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Campeonato Brasileiro de Futebol de 1993

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O Campeonato Brasileiro de Futebol de 1993 foi a 38.ª edição do Campeonato Brasileiro e foi o sétimo vencido pelo Palmeiras, que não era campeão brasileiro havia exatos 20 anos. As finais foram realizadas contra o Vitória, em dois jogos que contaram com a vitória da equipe paulistana, por 1 a 0, em Salvador, no Estádio da Fonte Nova, e por 2 a 0, no Estádio do Morumbi, na capital paulista.[1]

Factos rápidos Dados ...
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Em decorrência da decisão da CBF tomada antes do início da edição de 1992, a quantidade de participantes da edição de 1993 passou a ser de 32 clubes, acrescentando os 12 primeiros colocados da Série B do ano anterior (Paraná, Vitória, Criciúma, Santa Cruz, Remo, América-MG, Fortaleza, União São João, Grêmio, Ceará, Desportiva e Coritiba) aos 20 participantes da Série A anterior.[2][3][4] A medida foi vista com o intuito de salvaguardar o retorno gremista à primeira divisão.[5]

Até a edição de 2003, que consolidou no Brasil o formato dos pontos corridos,[6] a alteração no regulamento do Campeonato Brasileiro era prática recorrente, tendo como exemplos máximos a edição de 1979, com 94 integrantes e cujo campeão disputou apenas 23 partidas; a edição de 1987, cuja controvérsia sobre o verdadeiro vencedor teve de ser dirimida pelo Supremo Tribunal Federal;[7] e a edição de 2000, cuja organização foi realizada pelo Clube dos 13 de forma a elidir o cumprimento de uma decisão judicial.[8]

Em 1993, a deliberação tomada pela CBF também implicou na inexistência de Série B própria para aquele ano. Os clubes que dela participariam foram, com exceção do Grêmio, colocados nos Grupos C e D da primeira divisão de 1993.[9] O formato da disputa não equilibrou os quatro grupos; para as oito vagas na fase seguinte, seis delas foram destinadas aos times dos Grupos A e B, premiando os três primeiros colocados de cada. Os times dessas chaves - tendo o Grêmio sido inserido no grupo B - também estavam livres de rebaixamento,[10] independentemente da pontuação que acumulassem,[9] o que propiciou que os piores aproveitamentos históricos de Bahia, Fluminense (ambos com 28,5% de aproveitamento), Botafogo (21,4% de aproveitamento) e Atlético Mineiro (14,2% de aproveitamento)[11] não resultassem no descenso,[10] mesmo que, notadamente, estes dois também terminassem respectivamente em penúltimo e em último lugar na tabela geral.[5][11][12]

Nos grupos C e D, por sua vez, as quatro piores equipes de cada seriam rebaixadas à Série B de 1994,[10] gerando situações de clubes rebaixados a despeito de acumularem pontuações superiores às oito piores da tabela geral.[9][13] Ademais, nem mesmo a liderança em algum desses grupos conferia vaga automática na fase seguinte; as duas vagas restantes das oito na segunda fase de grupos seriam destinadas, aos times das chaves C e D, a quem prevalecesse em duelos eliminatórios do líder de uma contra o vice-líder da outra.[14] Nessa fase intermediária, a líder do Grupo C, a Portuguesa, acabou eliminada pelo segundo colocado do C, o Remo - que, ao garantir-se entre os oito clubes da segunda fase, pôde assegurar a melhor campanha de uma equipe da Região Norte do Brasil na Série A,[10] um oitavo lugar geral.[13]

Líder do Grupo C e classificado na fase intermediária, o Vitória conseguiu adiante também liderar o seu grupo na segunda fase e assim classificar-se à final,[13] em detrimento do Corinthians, que, líder do Grupo A,[13] acabou de fora da decisão embora tenha sofrido uma única derrota em todo o campeonato,[5][15][16] precisamente para o Vitória,[17] em Salvador.[5] O Palmeiras, por sua vez, liderou o Grupo B, manteve a liderança do seu grupo também na segunda fase e, ao vencer ambas as finais com o Vitória, encerrou o ano com um terceiro troféu: já havia vencido o Paulistão de 1993, a encerrar jejum de dezessete anos sem títulos oficiais, bem como o Torneio Rio-São Paulo daquele ano.[9]

Apesar da campanha finalista do Vitória, o desequilíbrio do formato chegou a gerar revolta nas demais equipes das chaves C e D, bem como questionamentos judiciais (ao final de novembro) quanto ao caráter desproporcional do rebaixamento - tanto perante o STJD como perante a 8ª Vara Cível do Rio de Janeiro, sem que a insurgência prosperasse.[18] Uma das equipes rebaixadas, a Desportiva efetuou a última participação de um time do Estado do Espírito Santo na primeira divisão brasileira.[19] O torneio também foi o último a ter juntos três representantes de Pernambuco; desde então, no máximo dois clubes pernambucanos puderam participar simultaneamente, em duplas do Sport ora com o Náutico e ora com o Santa Cruz.[20] Com isso, o clássico Náutico-Santa Cruz não mais se realizou na divisão principal.[21]

O Brasileirão de 1993 também foi o último a ter o clássico Re-Pa disputado na Série A; embora tanto Remo como Paysandu participassem da edição de 1994, a última com ambos juntos na elite, nela ficaram em grupos diferentes e não se enfrentaram;[10][22] também foi por 26 anos o último a ter o Clássico-Rei, com o Ceará e o Fortaleza só vindo a reaparecer juntos a partir de 2019 na primeira divisão;[23] e foi o primeiro a ter União São João e Paraná, assim como ter conjuntamente o trio paranaense deste clube com Athletico e Coritiba.[19]

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Participantes

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Fórmula de disputa

Primeira Fase, grupos A e B: 16 clubes, divididos em dois grupos de oito; jogam todos contra todos dentro de cada grupo, em dois turnos; classificam-se para a próxima fase os três primeiros de cada grupo.

Primeira fase, grupos C e D: 16 clubes, também divididos em dois grupos de oito; igualmente com jogos dentro de cada grupo, em dois turnos; mas classificam-se apenas dois de cada grupo para a fase intermediária; e os últimos quatro de cada grupo são rebaixados.

Fase intermediária: Os quatro classificados dos grupos C e D disputam duas vagas para a segunda fase, em sistema eliminatório, com jogos de ida e volta. A pontuação obtida nesses jogos não é considerada para a tabela geral.[13]

Segunda fase: Oito clubes (seis dos grupos A e B, mais dois dos grupos C e D) divididos em dois grupos de quatro; jogam dentro dos grupos, em dois turnos; classifica-se para a final o vencedor de cada grupo.

Final: Os dois finalistas decidem o título em dois jogos, em sistema de ida e volta, com a vantagem do empate para o clube com melhor campanha.

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Primeira fase

Grupo A

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Grupo B

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Grupo C

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Grupo D

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Playoffs

Fase Intermediária

Jogos de Ida
Domingo, 7 de novembro Paraná Paraná 1 – 1 Bahia Vitória Pinheirão, Curitiba

Nei Santos Gol marcado aos 61 minutos de jogo 61' Gol marcado aos 17 minutos de jogo 17' Alex Alves Público: 15 177
Árbitro: Santa CatarinaSC Dalmo Bozzano

Domingo, 7 de novembro Remo Pará 5 – 2 São Paulo Portuguesa Mangueirão, Belém

Mauricinho Gol marcado aos 5 minutos de jogo 5'
Ageu Sabiá Gol marcado aos 10 minutos de jogo 10', Gol marcado aos 40 minutos de jogo 40'
Guilherme Gol marcado aos 72 minutos de jogo 72'
Tarcísio Gol marcado aos 80 minutos de jogo 80'
Gol marcado aos 45 minutos de jogo 45' Paulinho Kobayashi
Gol marcado aos 57 minutos de jogo 57' Dener
Público: 30 611
Árbitro: Rio de JaneiroRJ José Roberto Wright
Jogos de Volta
Domingo, 14 de novembro Vitória Bahia 0 – 0 Paraná Paraná Fonte Nova, Salvador

Público: 60 550
Árbitro: São PauloSP Edmundo Lima Filho

Domingo, 14 de novembro Portuguesa São Paulo 2 – 0 Pará Remo Canindé, São Paulo

Bentinho Gol marcado aos 29 minutos de jogo 29' (pen.), Gol marcado aos 45 minutos de jogo 45' Público: 10 173
Árbitro: Rio de JaneiroRJ Válter Senra
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Segunda Fase

Grupo E

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Grupo F

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Final

Jogo de Ida
Domingo, 12 de dezembro Vitória Bahia 0 – 1 São Paulo Palmeiras Fonte Nova, Salvador

Gol marcado aos 78 minutos de jogo 78' Edílson Público: 77 772
Árbitro: Rio Grande do SulRS Renato Marsiglia
GBrasil Dida
LDBrasil Rodrigo
ZBrasil João Marcelo Substituído
ZBrasil China Penalizado com cartão amarelo
LEBrasil Renato Martins
VBrasil Gil Sergipano
VBrasil Roberto Cavalo
MBrasil Paulo Isidoro Substituído
MBrasil Pichetti Penalizado com cartão amarelo
ABrasil Claudinho
ABrasil Alex Alves Penalizado com cartão amarelo
Substituições:
GBrasil Ronaldo
ZBrasil Evandro Entrou em campo
VBrasil Vampeta
MBrasil Fabinho Santos
ABrasil Gerônimo Entrou em campo
Treinador:
Brasil Fito Neves
GBrasil Sérgio
LDBrasil Cláudio Substituído
ZBrasil Antônio Carlos
ZBrasil Cléber
LEBrasil Roberto Carlos
VBrasil César Sampaio Penalizado com cartão amarelo
VBrasil Mazinho Penalizado com cartão amarelo
MBrasil Edílson Substituído
MBrasil Zinho
ABrasil Edmundo
ABrasil Evair
Substituições:
GBrasil Marcos
ZBrasil Ricardo
VBrasil Amaral Entrou em campo Penalizado com cartão amarelo
MBrasil Jean Carlo Entrou em campo Penalizado com cartão amarelo
ABrasil Sorato
Treinador:
Brasil Vanderlei Luxemburgo

Jogo de Volta
Domingo, 19 de dezembro Palmeiras São Paulo 2 – 0 Bahia Vitória Morumbi, São Paulo

Evair Gol marcado aos 4 minutos de jogo 4'
Edmundo Gol marcado aos 23 minutos de jogo 23'
Público: 88 644
Árbitro: Minas GeraisMG Márcio Rezende de Freitas
GBrasil Sérgio
LDBrasil Gil Baiano
ZBrasil Antônio Carlos
ZBrasil Cléber Substituído
LEBrasil Roberto Carlos
VBrasil César Sampaio
VBrasil Mazinho
MBrasil Edílson
MBrasil Zinho
ABrasil Edmundo
ABrasil Evair Substituído
Substituições:
GBrasil Marcos
ZBrasil Tonhão Entrou em campo
VBrasil Amaral
MBrasil Jean Carlo
ABrasil Sorato Entrou em campo
Treinador:
Brasil Vanderlei Luxemburgo
GBrasil Dida
LDBrasil Rodrigo Penalizado com cartão amarelo
ZBrasil João Marcelo Penalizado com cartão amarelo
ZBrasil China Expulso
LEBrasil Renato Martins Penalizado com cartão amarelo
VBrasil Gil Sergipano
VBrasil Roberto Cavalo
MBrasil Paulo Isidoro
MBrasil Giuliano Substituído
ABrasil Claudinho
ABrasil Alex Alves
Substituições:
GBrasil Ronaldo
ZBrasil Evandro Entrou em campo
VBrasil Vampeta
MBrasil Fabinho Santos Entrou em campo Substituído
ABrasil Gerônimo
Treinador:
Brasil Fito Neves
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Artilheiros

  1. Guga (Santos), 14 gols
  2. Clóvis (Guarani), 13 gols
  3. Ronaldo (Cruzeiro), 12 gols

Premiação

Campeonato Brasileiro de Futebol de 1993
Thumb
Sociedade Esportiva Palmeiras
Campeão
(7° título)

Classificação geral

Mais informação Pos., Equipes ...

1São Paulo e Cruzeiro classificaram-se para a Copa Libertadores da América de 1994 por terem sido campeões da Copa Libertadores da América de 1993 e Copa do Brasil de 1993, respectivamente.
2Botafogo e Grêmio classificaram-se na Copa Conmebol de 1994 por ser campeão da Copa Conmebol de 1993 e por ser vice-campeão da Copa do Brasil de 1993, respectivamente. O São Paulo, além de classificado para a Libertadores, também se classificou para a Copa Conmebol por ser o 4º colocado.
3A pontuação obtida nos cruzamentos dos Grupos C e D (nos quais Vitória, Remo, Portuguesa e Paraná colheram cada um dois pontos, considerando-se que vitórias valiam dois pontos e empates valiam um ponto) não foi válida para a tabela final.[13]
4América Mineiro, Ceará, Coritiba, Santa Cruz e Athletico Paranaense, embora somassem pontuação superior às oito piores gerais do campeonato, foram rebaixados à Série B de 1994 conjuntamente com Goiás, Fortaleza e Desportiva por terem todos terminado nas quatro colocações finais cada dos Grupos C ou D. Do mesmo modo, embora Sport, Fluminense, Bahia, Botafogo e Atlético Mineiro terminassem entre os oito piores colocações gerais do campeonato, sendo do Atlético o 32º e último lugar geral,[5][11][12][13] a presença destes cinco clubes entre os grupos A ou B os livrou do rebaixamento.[10]

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Ver também

Referências

  1. História do Brasileirão, Editora Abril, São Paulo, 2002, p. 27
  2. Alviverde Imponente (agosto de 2002). Placar n. 1234. São Paulo: Editora Abril, p. 27
  3. «Folha Online - Especial - 2003 - Campeonato Brasileiro». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 10 de novembro de 2021
  4. «Supremo Tribunal Federal reafirma que Sport é o campeão brasileiro de 1987». Consultor Jurídico. Consultado em 10 de novembro de 2021
  5. BRANDÃO, Caio (22 de setembro de 2017). «Como uma derrota por oito gols, indiretamente, levou Giovanni ao Santos». Trivela. Consultado em 6 de novembro de 2024
  6. LOUBACK LOPES, Arthur (22 de fevereiro de 2024). «Quais são os piores times da história do Campeonato Brasileiro?». Superinteressante. Consultado em 6 de novembro de 2024
  7. «GALO NA LANTERNA E NÃO REBAIXADO !!!». Consultado em 11 de novembro de 2024
  8. «FINAL». Placar n. 1.090, p. 48. Janeiro de 1994. Consultado em 6 de novembro de 2024
  9. «Quantas fórmulas de disputa já foram utilizadas?». Placar n. 1.248, p. 22. Outubro de 2002. Consultado em 13 de janeiro de 2025
  10. «Mário Sérgio, ex-treinador do Corinthians». Meu Timão. Consultado em 11 de novembro de 2024
  11. «Mário Sérgio e time do ABC vão mal em decisões». Folha de S.Paulo. 25 de fevereiro de 2003. Consultado em 11 de novembro de 2024
  12. «Corinthians presta homenagem a Mário Sérgio nas redes sociais». GloboEsporte.com. 29 de novembro de 2016. Consultado em 11 de novembro de 2024
  13. «Justiça impede virada de mesa de clubes». Jornal dos Sports. 27 de novembro de 1993. Consultado em 11 de novembro de 2024
  14. DO VALLE, Emmanuel (10 de novembro de 2018). «A Desportiva de 1993: A última presença capixaba na elite nacional». Trivela. Consultado em 11 de novembro de 2024
  15. RICARDO, Alexandre (11 de dezembro de 2021). «Pela sétima vez na era dos pontos corridos, Pernambuco não contará com representantes na Série A». GloboEsporte.com. Consultado em 11 de novembro de 2024
  16. Emoção é o que não falta (maio de 2005). Placar Especial 35 Anos - Coleção de Aniversário n. 2, "Os Grandes Clássicos". Editora Abril, pp. 114-117
  17. BRANDÃO, Caio (6 de outubro de 2018). «Nos 25 anos do último Re-Pa pelo Brasileirão, a história do clássico na primeira divisão nacional». Trivela. Consultado em 11 de novembro de 2024
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