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município brasileiro do estado do Rio Grande do Sul Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Viamão é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Sul, do qual é o sétimo mais populoso, com população estimada de 224 112 habitantes em 2022.[5] É o maior município em extensão territorial da Região Metropolitana de Porto Alegre.
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Município do Brasil | |||
Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição | |||
Símbolos | |||
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Hino | |||
Lema | Juntos somos mais Viamão | ||
Gentílico | viamonense | ||
Localização | |||
Localização de Viamão no Rio Grande do Sul | |||
Localização de Viamão no Brasil | |||
Mapa de Viamão | |||
Coordenadas | 30° 04′ 51″ S, 51° 01′ 22″ O | ||
País | Brasil | ||
Unidade federativa | Rio Grande do Sul | ||
Região metropolitana | Porto Alegre | ||
Municípios limítrofes | Capivari do Sul, Glorinha, Gravataí, Alvorada, Porto Alegre e Santo Antônio da Patrulha | ||
Distância até a capital | 25 km | ||
História | |||
Fundação | 14 de setembro de 1741 (283 anos) | ||
Administração | |||
Prefeito(a) | Nilton Magalhães (PSDB, 2021–2024) | ||
Características geográficas | |||
Área total [1] | 1 496,506 km² | ||
População total (IBGE/2021) [2] | 257 330 hab. | ||
• Posição | RS: 7º BR: 114º | ||
Densidade | 172 hab./km² | ||
Clima | subtropical (Cfa) | ||
Altitude | 111 m | ||
Fuso horário | Hora de Brasília (UTC−3) | ||
Indicadores | |||
IDH (PNUD/2010) [3] | 0,717 — alto | ||
• Posição | RS: 247º BR: 1398º | ||
PIB (IBGE/2020) [4] | R$ 4 231 150,19 mil | ||
• Posição | RS: 19º BR: 269º | ||
PIB per capita (IBGE/2020) | R$ 16 508,46 | ||
Sítio | viamao.rs.gov.br (Prefeitura) camaraviamao.rs.gov.br (Câmara) |
A origem do nome Viamão é controversa. A versão mais comum é de que a partir dos morros da região e do topo da igreja matriz, é possível se avistar o lago Guaíba e seus cinco rios afluentes: Jacuí, Caí, Gravataí, Taquari e dos Sinos, que formam uma mão aberta. Daí a frase: “Vi a mão”. Já a versão mais provável, seria originária do nome “ibiamon”, que significa “terras de ibias” (pássaros).[6] Outros afirmam que seria uma passagem entre montes, o que chamavam de via-monte. E existe ainda o relato de que teria como origem o antigo nome da província de Guimarães, em Portugal: Viamara.[7]
Os chamados Campos de Viamão estiveram entre as primeiras áreas do atual estado do Rio Grande do Sul a ser ocupadas pelos colonos, a partir da década de 1730. Essa grande área correspondia às terras ao sul do rio Mampituba, tendo ao leste o oceano Atlântico e a oeste e a sul a baliza fluvial do Guaíba e da laguna dos Patos. [8]
Essa ocupação inicial foi feita por criadores de gado vindo do norte, principalmente a partir da vila de Laguna. Devido à farta presença do gado vacuno trazido pelos jesuítas em 1680 às Missões, que já se havia espalhado pelo Continente de São Pedro, vários colonizadores se fixaram nas terras propícias à pecuária e ao plantio.[7]
A região, antes desabitada, já era uma zona de passagem entre Laguna e a Colônia do Sacramento (atual cidade de Colônia no Uruguai). Inicialmente, os criadores de gado iam e vinham, aproveitando-se das amplas áreas de pastagem; em meados dos anos 1730, um grande contingente de lagunenses migrou com suas famílias para a região.[9]
Da importância econômica da região, por ser sede das primeiras estâncias de criação de gado, originou-se o comércio e transporte da carne de gado (charque) e couro para Laguna e São Paulo. As três rotas comerciais da época iniciavam-se onde é hoje o município de Viamão, conhecida como o caminho do Viamão. A principal delas, a Estrada Real, saía dali e passava por Vacaria, Lages, Curitibanos, Papanduva, Rio Negro, Campo do Tenente, Lapa, Palmeira, Ponta Grossa, Castro, Piraí do Sul, Jaguariaíva, Itararé, chegando a Sorocaba. Outra rota era através do litoral até Laguna.
Entre os primeiros habitantes importantes, podemos citar a vinda, em 1725, de Cosme da Silveira, filho de António Silveira de Ávila, natural do Conselho da Calheta, ilha de São Jorge, Açores, Portugal, Capitão-mor da referida localidade da Calheta, na ilha de São Jorge, integrou a frota de João Magalhães, nomeado capitão pelo seu sogro Francisco de Brito Peixoto. Outro marco foi a chegada, em 1741, de Francisco Carvalho da Cunha, no sítio Estância Grande, onde foi erguida a capela da Nossa Senhora da Conceição.[7]
Em 1747 foi então criada a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Viamão, desmembrada da Freguesia de Laguna. Nos primeiros quatro anos de sua fundação, a freguesia teve um salto em sua população, de 282 para cerca de 800 habitantes. Razões para o interesse inicial pela freguesia incluem a migração dos criadores de gado de Laguna para uma extensão maior de terras, a integração da criação de gado na região com o mercado consumidor do sudeste brasileiro, e a fundação da vila de Rio Grande em 1737 (que passou a ser o ponto de referência para a população da nova freguesia).[9][10]
A partir dos anos 1750 (após o tratado de Madrid), a população cresce ainda mais com a imigração dos açorianos, parte da política da metrópole de ocupação das terras em zona de disputa. Como referência, pode-se constatar que o número de batizados na freguesia triplicou entre 1751 e 1754.[9]
De acordo com o Rol de Confessados de Viamão de 1751, 43% da população da freguesia era de escravos de origem africana - proporção compatível com áreas de plantations ou de mineração, mas bastante incomum para uma área voltada ao mercado interno. Os cativos indígenas, por outro lado, eram apenas 3% da população.[11]
Um segundo impacto populacional na freguesia, após a vinda dos açorianos, se deu pela imigração dos guaranis. Durante o esforço de demarcação de fronteiras do Tratado de Madrid, após a guerra guaranítica de 1753-56, Gomes Freire de Andrade convenceu cerca de 700 famílias guaranis (cerca de 3000 pessoas) a virem para o lado português. Uma parte dessas famílias ficou próxima ao quartel de Rio Pardo, dando origem à Aldeia de São Nicolau[12], enquanto a maior parte (cerca de 2500 pessoas) veio a Viamão, estabelecendo-se em região vizinha ao Rio Gravataí, dando origem à Aldeia dos Anjos[13][14].
Em sua vasta extensão territorial, metade da população se concentrava em três localidades: o Arraial (centro), o Morro Santana (onde morava, por exemplo, Jerônimo de Ornelas) e a Guarda de Viamão (futura Santo Antônio da Patrulha). Nas décadas seguintes, da freguesia de Viamão desdobraram-se outras freguesias importantes, como Triunfo (1756), Santo Antônio da Patrulha (1763) e Porto Alegre (1772), entre outras.[15]
Em março de 1763, Pedro de Cevallos, então governador de Buenos Aires, invade a Vila de Rio Grande, capital da província e seu único porto marítimo. Com isso, a freguesia de Viamão é tomada por um grande contingente de refugiados (talvez 2/3 das 500 famílias fugidas da vila). Viamão torna-se então a sede do governo da capitania, assim permanecendo até 1773.[10] O governador José Custódio de Sá e Faria fez, então, o projeto de uma nova igreja, já que a primeira capela, de 1747, estava pequena. Mais do que isso, a nova construção poderia servir, também de forte, atuando como proteção para a nova capital.[6]
Na década de 1763, Viamão vivia uma situação de convulsionamento social: os açorianos, abandonados das promessas de terras pela Coroa, se acomodavam na beira do Guaíba; os guaranis viviam enfrentamentos regulares com os estancieiros; a freguesia procurava acomodar o grande contingente de refugiados de Rio Grande. A tudo isso, soma-se uma epidemia de varíola, cujo pico aconteceu em 1769, causando uma grande mortalidade na região.[10]
Em 1772, o bispo do Rio de Janeiro aprova a criação da freguesia de Porto dos Casais (atual Porto Alegre) e, no ano seguinte, 1773, o governador José Marcelino de Figueiredo ordena a transferência da capital para a nova freguesia. A importância estratégica do Porto dos Casais estava em que facilitava tanto a proteção do domínio - então ameaçado - português na própria região, quanto à preparação de uma possível retomada de Rio Grande. Além disso, era por esse porto que saíam todas as mercadorias, dali para Rio Grande e de Rio Grande para o resto do Brasil. Esse período viu então a decadência política e econômica de Viamão, além de uma crescente ruralização do município.[10]
Em 1889, com o advento da república e a dissolução das câmaras municipais como sede do poder executivo local (municipal), é eleito seu primeiro prefeito, o tenente-coronel Tristão José de Fraga, que anteriormente já era o presidente da câmara municipal já mencionada. Seu segundo prefeito será o coronel Felisberto Luiz de Barcellos.
Em 1895, foram criados os distritos de Lombas, Estiva e Itapuan, anexados a Viamão. Nas décadas seguintes, a grande extensão territorial do município levou a diversas redivisões dos distritos. Em 1955, a divisão era em quatro distritos: Viamão (sede), Itapuã, Passo do Sabão e Passo do Feijó. Em 1962, quatro distritos foram adicionados: Águas Claras, Capão da Porteira, Espigão e Passo da Areia. Dois anos depois, em 1965, o Passo do Feijó se desmembra, tornando-se o município de Alvorada. Por fim, em 1991, é criado o distrito de Viamópolis, permanecendo assim a divisão em oito distritos que é válida até hoje.[16]
Viamão está a 25 quilômetros de Porto Alegre. A altitude no Centro é de 111 metros. O perímetro é de 227 quilômetros, sendo 110 quilômetros de margem para o lago Guaíba e para a lagoa do Casamento. Tem um clima subtropical, com verões quentes e invernos frios, com chuvas bem distribuídas ao longo dos meses do ano. As temperaturas podem chegar a 40 °C e 0 °C. O relevo tem morros em parte do município e planícies ao norte e ao sul.
É um município que conta com as águas do lago Guaíba e da laguna dos Patos, o que faz com que possua inclusive praias no distrito de Itapuã.
Conta também com a represa Lomba do Sabão, uma das nascentes do arroio Dilúvio (um dos limites naturais entre Viamão e a capital, Porto Alegre) e o arroio Fiuza.[17]
A população do município conta com pouco mais de 250 mil habitantes, com cerca de 52% de população feminina.[18] Esta população está concentrada em alguns núcleos de povoamento (especialmente no centro e nos distritos de Viamópolis e Santa Isabel). Sua densidade populacional de 171,3 habitantes por quilômetro quadrado, é anomalamente baixa para um município de região metropolitana, sendo mais de 17 vezes menor que a densidade da capital, Porto Alegre.
Em adição aos núcleos urbanos e rurais, o território de Viamão inclui três terras indígenas guarani:
Além dísso, o município abriga também dois territórios quilombolas:
Ver Lista de prefeitos de Viamão
A administração municipal se dá através dos poderes executivo e legislativo. O poder executivo é representado pelo prefeito, secretários municipais e outros órgãos da administração pública direta e indireta. O prefeito atual de Viamão, empossado em 1° de janeiro de 2021, é Valdir Bonatto, do PSDB, eleito nas eleições municipais de 2020 com 23.957 (25,81%) votos, apenas 320 votos à frente do segundo colocado, Carlos Lopes do PDT.[20] O legislativo é representado pela Câmara Municipal, composta por 21 vereadores.[21] Tanto a Prefeitura quanto a Câmara dos Vereadores localizam-se no centro do município, na Praça Julio de Castilho.
A gestão ambiental no município é feita pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, criada no final de 2013 pela Lei municipal 4.192, ficando a cargo de planejar, implementar, executar e controlar a política ambiental do município. Atualmente o município está fazendo audiências públicas para a construção dos planos municipais de saneamento básico e resíduos sólidos. Porém o desrespeito ao meio ambiente ainda é recorrente.[22]
Há no município vários locais de interesse ecológico como o Parque Estadual de Itapuã, APA do Banhado Grande, Refúgio da Vida Silvestre Banhado dos Pachecos, Parque Municipal Saint-Hilaire e as Reservas Particulares de Patrimônio Natural. [23]
Dentre esses locais, destaca-se o Parque Saint-Hilaire, com mananciais de água não poluída e exuberante vida selvagem, não obstante a proximidade de grande região urbanizada. O parque, com a pressão populacional da área nas últimas décadas,[24] vem sendo ameaçado na sua integridade. Seu nome homenageia o famoso viajante e pesquisador Auguste de Saint-Hilaire, que passou pelo Rio Grande do Sul no século XIX, descrevendo aspectos naturais e costumes regionais. É-lhe atribuída a seguinte frase, referindo-se ao clima: "Neste Estado não há viventes, só há sobreviventes.". O parque é administrado pela prefeitura de Porto Alegre, que possui 11% do território do parque.
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