Resultados do Grande Prêmio de Caesars Palace de Fórmula 1 realizado em Las Vegas em 25 de setembro de 1982. Décima sexta etapa do campeonato, nele o italiano Michele Alboreto, piloto da Tyrrell-Ford, conquistou a primeira vitória de sua carreira. Ao seu lado no pódio estavam John Watson, da McLaren-Ford, e Eddie Cheever, da Ligier-Matra.[2] Tal prova entrou para a história, porém, graças ao título mundial do finlandês Keke Rosberg, quinto colocado a bordo de uma Williams-Ford.[3] Sexta decisão de título ocorrida nos Estados Unidos, marcou a despedida de Mario Andretti.[4]
Grande Prêmio de Caesars Palace de Fórmula 1 de 1982 | |||
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Segunda edição do GP de Caesars Palace | |||
Detalhes da corrida | |||
Categoria | Fórmula 1 | ||
Data | 25 de setembro de 1982 | ||
Nome oficial | 2nd Caesars Palace Grand Prix[1] | ||
Local | Las Vegas, Nevada, Estados Unidos | ||
Percurso | 3.650 km | ||
Total | 75 voltas / 273.750 km | ||
Condições do tempo | Ensolarado | ||
Pole | |||
Piloto |
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Tempo | 1:16.356 | ||
Volta mais rápida | |||
Piloto |
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Tempo | 1:19.639 (na volta 59) | ||
Pódio | |||
Primeiro |
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Segundo |
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Terceiro |
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Embora não tenha pontuado nesta corrida, a Ferrari sagrou-se campeã mundial de construtores e fez do "aposentado" Didier Pironi vice-campeão mundial, a maior conquista de um francês na categoria até Alain Prost tornar-se campeão em 1985.
Resumo
Três vezes Estados Unidos
Pela primeira vez desde o início do campeonato mundial em 1950, um país sediou três rodadas na mesma temporada: primeiro foi o Grande Prêmio do Oeste dos EUA em abril nas ruas de Long Beach, dois meses depois tivemos o Grande Prêmio de Detroit nas ruas da cidade homônima e por fim mais uma edição da corrida em Las Vegas, a qual servirá como a última prova na carreira de Mario Andretti e palco da decisão do título entre Keke Rosberg (42 pontos) e John Watson (33 pontos) com ressalvas para Niki Lauda (30 pontos), cujas chances dependem de uma vitória, uma combinação de resultados e dum recurso visando anular a desclassificação sofrida pelo austríaco no Grande Prêmio da Bélgica.[5][6] Em circunstâncias normais Keke Rosberg depende de um sexto lugar para ser campeão; no caso de John Watson o título virá se ele vencer a prova e seu rival finlandês não pontue. O piloto da Williams conta com a possibilidade de tornar-se campeão mundial sem pontuar, desde que o britânico da McLaren seja, no máximo, o segundo colocado. Quanto a Niki Lauda este deve vencer a prova, torcer para Watson chegar em segundo e Rosberg em sexto e aguardar por um veredicto favorável no recurso impetrado contra a punição belga.[5] Caso o austríaco tenha sucesso na pista e nos tribunais haveria um empate em 43 pontos e o título ficaria com Lauda graças ao maior número de vitórias: três contra uma de Rosberg.
Durante o Grande Prêmio da Itália, Jacques Laffite foi anunciado como piloto de Guy Ligier por mais um ano,[7] todavia o profissional preferiu assinar com a Williams para correr ao lado de Keke Rosberg.[8] De certo modo, Laffite promoveu uma volta às origens, pois estreou na Fórmula 1 no Grande Prêmio da Alemanha de 1974 como piloto da extinta Frank Williams Racing Cars, antecessora do time que o contratou para 1983.
Renault sai à frente
Mais rápido no primeiro treino classificatório, René Arnoux foi superado por Alain Prost, seu compatriota e companheiro de equipe na Renault, na segunda sessão de treinos oficiais em Las Vegas, mas tal fato não impediu que o time francês ocupasse a primeira fila. Dentre os postulantes ao título Keke Rosberg sai em sexto lugar com sua Williams enquanto a McLaren colocou John Watson em nono e Niki Lauda em décimo terceiro.[9] Os pilotos locais tiveram participação honrosa com Eddie Cheever em quarto pela Ligier e Mario Andretti em sétimo ao volante da Ferrari.
Vitória de Alboreto
Prenunciado nos treinos, o domínio da Renault ficou evidente no momento da largada quando Alain Prost saiu à frente do pelotão, entretanto, logo na segunda volta, René Arnoux tomou a liderança da corrida mantendo-a até o troco de Prost na volta quinze. Quase ao mesmo instante, Watson suplantou Rosberg na décima quinta passagem e subiu para a zona de pontuação no giro seguinte. Cinco passagens mais tarde, a dobradinha da Renault se desfez quando Arnoux perdeu rendimento, o que o fez abandonar mediante quebra de motor na vigésima volta. Tal infortúnio acabou por beneficiar Keke Rosberg que alcançou o sexto lugar. Na volta 27 o líder do campeonato garantiu o quinto posto quando Mario Andretti rodou à sua frente e empacou a Ferrari na areia que circundava a estreita pista de Las Vegas. Fim de corrida para o norte-americano e para a equipe de Maranello, afinal Patrick Tambay sequer largou. Restava a Enzo Ferrari torcer contra a McLaren na luta pelo mundial de construtores, afinal a quebra de Arnoux pôs fim às chances da Renault.
Naquele momento, Alain Prost liderava com Michele Alboreto e John Watson a uma certa distância. Mas o que parecia uma vitória tranquila do conjunto francês foi pelos ares quando a Renault perdeu rendimento entre as voltas 52 e 66 quando Prost foi superado por Alboreto, Watson e Eddie Cheever amargando um quarto lugar.[8] Paralelamente às desventuras de Prost tivemos o abandono de Niki Lauda (que chegou a andar em sexto) devido a quebra do motor de sua McLaren na volta cinquenta e três, fato que sacramentou o sétimo título de construtores na história da Ferrari.
Há dez voltas para o final a classificação apontava não apenas Michele Alboreto, John Watson, Eddie Cheever e Alain Prost, mas também um cauteloso Keke Rosberg escoltado por Derek Daly, seu companheiro de equipe na Williams.[2][8] Autor da volta mais rápida da prova, Alboreto cruzou a linha de chegada e conseguiu sua primeira vitória na categoria e também o primeiro triunfo da Tyrrell desde Patrick Depailler no Grande Prêmio de Mônaco de 1978. Décimo primeiro piloto a vencer em 1982, o italiano subiu ao pódio junto a John Watson e Eddie Cheever enquanto Alain Prost ficou em quarto, uma posição à frente do novo campeão mundial, Keke Rosberg, e de Derek Daly.
Keke Rosberg campeão
Desde Mike Hawthorn em 1958, um piloto não conquista o título mundial com apenas uma vitória na temporada. No caso de Keke Rosberg, porém, tal marca é uma façanha inacreditável, pois quando Hawthorn garantiu o campeonato contava com três vitórias, ao passo que Rosberg triunfou pela primeira vez no Grande Prêmio da Suíça de 1982 quando assumiu a liderança do campeonato para não mais perdê-la.[10] Numa temporada onde onze pilotos venceram em dezesseis provas disputadas, o finlandês pontuou em dez das quinze provas que disputou (exceto o Grande Prêmio de San Marino de 1982 devido ao boicote da Williams e outros times leais à FOCA, a Associação dos Construtores da Fórmula 1) evidenciando o peso da regularidade num ano turbulento onde greves de pilotos, brigas de dirigentes, desclassificações, mortes e acidentes graves eclipsaram o teor desportivo do certame.
A regularidade que impulsionou Rosberg adveio também da confiabilidade de seu equipamento, a começar pelo motor Ford de oito cilindros desenvolvido pela Cosworth e que domina a Fórmula 1 desde a vitória de Jim Clark com a Lotus no Grande Prêmio dos Países Baixos de 1967.[11] Tomemos por base o desempenho de Alain Prost: vencedor das primeiras corridas do ano, o francês detinha o poderoso carro turbo da Renault, mas não marcou um ponto sequer durante as sete provas seguintes e perdeu a liderança do certame para outros adversários até Keke Rosberg assumi-la em sua Williams-Ford V8 quando de sua primeira vitória[10] tornando-se o primeiro campeão mundial oriundo da Finlândia.
Sobre o vice-campeonato mundial este coube a Didier Pironi pelos critérios de desempate, pois embora o francês tenha empatado em 39 pontos com John Watson, foi beneficiado por possuir mais terceiros lugares.
Classificação
Treinos oficiais
Pos. | Nº | Piloto | Construtor | Q1 | Q2 | Dif. | |
---|---|---|---|---|---|---|---|
1 | 15 | Alain Prost | Renault | 1:18.922 | 1:16.356 | — | |
2 | 16 | René Arnoux | Renault | 1:17.868 | 1:16.786 | + 0.430 | |
3 | 3 | Michele Alboreto | Tyrrell-Ford | 1:18.756 | 1:17.646 | + 1.290 | |
4 | 25 | Eddie Cheever | Ligier-Matra | 1:18.842 | 1:17.683 | + 1.327 | |
5 | 2 | Riccardo Patrese | Brabham-BMW | 1:20.386 | 1:17.772 | + 1.416 | |
6 | 6 | Keke Rosberg | Williams-Ford | 1:19.162 | 1:17.886 | + 1.530 | |
7 | 28 | Mario Andretti | Ferrari | 1:19.246 | 1:17.921 | + 1.565 | |
8 | 27 | Patrick Tambay | Ferrari | 1:21.067 | 1:17.958 | + 1.602 | |
9 | 7 | John Watson | McLaren-Ford | 1:19.320 | 1:17.986 | + 1.630 | |
10 | 35 | Derek Warwick | Toleman-Hart | 1:20.181 | 1:18.012 | + 1.656 | |
11 | 26 | Jacques Laffite | Ligier-Matra | 1:19.635 | 1:18.056 | + 1.700 | |
12 | 1 | Nelson Piquet | Brabham-BMW | 1:19.210 | 1:18.275 | + 1.919 | |
13 | 8 | Niki Lauda | McLaren-Ford | 1:19.171 | 1:18.333 | + 1.977 | |
14 | 5 | Derek Daly | Williams-Ford | 1:19.808 | 1:18.418 | + 2.062 | |
15 | 14 | Roberto Guerrero | Ensign-Ford | 1:20.516 | 1:18.496 | + 2.140 | |
16 | 23 | Bruno Giacomelli | Alfa Romeo | 1:20.065 | 1:18.622 | + 2.266 | |
17 | 29 | Marc Surer | Arrows-Ford | 1:19.764 | 1:18.734 | + 2.378 | |
18 | 22 | Andrea de Cesaris | Alfa Romeo | 1:19.728 | 1:18.761 | + 2.405 | |
19 | 4 | Brian Henton | Tyrrell-Ford | 1:21.038 | 1:18.765 | + 2.409 | |
20 | 31 | Jean-Pierre Jarier | Osella-Ford | 1:19.222 | s/ tempo | + 2.866 | |
21 | 11 | Elio de Angelis | Lotus-Ford | 1:19.564 | 1:19.302 | + 2.946 | |
22 | 12 | Nigel Mansell | Lotus-Ford | 1:20.986 | 1:19.439 | + 3.083 | |
23 | 9 | Manfred Winkelhock | ATS-Ford | 1:21.563 | 1:19.767 | + 3.411 | |
24 | 30 | Mauro Baldi | Arrows-Ford | 1:20.271 | 1:20.824 | + 3.915 | |
25 | 18 | Raul Boesel | March-Ford | 1:20.766 | 1:21.215 | + 4.410 | |
26 | 17 | Rupert Keegan | March-Ford | 1:26.048 | 1:21.180 | + 4.824 | |
27 | 33 | Tommy Byrne | Theodore-Ford | 1:24.208 | 1:21.555 | + 5.199 | |
28 | 36 | Teo Fabi | Toleman-Hart | 1:22.324 | 1:21.569 | + 5.213 | |
29 | 10 | Eliseo Salazar | ATS-Ford | 1:23.148 | 1:21.583 | + 5.227 | |
30 | 20 | Chico Serra | Fittipaldi-Ford | 1:23.100 | 1:22.387 | + 6.031 | |
Fontes:[2] |
Corrida
Pos. | Nº | Piloto | Construtor | Voltas | Tempo/Diferença | Grid | Pontos |
---|---|---|---|---|---|---|---|
1 | 3 | Michele Alboreto | Tyrrell-Ford | 75 | 1:41:56.888 | 3 | 9 |
2 | 7 | John Watson | McLaren-Ford | 75 | + 27.292 | 9 | 6 |
3 | 25 | Eddie Cheever | Ligier-Matra | 75 | + 56.450 | 4 | 4 |
4 | 15 | Alain Prost | Renault | 75 | + 1:08.648 | 1 | 3 |
5 | 6 | Keke Rosberg | Williams-Ford | 75 | + 1:11.375 | 6 | 2 |
6 | 5 | Derek Daly | Williams-Ford | 74 | + 1 volta | 14 | 1 |
7 | 29 | Marc Surer | Arrows-Ford | 74 | + 1 volta | 17 | |
8 | 4 | Brian Henton | Tyrrell-Ford | 74 | + 1 volta | 19 | |
9 | 22 | Andrea de Cesaris | Alfa Romeo | 73 | + 2 voltas | 18 | |
10 | 23 | Bruno Giacomelli | Alfa Romeo | 73 | + 2 voltas | 16 | |
11 | 30 | Mauro Baldi | Arrows-Ford | 73 | + 2 voltas | 23 | |
12 | 17 | Rupert Keegan | March-Ford | 73 | + 2 voltas | 25 | |
13 | 18 | Raul Boesel | March-Ford | 69 | + 6 voltas | 24 | |
NC | 9 | Manfred Winkelhock | ATS-Ford | 62 | Não classificado | 22 | |
Ret | 8 | Niki Lauda | McLaren-Ford | 53 | Motor | 13 | |
Ret | 33 | Tommy Byrne | Theodore-Ford | 39 | Rodada | 26 | |
Ret | 35 | Derek Warwick | Toleman-Hart | 32 | Ignição | 10 | |
Ret | 11 | Elio de Angelis | Lotus-Ford | 28 | Motor | 20 | |
Ret | 28 | Mario Andretti | Ferrari | 26 | Suspensão | 7 | |
Ret | 1 | Nelson Piquet | Brabham-BMW | 26 | Velas de ignição | 12 | |
Ret | 16 | René Arnoux | Renault | 20 | Motor | 2 | |
Ret | 2 | Riccardo Patrese | Brabham-BMW | 17 | Embreagem | 5 | |
Ret | 12 | Nigel Mansell | Lotus-Ford | 8 | Colisão | 21 | |
Ret | 26 | Jacques Laffite | Ligier-Matra | 5 | Ignição | 11 | |
DNS | 27 | Patrick Tambay | Ferrari | 0 | Não largou | 8 | |
DNS | 14 | Roberto Guerrero | Ensign-Ford | 0 | Não largou | 15 | |
DNS | 31 | Jean-Pierre Jarier | Osella-Ford | - | Acidente | - | |
DNQ | 36 | Teo Fabi | Toleman-Hart | Não qualificado | |||
DNQ | 10 | Eliseo Salazar | ATS-Ford | Não qualificado | |||
DNQ | 20 | Chico Serra | Fittipaldi-Ford | Não qualificado | |||
Fontes:[2][nota 1] |
Tabela do campeonato após a corrida
Notas
- Voltas na liderança: Alain Prost 38 voltas (1; 15-51), René Arnoux 13 voltas (2-14), Michele Alboreto 24 voltas (52-75).
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