Campos do Jordão
município brasileiro localizado no interior do estado de São Paulo Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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Campos do Jordão é um município brasileiro localizado no interior do estado de São Paulo mais precisamente na Serra da Mantiqueira. Faz parte da recém-criada Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte, sub-região 2 de Taubaté.
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Município do Brasil | |||
De cima para baixo e da esquerda para direita: Vista aérea do Capivari; Vila Holandesa; Pórtico de Campos do Jordão; Boulevard Geneve; Escola de Amantikir; Rua Djalma Forjaz; Parque Amantikir; Hotel Home Green Home | |||
Símbolos | |||
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Hino | |||
Gentílico | jordanense | ||
Localização | |||
Localização da Campos do Jordão em São Paulo | |||
Localização da Campos do Jordão no Brasil | |||
Mapa da Campos do Jordão | |||
Coordenadas | 22° 44′ 20″ S, 45° 35′ 27″ O | ||
País | Brasil | ||
Unidade federativa | São Paulo | ||
Região metropolitana | Vale do Paraíba e Litoral Norte | ||
Municípios limítrofes | Brazópolis (MG), Piranguçu (MG), Wenceslau Braz (MG), Guaratinguetá, Pindamonhangaba, Santo Antônio do Pinhal e São Bento do Sapucaí | ||
Distância até a capital | 173 km[1] | ||
História | |||
Fundação | 29 de abril de 1874 (150 anos) | ||
Administração | |||
Prefeito(a) | Marcelo Padovan (PSDB, 2021–2024) | ||
Características geográficas | |||
Área total [2] | 290,52 km² | ||
População total (Censo Demográfico IBGE/2023[2]) | 46 974 hab. | ||
Densidade | 161,7 hab./km² | ||
Clima | Oceânico Cwb | ||
Altitude [3] | 1628 m | ||
Fuso horário | Hora de Brasília (UTC−3) | ||
Indicadores | |||
IDH (PNUD/2010[4]) | 0,749 — alto | ||
PIB (IBGE/2020[5]) | R$ 1 276 363,74 mil | ||
PIB per capita (IBGE/2020[5]) | R$ 24 355,76 | ||
Sítio | «Sítio oficial» (Prefeitura) |
A cidade fica à altitude de 1 628 metros, sendo portanto, o mais alto município brasileiro, considerando a altitude da sede. De acordo com o censo de 2022, a população é composta por 46 974 habitantes.[6][2] Distante 183 quilômetros da cidade de São Paulo,[1] suas principais vias de acesso são a Rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro e a Estrada de Ferro Campos do Jordão.[7][8]
Em 29 de abril de 1874, Mateus da Costa Pinto adquiriu alguns lotes à beira do Rio Imbiri e a data passou a ser considerada a data oficial de fundação do município. Em 1934, Campos do Jordão emancipou-se de São Bento do Sapucaí e a partir da década de 1950, a cidade passou a se consolidar como um dos principais destinos de inverno do Brasil. Campos do Jordão é um dos quinze municípios paulistas considerados estâncias climáticas pelo governo paulista.
Campos do Jordão é chamada de "Suíça Brasileira", como estratégia de marketing, pela sua arquitetura tardia baseada em construções europeias e pelo seu clima mais frio que a média brasileira. Por isso, a cidade recebe maior quantidade de turistas tanto nacionais quanto internacionais durante a estação do inverno, especialmente no mês de julho.
Os primeiros habitantes conhecidos da região foram índios pertencentes a várias etnias: puris, caetés, guarulhos e cataguás. A partir do século XVI, a região começou a ser percorrida por desbravadores de origem portuguesa, como Martim Corrêa de Sá, Gaspar Vaz da Cunha e Inácio Caetano Vieira de Carvalho. A família deste último vendeu suas terras na região para Manuel Rodrigues do Jordão, cujo sobrenome veio a conferir à região seu nome atual. As terras de Jordão foram loteadas e vendidas na segunda metade do século XIX.
Em 20 de setembro de 1790, Inácio Caetano Vieira de Carvalho chegou, no alto da Serra da Mantiqueira, na Fazenda Bonsucesso. Desde então, passou a ser hostilizado pelo vizinho João Costa Manso por problemas com os limites da fazenda. Essa briga iniciou uma luta aberta entre paulistas e mineiros que só terminou em 1823, quando morreram Vieira de Carvalho e Costa Manso. Os Vieira de Carvalho venderam a Fazenda Bonsucesso ao brigadeiro Jordão, que mudou o nome da fazenda para Natal, mas ficou conhecida como os Campos do Jordão.[9][10]
Em 1874, Mateus da Costa Pinto, considerado o fundador da cidade, tendo adquirido boa parte das terras que pertenciam ao brigadeiro Jordão, transfere-se de Pindamonhangaba para os Campos do Jordão onde, em 29 de abril de 1874 deu início a inúmeras construções, fundando, assim, o primeiro povoado, que denominou São Matheus do Imbiri, por estar localizado nas proximidades do Pico do Imbiri e Ribeirão do Imbiri.[9][10][11]
Em 2 de Fevereiro de 1879 teve início à construção da capela Nossa Senhora da Conceição dos Campos do Jordão, onde já havia a capelinha de São Mateus. Em 1891, Dr. Domingos José Nogueira Jaguaribe Filho comprou todas as terras de Mateus Pinto, e instalou-se na vila de São Mateus, que em sua homenagem foi chamada de Vila Jaguaribe. A povoação se desenvolveu, tornando-se distrito do município de São Bento do Sapucaí em 29 de outubro de 1915, com o nome de Campos do Jordão. Nessa mesma época, iniciou-se a construção da Vila Abernéssia onde estavam localizados os sanatórios dos doentes dos pulmões. Em 1920, foi iniciada a construção da Vila Emílio Ribas. O fato de tornar-se um local para tratamento de saúde originou a criação de uma prefeitura sanitária em 1 de outubro de 1926, mantida até 21 de janeiro de 1931.[9]
Em 19 de junho de 1934 conseguiu sua autonomia político-administrativa com a criação do município. O nome do município homenageou o Brigadeiro Jordão, pois, na época, era costume ligar-se o nome do proprietário à propriedade.[9] A partir da década de 1950, o avanço da medicina fez com que a tuberculose deixasse de ser uma doença tão perigosa. Com isso, a cidade passou a desenvolver o turismo.[11] Atualmente, é um dos principais destinos de inverno do Brasil.
É o município com a sede administrativa mais elevada do país, atingindo 1 628 metros acima do nível do mar, onde está localizada a prefeitura da cidade, e que pode variar para mais de 2 000 metros nos arredores do município. Está localizado no maciço da Serra da Mantiqueira, uma das mais elevadas cadeias de montanhas do Brasil. Possui uma área de 290,52 km².
Campos do Jordão é um dos quinze municípios paulistas considerados estâncias climáticas pelo governo do estado de São Paulo, por cumprirem os pré-requisitos definidos por lei estadual. Tal nomeação garante a esses municípios uma verba maior por parte do estado para a promoção do turismo regional. O município também adquire o direito de agregar junto a seu nome o título de estância climática, termo pelo qual passa a ser designado tanto pelo expediente municipal oficial quanto pelas referências estaduais.
O clima de Campos do Jordão é classificado como oceânico ou temperado marítimo (do tipo Cwb na classificação climática de Köppen-Geiger). A temperatura média anual é de 15 °C; o verão é fresco com precipitação e o inverno é frio com pouca precipitação. Ao longo do ano, normalmente, a temperatura mínima nos meses mais frios é de 5 °C e a temperatura máxima nos meses mais quentes é de 23 °C e raramente são inferiores a 0 °C ou superiores a 28 °C.[12][13][14] Apesar de situada em altitude elevada, a ocorrência de neve é rara devido ao clima seco do inverno, tendo ocorrido registros do fenômeno em anos como 1928, 1942, 1947 e 1966.[15] Entretanto, geadas costumam atingir a cidade durante as estações mais frias.
Segundo dados oficiais do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), desde 1961 a temperatura mínima absoluta registrada em Campos do Jordão de −7,3 °C em 1 de junho de 1979,[16][17] sendo este o recorde de menor temperatura registrada no estado de São Paulo. Fora desse período há outros registros não oficiais de temperatura ainda menores, como de −7,4 °C em 26 de junho de 1918, −8 °C em 25 de julho de 1923[18] e −8,7 ºC em julho de 1926.[19] Por outro lado, o dia 14 de novembro de 2023 é o mais quente da série histórica, quando máxima absoluta atingiu 31 °C durante a tarde. Até essa data, o recorde era de 30,5 °C em 17 de setembro de 1961. O maior acumulado de precipitação em 24 horas atingiu 146,7 mm em 10 de março de 1965.[16]
Outros grandes acumulados foram 129,5 mm em 14 de outubro de 1995, 121,1 mm em 24 de janeiro de 1964, 118,2 mm em 8 de março de 1966, 111,4 mm em 24 de dezembro de 1971, 108,4 mm em 25 de maio de 2005, 106,4 mm em 14 de dezembro de 1971, 104,2 mm em 2 de dezembro de 1963, 102,8 mm em 20 de novembro de 1971 e 101,2 mm em 22 de dezembro de 1966. O mês de maior precipitação foi dezembro de 1971, quando foram registrados 606,6 mm.[16] Desde março de 2002, a maior rajada de vento alcançou 18,8 m/s (68 km/h) em 12 de outubro de 2023 e o menor índice de umidade relativa do ar (URA) foi de 10% nas tardes dos dias 14 de agosto de 2009, 18 de julho de 2016, 16 de setembro de 2017 e 26 de agosto de 2020.[20]
Dados climatológicos para Campos do Jordão | |||||||||||||
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Mês | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | Ano |
Temperatura máxima recorde (°C) | 29,9 | 29,2 | 28,6 | 27 | 25,3 | 23,4 | 24,4 | 27,2 | 30,5 | 30,3 | 31 | 28,9 | 31 |
Temperatura máxima média (°C) | 22,5 | 23 | 22,2 | 21 | 18,5 | 17,9 | 17,9 | 19,7 | 20,4 | 21,4 | 21,6 | 22 | 20,7 |
Temperatura média compensada (°C) | 17,6 | 17,7 | 17 | 15,3 | 12,6 | 10,4 | 10,3 | 11,4 | 13,5 | 15,2 | 16,4 | 17 | 14,5 |
Temperatura mínima média (°C) | 13,9 | 13,6 | 12,8 | 10,6 | 7,7 | 5,3 | 4,6 | 5,1 | 8 | 10,3 | 11,7 | 13,1 | 9,7 |
Temperatura mínima recorde (°C) | 5 | 4,2 | 2,6 | −2,6 | −6,2 | −7,3 | −6,1 | −5,5 | −2,5 | −1 | 1,4 | 1,8 | −7,3 |
Precipitação (mm) | 253,1 | 206 | 196,7 | 85,5 | 82,5 | 38 | 45,9 | 38,3 | 85,8 | 133 | 160,6 | 240 | 1 565,4 |
Dias com precipitação (≥ 1 mm) | 21 | 16 | 17 | 9 | 7 | 4 | 4 | 4 | 8 | 12 | 14 | 19 | 135 |
Umidade relativa compensada (%) | 86,1 | 87,1 | 87,5 | 87,2 | 86,9 | 85,3 | 84,5 | 80,9 | 81,5 | 84,2 | 83,8 | 86,8 | 85,2 |
Insolação (h) | 106,4 | 93,6 | 99,8 | 122,9 | 137,2 | 157,9 | 180,3 | 177,9 | 123,8 | 137,2 | 128 | 97,6 | 1 562,6 |
Fonte: INMET (normal climatológica de 1981-2010;[21] recordes de temperatura: 1961-presente)[16][20] |
Fonte: Censo IBGE de 2010.[2]
População total: 47 789
Índice de Desenvolvimento Humano
(Fonte: IPEADATA)
População no último censo (2022): 46.974 pessoas, demonstrando queda de 1,71% em relação ao censo de 2010.
Densidade demográfica: 161,99 habitante por quilômetro quadrado.
Cor/Raça | Percentagem |
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Branca | 81,1% |
Parda | 15,6% |
Preta | 2,4% |
Amarela | 0,7% |
Indígena | 0,03% |
Fonte: IBGE[23]
Na telefonia fixa, a cidade era atendida pela Companhia de Telecomunicações do Estado de São Paulo (COTESP), que construiu em 1974 as duas centrais telefônicas da cidade (Abernéssia e Emílio Ribas), utilizadas até os dias atuais. Em 1975 passou a ser atendida pela Telecomunicações de São Paulo (TELESP), até que em 1998 esta empresa foi privatizada e vendida para a Telefônica. Em 2012 a empresa adotou a marca Vivo.[24][25][26][27]
O Festival de Inverno de Campos do Jordão é um grande festival de música erudita do Brasil que acontece todos os anos no mês de julho, no Auditório Cláudio Santoro. Foi idealizado em 1970 pelo então secretário estadual da Fazenda, Luis Arrobas Martins e inspirado no Festival de Tanglewood. É considerado o maior festival de música clássica da América Latina.[28] Em setembro, a cidade realiza o Festival da Viola.
A Festa da Cerejeira em Flor ocorre durante os meses de julho e agosto, quando as cerejeiras estão em plena floração. O evento acontece no Parque da cerejeira, em meio a seus jardins orientais e celebra a cultura japonesa, com apresentação de números de dança e música, comidas típicas e exposição de produtos.
Campos do Jordão abriga o Palácio Boa Vista, detentor de um amplo acervo de arte nacional do período colonial e do modernismo, aberto à visitação pública. Também possui o Museu Casa da Xilogravura - o maior em seu tipo existente no país - e o Museu Felícia Leirner, com esculturas a céu aberto. Junto à fábrica do Chocolate Araucária, pode-se conhecer um pouco do processo de produção do chocolate e visitar o Museu do Chocolate.[30]
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