Jaguariaíva
município brasileiro do estado do Paraná Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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Jaguariaíva é um município brasileiro localizado na região dos Campos Gerais do estado do Paraná, Brasil.[7][8] Segundo o censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o município possui 35 141 habitantes.[9]
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Município do Brasil | ||
Estação Cidadã Agente Durvalino de Azevedo | ||
Hino | ||
Gentílico | jaguariaivense | |
Localização | ||
Localização de Jaguariaíva no Paraná | ||
Localização de Jaguariaíva no Brasil | ||
Mapa de Jaguariaíva | ||
Coordenadas | 24° 15′ 03″ S, 49° 42′ 21″ O | |
País | Brasil | |
Unidade federativa | Paraná | |
Municípios limítrofes | Doutor Ulysses, Sengés, Piraí do Sul, Arapoti e São José da Boa Vista | |
Distância até a capital | 236 km | |
História | ||
Fundação | 15 de setembro de 1823 (201 anos) | |
Administração | ||
Prefeito(a) | Alcione Lemos[1] (DEM, 2021–2024) | |
Vereadores | 13 | |
Características geográficas | ||
Área total IBGE/2019[2] | 1 453,066 km² | |
População total (censo IBGE/2022[3]) | 35 141 hab. | |
Densidade | 24,2 hab./km² | |
Clima | Clima Temperado Úmido (Cfb) [4] | |
Altitude | 840 m | |
Fuso horário | Hora de Brasília (UTC−3) | |
Indicadores | ||
IDH (PNUD/2000[5]) | 0,757 — alto | |
PIB (IBGE/2018[6]) | R$ 1 480 427,23 mil | |
PIB per capita (IBGE/2018[6]) | R$ 42 684,52 | |
Sítio | www www |
De origem Tupi-Guarani "Tyaguariahibá": Rio da onça brava. Esta denominação é referência ao Rio Jaguariaíva, que corta o município e que consta em antigos mapas cartográficos.[10] Jaguar = onça, tigre, felinos; I = rio, água; ahiva = bravo, brava, ruim, arisca. São várias interpretações das palavras Tupi-Guarani quando é traduzida para a língua portuguesa, mas a pronúncia clássica que mais se encaixa na realidade de nosso léxico é jaguariahiva = rio da onça brava. O Rio que banha seu território foi batizado pelos povos da floresta que ali viviam e quando os bandeirantes paulistas (vicentinos) adentraram essas plagas remotas e estabeleceram contatos com os primitivos habitantes tiveram conhecimento do nome deste Rio e, tão logo, passou constar dos mapas da capitania de São Vicente. Mais tarde com com o surgimento de um povoado situado a margem esquerda, no lugar conhecido como Porto Velho, o Rio veio emprestar seu nome para o novo povoado.
Em sentido diverso, existe outras interpretação etimológica possível para o nome da cidade, também a partir da língua tupi: "rio ruim das onças", a partir da junção dos termos îagûara (onça), 'y (rio, água) e aíba (ruim).[11]
A história de Jaguariaíva tem seus primórdios calcados a partir do início do século XVII. Nesta época bandeirantes preavam índios e posteriormente tropeiros cruzaram o território pelo histórico Caminho de Sorocaba.
A extensa região dos Campos Gerais era largamente habitada por povos indígenas da nação Caingangue, chamados Coroados pelos paulistas.[12] Segundo Saint-Hilaire "...os paulistas dão aos bugres vizinhos de Jaguariaíva o nome de Coroados porque, dizem eles, esses selvagens têm o hábito de fazer no meio da cabeça uma tonsura a que, em português se chama coroa e que, além dos Coroados havia outras tribos na vizinhança de Jaguariaíva".[12]
O histórico Caminho de Sorocaba gerou inúmeras cidades, das quais muitas conservam a denominação dada pelos antigos vaqueiros e tropeiros.[12] O surgimento dessas povoações decorria da necessidade de pousos para abrigo das tropas.[12] No ponto em que atravessava o Rio Tyaguariahiba, nos Campos Gerais, estabeleceu-se uma estação de pouso, dando origem ao atual município.[12]
Jaguariaíva foi povoada por famílias vindas dos Campos de Curitiba e por paulistas.[12] A partir do século XVIII, a história registra o requerimento de inúmeras sesmarias à Capitania de São Paulo, tais como a de João Leite Penteado, sargento-mor, em 19 de junho de 1726, de Manoel Gonçalves de Águia, sargento-mor, 4 de julho de 1726, de Antonio Pereira Barbalho, em 6 de julho de 1728, de Matheus Correa Leme, em 16 de junho de 1728, de Francisco Xavier de Salles, em 4 de novembro de 1738 e o caso do capitão Bartolomeu Paes de Abreu, que em 1726 requereu o registro de uma Carta de Data na qual havia solicitado extensa área de terras no 1704, entre os rios Tyaguaricatu e Jaguariahiba, nos campos chamados Boa Vista e da qual em 1719 tomara possa oficial.[12]
Um dos nomes mais importantes para a história regional foi o do coronel Luciano Carneiro Lobo, filho do português Francisco Carneiro Lobo e de dona Quitéria Maria da Rocha.[12] Em 1778 casou-se com dona Francisca de Sá, com quem teve oito filhos.[12] O coronel Carneiro Lobo adquiriu em 1795 a fazenda Jaguariaíva do tenente Manoel Pacheco Catto, sua esposa Maria Custódia R. Leite e do alferes Francisco de Salles Britto.[12]
Em 10 de abril de 1806, o coronel Carneiro Lobo ficou viúvo e fixou residência na fazenda Jaguariaíva.[12] No ano de 1810, com cinquenta anos de idade, o coronel se casa em segundas núpcias com Isabel Branco e Silva, de apenas dezesseis anos e filha de um grande amigo, o ex-Ouvidor e Corregedor de Paranaguá, dr. Manoel Lopes Branco e Silva.[12][13] Com Isabel o coronel Carneiro Lobo conheceu a glória política, chegando a ocupar lugar de honra na Corte, recebendo convites para festas e sendo condecorado com a patente de Coronel de Milícias, um alto posto.[13]
Investido de notável prestígio, o casal tinha o pensamento voltado para o fortalecimento político, econômico e social de Jaguariaíva.[13] Neste contexto, foi construída uma ponte sobre o Rio Itararé, obra autorizada por Lucas de Andrade Monteiro Barros, presidente da Província de São Paulo.[13] Em 15 de setembro de 1823 um Alvará Imperial eleva a fazenda Jaguariaíva à categoria de Freguesia e, no ano de 1828, liderados por dona Isabel e o coronel Lobo, a comunidade solicitou licença para a construção de uma capela, sob a invocação do Senhor Bom Jesus da Pedra Fria,[14] prontamente concedida por dom Manoel Joaquim Gonçalves de Andrade, Bispo de São Paulo.[13] Em 12 de maio de 1842, morre o coronel Luciano Carneiro Lobo, sem ver a capela construída.[13] dona Isabel, mulher desprendida de vaidades e muito religiosa, dedicou-se à sua cidade, e construiu a capela no ano de 1863.[13] Em 1866, doou por esmola ao Senhor Bom Jesus da Pedra Fria uma grande área de terras que hoje significa jaguariaiva.[13] Por ocasião da Guerra do Paraguai forneceu gado para o abastecimento das forças regionais e até da Guarda Nacional, tudo de forma gratuita. Dona Isabel, figura notável, morreu em 17 de agosto de 1870 e é sepultada no subsolo do santuário.[13]
Francisco Xavier da Silva, português de nascimento, é outro grande nome da historiografia regional, foi proprietário da fazenda Caxambu e grande povoador da região.[13] Faleceu em 1829 deixando considerável fortuna para seus descendentes ilustres como seu neto, o advogado Francisco Xavier da Silva, que governou o Paraná de 1892 a 1896. De 1900 a 1904 e de 1908 a 1912.[13] Famílias ilustres deram continuidade ao progresso e contribuíram para a história do lugar, dentre as quais destacam-se as de Ferreira de Almeida, Mello, Fonseca, Ribas, Cunha, Sampaio, Pessa, Biscaia e Marques.[13]
A Lei Provincial 423, de 24 de abril de 1875, eleva Jaguariaíva à categoria de município e a nível de cidade em 5 de maio de 1908, através da Lei 811.[13]
O município localizado na região dos Campos Gerais, no segundo planalto paranaense, ocupa uma área 1 453 km²,[15] representando 0,7645% da área do estado, 0,2704% da região Sul e 0,0179% de todo o território brasileiro.
Em 2010, a população de Jaguariaíva foi contada no censo demográfico do IBGE em 32 606 habitantes,[16] sendo 28 041 habitantes na área urbana e 4 565 habitantes na área rural.[15] Segundo o censo daquele ano, 16 092 habitantes eram homens e 16 514 mulheres.[8] Apresentou 86% de taxa de urbanização e a densidade demográfica municipal, em 2010, atingiu um valor médio de 24,08 habitantes por quilômetro quadrado.[8][15] Sua população, conforme estimativas do IBGE, em 2019, era de 34 857 habitantes, estando entre os 50 municípios mais populosos do Paraná, dos 399.[8][15]
Em 2010, segundo dados do censo do IBGE daquele ano, a população residente no município era composta por 22 683 brancos (69,57%); 8 682 pardos (26,63%); 1 000 pretos (3,07%); 203 amarelos (0,62%); 37 indígenas (0,11%) declarados.[15] Ainda em 2010, 32 529 habitantes eram brasileiros natos (99,76%) e 54 naturalizados brasileiros (0,17%), e 23 eram estrangeiros (0,07%).[15]
De acordo com o Censo 2010 do IBGE existe diversas comunidades religiosas no município, predominantemente cristãs.[15] Entre a população residente em 2010 o censo mostrou 18 162 pessoas que declararam-se católicas apostólica romana, 11 pessoas que declararam-se católicas ortodoxa, 11 862 pessoas que declararam-se evangélicas e 93 pessoas que declararam-se espíritas.,[15] Ainda mostrou 167 Testemunhas de Jeová, 169 pessoas com religião não determinada e múltiplo pertencimento, 46 pessoas que declararam ter religião oriental e 94 de outras religiosidades.[15] Além de 1 981 pessoas que declararam não ter religião, 23 que não sabiam e nenhuma pessoa declarou ter religião de tradições indígenas.[15] Dentre as instituições religiosas destacam-se a Igreja Católica Apostólica Romana, Assembleia de Deus, Congregação Cristã no Brasil, Igreja Evangélica Pentecostal O Brasil Para Cristo, Igreja Presbiteriana do Brasil, Igreja do Evangelho Quadrangular, Igreja Adventista do Sétimo Dia, Igreja Pentecostal Deus é Amor, Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja Batista, Igreja Luterana, entre outras instituições menores.[15] Em relação a Igreja Católica Apostólica Romana no município de Jaguariaíva, ela está organizada em três paróquias: Paróquia Santuário Diocesano Senhor Bom Jesus da Pedra Fria;[17] Paróquia São Francisco de Assis e Sta.Terezinha;[18] e Paróquia Nossa Senhora das Graças.[19]
A cidade tornou-se referência da industrialização rural durante a segunda metade do século XX, devida a proliferação de madeireiras, fábricas de celulose e papel que se estabeleceram no município. Jaguariaíva, na atualidade, fornece para o mercado brasileiro e internacional produtos como resina, madeira para construção, compensado, celulose, papel para revestimento e papel imprensa.[20] Uma das maiores produtoras de papel imprensa está instalado no município desde 1982, a Pisa Indústria de Papéis.
Jaguariaíva conta com um aproveitamento energético, principalmente o hidrelétrico. A primeira usina instalada no município foi a Usina Velha, construída na década de 1940 para abastecer a Indústria Matarazzo. Situada no rio Capivari, no Parque Linear, a usina foi reativada em 2017, como uma central de geração hidrelétrica (CGH), com 1000 KW.[21][22]
Já no ano de 2000 foi instalado o empreendimento da Pesqueiro Energia S/A., que construiu sob o rio Jaguariaíva uma barragem de 12 metros de altura e uma pequena central hidrelétrica (PCH) com potência instalada em 12,44M Mw. A Pesqueiro também atua no mercado de carbono e é mantida pelas Eletrogeração (30% da sociedade) situada em Castro, Ceral em Arapoti (30% da sociedade) e Ceripa Energia (40% da sociedade) em Itaí.[23][24]
De origem tropeira, o prato típico do município de Jaguariaíva é a quirera com carne de porco.[7][27]
Um ponto muito favorável a Jaguariaíva é a sua localização geográfica, pois abriga um entroncamento rodoferroviário, ligando a região a grandes centros consumidores, bem como de portos para exportação de produtos com distância relativamente pequena, como por ex: Curitiba: 230 km, Londrina: 275 km, Porto de Paranaguá: 350 km, Assunção: 980 km, Ponta Grossa: 120 km, Buenos Aires: 1 783 km, Foz do Iguaçu: 740 km e Montevidéu: 1 604 km.
A cidade de Jaguariaíva possuiu alguns clubes no Campeonato Paranaense de Futebol, dentre eles o Jaguariaíva Futebol Clube e o Esporte Clube Recreativo Ferroviário.
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