Estação Ferroviária de Leça do Balio
estação ferroviária em Portugal Da Wikipédia, a enciclopédia livre
A estação ferroviária de Leça do Balio (palavra por vezes incorretamente grafada pelo operador como "Bálio"[2][4]:141] e também como "Bàlio")[5][6] é uma interface ferroviária da Linha de Leixões, que serve a freguesia de Leça do Balio, no Município de Matosinhos, em Portugal. Faz parte desde o princípio do troço entre Leixões e Contumil, que entrou ao serviço em 18 de Setembro de 1938.[7] Ainda que integrada numa linha maioritariamente vocacionada para transporte de mercadorias, esta interface fez serviço de passageiros em 1938-1987[8], em 2009-2011, tendo sido, neste período, estação terminal do serviço que a ligava à Linha do Minho em Ermesinde[9], e desde 2025, sendo novamente estação terminal do serviço, ligando desta vez à Linha do Minho em Contumil[10].
Leça do Balio | |||||||||||
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Comboio de contentores a passar por Leça do Balio, em 2012, visto do lado norte | |||||||||||
Identificação: | 21071 LBA (Leça Balio)[1] | ||||||||||
Denominação: | Estação Satélite de Leça do Balio | ||||||||||
Administração: | Infraestruturas de Portugal (norte)[2] | ||||||||||
Classificação: | ES (estação satélite)[1] | ||||||||||
Linha(s): | Linha de Leixões (PK 13+053) | ||||||||||
Altitude: | 76 m (a.n.m) | ||||||||||
Coordenadas: | 41°12′30.41″N × 8°37′46.46″W (=+41.20845;−8.62957) | ||||||||||
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Município: | Matosinhos | ||||||||||
Serviços: | |||||||||||
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Coroa: | ZONA MAI1 | ||||||||||
Equipamentos: | |||||||||||
Inauguração: |
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Encerramento: |
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Website: |
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Descrição
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Perspectiva
Localização e acessos
Esta estação tem acesso pela Avenida Dr. Ezequiel Campos, distando menos de meio quilómetro do centro de Gondival (EBJI), no concelho de Matosinhos.[11]
Infraestrutura
O edifício de passageiros situa-se do lado poente da via (lado esquerdo do sentido ascendente, para Leixões).[12][13] Esta interface apresenta quatro vias de circulação, designadas como I, II+A2, IA, e I+IA, com comprimentos entre 357 e 139 m, acessíveis por plataforma de 124 m de comprimento e 70 cm de altura; existem ainda duas vias secundárias, identificada como III e IV, com comprimentos respetivos de 151 e 100 m, das quais a primeira se encontra eletrificada.[2]
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Nominalmente adstrito a esta estação e classificado como Ramal Particular, o Ramal Leça do Balio Petroquímica (cód. 109; dep. 21097) inseria-se na rede ferroviária ao PK 14+452 (ou seja, mais próximo do apeadeiro de Custió-Araújo),[1] gerido pela Petibol e com tipologia «Linhas de Carga/Desc. Privado»;[4] elencado em documentos oficiais até 2022,[4] deixa de figurar junto com ramais análogos no ano seguinte.[2]
Azulejos
A edifício de passageiros desta estação foi decorado com painéis de azulejos policromados retratando cenas de temática campestre.[14] O artista responsável foi Leopoldo Battistini, que utilizou azulejos e enquadramentos muito recortados no estilo barroco, produzidos pela Fábrica Constância,[15] de Lisboa, de que era diretor artístico.[16]
História
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Perspectiva
Planeamento e construção
Em 1931, o empresário Waldemar Jara d’Orey conseguiu, por concurso público de 27 de janeiro, a empreitada de construção da Linha de Cintura do Porto, incluindo a via férrea de Contumil e Leixões, e a construção de todas as estações e apeadeiros, incluindo a de Leça do Balio.[17] O conjunto desta estação incluía, entre outras infra-estruturas, as vias, vedações, as plataformas, a calçada à portuguesa, e uma estrada de acesso.[17] Também deveria ficar desde logo ligada à rede telefónica, para comunicar com as restantes estações da linha.[17] Em finais de 1933, estavam quase terminadas as obras de uma casa de pessoal em Leça do Balio.[17]
Na reunião de janeiro de 1934 da Comissão Administrativa do Fundo Especial de Caminhos de Ferro, foi aprovada a instalação de painéis de azulejos nos exteriores das estações de Leça do Balio e de São Mamede de Infesta.[18]
Em 1937, o Ministério das Obras Públicas e Comunicações contratou com a empresa de José Maria dos Santos & Santos para a realização da empreitada n.º 9 da Linha de Cintura do Porto, correspondente à instalação de iluminação eléctrica em várias estações desta linha, incluindo a de Leça do Balio.[19]
Um diploma publicado pelo Ministério das Obras Públicas no Diário do Governo n.º 183, II Série, de 9 de agosto de 1938, informou que já tinha sido recebido o auto de recepção definitiva da empreitada n.º 9 da Linha de Cintura do Porto, relativa à instalação da iluminação eléctrica em várias estações da linha, incluindo Leça do Balio, pela empresa José Maria dos Santos & Santos.[20]
Entrada ao serviço
O troço entre Contumil e Leixões foi aberto à exploração no dia 18 de setembro de 1938.[7]
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No XIII Concurso das Estações Floridas, organizado em 1954 pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses e pela Repartição de Turismo do Secretariado Nacional de Informação, a estação de Leça do Balio recebeu um diploma de menção honrosa especial.[21]
Em 1987 esta interface deixou de operar para serviço de passageiros, dada a suspensão deste em toda a Linha de Leixões.[8]
Século XXI
Em 2010, apresentava duas vias de circulação, com 352 e 346 m de comprimento; as duas plataformas tinham ambas 70 m de extensão e 70 cm de altura[22] — valores mais tarde[quando?] alterados para os atuais.[2]
O serviço de passageiros foi retomado em 22 de maio de 2009, ficando esta interface como terminal provisório da efémera “Linha Roxa” da USGP que a ligava à Linha do Minho em Contumil.[9] Todos os comboios de passageiros na Linha de Leixões foram suspensos pela operadora Comboios de Portugal no dia 1 de fevereiro de 2011, por alegada reduzida procura.[9]
A 9 de fevereiro de 2025 o serviço de passageiros foi novamente retomado, tendo como término este interface[10].
Ver também
Referências
- Diretório da Rede 2025. I.P.: 2023.11.29
- «Cronologia da história dos caminhos de ferro em Portugal». CP. Consultado em 20 de fevereiro de 2025
- Diretório da Rede 2024. I.P.: 2022.12.09
- Horário verão 1980 Caminhos de Ferro Portugueses: Lisboa, 1980: p.50
- Horário verão 1984 Caminhos de Ferro Portugueses: Lisboa, 1984: p.50
- «Troços de linhas férreas portuguesas abertas à exploração desde 1856, e a sua extensão» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 69 (1652). 16 de Outubro de 1956. p. 528-530. Consultado em 30 de Agosto de 2013
- MIDÕES, Miguel (24 de Junho de 2021). «No "cérebro" das renovações da CP, guiado por um ferroviário». TSF. Consultado em 22 de Janeiro de 2022
- SIMÕES, Pedro Olavo (31 de Dezembro de 2004). «Deixa de apitar o comboio fantasma». Jornal de Notícias. Consultado em 21 de Maio de 2011. Cópia arquivada em 22 de Fevereiro de 2014
- «CP reabre Linha de Leixões com novas paragens». RTP. 9 de fevereiro de 2025. Consultado em 9 de fevereiro de 2025
- «Cálculo de distância pedonal (41,20846; −8,62981 → 41,20836; −8,63316)». OpenStreetMaps / GraphHopper. Consultado em 12 de agosto de 2024: 490 m: desnível acumulado de +12−1 m
- (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
- Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1988), C.P.: Direcção de Transportes: Serviço de Regulamentação e Segurança, 1988
- MARTINS et al, 1996:40
- PEREIRA, 1995:418
- MARTINS et al, 1996:41-43
- «Construções Ferroviárias: A Linha de Cintura do Porto» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 46 (1112). 16 de Abril de 1934. p. 215-217. Consultado em 30 de Agosto de 2013
- «Direcção-Geral dos Caminhos de Ferro» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1107). 1 de Fevereiro de 1934. p. 99. Consultado em 2 de Janeiro de 2017
- «Parte Oficial» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 49 (1192). 16 de Agosto de 1937. p. 413-414. Consultado em 27 de Agosto de 2013
- «Parte Oficial» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 50 (1216). 16 de Agosto de 1938. p. 391-393. Consultado em 20 de Fevereiro de 2018
- «XIII Concurso das Estações Floridas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 67 (1608). 16 de Dezembro de 1954. p. 365. Consultado em 2 de Janeiro de 2017
- «Directório da Rede 2011». Rede Ferroviária Nacional. 25 de Março de 2010. p. 69
Bibliografia
Ligações externas
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