Guerrilha (em castelhano: guerrilla; "pequena guerra") é um tipo de guerra não convencional na maior parte das vezes rural[1] no qual o principal estratagema é a ocultação e extrema mobilidade dos combatentes, chamados de guerrilheiros, incluindo, mas não limitado a civis armados (ou "irregulares").
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Pode se constituir também como uma movimentação híbrida, ou seja, ora centralizada por uma atitude bélica cujo aspecto pode ser colaboracionista com as forças regulares de determinadas regiões, e ora pode se dar o enfrentamento sem conexão com qualquer força armada regular.
Origem
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Presume-se que tenha sido utilizada a palavra guerrilha (guerrilla) pela primeira vez na Guerra Peninsular contra a invasão napoleônica a Portugal e Espanha, entre 1808 e 1812, embora as técnicas guerrilheiras remontem à Antiguidade.[2]
Conceito
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"Trata-se de levar um adversário, por muito mais forte que seja, a admitir condições frequentemente muito duras, não empregando contra ele senão meios extremamente limitados".[3] É então que entra em jogo, em toda a sua plenitude, a fórmula das variáveis complementares que já encontramos: a inferioridade das forças militares deve ser compensada por uma superioridade crescente das forças morais, à medida que a ação se prolonga. Assim, a operação desenvolve-se simultaneamente em dois planos, o plano material, das forças militares, e o plano moral, da ação psicológica.
A guerrilha pode ser um tipo de guerra de resistência onde os insurgentes se opõem a uma força de ocupação, como no Iraque ocupado pelos estadunidenses.[4]
Plano material
Em situação de grande inferioridade de meios, não se pode esperar sobreviver senão recusando combater, e empregando uma tática de fustigamento para manter vivo o conflito. Isto conduz à guerrilha, velha como o mundo e, no entanto, esquecida e depois reaprendida, a cada geração. Mas esta tática há quarenta anos é objeto de codificações estratégicas muito importantes, as quais permitem conduzir tal gênero de operações segundo conceitos racionais que lhe aumentam consideravelmente a eficácia e, consequentemente, permitem reduzir bastante o desequilíbrio de forças materiais. Mao Tsé-Tung definiu em sete regras a essência da guerrilha: íntimo acordo entre a população e os guerrilheiros, retraimento ante um avanço inimigo em força, fustigamento e ataque ante um retraimento inimigo, estratégia de um contra cinco, tática de cinco contra um, particularmente graças ao que se chama o "retraimento centrípeto", isto é, a concentração de forças durante o retraimento (ele dispunha de muito espaço na China); enfim, logística e armamento graças ao que é tomado do inimigo.
Estas sete regras constituem o mínimo necessário para tal forma de guerra, mínimo, no entanto, às vezes desconhecido, como, por exemplo, quando a OAS pretendeu estabelecer um "reduto" na Argélia, ou quando os americanos aceitaram a ideia de um desembarque em Cuba, sob a forma de "cabeça de ponte" clássica.
Mais além desse mínimo, duas noções capitais foram formuladas, para garantir a liberdade de ação da guerrilha A primeira, de origem União Soviética, mas já aplicada pelos irlandeses, visa a impedir a repressão, dissuadindo a população de informar o inimigo, muito embora esse movimento se diferencia de atos de terrorismo como se portaria quaisquer movimentos sociais.[5]
Ver também
Referências
- Hubbard, Ben; Schmitt, Eric; Mazzetti, Mark (11 de setembro de 2014). «U.S. Pins Hope on Syrian Rebels With Loyalties All Over the Map». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331.
The Syrian rebels are a scattered archipelago of mostly local forces with ideologies that range from nationalist to jihadist. Their rank-and-file fighters are largely from the rural underclass, with few having clear political visions beyond a general interest in greater rights or the dream of an Islamic state.
- O Conceito de Guerrilha e o Debate sobre a Transformação da Guerra. Por Luiz Felipe Rebello.
- BEAUFRE, André, Introdução à Estratégia. Rio de Janeiro : Bibliex, 1998, apud SANT'ANNA, Carlos Alexandre Rezende de. Pensamento estratégico brasileiro contemporâneo. – reflexões sobre o Atlântico Sul Arquivado em 22 de novembro de 2015, no Wayback Machine.. Niterói, Universidade Federal Fluminense, 2011.
- Ackerman, Elliot (8 de agosto de 2014). «The Islamic State's Strategy Was Years in the Making». The New Republic. ISSN 0028-6583
- «Ocupar propriedade não é terrorismo, diz ex-Relator Especial da ONU». Agência Pública. 23 de abril de 2019. Consultado em 15 de dezembro de 2019
Bibliografia
Ligações externas
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