Fração do Exército Vermelho
organização terrorista alemã / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Fração do Exército Vermelho (em alemão: Rote Armee Fraktion, pronunciado [ˌʁoː.tə aʁˈmeː fʁakˌt͡si̯oːn] (escutarⓘ) ou RAF, alemão: [ɛʁʔaːˈʔɛf] (escutarⓘ)), também conhecida como Grupo Baader-Meinhof,[1] (em alemão: Baader-Meinhof-Gruppe, Baader-Meinhof-Bande, alemão: [ˈbaːdɐ ˈmaɪ̯nˌhɔf ˈɡʁʊpə] (escutarⓘ)) foi uma organização guerrilheira alemã de extrema-esquerda, fundada em 1970, na antiga Alemanha Ocidental, e dissolvida em 1998. Um dos mais proeminentes grupos extremistas da Europa pós-Segunda Guerra Mundial, seus integrantes se autodescreviam como um movimento de guerrilha urbana comunista e anti-imperialista,[2] engajado numa luta armada contra o que definiam como um "Estado fascista".[3]
Fração do Exército Vermelho (Grupo Baader-Meinhof) | |
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Datas das operações | 1970 a 1998 |
Líder(es) | Primeira Geração Andreas Baader Gudrun Ensslin Ulrike Meinhof Horst Mahler Segunda Geração Siegfried Haag Brigitte Mohnhaupt Christian Klar Terceira Geração Wolfgang Grams Birgit Hogefeld |
Motivos | Revolução do proletariado, resistência armada ao Estado alemão considerado fascista |
Área de atividade | Alemanha Ocidental |
Ideologia | Comunismo Marxismo-leninismo Maoismo Antifascismo |
Principais ações | Assaltos, assassinatos, sequestros, atentados à bomba |
Ataques célebres | Outono Alemão Ataque à embaixada alemã em Estocolmo Ataque ao QG do Exército dos Estados Unidos na Alemanha |
Status | Extinto desde 1998 |
A RAF foi formada no início dos anos 70 por Andreas Baader, Gudrun Ensslin, Ulrike Meinhof e Horst Mahler. Durante seus 28 anos de existência, nos quais contou com três gerações diferentes de integrantes, o popularmente assim chamado Grupo Baader-Meinhof foi responsável por inúmeras operações de guerrilha e atentados na Alemanha, especialmente os cometidos no segundo semestre de 1977, já por sua segunda geração de militantes, que levou a uma crise institucional no país conhecida como Outono Alemão. Durante três décadas de operações, o grupo foi responsabilizado por 34 mortes,[4] incluindo alvos secundários como motoristas e guarda-costas, e centenas de ferimentos em civis e militares, nacionais e estrangeiros em território alemão, além de milhões de marcos em danos ao patrimônio público e privado.
A organização sempre referiu-se a si própria como Fração do Exército Vermelho. Os termos Grupo Baader-Meinhof ou Bando Baader-Meinhof, pelos quais ficaram popularmente conhecidos e temidos, vem da designação dada a eles pela mídia alemã, como maneira de evitar a legitimização do movimento como organização política verdadeira, tratando-os apenas como uma associação criminosa comum. Apesar de Ulrike Meinhof, uma de suas fundadoras, não ter tido verdadeiramente uma posição de liderança intelectual dentro da cúpula da organização, papel este exercido por Gudrum Ensslin,[5] ela passou a ser designada como Baader-Meinhof após o resgate de Andreas Baader da prisão onde se encontrava, em maio de 1970, por um comando liderado por Meinhof, já uma nacionalmente conhecida jornalista, escritora, documentarista e militante radical de esquerda, que a partir dali entrou na clandestinidade e na luta armada. A organização teve três encarnações sucessivas, a primeira consistindo de Andreas Baader e seus associados, quase todos mortos ou presos já na segunda metade dos anos 70; a segunda, que operou a partir da prisão dos principais líderes e fundadores até o fim da década, formada por ex-integrantes de grupos de militância estudantil radical como o SPK (Sozialistisches Patientenkollektiv), nascido na Universidade de Heidelberg em 1970, que se juntaram aos remanescentes do grupo original; e a terceira geração, que operou nos anos 80 e 90.
Em 28 de abril de 1998, uma carta de oito páginas, datilografada em alemão, foi enviada à agência de notícias Reuters, assinada com o logotipo da RAF - com a metralhadora MP5 sobre a estrela vermelha - comunicando o fim das atividades do grupo, depois de 28 anos de existência como organização.[6] Em 2008, dez anos após sua extinção, o filme alemão Der Baader Meinhof Komplex foi lançado mundialmente - e concorreu ao Oscar[7] e ao Globo de Ouro[8] de melhor filme em língua estrangeira - pretendendo jogar luzes sobre o grupo e sua história para as gerações presentes e futuras.