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futebolista brasileiro Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Carlos Edson Paiva Damasceno (Capanema, 8 de outubro de 1954), mais conhecido como Edson Cimento ou simplesmente Edson, é um ex-futebolista brasileiro que jogava como goleiro. Foi um dos maiores goleiros paraenses, sendo premiado com a Bola de Prata da Placar como o melhor goleiro do Campeonato Brasileiro de Futebol de 1977.[1]
Informações pessoais | ||
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Nome completo | Carlos Edson Paiva Damasceno | |
Data de nascimento | 8 de outubro de 1954 (70 anos) | |
Local de nascimento | Capanema, Pará, Brasil | |
Nacionalidade | brasileiro | |
Altura | 1,75 m | |
Pé | destro | |
Apelido | Edson Cimento | |
Informações profissionais | ||
Posição | goleiro | |
Clubes profissionais | ||
Anos | Clubes | Jogos e gol(o)s |
1971–1972 1973–1982 1974 1977–1978 1982 1983–1985 1984 1985 1986–1987 1990 1991–1992 |
Sporting Tuna Luso → Paysandu (emp.) → Remo (emp.) → Fluminense (emp.) Náutico → ASA (emp.) → ASA (emp.) Nacional Princesa do Solimões Tuna Luso Sport Belém |
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Seleção nacional | ||
1978 | Pará | 3 (0) |
Edson destacou-se na posição embora possuísse 1,75 metros de altura.[2] Algo que na época teria importância menor, segundo declaração dele em 2012: "no meu tempo, não tinha muitos goleiros altos, de 1,90m, como tem hoje (...) O bom goleiro tem que saber sair do gol e ser arrojado. Eu sempre joguei contra grandes e altos jogadores como Serginho Chulapa, Dario, Roberto Dinamite e sempre me consagrei".[3]
Seu apelido provém de uma fábrica de cimento implantada em sua cidade natal,[1] e seria referência também à sua gana contra os adversários: "um radialista da época, Jairo Vaz, criou este apelido. Eu era muito forte na época e eu sou natural de Capanema, terra do cimento. Então ele começou a me chamar de cimento também porque eu ia forte nas jogadas e não caía nas disputas contra os atacantes", explicou na mesma ocasião em 2012.[3]
Foi ainda em sua cidade natal que começou a despontar a nível estadual. Atuando na equipe local do Brasil, chegou à seleção municipal. Ainda adolescente, foi titular na campanha capanemense campeã invicta no Torneio Intermunicipal de 1970,[1] o primeiro ganho por Capanema.[4] Em doze jogos, Edson, que se espelhava no argentino Edgardo Andrada, sofreu apenas sete gols. De imediato, conseguiu acerto com um clube da capital: o extinto Sporting, que naquele ano acabava de realizar a sua estreia no Campeonato Paraense de Futebol.[1]
Inspirado no Sporting Clube de Portugal, a equipe homônima reproduzia o mesmo uniforme do clube europeu e havia sido criado no ano anterior por membros da comunidade portuguesa em Belém descontentes com os rumos do principal clube local da colônia, a Tuna Luso.[5] Edson se destacou no Sporting sobretudo no Estadual de 1972. O Paysandu terminou campeão, mas os pontos arrancados contra os alviverdes foram a duras penas: vitórias alviazuis de 2-1, 1-0 e empate em 0-0.[6]
Em 1973, o capanemense já estava na Tuna.[7] O Sporting ainda era amador em um campeonato profissional,[8] mas os dirigentes tunantes adquiriram Edson por cinco mil cruzeiros.[1] O Remo foi campeão invicto vencendo os dois turnos, com o título se assegurando no clássico com os cruzmaltinos - que, por outro lado, com Edson entre as traves e no estádio rival, seguraram o 0-0.[7] A Tuna chegou perto do título de 1974, vencendo o terceiro turno, mas perdendo por 1-0 o jogo final para o campeão Remo, na casa adversária.[9]
Também em 1974, Edson Cimento jogou o Brasileirão daquele ano pelo Paysandu,[10] a quem foi emprestado.[1] O clube conseguiu a última vaga na primeira fase, com três pontos de vantagem sobre o rival Remo. Avançou ao hexagonal-semifinal, na chave que terminou liderada pelo finalista Cruzeiro.[carece de fontes]
Na Tuna, Edson destacou-se ao longo da década de 1970. Mas um próximo título de turno estadual, novamente no terceiro, só viria no campeonato de 1977, com Edson protegendo um 0-0 com o Remo no campo oponente. O resultado fez o técnico azulino Juan Álvarez entregar o cargo. O Remo, porém, adiante conseguiu novo título.[11]
Como a Tuna não disputaria o Brasileirão de 1977, ficando assim ociosa, e o Remo sim, os cruzmaltinos acertaram o empréstimo de Edson ao rival, algo que já haviam feito anteriormente ao Paysandu. O Remo já tinha no goleiro Dico um ídolo. A ideia inicial do treinador Joubert Meira era promover um rodízio entre os dois,[1] mas Edson, indicado ao Remo pelo ex-goleiro e ídolo azulino François Thijm,[12] ganhou a posição após dois jogos seguidos em Belo Horizonte: com Dico, o Leão foi derrotado por 4-1 pelo Atlético Mineiro. Já Edson fez uma boa exibição na partida seguinte, em que os paraenses venceram fora de casa o América Mineiro.[1]
Edson acabaria eleito o melhor goleiro do campeonato nacional, rendendo-lhe uma Bola de Prata da revista Placar.[1] Edson foi o segundo jogador atuando na Região Norte do Brasil a receber a premiação; o primeiro, também um emprestado remista, havia sido o lateral-direito Aranha, em 1972.[13] À altura de 2016, ambos seguiam sendo os únicos do futebol nortista que ganharam a premiação.[carece de fontes] O Remo ficou na 14ª colocação geral, chegando até a terceira fase da competição, não passando para as semifinais por conta de dois pontos.[3]
Sobre a premiação, declarou em 2012, quando voltou ao Remo para ser treinador de goleiros, o seguinte:
“ | Conquistas eu tive muitas, mas a que marcou mesmo foi a Bola de Prata em 1977, quando fui o melhor goleiro do Brasil. Eu estava disputando com o Leão, Raul, Carlos, Peres, só goleiro a nível de seleção e eu fui feliz por conquistar esse grande reconhecimento pelo meu trabalho. Mas não fui só bem aqui, por todos os clubes que eu passei, deixei a minha marca. Fizemos uma boa campanha naquele Campeonato Brasileiro da Série A. O nosso time era praticamente todo caseiro - só tinha um jogador de fora -, mas mesmo assim conseguimos nos destacar.[3] | ” |
O Brasileirão de 1978 começou em seguida e Edson seguiu emprestado ao Remo. O time fez uma boa primeira fase, em terceiro atrás de Flamengo e Portuguesa e à frente do Fluminense. Caiu dessa vez na segunda fase de grupos, perdendo a classificação à terceira por um ponto a menos que o Coritiba.[carece de fontes] Pertencendo à Tuna,[1] foi pelo torneio nacional que ele disputou o clássico Re-Pa, tanto no campeonato de 1977, um 0-0 em novembro no Baenão,[14] como no de 1978, um novo 0-0, em março, na ocasião em que o clássico ocorreu pela primeira vez no Mangueirão, recém-inaugurado.[15] O clássico ocorreu uma vez no Brasileirão de 1974, quando Edson esteve emprestado ao Paysandu, mas o goleiro alviceleste foi Renato. Naquele mesmo ano, um goleiro Edson jogou Re-Pas pelo Papão, mas tratava-se de Edson Borracha.[16]
Ainda no primeiro semestre de 1978, Edson Cimento estreou pela seleção paraense, em um 4-0 sobre seleção juvenil do Uruguai, ainda que os celestes houvessem prometido enviar o time principal.[17] Embora o Mangueirão já fosse utilizado desde 1977,[15] foi esse o jogo que oficialmente inaugurou o estádio.[17] Edson ainda jogaria mais duas partidas pelo Pará, ambos ainda em março de 1978, em amistosos contra a seleção do Amazonas (3-2) e contra o Botafogo (0-0), todos no Mangueirão.[17]
O Estadual de 1978 iniciou-se em setembro e Edson voltou à Tuna. Com ela, foi finalista do segundo turno, onde eliminou o Paysandu após batê-lo por 1-0, mas pelo mesmo resultado foi derrotada pelo Remo no Mangueirão. Os azulinos terminaram adiante campeões.[18] Já no Estadual de 1979, que retomou o campeonato para o primeiro semestre, Remo e Paysandu centralizaram a disputa e as finais.[19] Mesmo assim, a Tuna pôde participar do 1979, o mais inchado da história da competição, contando com 96 times.[20]
Foi a estreia da Tuna no Brasileirão desde a reformulação de 1971.[21] Até então, a única participação nacional do clube havia sido justamente na primeira Taça Brasil, em 1959, como campeã estadual de 1958, sendo a primeira representante paraense.[22] Em 1979, a campanha cruzmaltina durou nove jogos, com cinco derrotas e três vitórias. O goleiro tunante titular foi Reginaldo, presente, porém, em somente uma das vitórias e em três das derrotas, além de um empate em Belém com o Botafogo da Paraíba. Edson foi o titular nos demais resultados.[21]
O clube só participou outras duas vezes da divisão principal do Brasileirão, em 1984 e em 1986, respectivamente após ser campeã estadual de 1983 e campeã brasileira da segunda divisão em 1985. Edson, porém, já não estaria presente em nenhuma dessas campanhas,[23][24][25][26] o que não o impediu de ser considerado um dos maiores goleiros da história da Tuna.[21]
Edson jamais foi campeão estadual no Pará.[1] A Tuna não conquistou o torneio entre 1970 e 1983.[carece de fontes] O goleiro chegara novamente perto no torneio de 1980: a Tuna, que com ele já havia participado no primeiro semestre da segunda divisão brasileira daquele ano, pela primeira vez, indo até a segunda fase,[27] ganhou os dois primeiros turnos do Estadual. O Paysandu venceu o terceiro. O regulamento da época forçou um quadrangular final, em que os cruzmaltinos entraram com dois pontos de bonificação e os bicolores, um, sendo completados por Remo e Sport Belém, ambos zerados. Apesar da Tuna começar em vantagem, o campeão terminou sendo o Paysandu e o vice, o Remo.[28] Por outro lado, Edson destacou-se não apenas pela defesas, mas também por gols: marcou três no campeonato, o que foi notícia nacional.[29]
Edson disputou ainda a segunda divisão brasileira de 1981 pela Tuna, no primeiro semestre, novamente com campanha até a segunda fase de grupos.[30] No Estadual daquele ano, ele e a Tuna novamente disputaram um quadrangular final após três turnos, mas dessa vez com zero ponto de bonificação. Um 0-0 foi segurado com o Paysandu no Mangueirão, insuficiente para tirar novo título dos alviazuis.[31] A Tuna dessa vez não tomou parte da segunda divisão brasileira de 1982.[32] Edson foi emprestado ao Fluminense.[33] Voltou para a disputa do Estadual de 1982, mas a Tuna dessa vez não chegou ao turno final. O Paysandu foi novamente campeão.[34]
Emprestado ao Fluminense no início de 1982, chegou ao clube carioca junto com outro trazido do futebol paraense, o lateral Aldo.[33] Aldo se firmaria ídolo no Tricolor,[35] mas Edson não passou de terceiro goleiro, com o titular sendo Paulo Vítor,[1] curiosamente também paraense e que iria à Copa do Mundo FIFA de 1986.[36] Em 1982 foi citado no escândalo da Máfia da Loteria Esportiva.[37]
No início de 1983, Edson Cimento foi contratado pelo Náutico, de melhor campanha nordestina no Brasileirão de 1983.[38] O clube também vivia jejum incômodo, com oito vice-campeonatos pernambucanos nos nove anos anteriores.[39] Foi campeão estadual no ano seguinte, mas o titular do técnico Givanildo Oliveira era Pimenta.[2] Ainda em 1984, Edson foi repassado ao ASA.[40] Retornou ao Náutico para o Brasileirão de 1985,[41] rumando novamente ao ASA depois.[42]
No Nacional, foi campeão amazonense de 1986, o único título estadual da carreira como titular.[1] A conquista culminou o terceiro tetracampeonato estadual do clube.[43] Jogou o Brasileirão de 1986 pelo Nacional,[44] na última vez em que o Estado do Amazonas teve um representante na primeira divisão.[45] Seguiu no clube em 1987, ganhando o segundo turno estadual.[46]
Sua carreira fora do Pará também incluiu passagens por Princesa do Solimões e Ypiranga.[1] Edson Cimento reapareceu na Tuna no início de 1990, em mais um Estadual. Naquela edição, Remo e Paysandu voltaram a centralizar as disputas, favoráveis aos azulinos.[47] Em 1992, os cruzmaltinos venceram a terceira divisão do campeonato brasileiro daquele ano, mas sem a participação do ídolo,[48] que disputou o estadual daquele ano pelo Sport Belém,[49] onde já jogava em 1991.[50] Também esteve no Izabelense. Sua carreira durou 22 anos.[1]
Uma vez encerrada a carreira de jogador, Edson dedicou-se a ser treinador de goleiros.[1] Assim como quando jogador, trabalhou tanto no Paysandu[51] como no Remo.[52] "É a profissão que eu mais gosto. Trabalhar como goleiro e com os goleiros foi a minha vida. Só vou largar esta profissão quando não aguentar mais. Fiquei feliz de ter parado de jogar futebol e continuar a trabalhar com preparação dos goleiros, que a minha profissão é a coisa que eu mais amo. Por onde passo o meu trabalho é reconhecido. Praticamente todos os anos os meus goleiros estão na seleção do campeonato. (...) A minha vida foi debaixo desses três paus, por isso eu sei bem.", declarou.[3]
Na função de treinador de goleiros, integrou em um mesmo campeonato paraense o campeão e o vice-campeão. Foi em 2012, onde iniciou trabalhando no primeiro turno no Cametá,[3] que foi campeão em uma final interiorana com o Águia de Marabá.[53] No segundo turno, passou ao Remo,[3] campeão desta parte do campeonato,[53] com o trabalho de Edson sendo bastante valorizado.[3] Nas finalíssimas, o Cametá venceu a primeira e empatou a segunda após marcar dois gols nos cinco últimos minutos, ganhando a centésima edição do Estadual.[53]
Em fevereiro de 2013, foi um dos 22 jogadores convidados a Manaus para as festas do centenário conjunto da dupla rival Nacional e Rio Negro.[54]
Em 20 de abril de 2016, Edson foi um dos homenageados no lançamento do Programa "Ídolos Eternos" do Remo, antes do clássico com o Paysandu pela semifinal da Copa Verde,[55] ainda que tenha sido demitido de sua função de treinador de goleiros junto com o restante da comissão técnica dias antes.[52] Também vivenciou dissabores no próprio Paysandu, chegando a apresentar ação trabalhista contra o clube, com posterior acordo.[51]
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