Dopamina

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Dopamina

A dopamina (DA, uma contração de 3,4-di-hidroxifenetilamina) é um neurotransmissor monoaminérgico, da família das catecolaminas e das feniletilaminas que desempenha vários papéis importantes no cérebro e no organismo. Os receptores de dopamina são subdivididos em [[Receptor D1 de dopamina|D1], D22, D3, D4 e D5, de acordo com localização no cérebro e função. O cérebro contém várias vias dopaminérgicas, como a via mesolímbica, que desempenha um papel importante no sistema de comportamento motivado a recompensa.[3] [4] A maioria das recompensas aumentam o nível de dopamina no cérebro, e muitas drogas viciantes aumentam a atividade neuronal da dopamina. A dopamina é produzida especialmente pela substância negra e na área tegmental ventral (ATV). A dopamina também está envolvida no controle de movimentos, aprendizado, humor, emoções, cognição e memória.[5]

Factos rápidos Nomes, Identificadores ...
Dopamina
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Nomes
Nome IUPAC 3,4-dihidroxi-feniletanamina
Outros nomes 2-(3,4-dihidroxifenil)etilamina;
3,4-dihidroxifenetilamina;
3-hidroxitiramina; DA; Intropina
Revivan; Oxitiramina
Dopamina
Identificadores
Número CAS 51-61-6,62-31-7 (cloridrato)
PubChem 681
DrugBank APRD00085
SMILES
Dopamina
Propriedades
Fórmula química C8H11NO2
Massa molar 153.178
Ponto de fusão 128 °C[1]
Solubilidade em água 60.0 g/100 ml (? °C) [carece de fontes?]
solúvel[2]
Solubilidade solúvel em metanol[2]
insolúvel em etanol, acetona, clorofórmio e éter[2]
Acidez (pKa) 8,93[1]
Dopamina
Riscos associados
Frases R R36/37/38
Frases S S26, S36/37
LD50 2859 mg·kg−1 (Rato, per os) [1]
Dopamina
Compostos relacionados
Outros aniões/ânions 3-Metoxitiramina (4-(2-aminoetil)-3-metoxi-fenol)
3,4-Dimetoxifenetilamina
Compostos relacionados Tiramina (4-(2-aminoetil)-fenol)
6-Hidroxi-dopamina (5-(2-aminoetil)benzeno-1,2,4-triol)
Noradrenalina (4-[(1R)-2-amino-1-hidroxietil]benzeno-1,2-diol)
Alfa-metil-dopamina (4-(2-aminopropil)benzeno-1,2-diol)
Epinina (N-metil-dopamina)
Levodopa (ácido (S)-2-amino-3-(3,4-di-hidroxiphenil) propanoico)
Página de dados suplementares
Estrutura e propriedades n, εr, etc.
Dados termodinâmicos Phase behaviour
Solid, liquid, gas
Dados espectrais UV, IV, RMN, EM
Exceto onde denotado, os dados referem-se a
materiais sob condições normais de temperatura e pressão.

Referências e avisos gerais sobre esta caixa.
Alerta sobre risco à saúde.
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Sua estimulação excessiva resulta em dessensibilização dos receptores gerando maior necessidade de dopamina para obter o mesmo efeito. Esse mecanismo tem um papel importante no vício em jogo, adicção sexual, alcoolismo e drogadicção.

É precursora natural da adrenalina e da noradrenalina, outras catecolaminas com função estimulante do sistema nervoso central.[6]

A desregulação da dopamina está relacionada a transtornos neuropsiquiátricos como doença de Parkinson, no qual ocorre escas[7] sez na via dopaminérgica nigro-estriatal, e na esquizofrenia, no qual ocorre excesso de dopamina na via dopaminérgica no mesolímbico e escassez na via mesocortical.[8]

Mecanismo de ação

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Perspectiva
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Na via de recompensa, dopamina é fabricado na área tegmental ventral e é liberado no núcleo accumbens e segue para o córtex pré-frontal. Na via responsável por movimentação, a dopamina é produzida na substância negra e liberada no corpo estriado

Estimula os receptores adrenérgicos do sistema nervoso simpático. Também atua sobre os receptores dopaminérgicos nos leitos vasculares renais, mesentéricos, coronarianos e intracerebrais, produzindo vasodilatação. Os efeitos são dependentes da dose.

Em doses baixas (0,5 a 2 mcg/kg/min) atua predominantemente sobre os receptores dopaminérgicos, produzindo vasodilatação mesentérica e renal. A vasodilatação renal dá lugar a um aumento do fluxo sanguíneo renal, da taxa de filtração glomerular, da excreção de sódio e geralmente do volume urinário.

Em dose baixas a moderadas (2 a 10 mcg/kg/min) também exerce um efeito inotrópico positivo no miocárdio devido à ação direta sobre os receptores beta-1 e uma ação indireta mediante a liberação de norepinefrina dos locais de armazenamento. Destas ações resulta um aumento da contratilidade do miocárdio e do volume de ejeção, aumentando então o gasto cardíaco. A pressão arterial sistólica e a pressão do pulso podem aumentar, sem variação ou com um ligeiro aumento da pressão arterial diastólica. A resistência total periférica não se altera. O fluxo sanguíneo coronário e o consumo de oxigênio do miocárdio geralmente se incrementam.

Com doses mais elevadas (10 mcg/kg/min) ocorre estímulo dos receptores alfa adrenérgicos, produzindo um aumento da resistência periférica e vasoconstricção renal. As pressões sistólica e diastólica aumentam como resultado do incremento do gasto cardíaco e da resistência periférica.

Farmacocinética da dopamina

Distribuição

Distribui-se amplamente no organismo, não atravessa a barreira hematoencefálica, não se sabe se atravessa a placenta.

Metabolismo

No fígado, rins e plasma pela MAO (monoaminoxidase) e COMT (catecol -O- metiltransferase) a compostos inativos. Em torno de 25% da dose se metaboliza a norepinefrina nas terminações nervosas adrenérgicas.

Meia-vida

Plasma — aproximadamente 2 minutos.

Duração da ação

Menos de 10 minutos.

Eliminação

Renal — cerca de 80% da dose de dopamina é excretada na urina em 24 horas, fundamentalmente com metabólitos e uma pequena porção de forma inalterada.

Vias dopaminérgicas

Utilização médica

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Perspectiva

Dopaminérgicos podem ser administrados por seringa (via endovenosa) ou comprimidos (via oral e sublingual).

É um agente que tem ação inotrópica, sem alterar padrão cronotrópico, aumenta o poder de contração cardíaca através dos receptores beta-1. Tem ação vasopressora e simpaticomimética. Estimulante dos receptores da dopamina. É também precursor da noradrenalina e catecolamina.

Tem utilização no tratamento de alguns tipos de choques tal qual o choque circulatório sendo particularmente benéfica para os pacientes com oligúria e com resistência vascular periférica baixa ou normal. A dopamina também é utilizada com grande êxito no tratamento do choque cardiogênico (causado pelo sistema circulatório) e choque bacteriêmico (causado por excesso de bactérias prejudiciais), bem como no tratamento da hipotensão intensa seguida a remoção do feocromocitoma.

Posologia

Diluição padrão (1 mg/ml = 3 mcg/kg/min): Dopamina (50 mg/ml) fazer 5 ampolas em 200 ml de soro glicosado a 5% endovenoso correndo na bomba de infusão (BIC) na vazão de 10,8ml/h para um paciente cujo peso se aproxime de 60 kg.[carece de fontes?]

Solução Concentrada (2 mg/ml = 6 mcg/kg/min): Dopamina (50 mg/ml) fazer 10 ampolas em 150 ml de soro glicosado a 5% endovenoso correndo na bomba de infusão (BIC) na vazão de 10,8ml/h para um paciente cujo peso se aproxime de 60 kg.[carece de fontes?]

Contraindicação médica

A dopamina é contraindicada para pacientes portadores de feocromocitoma, bem como na presença de taquicardia ou fibrilação ventricular.

Como a segurança e a eficácia do uso da dopamina durante a gravidez ainda não foram bem estabelecidas, ela só deve ser feito caso o médico ache conveniente, ou se os efeitos benéficos sobrepujarem os riscos potenciais para o feto.

A dopamina não deve ser administrada junto com bicarbonato de sódio ou outras soluções alcalinas intravenosos, pois ela se torna inativa na presença de soluções alcalinas.

Ver também

Referências

  1. Thieme Chemistry, ed. (2008). RÖMPP Online - Version 3.1. Stuttgart: Georg Thieme Verlag KG
  2. «Cópia arquivada». Consultado em 13 de Fevereiro de 2013. Arquivado do original em 22 de Agosto de 2011
  3. Baik, Ja-Hyun (dezembro de 2020). «Stress and the dopaminergic reward system». Science. Experimental & Molecular Medicine (em inglês) (12): 1879–1890. ISSN 2092-6413. doi:10.1038/s12276-020-00532-4. Consultado em 30 de março de 2025
  4. Wickens, Jeffery R.; Horvitz, Jon C.; Costa, Rui M.; Killcross, Simon (1 de agosto de 2007). «Dopaminergic Mechanisms in Actions and Habits». Journal of Neuroscience (em inglês) (31): 8181–8183. ISSN 0270-6474. PMID 17670964. doi:10.1523/JNEUROSCI.1671-07.2007. Consultado em 30 de março de 2025
  5. Johanna, Hubner, Luiza (2022-03-09). Papel da Dopamina e Motivação para o Esforço e Fadiga Mental (Tese). Consultado em 30 de março de 2025 Verifique data em: |ano= (ajuda)
  6. Cardinal, R.N. & Bullmore, E.T., The Diagnosis of Psychosis, Cambridge University Press, 2011, ISBN 978-0-521-16484-9
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