Clima tropical de altitude

Da Wikipédia, a enciclopédia livre

Clima tropical de altitude

O clima tropical de altitude (Cwa na classificação climática de Köppen-Geiger) é um tipo climático que predomina nos planaltos e serras do Sudeste brasileiro, no Nordeste Brasileiro especificamente na região da Chapada Diamantina e Centro-Sul Baiano, Planalto Central de Goiás e Distrito Federal e na Serra de Maracaju em Mato Grosso do Sul. No Brasil, esse domínio tropical de marcante individualidade abrange grande parte de Minas Gerais, sul do Espírito Santo e partes dos estados do Rio de Janeiro, Goiás e Mato Grosso do Sul, onde altitudes acima de 500 metros determinam condições especiais de clima, apresenta temperatura média amena, entre 18°C e 26°C, e amplitude térmica anual entre 7°C e 9°C.[2]

Distribuição atualizada dos tipos de clima segundo a classificação Köppen-Geiger.[1]
  Af
  Am
  Aw/As
  BWh
  BWk
  BSh
  BSk
  Csa
  Csb
  Cwa
  Cwb
  Cwc
  Cfa
  Cfb
  Cfc

Como todo clima tropical, o clima tropical de altitude apresenta a mesma performance pluviométrica dos demais (classificados como Aw e As); no entanto, os verões são mais amenos devido à sua alta altitude. As temperaturas médias anuais caem para menos de 23°C e a pluviosidade se acentua (sobretudo nas encostas litorâneas) em posição de barlavento.[2] No inverno, as frentes frias originárias da massa polar atlântica podem provocar geadas.

Os climas de altitude apresentam características térmicas e de precipitação que são impostas pela altitude, correspondendo a um agravamento das condições climáticas das áreas envolventes. No verão, as temperaturas raramente ultrapassam os 30°C. O inverno é relativamente frio e a amplitude térmica anual não é muito elevada.

A dinâmica atmosférica é basicamente controlada pela célula de alta pressão subtropical do Atlântico Sul (que configura a massa tropical marítima), sendo ocasionalmente afetada pela massa tropical continental (originária da baixa pressão do Chaco/Pantanal), além dos efeitos desestabilizadores desencadeados pelos avanços da frente polar e oscilações da zona de convergência intertropical (ZCIT).[2]

A ação dos anticiclones móveis, associada à dinâmica da frente polar é particularmente intensa no inverno, especialmente quando reforçada pelo ar polar do Oceano Pacífico, de trajetória continental, portanto, menos úmido e mais estável. Nessa época do ano, a alta subtropical do Atlântico Sul tende a deslocar-se para o continente, reduzindo a nebulosidade e as precipitações.[2]

No verão, a ativa evaporação sobre os oceanos transfere enorme volume de vapor d'água para a atmosfera, instabilizando-a e provocando precipitação em toda a região Sudeste. Ocasionalmente, a umidade de origem marítima é parcialmente bloqueada pelo relevo, ocasionando excepcional acréscimo na queda das chuvas nas áreas serranas e graves problemas ambientais, com deslocamento de encostas, enchentes, assoreamentos, além de elevado número de vítimas e prejuízos materiais.[2]

As médias pluviométricas mais elevadas aparecem no trecho paulista da Serra do Mar, onde se assinala a isoieta de 4.000 mm na região de Bertioga e Taiaçupeba. Esse valor só é compatível ao das áreas mais chuvosas do globo, como por exemplo a Ásia de monções.[2]

Nas áreas interiorizadas do Sudeste a precipitação é mais reduzida, com alternância de estação seca e chuvosa. A altitude proporciona boas condições de salubridade e aí se situam conhecidas estações de saúde, como Vitória da Conquista e Ouro Preto.[2]


Mais informação Cidade, Tipo Climático ...
Cidade Tipo Climático Altitude (m) Temp. média (°C) precipitação (mm)
Vitória da Conquista Cwa 923 20,5 758,1
Ouro Preto Cwa 1179 18,3 1552
Fon Geografia do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2005. 5. ed. 105-106 p. ISBN 85-314-0242-5
Fechar

Referências

  1. Peel, M. C. and Finlayson, B. L. and McMahon, T. A. (2007). «Updated world map of the Köppen-Geiger climate classification». Hydrol. Earth Syst. Sci.. 11: 1633–1644. ISSN 1027-5606 (direct: Documento final.)
  2. ROSS, Jurandyr. Geografia do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2005. 5. ed. 105-106 p. ISBN 85-314-0242-5
Loading related searches...

Wikiwand - on

Seamless Wikipedia browsing. On steroids.