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futebolista brasileiro Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Waldir Peres de Arruda (Garça, 2 de janeiro de 1951 – Mogi Mirim, 23 de julho de 2017) foi um treinador e futebolista brasileiro que atuou como goleiro.[1]
Informações pessoais | ||
---|---|---|
Nome completo | Waldir Peres de Arruda | |
Data de nasc. | 2 de janeiro de 1951 | |
Local de nasc. | Garça, São Paulo, Brasil | |
Nacionalidade | brasileiro | |
Morto em | 23 de julho de 2017 (66 anos) | |
Local da morte | Mogi Mirim, São Paulo, Brasil | |
Altura | 1,81 m | |
Informações profissionais | ||
Posição | goleiro | |
Clubes de juventude | ||
1969–1970 |
Garça Ponte Preta | |
Clubes profissionais | ||
Anos | Clubes | Jogos (golos) |
1970–1973 1973–1984 1984 1985–1986 1986–1988 1988 1988 1989 |
Ponte Preta São Paulo America-RJ Guarani Corinthians Portuguesa Santa Cruz Ponte Preta |
649 (0) 21 (0) 65 (0) 44 (0) 22 (0) 1 (0) 0 (0) | 2 (0)
Seleção nacional | ||
1975–1982 | Brasil | 39 (0) |
Times/clubes que treinou | ||
1990 1991 1992 1993 1994 1994 1995 1996 1997 1998 1998 1999 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2006 2007 2007 2008 2008 2011–2012 2013 |
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Considerado um dos mais importantes arqueiros do futebol brasileiro, defendeu o São Paulo de 1973 a 1984 e a Seleção Brasileira em três Copas do Mundo (1974, 1978 e 1982). Jogou nas décadas de 1970 e 1980, e foi considerado em boa parte desse tempo um dos melhores goleiros do Brasil.[2] Foi reserva nas Copas do Mundo de 1974 e 1978, sendo titular na Copa do Mundo de 1982, na Espanha, onde era um dos destaques de um time que contava com Zico, Sócrates, Falcão e Oscar. Entre os que atuaram pela Seleção Brasileira em Copas do Mundo, é o goleiro com a menor média de gols sofridos.
Waldir Peres começou a carreira no Garça, sendo campeão paulista da terceira divisão em 1969. Observado, foi contratado pela Ponte Preta, onde apareceu para o futebol brasileiro, mas foi no São Paulo, aonde chegou em 1973, que ganhou projeção.[3] Não estava na convocação original do Brasil para a Copa do Mundo FIFA de 1974, mas, com a contusão do goleiro reserva Wendel no joelho esquerdo, o titular do São Paulo foi chamado.[4] Entretanto, sua primeira partida pela Seleção só aconteceria mais de um ano depois, em 4 de outubro de 1975, uma vitória por 2 a 0 sobre o Peru, pelas semifinais da Copa América de 1975 — o Brasil perdeu a classificação para a final no sorteio.[5]
Nesse período, ele já tinha conquistado o primeiro título de sua carreira, o Campeonato Paulista de 1975. A final contra a Portuguesa só foi decidida nos pênaltis, e Waldir espalmou as cobranças de Dicá e Tatá. Como Wilsinho chutara para fora e o São Paulo tinha convertido suas três penalidades, o Tricolor comemorou o título. A torcida gritou o nome do goleiro e carregou-o em seus braços, já com a faixa de campeão.[6]
Seu segundo título também veio nos pênaltis: o Campeonato Brasileiro de 1977, decidido apenas em 5 de março de 1978. Ele começou o campeonato em um rodízio com Toinho, em que cada um disputava três jogos, mas retomou o posto de titular na reta final.[7] Na final, o São Paulo, que tinha dez pontos a menos que o adversário, o Atlético Mineiro, empatou por 0 a 0 no Mineirão, tanto no tempo normal como na prorrogação. Nos pênaltis, o goleiro são-paulino manteve-se frio e catimbou bastante, deixando mais nervosos Joãozinho Paulista, Toninho Cerezo e Márcio, que chutaram suas cobranças para fora, dando o título à equipe paulista.[8] Nessa época, foi considerado um dos três melhores goleiros em atividade no Brasil.[9]
Nessa condição ele foi convocado para a Copa do Mundo FIFA de 1978, mas, assim como quatro anos antes, não entrou em campo. Só voltaria a ser convocado mais de dois anos depois, e em condições parecidas com a sua convocação em 1974. O técnico da Seleção, Telê Santana, não convocou Waldir para o Mundialito, que se realizaria entre o fim de 1980 e o início de 1981 para comemorar o cinquentenário da Copa do Mundo, mas teve de chamá-lo em 5 de janeiro, depois de o titular Carlos se contundir na primeira partida, contra a Argentina. A convocação de Valdir gerou polêmica, por causa da boa fase de Leão, então no Grêmio.[10] Isso apesar de o goleiro ter acabado de conquistar o Campeonato Paulista de 1980 com o São Paulo. Waldir, no entanto, não entrou em campo nos dois outros jogos da campanha do vice-campeonato. Ele só voltaria a defender o gol do Brasil, pela primeira vez desde 19 de maio de 1976, na partida contra a Venezuela em 8 de fevereiro de 1981, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 1982.
Seu grande momento na Seleção Brasileira veio um mês e meio depois, em 19 de maio, num amistoso contra a Alemanha. Quando Luisinho cortou um cruzamento de Karl-Heinz Rummenigge com a mão, o árbitro inglês Clive White marcou o pênalti. Faltavam dez minutos para o fim do jogo, e o Brasil vencia por 2 a 1. Paul Breitner, que nunca tinha perdido uma penalidade em sua carreira até ali,[11] partiu para a cobrança, e a bola foi no canto esquerdo, mas Waldir defendeu. O árbitro anulou a defesa, alegando que o goleiro se adiantara.[12] Breitner chutou novamente, desta vez no outro canto, e Waldir defendeu mais uma vez. O Neckarstadion ficou em silêncio.[11]
A atuação serviu de consolo para o goleiro, que tinha perdido no início do mês o Campeonato Brasileiro de 1981, com duas derrotas para o Grêmio. De qualquer maneira, Waldir protagonizou um lance que fez a torcida lembrar da final de três anos antes. Quando Baltazar correu para cobrar um pênalti no primeiro jogo, Waldir partiu em sua direção e impediu a cobrança.[13] O atacante adversário teve de repeti-la, mas, possivelmente nervoso, chutou para fora.
Naquele mesmo ano, conquistou ainda o bicampeonato paulista. Mantendo a posição de titular da Seleção desde o começo do ano, no ano seguinte foi convocado para ser o goleiro titular do Brasil na Copa do Mundo FIFA de 1982. Sofreu um frango incrível na primeira partida, contra a União Soviética, mas foi mantido na posição.[14] Curiosamente, foi o único jogador do Brasil em toda a Copa a receber um cartão amarelo.[15] A derrota por 3 a 2 para a Itália, que determinou a eliminação brasileira, foi o único jogo oficial pela Seleção em que Waldir sofreu mais de um gol.[16] Foi também seu último jogo com a camisa amarela.
Ele deixou o São Paulo no meio de 1984, onde jogou de 3 de novembro de 1973 e 26 de maio de 1984, indo para o America-RJ. Em seguida, foi para o Guarani. No Campeonato Brasileiro de 1985, defendeu três pênaltis em um jogo contra o Flamengo, ajudando a garantir a vaga para a fase seguinte.[17]
No ano seguinte, chegou ao Corinthians. Apesar de ter passado doze anos em um dos maiores rivais do clube, teve seu nome cantado pela torcida em várias partidas.[18] No Campeonato Paulista de 1987, foi um dos destaques do time que deixou a lanterna no primeiro turno para chegar ao vice-campeonato.[19] No início de 1988, o jogador comprou seu próprio passe por 764 mil cruzados.[20]
Encerrou a carreira em 1989 na mesma Ponte Preta em que começou, depois de uma passagem pelo Santa Cruz.[21]
Em 2016, Waldir Peres filiou-se ao Partido Republicano Progressista para disputar uma vaga de vereador em São Paulo nas eleições municipais, mas, em sua primeira e única eleição, obteve 1 341 votos e não foi eleito.[22]
Morreu no dia 23 de julho de 2017, em Mogi Mirim. O arqueiro foi vítima de um infarto fulminante logo após o almoço, quando seguia para uma festa de aniversário. Waldir tinha 66 anos e não apresentava nenhum problema de saúde.[23] O sepultamento foi realizado na quarta-feira, 26 de julho, no Cemitério Gethsêmani, em São Paulo.[24]
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