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material durável e flexível obtido pelo curtimento do couro cru e pele animal Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O couro ou coiro é a pele de animais curtida, utilizado como material nobre para a confecção de diversos artefatos para o uso humano, tais como: sapatos, cintos, carteiras e bolas de determinados esportes como basquete, entre outros.
O couro é um material durável e flexível criado pelo curtimento de couro cru e peles de animais. A matéria-prima mais comum é o couro bovino. Ele pode ser produzido em escalas de manufatura que variam da escala artesanal à escala industrial moderna. A fabricação de couro tem sido praticada por mais de 7 000 anos;[1] o registro mais antigo de artefatos de couro data de 2.200 a.C.
O couro é usado para fazer uma variedade de artigos, incluindo calçados, assentos de automóveis, roupas, bolsas, encadernações de livros, acessórios de moda e móveis. É produzido em uma grande variedade de tipos e estilos e decorado por uma ampla gama de técnicas.
O uso do couro foi criticado nos séculos XX e XXI por grupos de direitos dos animais. Esses grupos afirmam que comprar ou usar couro não é ético porque a produção de couro exige que os animais sejam mortos.[2] No entanto, de acordo com o relatório da LCA para a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial, 99% das peles e couros crus usados na produção de couro derivam de animais criados para produção de carne e/ou laticínios.[3]
Nos últimos anos, em virtude de ser um material de custo alto, pela tendência da moda e outras exigências da vida moderna, ampliou-se consideravelmente o mercado de materiais diversos, sintéticos e naturais, em substituição ao couro. Também alcançou grande projeção no mercado o couro reconstituído ("recouro"), um misto de aparas de couro, resinas e outros produtos.
É importante salientar que no Brasil é proibido por lei o uso da palavra "couro", como por exemplo "couro sintético" ou "couro vegetal", para qualquer material que não seja de origem animal, de acordo com a lei 11/211 de 2005.
De qualquer forma, o couro não perdeu sua posição de material nobre, sendo requisitado para a confecção de estofados (moveleiro e automotivo), calçados, vestuário e acessórios (bolsas, cintos, carteiras, maletas, pastas) no mundo inteiro.
O couro bovino é o mais utilizado, devido a ser o mais abundante do mercado e ao preço mais baixo. O segundo mais utilizado é o couro caprino, devido também à facilidade de obtenção, que torna os preços competitivos, e principalmente pela sua qualidade, que é maior do que a do couro de boi. Entretanto, também tem crescido a procura pelos couros suíno, ovino e de outras espécies de animais como o jacaré, cobra e leitões, mais recentemente, de rã e peixe.
O couro bovino compõe-se duas partes importantes:
Para se diferenciar em relação a seleção comercial dos couros, toma-se por parâmetro a incidência de defeitos ocorridos durante a vida animal, tais como a quantidades de marcas provocadas por carrapatos, bernes e outros parasitas que deixam suas marcas ainda em vida e que se estendem após o abate, além de marcas deixadas por arames pontiagudos, muito utilizados para cercar o rebanho e também galhos, muito comum em regiões de clima seco
O couro é considerado de boa qualidade quando apresenta-se adequadamente processado, e pelas características acima descritas, ou seja, quanto menor a incidência de defeitos melhor seu valor comercial.
O couro possui diferentes regiões, cada uma delas sendo adequada à confecção das diversas peças que vão compor os produtos de couro.
Tradicionalmente os couros se dividem em:
São furos encontrados no couro, causados pela larva da mosca conhecida como berne. Em peles envernizadas ou prensadas, deve ser feita uma verificação pelo carnal, pois o defeito normalmente não é visível por ser coberto pelo verniz ou pelo deslocamento do material próximo ao furo.
São marcas (cicatrizes) feitas pelo carrapato, e aparecem nos couros que não têm a flor lixada.
São cortes que aparecem no couro, às vezes não o transpassando, causados por faca, quanto da retirada do couro do animal abatido.
São defeitos causados pelas marcas de identificação do animal, que causam grande prejuízo nos couros.
São defeitos causados normalmente por chicote, arame farpado ou mirão, e que aparecem na flor do couro.
São as artérias do animal, que por problemas de estrutura se alargam e ficam perto da flor, aparecendo após o curtimento.
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