Baenão

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O Estádio Evandro Almeida ou por questões de patrocínio Estádio Banpará Baenão é um estádio de futebol brasileiro, de propriedade do Clube do Remo. Popularmente conhecido por Baenão, devido a sua localização na Travessa Antônio Baena, em Belém do Pará, é o maior estádio particular da região Norte do Brasil, possuindo uma área superior a 21 mil m².[3] Atualmente, tem capacidade para quase 14 mil pessoas.

Factos rápidos Estádio Banpará BaenãoEstádio Evandro Almeida, Nomes ...
Estádio Banpará Baenão
Estádio Evandro Almeida
Estádio Baenão

Nomes
Nome Estádio Banpará Baenão
Antigos nomes Campo de Esportes do Clube do Remo
Estádio da Tv. Antônio Baena
Características
Local Travessa Antônio Baena, 444, Belém, Pará, Brasil
Gramado Grama natural (105 x 68 m)
Capacidade 13.792 espectadores
Construção
Data 1917
Inauguração
Data 15 de agosto de 1917
Partida inaugural Reserva Naval x Seleção da Liga Paraense de Foot-Ball
Recordes
Público recorde 33.487 pessoas
Data recorde 7 de setembro de 1976 (Campeonato Brasileiro de 1976)
Partida com mais público Remo 5 x 2 Paysandu
Outras informações
Remodelado 2018-19[1]
Expandido 2018[2]
Proprietário Clube do Remo
Administrador Clube do Remo
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História

Inauguração

No dia 15 de agosto de 1917, data que marcou o aniversário de seis anos de reorganização, o Clube do Remo inaugurou o seu campo de futebol - sendo, portanto, o estádio de propriedade particular mais antigo do Norte do país. Segundo a notícia do jornal A Folha do Norte, edição de 13 de agosto de 1917, o campo azulino media 110 m de comprimento por 70 m de largura. O estádio comportava 2 500 pessoas distribuídas por uma arquibancada, dividida em suas linhas de extensão por um pavilhão superior que se destinava às famílias dos sócios e a parte inferior aos sócios[4].

Após uma vasta programação que foi iniciada com uma salva de 21 tiros pela manhã, foi disputada a partida inaugural da praça esportiva entre os times da Reserva Naval e da seleção da Liga Paraense de Foot-Ball. Os jornais não divulgaram o placar da partida, informando apenas as escalações e o árbitro, Hugo Leão. As equipes eram assim formadas[5]:

  • Reserva Naval
Francelísio, Armindo e Lulu; Bordalo, Tobias e Onias; Ludgards, Cícero, Chermont, Mini Sodré e Dudu Silva.
  • Seleção da Liga Paraense de Foot-Ball
João Moraes (Paysandu), Neves (União Esportiva) e Mamede (Brasil Sport); Clodoaldo (União Esportiva), Flávio (Brasil Sport) e Joaquim (Paysandu); Enéas (Nacional), Astrogildo (Paysandu), Aranha (Brasil Sport), João (Brasil Sport) e Arthur Moraes (Paysandu).

Primeiro jogo do Clube do Remo

Pará Campeonato Paraense de 1917

2 de setembro de 1917 Remo 3 – 1 Panther Campo de esportes do Clube do Remo, Belém Pará

Dudu Gol marcado
Chermont Gol marcado
Djalma Gol marcado
[6] Rocha Gol marcado Público: 4 000 (estimado)

Remo: Francelísio; Armindo e Lulu; Infante, Bordalo e Carlito; Lugards, Djalma, Chermont, Cícero e Formiguinha.
Panther: Santos; Wandick e Crispim; Kepler, Onias e Carolino; Enéas, Pau, Elderico, Babá e Rocha.

Reformas e inauguração dos refletores

Em 1935 o Remo reestruturou o seu estádio com arquibancadas maiores. Para comemorar a reinauguração do estádio, o Remo convidou o Paysandu para um jogo amistoso no dia 26 de maio de 1935, vencendo pelo placar de 5 a 4.

No dia em que completava seus 29 anos de reorganização, o Remo inaugurou os refletores de seu campo de futebol. Assim foi saudado pelo jornal Folha do Norte:

"A bela praça de esportes à luz de refletores apresenta aspecto deslumbrante, tal é a superioridade de distribuição de feixes luminosos que se cortam no eixo do campo a 15 metros de altura. O campo está dotado de 32 refletores A. L. 51, com quinze polegadas de diâmetro distribuídos por grupos de 4 em 8 torres de 17 metros de altura, cada uma, sendo 4 de cada lado.

Cada refletor abriga uma lâmpada de 1.500 watts. A rede de alimentação dos refletores é aérea e a voltagem fornecida por um transformador de 50 K.V."

O transformador recebia da Pará Elétrica a corrente em alta tensão (2.000 volts), transformando-a para 220 volts, que era a voltagem recebida pela rede. A entrada da alta tensão era guarnecida com pára-raios Pellet e a rede de iluminação comandada por uma chave tripolar Trumbel, com fuzíveis de 250 amperes.

Em 1962, o estádio ganhou vestiários com túneis para duas equipes e árbitros, novas arquibancadas, gramado novo e alambrado mais reforçado. A inauguração do novo Baenão aconteceu diante da equipe do Ceará, 1 a 1 foi o resultado final.

Nos anos 70, apresentando uma capacidade que superava 20 mil torcedores, o Baenão era o único estádio paraense capaz de sediar jogos pela Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro até a inauguração do Mangueirão em 1978.

O Retorno do Rei

Em 2013, na gestão do presidente Zeca Pirão, foi elaborado um ambicioso projeto que visava transformar o estádio em uma moderna arena de futebol. Dentre as mudanças, constava a troca do gramado, a substituição do alambrado por placas de acrílico, novo sistema de iluminação e a construção de uma nova ala de camarotes. Porém, apenas os dois primeiros itens foram cumpridos. No ano seguinte, a área onde ficavam as cadeiras vips do estádio (onde seriam construídos os camarotes) foi demolida bem como o sistema de iluminação desinstalado, mas a não reeleição de Zeca Pirão impediu o prosseguimento da reforma.

No dia 1 de maio de 2014, o Remo venceu o Independente por 4 a 0 - revertendo uma vantagem de 3 a 0 do clube de Tucuruí - e classificou-se para a final do Campeonato Paraense, do qual seria campeão. Essa foi a última partida de caráter oficial disputada pelo Leão em sua casa, já que nos anos que se sucederam, a estrutura do Baenão foi progressivamente se deteriorando, tornando-o inapto a sediar jogos válidos por competições oficiais. Tal situação era um reflexo dos momentos de instabilidade política em que o Clube do Remo se encontrava.

Para se ter uma ideia, até 2016, nenhum presidente eleito conseguiu efetivamente terminar o mandato. Como resultado, vários propostas para a reabertura do estádio surgiram, no entanto, nenhum apresentou resultados significativos. Foi então que em 2017, um grupo de torcedores resolveu tomar a frente das obras, através do projeto "O Retorno do Rei ao Baenão", que previa a volta do estádio após a conclusão de 10 etapas.

De início tímido, com recursos oriundos de vendas de copos e arrecadação nos jogos, o projeto foi ganhando cada vez mais força e adeptos, inclusive com apoio da diretoria azulina. Mesmo com tantas as dificuldades, todo o empenho foi recompensado e, depois de cinco anos, o Baenão foi reaberto, cumprindo todas as exigências impostas pela CBF e com capacidade para 13.792 torcedores. O reencontro com a torcida ocorreu na data de 13 de julho de 2019, quando o Clube do Remo empatou em 2 a 2 com o Luverdense, em jogo válido pela Série C, com grande festa do Fenômeno Azul.

Em dezembro do mesmo ano, o Clube do Remo promoveu a inauguração do Núcleo Azulino de Saúde e Performance (NASP), localizado nas dependências do Baenão. Custeado em R$ 300 mil, o moderno espaço conta com serviços de academia, fisioterapia, sala de enfermagem, consultórios médico e multiprofssional, além de outros serviços.[7] No dia 1º de março de 2021, o Leão voltou a jogar uma partida noturna no Baenão após quase oito anos, ao vencer o Gavião Kyikatejê por 4 a 1, na estreia do Campeonato Paraense de Futebol de 2021. Esse jogo marcou a reinauguração do sistema iluminação do estádio, formado por refletores 100% em LED.[8]

Jogos marcantes

Remo 4 x 9 Santos (SP) - 29 de abril de 1965.

Na data de 29 de abril de 1965, o Clube do Remo disputou um amistoso contra o Santos (SP), em uma noite histórica para o futebol paraense. O Santos era uma das maiores equipes no mundo na década de 1960, possuindo em seu elenco craques como Mengálvio, Pepe e Carlos Alberto Torres, que, curiosamente, estreava na equipe santista naquela noite. Mas o grande nome era Pelé, o centro das atenções naquela ocasião. Em retribuição ao carinho que recebera dos paraenses, o Rei do Futebol entrou no gramado vestindo a camisa do Clube do Remo e com um buquê de flores. Valente, o Clube do Remo ainda conseguira fazer 2 a 1, mas o Santos mostrou a sua força e venceu por 9 a 4, com cinco gols de Pelé.[9]

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Clube do Remo

Remo Pará 4 x 9 São Paulo Santos

1965 - Amistoso
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Santos FC
Remo 1 x 1 Benfica (POR) - 8 de agosto de 1968.

Em mais um arrojado evento, o Remo convidou o Benfica para a disputa de um amistoso, que marcaria o confronto entre o campeão paraense e o campeão português. Os "águias" haviam sido a base da Seleção Portuguesa de Futebol, terceira colocada na Copa do Mundo de 1966, tendo como maior nome o ídolo Eusébio, o Pantera Negra, que, tal qual Pelé havia feito anteriormente, homenageou o Remo vestindo a sua camisa principal. O Leão não se intimidou frente ao poderoso adversário e conseguiu o empate em 1 a 1, gols de Torres para os encarnados e Amoroso.[10]

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Clube do Remo

Remo Brasil 1 x 1 Portugal Benfica

1968 - Amistoso
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SL Benfica
Remo 4 x 1 Boavista (POR) - 12 de junho de 1994.

Pouco tempo depois de retornar da França, o Clube do Remo enfrentou o Boavista, de Portugal, em um amistoso. A equipe "axadrezada" apresentava bons desempenhos em Portugal, como o quarto lugar alcançado nos campeonatos de 1992-93 e 1993-1994, mas o futuro bicampeão paraense goleou por 4 a 1, gols de Alex Dias, Will e Tarcísio.[11]

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Clube do Remo

Remo Brasil 4 x 1 Portugal Boavista

12 de junho de 1994. Amistoso
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Boavista FC
Remo 0 x 1 Peñarol (URU) - 16 de junho de 1996.

Em um amistoso intitulado "Copa da Paz (ONU)", o Leão, tetracampeão paraense, enfrentou o futuro tetracampeão uruguaio, mas, infelizmente, acabou sendo derrotado pelo placar de 1 a 0.

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Clube do Remo

Remo Brasil 0 x 1 Uruguai Peñarol

16 de junho de 1996 - Copa da Paz (ONU)
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CA Peñarol
Confrontos contra Seleção de Base

Por cinco vezes, o Clube do Remo enfrentou a Seleção Brasileira de base, também chamada de Seleção Brasileira Olímpica, todos amistosos. O primeiro confronto ocorreu em 1º de setembro de 1968 e o Remo saiu derrotado por 2 a 0. Em 9 de agosto de 1972, nova derrota, dessa vez por 1 a 0. Em 1973, ocorreram dois amistosos: em 9 de março, vitória do Leão por 1 a 0; dois dias depois, empate de 0 a 0, gol de Alcino. Finalmente, o último embate se deu em 28 de abril de 1991, novo empate sem gols.[11]

  • Seleção Olímpica
5 jogos (1V - 2E - 2D)
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Clube do Remo

Remo Pará 0 X 2 Brasil Seleção Olímpica

Amistoso. 1º de setembro de 1968

Remo Pará 0 X 1 Brasil Seleção Olímpica

Amistoso. 9 de agosto de 1972

Remo Pará 1 X 0 Brasil Seleção Olímpica

Amistoso. 9 de março de 1973

Remo Pará 0 X 0 Brasil Seleção Olímpica

Amistoso. 11 de março de 1973

Remo Pará 0 X 0 Brasil Seleção Olímpica

Amistoso. 28 de abril de 1991
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Seleção Olímpica

Maiores públicos

  1. Remo 5-2 Paysandu (7 de setembro de 1976, Série A 1976): 33 487.
  2. Remo 2-0 Operário-MS (12 de fevereiro de 1978, Série A 1977): 29 934.
  3. Remo 1-0 Ponte Preta-SP (18 de dezembro de 1977, Série A 1977): 27 846.

De acordo com o livro Leão Azul Centenário, do jornalista Ferreira da Costa, na partida Remo 0 a 0 Paysandu, em 19 de maio de 1974, o Baenão recebeu um público estimado em 35 mil pessoas.

Referências

  1. «Rádio Clube do Pará:Baenão recebe novo gramado e estádio pode ser ampliado». 13 de maio de 2018. Consultado em 17 de janeiro de 2020
  2. «Patrimônio». Clube do Remo. Consultado em 14 de março de 2021
  3. COSTA, Ferreira da. A Enciclopédia do Futebol Paraense, 2007. Página 127.
  4. COSTA. Ferreira da. Parazão Centenário – A História do Campeonato Paraense de Futebol, 2012. Página 25.
  5. «Uma noite iluminada para o Leão». Remo 100%. Consultado em 14 de março de 2021
  6. «1968 e um momento guardado na história». Remo 100%. Consultado em 14 de março de 2021
  7. «Futebol80 - Remo Jogos». Futebol80. Consultado em 14 de março de 2021

Ligações externas

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