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O Grumman A-6 Intruder, originalmente designado A2F-1, voou pela primeira vez a 19 de Abril de 1960. Foi concebido como avião de ataque embarcado, especialmente equipado para bombardeamento nuclear ou convencional, nas mais severas condições atmosféricas e ou de escuridão. Avião sub-sónico propulsionado por dois motores a jacto, tripulado por dois ocupantes sentados lado a lado, operado a partir de porta-aviões da Marinha Americana e ou baseado em terra, pelo Corpo de Fuzileiros (US Marines), possui uma excepcional capacidade de resistência em ambiente adverso e de transporte e disparo da totalidades das armas de ataque do arsenal da Marinha Americana.[1]
A-6 "Intruder" | |
---|---|
Descrição | |
Tipo / Missão | Caça-bombardeiro |
País de origem | Estados Unidos |
Fabricante | Grumman |
Período de produção | 1963-? |
Quantidade produzida | 693 |
Primeiro voo em | 19 de abril de 1960 (64 anos) |
Introduzido em | 1963 |
Aposentado em | 28 de abril de 1993 (USMC) 28 de fevereiro de 1997 (USN) |
Variantes |
|
Tripulação | 2 (A-6E) |
Carga útil | 15 870 kg (35 000 lb) |
Especificações (Modelo: A-6E) | |
Dimensões | |
Comprimento | 16,64 m (54,6 ft) |
Envergadura | 16,15 m (53,0 ft) |
Altura | 4,75 m (15,6 ft) |
Área das asas | 49,15 m² (529 ft²) |
Alongamento | 5.3 |
Peso(s) | |
Peso vazio | 11 630 kg (25 600 lb) |
Peso máx. de decolagem | 27 500 kg (60 600 lb) |
Propulsão | |
Motor(es) | 2 x turbojatos Pratt & Whitney J52-P8B |
Força de empuxo (por motor) | 4 140 kgf (40 600 N) |
Performance | |
Velocidade máxima | 1 040 km/h (562 kn) |
Alcance (MTOW) | 5 222 km (3 240 mi) |
Teto máximo | 12 400 m (40 700 ft) |
Razão de subida | 38,7 m/s |
Notas | |
Armamentos: Ver texto |
Os últimos Intruder foram aposentados do serviço activo a 28 de Fevereiro de 1997 após mais de três décadas de serviço na primeira linha.
Foi desenvolvida uma variante de interferência electrónica o EA-6 Prowler que ainda se mantém em actividade, mas em fase de substituição lenta e gradual, desde Agosto de 2009 pelo EA-18G Growler.
Segundo as palavras de Lawrence M. Mead. Jr. engenheiro chefe [nota 1] da Grumman Aircraft Engineering Corporation, responsável pelo projecto A-6 Intruder, a sua génese está intimamente ligada á experiência adquirida na Guerra da Coreia a qual foi travada com a total ausência de uma aeronave de suporte aéreo próximo e interdição do campo de batalha, com características para actuar em qualquer condição atmosférica de dia e ou de noite.[2] Situação esta que se manteve na aviação naval Norte-Americana, provocando em meados de 1956 um pedido de propostas (RFP - Request for Proposals) aos construtores aeronáuticos, para um avião de ataque, capacitado para adquirir e eliminar alvos terrestres e ou navais, sob todas as condições meteorológicas e de luminosidade.[3]
Com um prazo limite para aceitação de propostas estabelecido em 17 de Agosto de 1957, foram oito as empresas que submeteram um total de 12 projectos para apreciação: Boeing, Douglas Aircraft Company, Bell Aircraft Corporation, Lockheed Corporation, North American, Vought, Glenn L. Martin Company, e Grumman.[4]
O projecto 128Q (evolução do projecto inicial 128), apresentado pela Grumman foi declarado o vencedor da competição no dia 2 de Janeiro de 1958, com a assinatura de um contracto no valor de 3,410,148 dólares para refinamento do projecto e construção de uma maqueta à escala real.[5]
No dia 26 de Março de 1959 foi assinado o contracto definitivo para a produção do originalmente designado A2F-1[nota 2] o qual voou pela primeira vez em 19 de Abril de 1960 e foi apresentado de modo público nove dias mais tarde. Em 1962 foi redesignado A-6A, na sequência da reorganização efectuada pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, nas designações utilizadas pelas aeronaves da Força Aérea, Marinha e Exército.[3]
Não é aos olhos do público um avião atraente, mas foi sem dúvida alguma, uma aeronave muito sofisticada capaz de executar com uma ampla margem de sucesso as missões que lhe eram confiadas, sem necessidade de ajuda externa para encontrar os alvos designados. Por comparação o A-7 Corsair II, é também uma plataforma sofisticada, mas com uma maior ênfase na capacidade de ataque em relação à capacidade de navegação e de operação com qualquer condição atmosférica e de luminosidade. Utilizados em simultâneo nos porta-aviões Norte Americanos, na proporção de um esquadrão de A-6 Intruder para dois esquadrões equipados com A-7 Corsair II, proporcionando uma escolha mais alargada para enfrentar adequadamente, uma ampla diversidade de ameaças.[3]
Datas significativas na fase de desenvolvimento e actividade operacional do A-6 Intruder:[5]
A fuselagem do A-6A Intruder é quase integralmente construído em liga de alumínio, exceptuando a quilha na secção ventral entre os motores fabricada em aço e titânio, a rigidez estrutural é obtida por uma construção semi monobloco, que assume a forma de girino,[nota 4] com um nariz amplo que acomoda o radar e resulta da disposição lado a lado dos assentos do piloto e do navegador, terminando numa cauda delgada.[7] As asas e os estabilizadores horizontais e vertical, são construídos usando um sistema de longarinas múltiplas, irradiando de um bloco sólido de alumínio, cobertas por uma capa também em alumínio perfilado, estruturado tipo "favo de mel" nas extremidades e bordos de fuga, conferido uma excepcional rigidez estrutural e capacidade de sustentar pesos elevados.[8]
O coração da aeronave é o especificamente desenvolvido e tecnologicamente avançado, sistema de aviónicos DIANE (Digital Integrated Attack & Navigation Equipment) - "equipamento digital integrado de ataque e navegação", o qual influenciou desde o início a forma e desenho da fuselagem[9] e é composto pelo radar de navegação AN/APQ-112, radar de busca AN/APQ-92,[nota 5] plataforma inercial AN/ASN-31 e um novíssimo computador digital AN/APQ-61, radar de altitude AN/APN-141, computador integrado de controlo dos aviónicos AN/ASQ-57 e um sistema de navegação doppler AN/APN-153, complementados por um equipamento direccional automático, um sistema táctico de navegação (TACAN) e um interrogador IFF.[10] A instrumentação no interior do cockpit do Intruder é vasta e completa incluindo um monitor (tela) de tecnologia CRT, para apresentação de dados recorrendo à sintetização dos mesmos obtidos pelo conjunto de sensores. No que é considerado uma das primeiras utilizações em aeronáutica e o primeiro passo em direcção aos actuais sistemas integrados e multi funcionais em utilização, quer em aeronaves militares quer em aviões comercias.[9][nota 6]
A produção da variante A-6A terminou em 1970 após 488 exemplares entregues, dos quais foram convertidos entre 1967 e 1970, 19 A-6B, 12 A-6C e 90 KA-6D.[24]
A partir de 1970 a produção mudou para a variante A-6E, composta por 202 unidades integralmente novas e 240 exemplares convertidos de células A-6A existentes.[19]
Apenas a Marinha Norte-Americana e o Corpo de Fuzileiros utilizaram o A-6 Intruder ao longo de 34 e 29 anos respectivamente. Terão sido perdidos devidos a acções de combate, voos de treino e acidentes operacionais, 263 unidades, das quais 51 no conflito Vietnamita.[25]
Dados compilados e referentes à variante A-6E;[27]
Capacitado para utilizar a totalidade das armas ofensivas do arsenal da US Navy, dispõe de quatro suportes externos sob as asas e um na parte central do ventre da fuselagem, com uma capacidade total de 8,200 Kg, entre as quais:[28][29]
O venerável A-6 Intruder foi aposentado da Marinha dos Estados Unidos numa cerimónia realizada na base aeronaval de Whidbey Island em 28 de Fevereiro de 1998, onde os três últimos A-6E efectuaram um derradeiro voo em honra dos 86 tripulantes que faleceram enquanto aos comandos do Intruder, 11 dos quais em combate e integrantes do esquadrão VA-196, o que mais missões efectuou e perdas sofreu durante a guerra do Vietname, a bordo dos porta-aviões da US Navy. O A-6 Intruder serviu a Marinha de modo exemplar durante a sua longa carreira de 34 anos, acumulando mais de 2,8 milhões de horas de voo, com a taxa de acidentes por hora de voo mais baixa de todo o iventário da Marinha Norte-Americana na época, tendo sido a "ponta da lança" nas operações de combate no Vietname, Líbia e no Golfo Pérsico entre outras campanhas, com 173 perdas de vidas humanas em combate e ou em acidentes. Enquanto alguns irão lamentar a decisão de abandonar a aeronave, será por outros lembrado como um dos melhores aviões de ataque baseado em porta-aviões, já construídos.[28]
Apesar da cerimónia de despedida já efectuada e oficialmente retirados do inventário, foi efectuado uma última missão pelas mesma 3 aeronaves, quando após uma paragem de 18 meses para reparações programadas, o porta-aviões USS Dwight D. Eisenhower (CVN-69), necessitou de certificar o convés de voo, os A-6 efectuaram 60 descolagens e 60 aterragens, terminando deste modo e definitivamente a sua carreira.
Cem das aeronaves que mais recentemente foram estruturalmente actualizadas , prolongando assim o tempo de vida útil expectável, foram colocadas na reserva naval e armazenadas mantendo a condição de voo. Cerca de 180 outras aeronaves, foram armazenadas com possibilidade de serem compradas ao abrigo do programa de assistência militar ao estrangeiro e actualizadas de acordo com o comprador, infelizmente não houve interessados numa aeronave utilizada por um único operador e já retirada.[28]
Quando a decisão de o retirar foi tomada e comunicada a 17 de Setembro de 1993, as aeronaves que se encontravam a aguardar ou em processo de modernização na fábrica da Grumman em St. Augustine, após terem sido desmilitarizadas e descontaminadas, foram submergidas 38Km ao largo de St. Augustine na costa atlântica da Flórida, criando um recife artificial, refúgio e santuário da vida marinha, ao qual foi dado o nome não oficial Intruder Reef[nota 13] (recife do "Intruder"), mas que oficialmente é conhecido como Port Authority Reef Site #9 e é constituído por um rebocador e 70 A-6.[28][30]
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