[16]
O poder executivo do município de Juiz de Fora é representado pelo prefeito e seu gabinete de secretários, seguindo o modelo proposto pela Constituição Federal.[50] O primeiro representante do poder executivo e prefeito do município foi Pedro Marques de Almeida (1888–1934). Em vinte e nove mandatos, onze prefeitos passaram pela prefeitura de Juiz de Fora.[51]
O poder legislativo é constituído pela câmara. Cabe à casa elaborar e votar leis fundamentais à administração e ao Executivo, especialmente o orçamento participativo (Lei de Diretrizes Orçamentárias). O município de Juiz de Fora se rege por leis orgânicas.[50] A cidade é ainda a sede de uma comarca.[52] De acordo com o TRE-MG (Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais) o município possuía, em 2006, 354 929 eleitores.[44]
Câmara Municipal
A Câmara Municipal, na época após a fundação da cidade, era composta majoritariamente por donos de fazendas, profissionais liberais e comerciantes.[16] Havia muitas ocorrências de parentesco e compadrio entre vereadores, o que causava permanência constante das famílias mais influentes da região no poder.[16] De 1860 a 1880, quase todas as sessões da Câmara Municipal tiveram por objetivo decisões relativas a obras de urbanização, fazendo a maior parte do dinheiro gasto pela cidade neste período ser usado nestas obras.[16]
Sete anos após a emancipação do município, em 1857, foi aprovada na Câmara Municipal a primeira edição do Código de Posturas Municipaes, com o objetivo de ordenar o desenvolvimento da cidade.[16] O Código estabeleceu normas de organização social, urbanização e embelezamento do município.[16]
Em março de 2018, 73% dos servidores públicos da Câmara eram comissionados, e apenas 27% concursados, excluindo-se destas contas os assessores de gabinete, que por lei devem mesmo ser comissionados.[53]
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Subdivisões
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Perspectiva
Juiz de Fora está oficialmente subdividida em quatro distritos, sendo eles Juiz de Fora, Rosário de Minas, Torreões e Sarandira.[54][55] Os limites das áreas urbanas nos distritos, os chamados núcleos urbanos, também definidos pela Lei 6 910 de 1986, poderão ser revistos em função da necessidade de atendimento ao crescimento de sua população.[12]
A cidade foi originalmente subdividida ainda em 81 regiões urbanas. Porém, de acordo com o plano diretor municipal, foram adotados 111 bairros, cuja divisão é a unidade territorial que o habitante da cidade tem mais facilidade de reconhecer. Outra subdivisão oficial criada pela prefeitura é as Regiões de Planejamento. O município está dividido em doze regiões. São elas: Barreira, Benfica, Cascatinha, Centro, Grama, Igrejinha, Linhares, Lourdes, Santa Cândida, Santa Luzia, São Pedro e Represa.[2] No interior de cada Região de Planejamento existem áreas de distintas conformações topográficas e configurações quanto ao tipo e densidade de ocupação, facilidades de infraestrutura, traçado dos lotes e características arquitetônicas das construções. Por esta razão, cada região de planejamento foi considerada como sendo composta de um número variável de unidades de planejamento, definidas por uma condição de homogeneidade relativa das tipologias referidas.[12]
Ao longo dos anos após a criação, o município foi ganhado novos distritos. Em 1911 a cidade possuía quinze: Juiz de Fora (sede), Água Limpa, Paula Lima, Rosário, São Francisco de Paula, Porto das Flores, São José do Rio Preto, Vargem Grande, Matias Barbosa, São Pedro de Alcântara (atual município de Simão Pereira),[56] Chácara, Sarandi, Santana do Deserto, Benfica e Mariano Procópio. Porém, com o passar dos anos, alguns deles tornaram-se municípios. Em última alteração distrital, feita pela lei estadual nº 6769 de 13 de maio de 1976, o distrito de Paula Lima foi extinto passando seu território a pertencer ao quarto subdistrito do distrito-sede de Juiz de Fora. Em divisão territorial datada de 1 de janeiro de 1979, o município era constituído de quatro distritos: Juiz de Fora, Rosário de Minas, Sarandira e Torreões. Assim permanecendo atualmente.[57]
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Economia
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Perspectiva
Em maio de 2018, os principais setores da economia da cidade eram:[75]
- serviços, com 73 707 empregos;[75]
- comércio, com 32 579 empregos;[75]
- indústria de transformação, com 19 139 empregos.[75]
Embora a cidade possua muitas instituições de ensino técnico e superior, não são oferecidas alternativas para reter estes talentos.[75] Comércio e serviço são setores que requerem baixa qualificação.[75]
Segundo o SEBRAE, existiam 22 725 MEIs na cidade em 2017.[76]
A agricultura não possui tanta relevância em Juiz de Fora. De todo o PIB da cidade 40 493 mil reais é o valor adicionado bruto da agropecuária.[77] Segundo o IBGE em 2008 o município possuía um rebanho de 46 499 bovinos, 46 400 suínos, 470 equinos, 140 mulas, 80 caprinos, 70 búfalos, 25 asnos, 20 ovelhas e 808 000 aves, dentre estas 2 000 galinhas, 800 000 galos, frangos e pintinhos e 6 000 codornas.[78] Em 2008 a cidade produziu 164 mil litros de leite de 156 vacas. Foram produzidos 28 mil dúzias de ovos de galinha e 14 850 quilos de mel-de-abelha.[78] Na lavoura temporária são produzidos principalmente a cana-de-açúcar (7 750 toneladas), o milho (2 800 toneladas) e o feijão (195 toneladas).[79]
A indústria atualmente é o segundo setor mais relevante para a economia juiz-forana. 1 619 725 reais do PIB municipal são do valor adicionado bruto da indústria (setor secundário). A cidade conta com um Distrito Industrial em operação sob administração da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (CODEMIG). As principais atividades industriais do município são a fabricação de alimentos e bebidas, produtos têxteis, artigos de vestuário, produtos de metal, metalurgia, mobiliário, montagem de veículos e outros.[80]
3 961 065 milhões reais do PIB municipal são de prestações de serviços (terciário).[77] A economia da cidade é voltada basicamente para o setor de serviços.[48] De acordo com o IBGE a cidade possuía no ano de 2008 20 658 estabelecimentos comerciais e 36 602 trabalhadores, sendo 19 724 pessoal ocupado total e 145 581 ocupado assalariado. Salários juntamente com outras remunerações somavam 1 668 024 reais e o salário médio mensal de todo município era de 2,7 salários mínimos.[81] Um dos principais centros comerciais de Juiz de Fora e também um dos mais movimentados da região é o Independência Shopping, inaugurado em 22 de abril de 2008. Além de grandes lojas o shopping possui pequenas e médias empresas com sede no próprio município ou na região. Assim como no resto do país o maior período de vendas é o Natal.[82]
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Estrutura urbana
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