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unidade federativa do Brasil Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O Piauí é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Localiza-se no noroeste da Região Nordeste, englobando as sub-regiões do Meio-Norte e Sertão. Limita-se com cinco estados: Ceará e Pernambuco a leste, Bahia a sul e sudeste, Tocantins a sudoeste e Maranhão a oeste. Delimitado pelo Oceano Atlântico ao norte, o Piauí tem o menor litoral do Brasil, com 66 km. Sua área é de 251 577,738 km²,[nota 1] sendo pouco maior que o Reino Unido, e tem uma população de 3 271 199 habitantes, segundo o censo 2022.[7]
A capital e cidade mais populosa do estado é Teresina. Está dividido em 4 mesorregiões e 15 microrregiões, divididos em 224 municípios. Os municípios com população superior a oitenta mil habitantes são Teresina, Parnaíba e Picos. Tem um relevo moderado e a regularidade da topografia é superior a 53% inferiores aos 300m. Parnaíba, Poti, Canindé, Piauí e São Nicolau são os rios mais importantes e todos eles pertencem à bacia do rio Parnaíba. Possui clima tropical e semiárido.
As principais atividades econômicas do estado são a indústria (química, têxtil, de bebidas), a agricultura (algodão, arroz, cana-de-açúcar, mandioca) e a pecuária. A região do Piauí começou a ser povoada pelos colonizadores europeus e sobretudo portugueses no século XVII, desde o interior, na época em que vaqueiros, vieram principalmente da Bahia, à procura de pastos. Em 1718, o território, até então pertencente à Bahia, passou a fazer parte do Maranhão. Em 1811, o príncipe Dom João, cinco anos antes de ser coroado rei de Portugal, elevou o Piauí à categoria de capitania independente.
Depois que o Brasil tornou-se independente, em 1822, as tropas com fidelidade a Portugal ocuparam a cidade de Parnaíba; as adesões foram recebidas pelo grupo, mas os piauienses acabaram por derrotar os portugueses em 1823. Certos anos após a batalha, por movimentos revoltosos, como a Confederação do Equador e a Balaiada, o Piauí também foi atingido. Em 1852, o governo provincial transferiu a capital de Oeiras para Teresina, desde então o estado começou a crescer economicamente. Desde a Proclamação da República no Brasil, foi apresentado pelo estado que o terreno político tornou-se tranquilo, mas foi muito difícil que o Piauí se desenvolvesse social e economicamente.
Inicialmente, as terras do Piauí receberam a denominação de Piagüí, nome dado pelos seus indígenas. Mais tarde, chamaram-nas Piagoí. Somente depois é que ficaram conhecidas por Piauí[8]. O topônimo "Piauí" vem da língua tupi, na qual significa "rio das piabas" (também chamadas de piava ou piau).[9] Também existe a teoria que a palavra Piauí significa "terra dos piagas", ou seja, terra de pajés e povos indígenas.[10]
No Piauí, há vestígios da presença do homem que datam de há até 50 000 anos. Estes estão presentes no Parque Nacional da Serra da Capivara, na Serra das Confusões e em Sete Cidades. O Parque Nacional da Serra da Capivara é, sem dúvida, o mais importante. Lá, foram encontradas a cerâmica mais velha da América, um bloco de tinta de 10 000 anos, fósseis humanos e animais, pinturas rupestres e outros artefatos antigos. Os achados estão no Museu do Homem Americano.
A Serra da Capivara foi descoberta por caçadores nas proximidades da cidade-sede: São Raimundo Nonato, os quais, sem saber de que se tratavam as pinturas rupestres, chamaram o prefeito que, surpreso, tirou fotos. Seis anos depois, em uma conferência em São Paulo, o mesmo prefeito, por coincidência, encontrou Niède Guidon e mostrou as fotos à pesquisadora. Esta tanto se interessou, que a levou a se mudar para a Serra, onde ainda reside, fazendo pesquisas.
O "homem de Pedra Furada" viveu há cerca de 40 mil atrás (paleoíndio) na região onde hoje é o Piauí, e lá caçava e acendia fogueiras.[11]
Quando da chegada dos europeus, o território do Piauí era habitado por diversos povos indígenas, dentre os quais se destacam os tremembés, acroás, gueguês, jaicós e timbiras, do tronco linguístico macro-jê; os tabajaras, do tronco linguístico tupi; e os pimenteiras, do tronco caribe.[12]
O território piauiense começou a ser desbravado provavelmente no início do século XVII, destacando-se, nessa época, a expedição de Martim Soares Moreno, que alcançou a foz do Rio Parnaíba, e a de jesuítas que, ao se dirigirem de Pernambuco ao Maranhão, passaram pelo Piauí.[13][14]
Na segunda metade do século XVII, o que é hoje o Piauí foi desbravado por bandeirantes paulistas, os quais caçavam indígenas para escravizar. Destaca-se o nome de Domingos Jorge Velho, que batizou o Rio Parnaíba em homenagem à sua vila natal, Parnaíba (atual Santana de Parnaíba).[13]
A colonização do Piauí, a qual ocorreu do interior para o litoral, começou na década de 1670, quando vaqueiros vindos da parte baiana do Vale do São Francisco penetraram em seu território pelo sudeste. Esses colonos receberam sesmarias e combateram grupos indígenas hostis. Ao longo dos rios piauienses, como o Gurgueia, Piauí, Parnaíba e Canindé, formaram-se fazendas de gado.[13][14][15][16] O capitão português Domingos Afonso Mafrense, ou capitão Domingos Sertão, como era conhecido, foi um dos sesmeiros que ocuparam essas terras; possuía trinta fazendas de gado e foi o mais alto colonizador da região, doando suas fazendas — após sua morte — aos padres jesuítas.
Ainda no século XVII, muitos nobres portugueses empobrecidos e padres jesuítas, bem como escravos negros se estabeleceram no Piauí.
Em 1715, o território, até então sob a jurisdição da Bahia e de Pernambuco, passou para a do Maranhão.[14][17]
À medida que cresciam a pecuária e as fazendas de gado no Piauí, cresciam também os mercados consumidores, abastecendo os mercados não apenas do Nordeste, mas também do Pará, Minas Gerais e Rio de Janeiro.[17]
A contribuição dos padres jesuítas foi decisiva na colonização do Piauí, principalmente no desenvolvimento da pecuária, que, em meados do século XVIII, atingiu seu auge. Com a expulsão dos jesuítas do Império Português (1759) pelo Marquês de Pombal, as fazendas foram incorporadas à Coroa portuguesa e entraram em declínio.
Em 1758, foi criada a Capitania do Piauí, desmembrada da do Maranhão, tendo como capital a Vila da Mocha, um dos primeiros núcleos demográficos piauienses, e como primeiro governador João Pereira Caldas, em cuja administração (1758-1769) a Vila da Mocha foi elevada à categoria de cidade, com o nome de Oeiras, e receberam o título de vila localidades como Jerumenha, Marvão (atual Castelo do Piauí), Parnaguá, Campo Maior e Parnaíba.[14][18][19]
Em agosto de 1822, Portugal enviou para Oeiras, para evitar a independência do Brasil, João José da Cunha Fidié, nomeado governador de armas do Piauí. Com a independência, províncias do Norte e Nordeste, dentre elas o Piauí, continuaram sob domínio português, apesar de Parnaíba ter jurado lealdade a Dom Pedro I em 19 de outubro, seguida das vilas de Piracuruca e Campo Maior.[14][20][21]
Pouco mais de seis meses depois do Grito do Ipiranga, em 13 de março de 1823, ocorreu a Batalha do Jenipapo, em Campo Maior, onde piauienses, cearenses e maranhenses, grande parte deles com armas rústicas e sem nenhum treinamento militar, derrotaram as tropas portuguesas, sendo esse um momento marcante para a adesão do Piauí à independência do Brasil. A tropa de Fidié, capitão da tropa portuguesa, saiu enfraquecida e este acabou por ser derrotado e preso em Caxias, no Maranhão, alguns meses depois.[20][21][22][23]
Posteriormente, dois movimentos em províncias vizinhas tiveram reflexos no Piauí: a Confederação do Equador (1824), quando Parnaíba e Campo Maior aderiram ao movimento e recusaram-se a jurar lealdade à Constituição imposta por Dom Pedro I, e a Balaiada (1838-41), na qual os piauienses lutaram por melhores condições de vida.[14][15]
Desde o século XVIII, havia a ideia de transferir a capital do Piauí para um outro local, às margens do Rio Parnaíba, ou mesmo Parnaíba, o que se devia à má localização e dificuldades de comunicação e transporte de Oeiras. Em 1844, o então presidente da província do Piauí, José Ildefonso de Sousa Ramos, sancionou uma lei que ordenava a transferência da capital provincial para um local na confluência do riacho Mulato com o rio Parnaíba, recebendo a cidade o nome de Regeneração, mas tal medida nunca foi efetivada.[14][24]
Em 1850, José Antônio Saraiva ascendeu à presidência da província do Piauí e logo recebeu propostas para transferir a sua capital para Parnaíba, Campo Maior ou Piracuruca, mas decidiu, ainda nesse ano, que a capital piauiense seria transferida para um novo local, seis quilômetros ao sul da vila do Poti (atual bairro do Poti Velho), aonde foi construída a Vila Nova do Poti, para a qual foi transferida a capital da província em agosto de 1852, recebendo o nome de Teresina, em homenagem à imperatriz Teresa Cristina, esposa de Dom Pedro II.[24][25][26]
Em 1889, o Piauí se tornou um Estado da Federação e, dois anos depois, foi promulgada a sua primeira constituição. A República Velha no Piauí foi marcada pela tranquilidade política, apesar da ameaça de golpe em 1916, quando o então governador Miguel de Paiva Rosa foi acusado de fraudar as eleições a favor do candidato da situação, e pela decadência da pecuária e a sua substituição pelo extrativismo de produtos como a carnaúba, babaçu, sisal e ticum.[14][27]
Foi em 1926 a passagem pelo Piauí do movimento político-militar de origem tenentista chamado Coluna Prestes. A Coluna foi uma marcha pelo interior do Brasil em defesa de reformas políticas e sociais e contra a conjuntura desigual da República Velha. Cerca de 1 200 homens, chefiados por Juarez Távora, Miguel Costa e Luís Carlos Prestes, percorreram, durante 29 meses, 25 000 quilômetros nos estados de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Bahia. Ao final de 1926, com mais da metade dos combatentes atacados pelo cólera e sem poder continuar a luta, a Coluna procurou asilo na Bolívia.[carece de fontes]
A invencibilidade da Coluna Prestes contribuiu para o prestígio político do tenentismo e reforçou as críticas às oligarquias. Sua atuação ajudou a abalar os alicerces da República Velha, a preparar a Revolução de 1930 e a afirmar a liderança nacional de Luís Carlos Prestes. A Coluna Prestes esteve presente duas vezes no estado, sendo recepcionada de diferentes maneiras. Em Floriano, o movimento foi recebido com festa pelos comerciantes descendentes de árabes e com pavor pela população local. Segundos relatos, a cidade praticamente ficou deserta e houve saques inclusive aos cofres da prefeitura.[carece de fontes]
Na capital, Teresina, a passagem da Coluna Prestes deixou rastro de pavor e o pânico tomou conta da população. Segundo historiadores, o então governador tentou, sem sucesso, impedir a entrada na capital através da construção de um canal ligando os rios Poti e Parnaíba. Dentre os fatos mais importantes da passagem do movimento pela capital, vale destacar a prisão de Juarez Távora. Este não foi "justiçado", isto é, não sofreu violência por conta da atuação dos oficiais do Exército brasileiro, que comandavam as tropas legalistas, chefiadas pelo tenente Jacob Manuel Gayoso e Almendra.[carece de fontes]
O Piauí foi um dos primeiros estados a aderir à Revolução de 1930 e, nesse contexto, o então governador foi deposto pelos revoltosos e o estado passou a ser governado por interventores nomeados pelo presidente Getúlio Vargas.[14]
A partir de meados do século XX, o estado teve um processo de modernização, com construção de infraestrutura como rodovias, melhora da infraestrutura urbana e projetos de agricultura irrigada, com muito desse dinheiro provindo de incentivos fiscais.[14][15][27]
O relevo piauiense é modesto e de topografia regular, com cerca de 92% do território do estado se encontrando abaixo de 600 m de altitude e 53% abaixo de 300 m.[29]
O relevo do Piauí é constituído das seguintes unidades morfológicas: baixada litorânea, planalto de chapadas e cuestas e planície do Parnaíba.[14]
A baixada litorânea, no norte, é composta de terrenos arenosos e baixos, com tabuleiros areníticos. Nela, está o delta do Parnaíba, o único em mar aberto das Américas.[14][29]
O planalto de chapadas e cuestas equivale à parte oriental da bacia sedimentar do Meio Norte e à maioria do território piauiense. No centro do estado, as camadas geológicas possuem disposição horizontal e formam chapadas com altitudes variando entre 300 e 600 m, enquanto que, no leste, as camadas são inclinadas e formam as chamadas cuestas, com altitudes entre 500 e 700 m, formando a Serra da Ibiapaba, que é uma cuesta, em parte da divisa com o Ceará.[14]
A planície do Parnaíba, estreita e alongada, junta-se no norte com a baixada litorânea.[14]
Enquanto quase todos os estados do Nordeste oriental contam com apenas um rio perene, o rio São Francisco, com aproximadamente 1 800 quilômetros dentro de seus territórios, o Piauí conta com o rio Parnaíba e com alguns de seus afluentes, entre eles o Uruçuí Preto e o Gurgueia, que, somando-se seus cursos permanentes, ultrapassam 2 600 km de extensão. O estado conta ainda com lagoas de notável expressão, tais como a de Parnaguá, Buriti e Cajueiro, que vêm sendo aproveitadas em projetos de irrigação e abastecimento de água na região.
A perenidade dos rios piauienses, entretanto, encontra-se ameaçada. Os rios sofrem intenso processo de assoreamento, sempre crescente, em decorrência do desmatamento acentuado que ocorre no estado, principalmente nas nascentes e nas margens dos rios. O estado encontra-se com 82,5% de seu território dentro do polígono das secas, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).[30]
Predominam quatro classes de vegetação: caatinga, cerrado, floresta estacional semidecidual e a mata de cocais.
Duas tipologias climáticas ocorrem no estado:
O litígio de limites entre Ceará e Piauí compreende um território de aproximadamente 3.000 km², localizado na Serra da Ibiapaba, nos limites entre os estados brasileiros do Ceará e do Piauí.[31] As regiões reivindicadas passaram a ser popularmente conhecidas como Cerapió e Piocerá.[32]
O litígio tem origem no governo colonial de Manuel Inácio de Sampaio e Pina Freire, do Ceará, quando o engenheiro Silva Paulet apresentou um mapa da província que mostrava o limite oeste do litoral até a foz do rio Igaraçu. Dessa forma, a localidade de Amarração, atual cidade piauiense de Luís Correia, faria parte do território do Ceará. Durante o século XIX a localidade teve assistência da cidade cearense vizinha, Granja, até que em 1874 os parlamentares estaduais decidiram elevar a localidade à categoria de vila. Tal atitude chamou a atenção dos políticos do Piauí que reivindicaram o território. A solução para o impasse ocorreu com o Decreto Geral nº 3.012, de 22 de novembro de 1880, determinando que haveria uma troca, na qual o Piauí restabeleceria a totalidade de seu litoral e o Ceará incorporaria os municípios de Crateús e Independência.[33]
Desde essa época, portanto, que nos limites entre o Ceará e o Piauí persistem vários pontos com indefinições[34] e ambas as unidades da federação continuam disputando o controle de tais locais. Segundo o deputado estadual Neto Nunes (PMDB-CE), a indefinição permanece porque «o Piauí quer uma parte de serra, fértil, bom clima, com pousadas, uma região turística do estado», enquanto o pedaço trocado pelo litoral seria de sertão.[35]
Após a Constituição de 1988, foi proposto que em 1991 seria resolvida a questão do litígio de limites entre os estados, mas só em 2008 foi apresentado um acordo sobre a questão, com o Piauí ficando com 1.500 hectares e o Ceará com 1.000.[36] Em outubro de 2011, no entanto, o diálogo entre os dois estados foi abalado pela decisão do governo do Piauí de entrar com uma ação civil ordinária no Supremo Tribunal Federal (STF), reivindicando uma área total de 2.821 quilômetros quadrados que hoje pertence ao Ceará.[37] Se o STF acatar o pedido do governo piauiense, o estado do Ceará perderia 66% do município de Poranga, 32% de Croatá, 21% de Guaraciaba do Norte, 18% de Carnaubal, 8% de Crateús, além de 7% de Ipaporanga.[37]
A população do Piauí é majoritariamente cristã. Segundo o IBGE, é o estado com a menor proporção de protestantes, e maior proporção de católicos do país.[40][41] Há uma grande diversidade de manifestações religiosas no Piauí, expressando a identidade multicultural do povo piauiense. Segundo levantamento realizado por aplicativo desenvolvido pela Prefeitura Municipal de Teresina, existem mais de 800 terreiros de matriz afro-brasileira na capital.[42] Tendo em vista que são 800 mil habitantes no município, existe praticamente um terreiro para cada mil habitantes. Além das religiões cristãs e monoteístas, no Piauí também se encontram seguidores de espiritualidades politeístas, como o Piaganismo,[43] considerado a primeira religião neopagã brasileira.[44]
Fonte: Censo 2022[45]
O estado do Piauí, assim como em uma república, é governado por três poderes, o executivo, representado pelo governador, o legislativo, representado pela Assembleia Legislativa do Estado do Piauí, e o judiciário, representado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Piauí e outros tribunais e juízes. Além dos três poderes, o estado também permite a participação popular nas decisões do governo através de referendos e plebiscitos.[46] A atual Constituição do Estado do Piauí foi promulgada em 1988, acrescida das alterações resultantes de posteriores Emendas Constitucionais.[47]
O poder executivo piauiense está centralizado no governador do estado, que é eleito em sufrágio universal e voto direto e secreto pela população para mandatos de até quatro anos de duração, podendo ser reeleito para mais um mandato.[47] O atual governador é Rafael Fonteles, do Partido dos Trabalhadores (PT). Ele foi eleito em primeiro turno em 2022 vencendo o ex-prefeito de Teresina, Silvio Mendes.[48]
O poder legislativo estadual é unicameral, constituído pela Assembleia Legislativa do Estado do Piauí, localizada em Teresina. Ela é constituída por 24 deputados, que são eleitos a cada quatro anos. No Congresso Nacional, a representação piauiense é de três senadores e dez deputados federais.[49]
O poder judiciário tem a função de julgar, conforme leis criadas pelo legislativo e regras constitucionais brasileiras, sendo composto por desembargadores, juízes e ministros.[50] Atualmente, a maior corte do Poder Judiciário paulista é o Tribunal de Justiça do Piauí.
A bandeira do Piauí foi adotada oficialmente através da lei nº 1.050, promulgada em 24 de julho de 1922 e alterada posteriormente pela lei ordinária no 5.507, de 17 de novembro de 2005. Possui as mesmas cores da bandeira do Brasil, o amarelo representa a riqueza mineral e o verde a esperança.
Inscrito dentro do retângulo azul, abaixo da estrela branca, está "13 DE MARÇO DE 1823", dia da Batalha do Jenipapo, que foi introduzida na alteração de 2005. O brasão do estado do Piauí foi adotado através da lei 1050, promulgada em 24 de julho de 1922.
O Piauí é dividido em seis regiões geográficas intermediárias e dezenove Regiões geográficas imediatas.
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A economia do estado é baseada no setor de serviços (comércio), na indústria (química, têxtil, de bebidas), na agricultura (soja, algodão, arroz, cana-de-açúcar, mandioca) e na pecuária extensiva. Ainda merecem destaque a produção de mel, o caju e o setor terciário em Picos e produção de biodiesel através da mamona em Floriano. Sua pauta de exportação se baseou, em 2012, em soja (64,55%), ceras (20,82%), algodão cru (4,73%), mel (2,00%) e alcaloides vegetais (1,82%).[51]
A pecuária foi a primeira atividade econômica desenvolvida no estado, fazendo parte de sua tradição histórica. O folclore e os costumes regionais derivam em grande parte da atividade pastoril. Entre os rebanhos, destacam-se os caprinos, bovinos, suínos, ovinos e asininos. A caprinocultura, por sua capacidade de adaptação a condições climáticas inóspitas, tem sido incentivada pelo Governo, proporcionando meio de vida a significantes parcelas da população carente, principalmente nas regiões de Campo Maior e Alto Piauí. No Sul do estado algumas fazendas estão investindo bastante na qualidade genética do rebanho. Podemos citar a cidade de Corrente no sul do estado que possui fazendas com um rebanho de alta qualidade genética, e em São Raimundo Nonato onde a família Paes Ribeiro tem a maior criação de gado. A agricultura no Piauí desenvolveu-se paralelamente à pecuária, como atividade quase que exclusivamente de subsistência. Posteriormente, adquiriu maior caráter comercial, embora de forma lenta e insuficiente para abastecer o crescente mercado interno do Estado. Em 2018 o estado era o 3º maior produtor de grãos do Nordeste.[52]
Entre as culturas tradicionais temporárias sobressaem-se a soja (2,4 milhões de toneladas em 2018, 3º maior produtor do Nordeste)[53], o milho (1,5 milhão de toneladas em 2018, 2º maior produtor do Nordeste)[54], a cana-de-açúcar (839 mil toneladas em 2018)[55], a mandioca (365 mil toneladas em 2019) [56], o arroz (109 mil toneladas em 2019), o feijão (93 mil toneladas em 2019), o algodão herbáceo (24 mil toneladas em 2019) e o sorgo (23 mil toneladas em 2019). Entre as culturas permanentes, destacam-se a manga, a laranja, castanha-de-caju (2º maior produtor no Brasil, com 24.855 toneladas em 2018) e o algodão. A agricultura é forte em Altos (manga) e União (cana-de-açúcar).
No setor de mineração, a Vale S.A. está em operação no município de Capitão Gervásio Oliveira, onde foi encontrada a segunda maior reserva de níquel do maior reserva de níquel do de pesquisa para verificar a viabilidade de exploração de petróleo e gás natural ao longo do Rio Parnaíba, provavelmente, em Floriano. No tocante à industrialização, ressalta-se a multinacional Bunge, instalada em Uruçuí para exploração da soja e da empresa de cimento Nassau, em Fronteiras, onde se obtém matéria-prima para sua produção.[carece de fontes]
Diversos estudos geológicos demonstram a existência de potencial bastante promissor de exploração mineral. Entre as ocorrências de maior interesse econômico, encontram-se o Mármore, o amianto, as gemas, a ardósia, o níquel, o talco e a vermiculita. Vale ressaltar que o Piauí á dotado de grandes reservas de águas subterrâneas artesianas e possui a segunda maior jazida de níquel do Brasil, localizada no município de São João do Piauí. Ainda em 2009 foi anunciada a descoberta de uma grande jazida de ferro no município de Paulistana, sendo esta a segunda maior jazida de ferro do mundo. Ferro este que a companhia siderúrgica brasileira tem muito interesse.[carece de fontes]
O Piauí tinha em 2018 um PIB industrial de R$ 5,6 bilhões, equivalente a 0,4% da indústria nacional e empregando 56.851 trabalhadores na indústria. Os principais setores industriais são: Construção (44,4%), Serviços Industriais de Utilidade Pública, como Energia Elétrica e Água (28,5%), Alimentos (9%), Bebidas (6,2%) e Vestuário (1,3%). Estes 5 setores concentram 89,4% da indústria do estado. [57]
A capital, dita "A Rainha do Nordeste", é a única capital nordestina fora do litoral, porém com muitas belezas a serem descobertas para quem chega ao estado do Piauí. Fundada no ano de 1852, foi a primeira capital planejada no Brasil, conhecida como Mesopotâmia do Nordeste por se encontrar entre dois grandes rios. A cidade é muito bem projetada e arborizada, conhecida como 'Cidade Verde'. O turista encontra no centro de Teresina antigos casarões históricos. Na cidade, também há o Encontros dos Rios, o Parque Zoobotânico de Teresina, Polo Cerâmico do Poty Velho, Central de Artesanato, Ponte Estaiada, Floresta Fóssil, Balneário Curva São Paulo e uma vasta culinária típica que vai da Maria Isabel, passando pelo capote até o caranguejo e a famosa Cajuína.[carece de fontes]
No norte do estado o turismo apresenta-se mais forte por conta do litoral com as suas praias e o Delta do Rio Parnaíba, onde se localiza a Área de Proteção Ambiental Delta do Parnaíba, cuja foz despeja suas águas no atlântico, abrindo um grandioso delta com cerca de 90 ilhas. O litoral do Piauí tem 66 km de extensão, sendo o estado brasileiro com menos litoral, e é marcado por externas e ensolaradas praias, cercadas de dunas de areia branca e de lagoas de água doce. As praias do Piauí atraem turistas do mundo inteiro e principalmente esportistas que aproveitam os fortes ventos da região para a prática de kitesurf e esportes similares. Os principais municípios do litoral são Parnaíba e Luís Correia.[carece de fontes]
Na região centro-norte encontra-se o Parque Ecológico da Cachoeira do Urubu, onde nos primeiros semestres de cada ano a abundância das quedas d'água proporcionam uma paisagem de imensa beleza conhecida como as "Cataratas do Iguaçu piauienses". Também na região centro-norte do estado encontra-se o cânion do rio Poti. Destaca-se ainda, a realização do Festival de Inverno desde 2005 em Pedro II, cidade conhecida como Suíça Piauiense devido ao clima de montanha, onde são realizados shows com artistas do blues e do Jazz conhecidos nacionalmente e até internacional. Com jazidas de Opalas (pedra preciosa) o mirante do Gritador (localizada na Serra dos Matões com altitude de 700m), casarões coloniais, trilhas com cachoeiras e artesanatos são atrativos que fazem do Festival de Inverno de Pedro II, um dos maiores eventos do estado do Piauí.[carece de fontes]
No sul do estado o forte são os parques nacionais, onde há os mais importantes sítios arqueológicos do Brasil, o Parque Nacional Serra da Capivara, onde há inúmeros vestígios do homem da pré-história e onde fica o Museu do Homem Americano. O parque atrai turistas do mundo inteiro que ficam fascinados com a beleza, magia e mistérios da região. Também há o Parque Nacional de Sete Cidades e o Parque Nacional da Serra das Confusões, este último ainda não liberado a visitações.[carece de fontes]
O Metrô de Teresina foi criado no dia 15 de agosto de 1989, com o objetivo de implantar um transporte de alta capacidade para o aglomerado urbano da Grande Teresina. Os trens são novos e cada um tem capacidade para transportar 800 pessoas. O fluxo médio de movimentação poderá chegar a 30 mil passageiros por dia em 2010, e cada trem possui uma central de ar-condicionado que garante comodidade e conforto aos passageiros. O Metrô de Teresina possui hoje nove estações, e há projetos de implantação de mais duas em 2010. Uma será no bairro São João e a outra na Piçarra. Há planos de se ampliar a extensão do metrô para atender um número cada vez maior de pessoas.[carece de fontes]
A ferrovia São Luís-Teresina é responsável pela ligação entre o Piauí e o Porto do Itaqui, sendo utilizada principalmente para o transporte de combustíveis para a capital piauiense, além de movimentar cimento, contêiners e ferro-gusa. A Ferrovia Teresina-Fortaleza transporta gusa, produtos siderúrgicos, cimento, coque, farinha de trigo e minério entre essas cidades.[58]
O Aeroporto Internacional de Parnaíba - Prefeito Dr. João Silva Filho está localizado no litoral piauiense no município de Parnaíba, a 350 km de Teresina, capital do Piauí. O aeroporto já operou voos regionais e nacionais além de receber voos da Europa(Internacionais). Atualmente (2015) o aeroporto de Parnaíba possui voos regulares operados pela empresa Azul. É localizado em uma área privilegiada, próximo aos municípios de Camocim e Jericoacoara, ambos no Ceará, ao Delta do Rio Parnaíba, no Piauí, e dos Lençóis Maranhenses no Maranhão, o aeroporto pode ser usado como a porta de entrada para uma região em que o turismo tende a crescer. O terminal de passageiros é inspirado na arquitetura modernista do Aeroporto Santos-Dumont, no Rio de Janeiro. A pista de pouso e decolagem, com 2,5 mil metros de comprimento, está preparada para receber voos internacionais, fretados ou regulares.[carece de fontes]
O Aeroporto de Teresina - Senador Petrônio Portella (código ICAO:SBTE/código IATA:THE) foi inaugurado em 30 de setembro de 1967. Administrado pelo então Ministério da Aeronáutica, o aeroporto foi construído ao norte da capital, numa região situada entre os rios Poty e Parnaíba. As principais companhias aéreas do país operam em Teresina, como a TAM, Gol e a Azul. Embora grande parte da população teresinense o denomine Aeroporto Santos Dumont, sua denominação oficial era Aeroporto de Teresina, alterada no ano de 2000 para Aeroporto de Teresina/Senador Petrônio Portella, de acordo com a lei nº 9.942, de 22 de dezembro de 1999, em homenagem ao ilustre político piauiense Petrônio Portela Nunes, que foi Prefeito de Teresina, Deputado Estadual, Governador, Senador, Presidente do Congresso Nacional e Ministro da Justiça.[carece de fontes]
O Piauí tem uma matriz energética diversificada, composta pela Usina Hidrelétrica de Boa Esperança, localizada no rio Parnaíba, o Parque Solar Nova Olinda, além da geração eólica em usinas como Delta 1 e 2, Padra do Sal, Araripe I, Araripe II, Araripe III e Chapada do Piauí. Em 2018, o estado foi o 3º maior produtor de energia eólica no Brasil, sendo essa a principal fonte energética do estado, com 1.443,10 MW de capacidade instalada.[59][60]
Tendo sido a região efetivamente colonizada por portugueses, o estado do Piauí é muito rico em manifestações culturais. Como o estado é relativamente grande, havendo vários tipos de clima, vegetação e relevo, é comum a variedade de culturas conforme o local. As manifestações mais comuns no Piauí são: Bumba-Meu-Boi, Cavalo Piancó, Congada, Samba de Cumbucaoda de São Gonçalo, Reisado, entre outros destaca-se o festival de São João.
A culinária piauiense é conhecida pelo gosto pelos temperos como a pimenta de cheiro, o coentro e o cheiro verde. O maior destaque é a galinha à cabidela, popularmente conhecida com galinha caipira, que é cozida ao molho e acrescenta-se um pouco do sangue da galinha.
Outros destaques aparecem no acompanhamento da galinha que são a paçoca (carne seca pilada com farinha), a Maria-isabel (arroz misturado com carne seca), o baião de dois (arroz misturado com feijão novo) e o sarapatel (confeccionado com carne, fígado, coração e rim de porco). Destacam-se também comidas populares como a buchada de bode e a panelada, servida nos mercados públicos.
Apesar de todas essas especiarias famosas e deliciosas a estrela de todas fica com os derivados do caju: o doce e a famosa cajuína (bebida sem álcool, clarificada e esterilizada, preparada a partir do suco de caju, apresentando uma cor amarelo-âmbar, resultante da caramelização dos açúcares naturais do suco).
A Festa Junina é um festival cultural inspirado nas tradições portuguesas, em que o dia de São João, em 24 de junho, é uma das festas mais antigas e populares do ano. Ao contrário do Dia do Solstício de Verão europeu, as festividades no Brasil não acontecem no solstício de verão, mas durante o solstício de inverno do hemisfério sul. As festividades iniciam-se tradicionalmente a partir do dia 12 de junho, na véspera do dia de Santo Antônio, e duram até o dia 29, que é o dia de São Pedro. Durante esses quinze dias, há fogueiras, fogos de artifício e danças folclóricas nas ruas (os nomes das etapas estão em francês, o que mostra as influências mútuas entre a vida da corte e a cultura camponesa na Europa dos séculos XVII, XVIII e XIX). Antes um festival exclusivamente rural, hoje no Brasil é em grande parte um festival urbano durante o qual as pessoas imitam os estereótipos e clichês dos camponeses e consomem bebidas e pratos típicos. Como no carnaval, essas festividades envolvem fantasias (no caso, trajes de camponeses), danças, bebedeiras e espetáculos visuais (fogos de artifício e danças folclóricas). Como no Solstício de Verão e no Dia de São João na Europa, as fogueiras são uma parte central das festividades.[carece de fontes]
O Estádio Governador Alberto Tavares Silva, ou Albertão, é um dos maiores estádios de futebol do Nordeste do Brasil. Inaugurado em 1973, localiza-se na cidade de Teresina, e tinha capacidade para 60.000 torcedores quando inaugurado. Segundo o CNEF (Cadastro Nacional de Estádios de Futebol) de 15 de setembro de 2009 tem uma capacidade atual para 44.200 pessoas. Possui uma infraestrutura completa para futebol, atletismo e transmissão de jogos por rádio e TV.[carece de fontes] O Estádio Albertão tem imensa importância no futebol do estado do Piauí por ser o único estádio de grande porte do estado.[carece de fontes]
No estado nasceu Sarah Menezes, campeã olímpica no judô;[61] Kawan Pereira, o primeiro brasileiro a chegar a uma final olímpica nos saltos ornamentais;[62] e Cruz Nonata da Silva, medalhista nos Jogos Pan Americanos.[63]
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