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As eleições estaduais no Rio de Janeiro em 1982 ocorreram em 15 de novembro como parte das eleições gerais em 23 estados brasileiros e nos territórios federais do Amapá e Roraima. Foram eleitos o governador Leonel Brizola, o vice-governador Darcy Ribeiro, o senador Saturnino Braga, além de 46 deputados federais e 70 deputados estaduais[1][2] na primeira eleição direta para o governo estadual desde Badger da Silveira no Rio de Janeiro em 1962 e Negrão de Lima na Guanabara em 1965. A lei de então permitia o voto vinculado, a sublegenda para senador, proibia coligações partidárias e foi também a última vez onde os eleitores domiciliados no Distrito Federal tiveram seus votos remetidos ao Rio de Janeiro através de urnas especiais.[3][4][nota 2]
← 1978 1986 → | ||||||
Eleições estaduais no Rio de Janeiro em 1982 | ||||||
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15 de novembro de 1982 (Turno único) | ||||||
Candidato | Leonel Brizola | Moreira Franco | ||||
Partido | PDT | PDS | ||||
Natural de | Carazinho, RS | Teresina, PI | ||||
Vice | Darcy Ribeiro | Francisco de Melo Franco | ||||
Votos | 1.709.180 | 1.530.706 | ||||
Porcentagem | 34,17% | 30,60% | ||||
Candidato mais votado por município (63):
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Titular Eleito | ||||||
Eleição parlamentar no Rio de Janeiro em 1982 (Senado) | ||||||
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15 de novembro de 1982 Turno único | ||||||
Líder | Saturnino Braga | Célio Borja | ||||
Partido | PDT | PDS | ||||
Natural de | Rio de Janeiro, RJ | Rio de Janeiro, RJ | ||||
Votos | 1.640.169 | 1.438.839 | ||||
Porcentagem | 34,43% | 30,20% | ||||
Candidato mais votado por Município (63):
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Titular(es) Eleito(s) | ||||||
Durante o bipartidarismo a política fluminense foi dominada pelo MDB que se dividia entre aliados e adversários de Chagas Freitas enquanto a ARENA, em posição minoritária, servia como aliada informal[5] do referido político a ponto de garantir sua volta ao poder em 1978. Rearranjos ocorridos no quadro político estadual levaram a um cenário onde o antigo MDB se dividiu, com o grupo de Chagas Freitas ingressando no PMDB em apoio ao nome de Miro Teixeira, enquanto Amaral Peixoto foi para o PDS e lançou a candidatura de seu genro, Moreira Franco. Seis meses antes da eleição a candidatura de Sandra Cavalcanti, do PTB, mantinha a liderança nas pesquisas[6] até a reversão dos índices em favor de Leonel Brizola, que terminou o ano como o único governador eleito pelo PDT em todo o país.
Gaúcho de Carazinho, o governador Leonel Brizola é formado em Engenharia Civil na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, seguidor de Getúlio Vargas e cunhado de João Goulart, em favor de quem liderou a Campanha da Legalidade em 1961. Filiado ao PTB foi eleito deputado estadual em 1947 e 1950 e deputado federal em 1954.[7][8] Vencedor da eleição para prefeito de Porto Alegre em 1955 e para governador do Rio Grande do Sul em 1958,[9] mudou sua base eleitoral para a Guanabara elegendo-se deputado federal em 1962. Vítima do Ato Institucional Número Um outorgado pelo Regime Militar de 1964, passou quinze anos exilado no Uruguai, Estados Unidos e Portugal até retornar ao Brasil em 1979 graças à Lei da Anistia sancionada pelo presidente João Figueiredo. Ao perder a sigla do PTB para Ivete Vargas, reuniu seus correligionários e fundou o PDT e nele venceu a disputa pelo Palácio Guanabara.[10]
O cargo de vice-governador foi destinado ao antropólogo Darcy Ribeiro. Nascido em Montes Claros, ele deixou Minas Gerais e se formou na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Trabalhou com Etnologia no Serviço de Proteção ao Índio e foi um dos responsáveis pela instalação da Universidade de Brasília. Durante o Governo João Goulart foi titular do Ministério da Educação no gabinete parlamentarista de Hermes Lima e depois chefe da Casa Civil na fase presidencialista do referido governo, posições que o tornaram alvo do Regime Militar de 1964 e o afastaram do país por dez anos e agora ele conquistou seu primeiro mandato eletivo pelo PDT.[11][12]
Conforme divulgação feita pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro, houve 243.286 votos em branco (4,47%) e 194.913 votos nulos (3,58%) calculados sobre o comparecimento de 5.440.666 eleitores às urnas. A divulgação do resultado oficial atrasou devido às implicações do Caso Proconsult.[2]
Candidatos a governador do estado | Candidatos a vice-governador | Número | Partido/Coligação | Votação | Percentual |
---|---|---|---|---|---|
Leonel Brizola PDT | Darcy Ribeiro PDT | ||||
Moreira Franco PDS | Francisco Franco PDS | ||||
Miro Teixeira PMDB | Jorge Gama PMDB | ||||
Sandra Cavalcanti PTB | Ário Teodoro PTB | ||||
Lysâneas Maciel PT | Wilson Farias PT | ||||
Fontes:[1] | |||||
Nascido no Rio de Janeiro, Saturnino Braga vem de uma família de políticos e tem formação em Engenharia Civil na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Após a graduação fez cursos no Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB) e na Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e trabalhou na Companhia Nacional de Álcalis em Cabo Frio antes de entrar no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) onde chefiou o Departamento de Planejamento. Professor da Universidade Federal Fluminense, elegeu-se deputado federal pelo PSB em 1962 e após ficar como suplente na eleição seguinte, retornou às atividades profissionais. Voltou à política ao substituir Afonso Celso Ribeiro de Castro como candidato a senador e foi eleito pelo MDB em 1974. Após ingressar no PMDB deixou a legenda quando esta recebeu o grupo de Chagas Freitas, que pertencia ao extinto PP, e com isso foi reeleito senador pelo PDT em 1982,[13][14] mandato ao qual renunciou quando elegeu-se prefeito do Rio de Janeiro em 1985.[15]
Também nascido no Rio de Janeiro, o médico Jamil Haddad formou-se pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1949 com especialização em Traumatologia e Ortopodia. Durante o curso vinculou-se à União Nacional dos Estudantes (UNE) e nessa mesma época foi campeão carioca de basquete pelo Tijuca Tênis Clube e pelo Flamengo.[16][17] Trabalhou junto ao Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Empregados em Transportes de Empresas de Carga (IAPETEC) por doze anos a partir de 1950 e começou na política ao filiar-se ao PSB em 1960. Eleito deputado estadual pela Guanabara em 1962, renovou o mandato no MDB em 1966.[1] Cassado pelo Ato Institucional Número Cinco em março de 1969, foi aposentado compulsoriamente e teve os direitos políticos suspensos por dez anos. Médico de uma clínica particular, auxiliou a Seleção Brasileira de Basquetebol nos campeonatos mundiais feminino no Brasil em 1970 e masculino nas Filipinas em 1978.[17] Eleito segundo suplente de senador pelo PDT em 1982, entre março e dezembro do ano seguinte foi prefeito do Rio de Janeiro por nomeação do governador Leonel Brizola.[18] Com a eleição de Saturnino Braga para este último cargo, foi efetivado senador, visto que o primeiro suplente, Adão Pereira Nunes, já havia falecido.[19]
Foram apurados 4.763.791 votos nominais, assim distribuídosː
Candidatos a senador da República | Candidatos a suplente de senador | Número | Partido/Coligação | Votação | Percentual |
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Saturnino Braga PDT | Adão Pereira Nunes PDT Jamil Haddad PDT | ||||
Célio Borja PDS | Tenório Cavalcanti PDS Raul David Linhares Corrêa PDS | ||||
Artur da Távola PMDB | [nota 3] - [nota 4] - | ||||
Paiva Muniz PTB | Celso Brant PTB [nota 5] [20][21][22] | ||||
Vladimir Palmeira PT | Luiz Roberto Tenório PT José Domingos Cardoso PT | ||||
Hugo Ramos PTB | Jorge Alberto Alves Couceiro PTB [nota 5] [20][21][22] | ||||
Rafael de Almeida Magalhães PMDB | [nota 3] - [nota 4] - | ||||
Mário Martins PMDB | [nota 3] - [nota 4] - | ||||
Fontes:[1] | |||||
São relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.
Foram eleitos setenta deputados estaduais pelo Rio de Janeiro.[1][25]
Deputados estaduais eleitos | Partido | Votação | Percentual | Cidade onde nasceu | Unidade federativa |
Iara Vargas | PDT | 67.489 | São Borja | Rio Grande do Sul | |
Juberlan de Oliveira[nota 13] | PDT | 55.941 | Duque de Caxias | Rio de Janeiro | |
Heitor Furtado[nota 14] | PDS | 54.734 | Rio de Janeiro | Rio de Janeiro | |
Daisy Lúcidi | PDS | 54.521 | Rio de Janeiro | Rio de Janeiro | |
Jorge David | PDS | 54.137 | Nilópolis | Rio de Janeiro | |
José Miguel | PDT | 51.134 | Além Paraíba | Paraíba | |
Paulo Ribeiro | PDT | 49.390 | Nova Friburgo | Rio de Janeiro | |
Aécio Nanci | PDS | 45.026 | Barra Bonita | São Paulo | |
Cláudio Moacyr | PMDB | 41.615 | Macaé | Rio de Janeiro | |
José Gouveia Filho | PDT | 41.408 | Itaperuna | Rio de Janeiro | |
Flavio Palmier da Veiga | PDS | 40.244 | Niterói | Rio de Janeiro | |
Messias da Silva | PDS | 39.444 | Belo Horizonte | Minas Gerais | |
José Nader | PDS | 39.157 | Bananal | São Paulo | |
Átila Nunes Filho | PMDB | 38.748 | Rio de Janeiro | Rio de Janeiro | |
Afonso Celso[nota 15] | PDT | 38.689 | Niterói | Rio de Janeiro | |
Aluísio Gama | PMDB | 38.644 | Rio de Janeiro | Rio de Janeiro | |
Ítalo Bruno | PDS | 38.208 | Rio de Janeiro | Rio de Janeiro | |
Eduardo Chuahy | PDT | 37.613 | Rio de Janeiro | Rio de Janeiro | |
Sebastião Duque | PMDB | 35.543 | Barra Mansa | Rio de Janeiro | |
José Gomes Talarico | PDT | 34.670 | São Paulo | São Paulo | |
Victorino James | PDS | 34.315 | Rio de Janeiro | Rio de Janeiro | |
Luis Antônio Corrêa da Silva | PDS | 34.051 | Belford Roxo | Rio de Janeiro | |
Josias Ávila | PDS | 33.953 | São Gonçalo | Rio de Janeiro | |
Augusto Ariston | PDT | 33.627 | |||
José Haddad | PDS | 31.446 | |||
Nelson Sabrá | PDS | 31.327 | Petrópolis | Rio de Janeiro | |
Amadeu Chacar | PMDB | 30.699 | |||
Fernando Leandro | PTB | 29.597 | Porto | Portugal | |
Luiz Salomão | PDT | 28.571 | Rio de Janeiro | Rio de Janeiro | |
Alberto Dauaire | PMDB | 27.520 | |||
Zeyr Porto | PDS | 27.241 | São Gonçalo | Rio de Janeiro | |
Francisco Lomelino | PDS | 26.698 | |||
Alexandre Farah | PDT | 26.576 | |||
Sidinei Navas | PDT | 25.862 | |||
Luiz Edmundo | PTB | 25.737 | |||
Ludwig Amon | PDS | 25.659 | |||
Herculano Carneiro | PDS | 25.612 | |||
Fernando Bandeira | PDT | 25.172 | |||
Aluízio de Castro[nota 16] | PDS | 24.375 | |||
Astor Pereira de Melo | PDS | 24.140 | |||
Salvador Fernandes | PDT | 24.135 | |||
Paulo Quental | PDT | 23.790 | |||
Ampliato Cabral | PDS | 23.494 | |||
Roberto Pires[nota 17] | PDT | 22.956 | |||
Paulo Albernaz | PMDB | 22.184 | |||
José Augusto Guimarães | PDS | 21.920 | |||
Carlos Fayal | PDT | 21.855 | |||
Francisco Horta | PTB | 21.169 | Rio de Janeiro | Rio de Janeiro | |
Lucy Martins[nota 18][26] | PDT | 20.863 | |||
Mariano Gonçalves Neto | PDT | 20.810 | |||
Mariano Passos | PMDB | 20.807 | |||
Rosalda Paim | PDT | 20.673 | |||
Willer Brilhante | PDT | 20.579 | |||
Hélio Moreira de Souza | PDT | 20.359 | |||
Gilberto Rodrigues | PMDB | 20.149 | |||
Alcides Fonseca | PDT | 19.807 | |||
Jorge Roberto Silveira | PTB | 19.342 | Niterói | Rio de Janeiro | |
Márcio Paes | PMDB | 19.314 | |||
Murilo Asfora | PDT | 19.093 | |||
Hilza Maurício da Fonseca | PMDB | 19.089 | |||
Napoleão Veloso | PMDB | 18.823 | |||
Paulo Duque | PMDB | 18.711 | Rio de Janeiro | Rio de Janeiro | |
José Montes Paixão | PMDB | 18.281 | Rio de Janeiro | Rio de Janeiro | |
Geraldo Di Biase | PMDB | 18.280 | Valença | Rio de Janeiro | |
Elias Camilo Jorge | PMDB | 18.172 | |||
Romualdo Carrasco | PTB | 16.954 | |||
Leôncio Vasconcelos | PTB | 16.477 | Tianguá | Ceará | |
Cidinho Sant'Anna Filho | PTB | 15.996 | |||
Liszt Vieira | PT | 10.301 | |||
Lúcia Arruda | PT | 7.650 | |||
Fontes:[1] |
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