5 — Um dia depois de ter tomado posse, Carla Alves pede a demissão do cargo de Secretária de Estado da Agricultura, "por entender não dispor de condições políticas e pessoais para iniciar funções". Na origem da demissão, uma notícia do Correio da Manhã dando conta de uma investigação abrangendo as contas bancárias de Carla Alves e do marido, Américo Pereira, antigo Presidente da Câmara Municipal de Vinhais, por suspeitas de crimes de corrupção ativa e prevaricação.[3]
7 — Chuva intensa inunda várias ruas da baixa do Porto, registando-se muitos danos, com a força das torrentes de água a levantar o paralelo da Rua Mouzinho da Silveira e a alagar a estação de metro de São Bento.[4]
8 — Estreia da quarta temporada do programa televisivo Vale Tudo, na SIC.[5]
19 — No Teatro Municipal São Luiz, em Lisboa, a récita da peça Tudo Sobre a Minha Mãe, de Samuel Adamson, é interrompida pela ativista transexual Keyla Brasil, que invadiu o palco semi-nua acusando a falta de legitimidade para que o ator André Patrício interpretasse o papel de Lola, uma mulher trans. A companhia que encenou a peça substituiu o ator pela atriz trans Maria João Vaz.[8]
4 — Um incêndio deflagra num prédio no bairro da Mouraria, em Lisboa, provocando dois mortos, um homem de 30 e um jovem de 14 anos, ambos de nacionalidade indiana, e 14 feridos. A tragédia põe em evidência as condições de habitação desta população fragilizada maioritariamente composta por estrangeiros: num pequeno rés-de-chão viveriam 22 pessoas, amontoadas em beliches e colchões.[12]
16 — Na segunda volta das eleições da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes é eleito bastonário.[13]
Março
11 — 13 militares da guarnição do NRP Mondego recusam realizar uma missão de acompanhamento de um navio russo a norte da ilha de Porto Santo, no arquipélago da Madeira, alegando limitações técnicas e razões de segurança, como o facto de um motor e um gerador de energia elétrica estarem inoperacionais.[14]
28 — Um ataque com uma arma branca no Centro Ismailita de Lisboa, perpetrado por um homem de nacionalidade afegã, faz duas vítimas mortais, uma professora de inglês e uma trabalhadora do Centro; o caso é entregue à Unidade Nacional Contraterrorismo da Polícia Judiciária, mas ao que tudo indica, terá sido motivado por razões pessoais.[16]
Abril
1 — Manifestações sobre a crise da habitação em Aveiro, Braga, Coimbra, Lisboa, Porto e Viseu.[17]
22 — XIII Cimeira Luso-Brasileira, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa; na presença de Lula da Silva e António Costa, foram assinados 13 novos memorandos de entendimento e protocolos de cooperação entre Lisboa e Brasília.[19]
26 — Frederico Pinheiro, até à data adjunto do Ministro das InfraestruturasJoão Galamba, é exonerado do cargo, por ter sido visado na troca de informações divulgada na comunicação social sobre a polémica na TAP: terá tirado notas da reunião que juntou Governo, PS e Christine Ourmières-Widener, ex-CEO da TAP, que indiciam que houve combinação das perguntas e respostas que se seguiriam na audição parlamentar da empresária francesa. Comunicado da exoneração, Pinheiro vai às instalações do Ministério para buscar um computador portátil, tendo sido confrontado por elementos do gabinete do ministro que o tentam impedir, por este conter informações classificadas: o resultado são desacatos e agressões, são chamados agentes da PSP e dá-se uma (rara e polémica) intervenção do Serviço de Informações de Segurança para reaver o computador.[22]
Maio
2 — Na sequência da polémica em torno da atribulada exoneração do seu ex-adjunto, João Galamba pede a demissão do cargo de Ministro das Infraestruturas; pouco depois, o Primeiro-Ministro, António Costa, discursa ao país na residência oficial, revelando que recusou o pedido de demissão, alegando que seria contra a sua "consciência", e defendendo acerrimamente o ministro. No meio de reações indignadas de vários quadrantes políticos, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, emite uma nota oficial assumindo a discordância com o Primeiro-Ministro, num inédito conflito institucional.[23]
4 — O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, discursa ao país sobre a crise política; faz fortes críticas à postura do Governo, reafirma que o ministro João Galamba deveria ter sido afastado porque a sua manutenção no cargo agrava a falta de "confiabilidade" no poder político, assume uma rutura com o Primeiro-Ministro, mas, a bem da "estabilidade" do país, decide manter o Executivo em funções.[24]
5 — A depressão Óscar, um "rio atmosférico" invulgar para a altura do ano, atinge a Madeira, provocando inundações, derrocadas e queda de árvores, e registando-se um novo recorde de precipitação em Portugal: a chuva acumulada num dia (das 15h de dia 5 às 15h de dia 6) ultrapassou os 600 milímetros, segundo medição no Chão do Areeiro. A depressão atinge Portugal Continental no dia 7, já com menor intensidade.[27]
2 — O Papa Francisco aterra na Base Aérea de Figo Maduro, em Lisboa, pelas 10h00; é recebido oficialmente no Palácio de Belém depois de prestadas honras militares. No Centro Cultural de Belém tem lugar um encontro com autoridades, membros da sociedade civil, e o corpo diplomático. À tarde, é recebido oficialmente pelo Primeiro-Ministro, António Costa, e depois preside à recitação de Vésperas no Mosteiro dos Jerónimos, com representantes do clero português. Depois da agenda oficial, o Papa reúne-se individualmente com 13 vítimas de abusos sexuais por membros do clero, na Nunciatura Apostólica.[28]
3 — O Papa tem um encontro com estudantes na Universidade Católica Portuguesa, e abençoa a primeira pedra do Campus Veritati daquela universidade; mais tarde, visita as Scholas Occurrentes em Cascais. Por fim, o Papa preside à Cerimónia de Acolhimento no Parque Eduardo VII, em Lisboa, perante 500 mil pessoas, com palavras que se tornam célebres: "na Igreja há espaço para todos, todos, todos".[28]
6 — Último dia da JMJ; os peregrinos acordam no Parque Tejo ao som do DJPadre Guilherme. Um milhão e meio de peregrinos assistem à Missa de Envio, presidida pelo Papa Francisco. À tarde há ainda um encontro do Papa com os voluntários da Jornada, no Passeio Marítimo de Algés, antes de regressar a Roma num avião da TAP.[28]
23–24 — O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, faz uma visita de Estado à Ucrânia; visita localidades nos arredores de Kiev que estiveram temporariamente ocupadas pelas tropas russas e entra numa trincheira feita pela "resistência popular", e ainda discursa em ucraniano durante as comemorações do 32.º Dia da Independência, deixando a mensagem de que Portugal apoia a pretensão da Ucrânia em manter as sua fronteiras originais, anteriores à ocupação russa.[30]
30 — Manifestações sobre a crise da habitação pela segunda vez em mais de 20 cidades como Lisboa, Porto, Aveiro, Braga, Coimbra, Covilhã, Guimarães, Lagos, Leiria, Portimão, Viseu, Samora Correia e Alcácer do Sal.[36]
11 — O Primeiro-Ministro demissionário, António Costa, faz uma declaração pública desde o Palacete de São Bento sobre os investimentos feitos pelo governo em Sines e dirige aos portugueses um pedido de desculpas, declarando que se sentiu envergonhado com a apreensão de dinheiro no gabinete do seu entretanto exonerado chefe de gabinete; admite ainda que não voltará a exercer cargos públicos.[41]
26 — Eleições para o Conselho das Comunidades Portuguesas de 2023