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visão geral das características geográficas do estado brasileiro da Bahia Da Wikipédia, a enciclopédia livre
A Geografia da Bahia é um campo de estudo da geografia com foco no estado brasileiro da Bahia, e é também um ramo da geografia da Região Nordeste do Brasil, que por sua vez é da geografia do Brasil. A Bahia está, no que se pode dizer, no ponto sub-colateral leste-nordeste em relação à cidade de Brasília e, ainda, no litoral do país sul-americano chamado Brasil.
O estado da Bahia em destaque no mapa do Brasil | |
Ficha técnica | |
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Área | 564 733 km² |
Relevo | Planície, planalto, chapadão e depressão |
Ponto mais elevado | Pico do Barbado (2 033 m, entre os municípios de Rio do Pires e Abaíra) |
Rios principais | São Francisco, Jequitinhonha, Paraguaçu, de Contas, Capivari e Itapicuru |
Vegetação | Caatinga, campos cerrados e floresta tropical |
Clima | Tropical (de savana e superúmido), semiárido e árido. |
Municípios mais populosos[1] |
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Fuso horário | UTC−3 |
Gentílico | baiano |
Dentre os aspectos geográficos dessa disciplina, é possível destacar que a Bahia é o quinto estado do país em extensão territorial e equivale a 36,3% da área total do Nordeste brasileiro e 6,64% do território nacional. Na sua área de área de 564 733,177 quilômetros quadrados, cerca de 70% encontram-se na região do semiárido, sendo o maior litoral do Brasil, medindo 1 183 quilômetros, abrigando uma grande variedade de ecossistemas e favorecendo a atividade turística por sua rara beleza.
Com 561 026 quilômetros quadrados situados na fachada atlântica do Brasil, o relevo é caracterizado pela presença de planícies, planaltos, e depressões. Marcado pelas altitudes não muito altas, o ponto mais alto da Bahia é representado pelo Pico do Barbado, situado na Serra do Guarda Mor, próximo a Catolés (distrito de Abaíra), com cerca de 2 033 metros.
Os planaltos ocupam quase todo o estado, apresentando uma série de patamares, por onde cruzam rios vindos da serra do Espinhaço, que nasce no centro de Minas Gerais indo até o norte do estado, e da própria Chapada Diamantina, de formato tabular, marcando seus limites a norte e a leste. O planalto semiárido, localizado no sertão brasileiro, caracterizado por baixas altitudes.
As planícies estão situadas na região litorânea, onde a altitude não ultrapassa os 200 metros. Ali, surgem praias, dunas, restingas e até pântanos. Quanto mais se anda rumo ao interior, mais surgem terrenos com solos relativamente férteis, onde aparecem colinas que se estendem até o oceano.
Um único recorte no litoral baiano, determina o surgimento do Recôncavo baiano, cuja superfície apresenta solo variado, sendo muito pouco fértil em algumas áreas, enquanto em outras a fertilidade é favorecida pela presença do solo massapê, formado por terras de origem argilosa.
No interior, a Bahia é caracterizada por uma região acidentada próxima ao litoral, que vai se tornando mais plana à medida que se aproxima dos cerrados da região central do Brasil. Na área acidentada, destaca-se a existência de grandes chapadas e chapadões, a mais conhecida das quais a Chapada Diamantina. Essa chapada foi modelada pela contínua erosão dos picos da Serra do Espinhaço, uma cadeia de montanhas que se estende, com diferentes nomes, de Minas Gerais (Serra da Mantiqueira) até Pernambuco (Serra da Borborema).
Os chapadões, as chapadas e tabuleiros presentes no relevo mostram que a erosão trabalhou em busca de formas tabulares. Um conjunto de chapadões situados a oeste recebe, na altura do estado, o nome de Espigão Mestre.
As planícies aluviais se formam a partir dos rios Paraguaçu, Jequitinhonha, Itapicuru, de Contas, e Mucuri, que descem da região de planalto, enquanto o rio São Francisco atua na formação do vale do São Francisco, onde o solo apresenta formação calcária.
O território do Estado da Bahia se caracteriza por planaltos, tendo em vista que 90% do relevo situa-se acima dos 200 metros. Diversas áreas do estado apresentam altitudes acima dos 900 metros, as quais se concentram na região central e centro-leste do estado. A Chapada Diamantina e os planaltos de Conquista e Jaguaquara são os principais representantes das "áreas altas" do estado. Na Chapada Diamantina, em especial, ocorrem áreas montanhosas (setor Oeste e Sudoeste) e chapadões (setores Leste e Sul) onde as altitudes ultrapassam os 1 400 metros, sendo que nas primeiras situam-se as maiores elevações do Estado e da Região Nordeste, que são o Pico do Barbado, com 2080 metros, e o Pico das Almas, com 1 850 metros.
Já o Vale do São Francisco apresenta altitudes médias de 400 metros, em função do avançado estágio de erosão fluvial. Esta área rebaixada é ladeada, a Oeste, pelas Chapadas da Serra Geral de Goiás e pelos planaltos relacionados, com altitudes entre 700 e 900 metros em média. A região relativamente baixa, ainda relacionada ao vale do São Francisco, se prolonga pelo norte do estado, junto a divisa com o estado de Pernambuco.
Os pontos culminantes, ou seja, as maiores altitudes registradas no estado são:
Devido à sua latitude, o clima tropical predomina em toda a Bahia, apresentando temperaturas elevadas, em que as médias de temperatura anuais, em geral ultrapassam os 27 graus Celsius, entretanto na serra do Espinhaço as temperaturas são mais amenas e agradáveis, podendo chegar aos 5 graus Celsius no inverno. Contudo, no sertão, o clima é o semiárido e árido. O clima árido só é encontrado no Raso da Catarina, região mais quente do Brasil, em que os índices pluviométricos são bastantes baixos, sendo comum os longos períodos de seca, onde se chega aos 43 graus Celsius, situado no nordeste da Bahia. O recorde de temperatura do Brasil foi de 50,4 graus Celsius no Raso da Catarina.
Há distinções apenas quanto aos índices de precipitação em cada uma das diferentes regiões. Enquanto que no litoral e na região de Ilhéus, a umidade é maior, e os índices de chuvas podem ultrapassar os 1 500 milímetros anuais, no sertão pode não chegar aos 300 milímetros anuais.
A estação das chuvas é irregular, consequentemente podendo falhar totalmente em certos anos, desencadeando a seca, que é mais marcante no interior, com exceção para região do vale do rio São Francisco.
Possui três tipos variados de vegetação, sendo a caatinga predominante sobre a floresta tropical úmida e o cerrado.
A caatinga se localiza em toda a região norte, na área da depressão do São Francisco, e na serra do Espinhaço, deixando para o cerrado apenas a parte ocidental, e para a floresta tropical úmida, o sudeste.
No interior as estações de seca são mais marcantes, com exceção para região do vale do rio São Francisco.
Na serra do Espinhaço as temperaturas são mais amenas e agradáveis.
Os índices pluviométricos no sertão são bastantes baixos, podendo não chegar aos 300 milímetros anuais. Ali ocorrem comumente longos períodos de seca.
O principal rio é o São Francisco, que corta o estado na direção sul–norte. É navegável desde a divisa com Minas Gerais até as proximidades de Pernambuco, sendo um importante fonte de renda por ele banhados graças a várias opções para a pesca.[2] Com importância sinônima, os rios Paraguaçu e o de Contas que somam-se os rios Jequitinhonha, Itapicuru, Capivari, entre outros.
É o estado brasileiro com o maior litoral. Nessa extensão litorânea pode-se encontrar praias tropicais, falésias multicoloridas, manguezais, ilhas e diversos pontos de encontro entre rios e o mar. É um dos melhores locais do mundo para observação de baleias (especialmente na região conhecida como Costa das Baleias)[3] e ainda mergulhos em águas onde a visibilidade submarina é superior a 20 metros.[2] Além das atratividades naturais, o litoral baiano também é perfeito para a prática de esportes náuticos: regata, canoagem, remo e vela são alguns dos exemplos. O surfe também é muito procurado e oferece condições propícias para a prática.[4]
A Baía de Todos-os-Santos é a maior baía tropical do Atlântico, formando o principal destino para o turismo náutico no estado. São mais de mil quilômetros de espelho d'água, banhando 18 municípios e 56 ilhas.[5][6][7]
A partir dessa baía, estabelece-se três grandes setores litorâneos: Litoral Norte, Salvador/Baía de Todos os Santos e Litoral Sul. Estes subdividem-se, ao todo, em seis subsetores. Em sentido norte–sul, o primeiro é Litoral Norte I, cujos 150 quilômetros de extensão espalhados por 10 municípios (Jandaíra, Esplanada, Conde, Entre Rios, Cardeal da Silva, Itanagra, Mata de São João, Araçás (Bahia), Catu e Pojuca) iniciam em Mangue Seco, na divisa com Sergipe, e termina na foz do Rio Pojuca, que é a divisa entre Entre Rios e Mata de São João. Em continuidade, estão os 50 quilômetros do Litoral Norte II, no qual estão localizados os municípios de Dias d'Ávila, Camaçari e Lauro de Freitas. Após Lauro de Freitas, está o subsetor cidade de Salvador e Baía de Todos os Santos, que se estende por 230 quilômetros e 18 municípios (Salvador, Simões Filho, Candeias, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passé, Santo Amaro, Madre de Deus, Cachoeira, São Félix, Saubara, Salinas da Margarida, Itaparica, Vera Cruz, Maragogipe, Aratuípe, Nazaré, Jaguaripe e São Felipe). O Litoral Baixo Sul inicia-se no município de Valença (foz do rio Jiquiriçá) até Maraú (foz do Rio de Contas), estendendo-se por 246 quilômetros e oito municípios (Valença, Cairu, Taperoá, Nilo Peçanha, Ituberá, Igrapiúna, Maraú e Camamu). Após, está a Zona Cacaueira que cobre dez municípios (Itacaré, Uruçuca, Ilhéus, Una, Santa Luzia, Canavieiras, Belmonte, Camacan, Itabuna e Buerarema) por 180 quilômetros até a foz do rio Jequitinhonha. Por último, estão os 325 quilômetros do Extremo Sul até a divisa com o Estado do Espírito Santo, cobrindo sete municípios (Santa Cruz Cabrália, Porto Seguro, Prado, Alcobaça, Caravelas, Nova Viçosa e Mucuri).[8]
Ilhéus é o município com a maior costa do estado.[9] Porto Seguro (85 quilômetros),[10] Prado (84 quilômetros),[11] Salvador (50 quilômetros),[12][13] Conde (44 quilômetros)[14] Camaçari (42 quilômetros)[15] e Vera Cruz (40 quilômetros)[16] estão entre municípios de maior extensão costeira.
Foram criadas 36 áreas de proteção ambiental (APA), totalizando 128 Unidades de Conservação cadastradas no estado, instituídas por decretos e portarias federais, estaduais e municipais. A incidência das APA se deve a sua adequação e orientação às atividades humanas sendo mais flexíveis. Considerando os diferentes biomas, cerrado, caatinga e floresta (Mata Atlântica), constata-se que com maior percentual de Unidades de Conservação encontra-se em áreas de florestas devido à sua fragmentação e estado de degradação. As Reservas Particulares surgem como opção de preservação totalizando 46 unidades.[17]
Na Região Metropolitana de Salvador, estão situadas algumas áreas verdes e parques que guardam grandes espaços de vegetação. São eles: o Parque Metropolitano de Pituaçu, o Parque Metropolitano Lagoas e Dunas do Abaeté, o Parque Zoobotânico Getúlio Vargas (ou Jardim Zoológico de Salvador), o Jardim Botânico de Salvador, o Parque da Cidade Joventino Silva (ou Parque da Cidade).
No Baixo Sul, região formada pelos municípios de Nilo Peçanha, Camamu, Cairu, Igrapiúna, Ibirapitanga, Ituberá, Piraí do Norte, Taperoá, Valença, Maraú e Presidente Tancredo Neves, é considerado como um mosaico de Áreas de Proteção Ambiental (APAs),[18] sendo constituído por cinco delas: Pratigi, Guaibim, Caminhos Ecológicos da Boa Esperança, Tinharé/Boipeba e Baía de Camamu. As riquezas naturais — matas, praias, rios, cachoeiras, manguezais, restingas, coqueiros — constituem a maior parte de sua paisagem.
Como em todo o Brasil, na Bahia também existem áreas de preservação e conservação, que são geridas pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, protegidas por lei e têm sua função determinada pelas categorias de Proteção Integral e Uso Sustentável, definidas pela Lei 9985 de 2000, Sistemas de Unidades de Conservação (SNUC), e uma delas é a educação ambiental. Abaixo estão listados as áreas de conservação e preservação localizadas na Bahia.[17]
Além das UC existentes, há projetos de criação outras áreas para proteger os vestígios de mata Atlântica que ainda sobrevivem no sul e extremo sul da Bahia, como Monumento Natural de Pancada Grande na divisa entre os municípios de Ituberá e Igrapiúna com uma área de 613 hectares,[19] Refúgio de Vida Silvestre e Parque Nacional de Boa Nova abrangendo os municípios de Boa Nova, Manoel Vitorino e Dário Meira,[20] Área de Proteção Ambiental e Parques Nacional e Estadual do Alto Cariri no limite de Minas Gerais e Bahia.[21] e Parque Nacional das Serras das Lontras, Javi e Quati nos municípios de Una e Arataca em 16 520 hectares[22]
Através de decretos e portarias federais foram instituídos sete parques nacionais no estado da Bahia.[17] São eles:
Através de decretos e portarias estaduais foram instituídos três parques estaduais da Bahia.[17] São eles:
Os monumentos naturais são unidades de conservação de proteção integral, pretende preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica e a Bahia possui dois,[17] que são:
As estações ecológicas são unidades de conservação que dão preferência ao desenvolvimento de pesquisas científicas.[17] No Estado da Bahia há três.
As áreas de relevante interesse ecológico (ARIE) geralmente possuem uma pequena área, mas com espécies únicas e/ou muito raras. No Estado da Bahia estão localizados três dessas.[17]
As reservas particulares do patrimônio natural (RPPN) são áreas privadas, gravadas com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica. De acordo com dados do IBAMA de janeiro de 2008, as RPPN federais que existem na Bahia estão listadas abaixo.[24]
As áreas de proteção ambiental (APA) geralmente possuem uma grande área com ocupação humana, e que visa o desenvolvimento sustentável e conciliar o ser humano com o meio ambiente. Na Bahia há 32 APA.[17]
Como a Bahia não está dentro da Amazônia, as reservas extrativistas (RESEX) foram inicialmente somente do tipo marinha. No estado estão localizadas duas RESEX marinhas já criadas, listadas abaixo, e outras duas em fase de estudo para criação (Litoral Norte da Bahia e Itacaré).[25] Além dessas duas, há outras duas terrestres.
Na Bahia, além das anteriores, há outras unidades de conservação,[17] como:
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