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edifício em Lousã, Portugal Da Wikipédia, a enciclopédia livre
A Estação Ferroviária de Lousã, originalmente denominada de Louzã, é uma interface encerrada do Ramal da Lousã, que servia a localidade de Lousã, no Distrito de Coimbra, em Portugal. Entrou ao serviço em 16 de Dezembro de 1906,[1] e foi encerrada no dia 1 de Dezembro de 2009.[2]
Lousã | |||
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Linha(s): | Ramal da Lousã (PK 28,798) | ||
Coordenadas: | 40°7′6.09″N × 8°14′52.05″W (=+40.11836;−8.24779) | ||
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Município: | Lousã | ||
Serviços: | sem serviços | ||
Inauguração: | 16 de dezembro de 1906 (há 118 anos) | ||
Encerramento: | 1 de dezembro de 2009 (há 15 anos) |
A estação da Lousã foi construída com vista à sua utilização turística, pelo que se deu uma maior prioridade à sua decoração, destacando-se os seus painéis de azulejos,[3] colocados pelo artista Jorge Colaço.[4] Um dos painéis retrata a vila da Lousã antes da chegada do comboio.[3]
Tanto a estação de Lousã como a de Serpins serviam a vila de Arganil.[5]
Na década de 1860, começou-se a planear uma linha férrea transversal que se iniciaria em Coimbra e terminaria na fronteira, atravessando a região interior.[6] O engenheiro Pedro Inácio Lopes foi incumbido de estudar o futuro percurso desse caminho de ferro, tendo proposto um traçado que passava por Miranda do Corvo, Lousã, Góis, Arganil e outras povoações, terminando em Vilar Formoso.[6] Na Década de 1870, foram feitos vários projectos para linhas férreas partindo de Coimbra, incluindo uma até Arganil, passando pela Lousã.[7] Um alvará de 10 de Setembro de 1887 autorizou a empresa Fonsecas, Santos e Viana a construir um caminho de ferro de via estreita até Arganil, concessão que foi passada para a Companhia do Caminho de Ferro do Mondego no ano seguinte, com a obrigação de transformar a via estreita na via larga.[8] Porém, a Companhia do Mondego entrou em falência por uma sentença de 17 de Fevereiro de 1897, pelo que a construção da linha foi assumida pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses em 22 de Novembro de 1904.[8]
Um dos principais motivos para fazer a via férrea passar pela Lousã foi a presença da fábrica de papel do Prado, uma importante unidade industrial.[3]
Assim, a Companhia Real construiu o primeiro lanço do Ramal da Lousã, desde Coimbra até à Lousã, que entrou ao serviço em 16 de Dezembro de 1906.[8][9]
Em 1913, a estação era servida por carreiras de diligências até à Lousã, Arganil, Pombeiro da Beira, Góis, Cabeçadas de Alvares, e Vila Nova de Poiares.[10]
Em 11 de Abril de 1919, uma comissão de Castanheira de Pera esteve em reunião com o Ministro do Trabalho, Augusto Dias da Silva, para pedir vários melhoramentos necessários ao concelho, incluindo a conclusão de uma estrada entre Lousã e Belver, que melhoraria as comunicações entre Castanheira de Pera e a estação da Lousã.[11]
A abertura da estação ferroviária foi um dos principais factores para o desenvolvimento da vila da Lousã.[3]
O Decreto 8:910, de 8 de Junho de 1923, autorizou a Companhia do Mondego a construir o lanço da Lousã até Arganil.[8] Em Julho de 1926, já estava em construção o troço da Lousã à margem do Rio Ceira.[12]
A Gazeta dos Caminhos de Ferro de 16 de Setembro de 1924 noticiou que o Ministro do Comércio tinha autorizado os estudos para a construção de um ramal de via estreita entre Lousã e Vila Nova de Poiares.[13]
Em 16 de Novembro de 1928, realizou-se uma reunião na sede da Associação Comercial de Industrial de Viseu, para estudar o plano ferroviário em preparação, tendo-se chegado a acordo sobre quais deviam ser as linhas prioritárias a construir na região, sendo uma delas de Viseu até à Lousã, por Mangualde, Gouveia, Seia e Arganil.[14]
O Plano Geral da Rede Ferroviária, publicado pelo Decreto n.º 18:190, de 28 de Março de 1930, introduziu o projecto da Linha de Arganil, que aproveitaria o troço já construído entre Coimbra e Lousã, e que deveria ser prolongado até Santa Comba Dão por Arganil; em Espariz, sairia a Linha de Gouveia, que iria até Viseu por Mangualde, Gouveia, Seia, São Romão e Torrozelo.[15]
Em 10 de Agosto de 1930, entrou ao serviço o troço de Lousã a Serpins,[9] mas os restantes projectos foram cancelados pelo Decreto n.º 22.379, de 28 de Março de 1933, que ordenou a suspensão de todas as autorizações para a construção de caminhos de ferro com garantias de juro.[16][17]
Em 1934, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses fez obras de reparação nas instalações eléctricas da estação de Lousã.[18]
Nos princípios do século XXI, os serviços ferroviários já eram insuficientes para as necessidades da população, devido principalmente à idade do material circulante, que demorava quase uma hora no percurso até Coimbra.[3] Em Fevereiro de 2009, a circulação no Ramal da Lousã foi temporariamente suspensa para a realização de obras, tendo os serviços sido substituídos por autocarros.[19] O lanço entre Serpins e Miranda do Corvo foi definitivamente encerrado em 1 de Dezembro de 2009, para as obras de construção do Metro Mondego.[2][20] Já em 2007, o projeto apresentado para o Metro Mondego (entretanto nunca construído) preconizava a inclusão da Lousã como uma das 14 interfaces do Ramal da Lousã a manter como estação/paragem do novo sistema.[21]
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