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Demografia do Espírito Santo é o estudo estatístico da população espírito-santense: sua composição (étnica, cultural, religiosa, econômica, por gênero etc.), quantidade e distribuição pelo território (urbano e rural) desse estado brasileiro. De acordo com o Censo 2010, conduzido pelo IBGE, naquele ano a população do Espírito Santo (ES) era de 3 514 952 pessoas,[1] mas atualmente (2014) o mesmo IBGE estima que essa população seja de 3 885 049 habitantes.[1]
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A área territorial do ES é de aproximadamente 46 095,583 de quilômetros quadrados,.[1] o que significa que em 2010 a densidade populacional do estado era de aproximadamente 76,25 hab./km2 Como se poderá observar no gráfico abaixo, desde a década de 1940 a população do ES tem aumentado pouco, porém continuamente, a uma taxa de aproximadamente 2% ao ano:
Ainda segundo o censo demográfico de 2010, o Espírito Santo é o 14.º estado mais populoso do Brasil[nota 1] e o décimo primeiro mais urbanizado.[nota 2]
Conforme os dados censitários de 2010, 1 731 218 habitantes (49,25% do total do estado) eram homens e 1 783 734 (50,75% do total do estado) eram mulheres.[4]
De acordo com o Censo de 2010, a população total do ES residindo em zonas urbanas era de 2 931 472 de habitantes (83,4% do total do estado),[5] o que significa que em 2010 o total de pessoas residindo nas zonas rurais do ES era de 583 480 habitantes (16,6% do total do estado).[5]
A PNAD de 2008[nota 3] investigou a distribuição populacional espírito-santense por cor da pele ou raça, chegando aos seguintes números:[nota 4]
A grande miscigenação étnica do Espírito Santo ocorreu nas décadas de 1940 até 1980, quando as grandes cidades do estado começaram a se industrializar, isso atraiu muitas famílias do interior do estado (os italianos), para a Grande Vitória, onde havia grande concentração, sobretudo de pessoas de ascendência portuguesa e espanhola, além de boa parte da população local ser parda, esse êxodo rural, causou grande miscigenação de culturas no estado.
Quando os portugueses, em 23 de maio de 1535, capitaneados pelo fidalgo Vasco Fernandes Coutinho, tomaram posse da Capitania do Espírito Santo, depararam-se com indígenas de diversas culturas que dominavam o litoral e o interior e que impuseram à Coroa Portuguesa severa resistência ao processo de colonização. Tanto que apenas na primeira metade do século XVII as lutas tiveram fim, com a definitiva derrota dos índios. A partir daí o processo de aculturação deu-se de forma acelerada, e rapidamente as diversas etnias foram absorvidas e integradas pelas populações de origem portuguesa e africana, bem como, no decorrer das décadas, por imigrantes europeus de outras nacionalidades, como alemães e italianos. Nos dias atuais, um reduzidíssimo número de índios das etnias tupiniquim e guarani ainda procura manter viva sua cultura e tradição, ambas fragilizadas pela sociedade como um todo, que se baseia em valores bem diferentes e até opostos aos deles. Sobrevivem em reservas situadas ao norte da capital Vitória, sendo Caieiras Velhas, no município de Aracruz, a mais representativa. Ela abriga descendentes dos primeiros Tupiniquins aqui encontrados, praticando agricultura de subsistência e artesanato. Na década de 1980, um acordo firmado entre a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e a prefeitura de Aracruz permitiu a criação, na reserva, de escolas para ensino de nível fundamental e de creches. Na mesma época, por iniciativa da Legião Brasileira de Assistência (LBA), foram introduzidos cursos profissionalizantes, como uma tentativa de reduzir a grande exclusão social a que o processo histórico submeteu os indígenas. Muitos indivíduos, dada a dificuldade de sobrevivência nas reservas, migram para os grandes centros urbanos capixabas para trabalhar em ofícios mal remunerados (posto que a mão-de-obra é desqualificada para as exigências do mercado) ou em ocupações marginais como a prostituição.
Culturalmente falando, foi fundamental a contribuição indígena (a também a africana) no que tange à linguística, porque enriqueceu sobremaneira a língua portuguesa inicialmente falada em território capixaba. Num processo idêntico ao que ocorreu com todo o Brasil, foi graças aos termos, prefixos e sufixos próprios da língua tupi-guarani (e também as de origem africana) que o português adquiriu sotaques e cadência diferenciados da Pátria-Mãe.
O Espírito Santo abriga uma das maiores colônias italianas do Brasil.[8] Os imigrantes foram atraídos para o estado a fim de ocupar inicialmente a região das serras.[9][10] Os imigrantes foram obrigados a enfrentar a mata virgem e foram abandonados pelo governo à própria sorte. A situação de miséria vivida por muitos colonos fez com que, em 1895, o governo italiano proibisse a emigração de seus cidadãos para o Espírito Santo.[11] De qualquer forma, a contribuição italiana para a cultura e economia do estado foi de fundamental importância e, hoje, o estado possui a maior porcentagem de ítalo-descendentes do Brasil, atualmente prósperos na capital ou nas cidades do interior, onde mantêm as tradições seculares de seus antepassados. Devido ao isolamento de mais de um século, as colônias italianas do interior do Espírito Santo ainda mantêm costumes dos imigrantes e muitos dos descendentes ainda falam dialetos italianos.[12]
Os italianos veem-se muito presentes na vida da sociedade capixaba. Foram eles quem fundaram muitas das cidades, e há ainda vários grupos de dança típica italiana e festas de inspiração italiana, assim como muita influência culinária. Municípios como Alfredo Chaves,[13] Venda Nova do Imigrante,[14] Afonso Cláudio,[15] Santa Teresa,[16] Mimoso do Sul,[17] Castelo,[18] Alegre, Pancas, Muniz Freire,[19] Marechal Floriano,[20] Vargem Alta e Muqui são exemplos típicos. A parte da presença massiva de pratos de origem italiana na mesa capixaba, outros aspectos, como os sobrenomes, atividades como a fabricação de queijo, macarrão, vinho e as plantações de uva, nos lembram essa forte influência. Outro exemplo são pequenas propriedades agrícolas que hoje retornam às raízes italianas para promover o agroturismo, um mercado potencialmente lucrativo. A primeira colônia de imigrantes italianos do Brasil foi construída no Espírito Santo, no município de Santa Teresa, em 1875. Os italianos começaram a chegar em peso a partir de 1879, 50 anos após os alemães.[16]
Atualmente, 65% da população (1,9 milhões de pessoas), já bastante miscigenados com outras etnias,[21] possui ascendência italiana, ou é descendente de italianos, sendo o estado brasileiro com a maior porcentagem de ítalo-descendentes na população.[22]
Essa grande miscigenação, ocorreu nas décadas de 1940 até 1980, quando as grandes cidades do estado começaram a se industrializar, isso atraiu muitas famílias do interior do estado (os italianos), para a Grande Vitória, onde havia grande concentração, sobretudo de pessoas de ascendência portuguesa e espanhola, além de boa parte da população local ser parda, esse êxodo rural, causou grande miscigenação de culturas no estado.
Outra grande presença no estado é a dos alemães, que foram dos primeiros a cultivar o solo mais distante da costa, começaram a chegar em 1847, fundando a vila de Santa Isabel, em Domingos Martins,[23] onde foi construída a primeira Igreja Luterana com Torre da América Latina,[23] a vila de Santa Isabel foi uma das primeiras colônias de imigrantes do Brasil.[23] Assim como a comunidade italiana, ainda retém muitos aspectos da vida de antanho, como grupos de dança típicos e festas como a Sommerfest, em Domingos Martins, que também é de inspiração alemã.[24]
Outro grupo próximo ao alemão é o pomerano, que originalmente veio de uma região entre a Alemanha e Polônia,[25] que sofria com a pobreza e com as invasões polonesas e prussianas.[25] A principal atividade dos pomeranos é a agricultura, eles se concentram em Santa Maria de Jetibá,[26] e mantém muito de sua cultura e idioma preservados, seu idioma, o pomerano,[27] tem como um dos últimos refúgios o estado, onde em cidades bilíngües é usado como língua mais falada pelos habitantes, sendo até ensinado nas escolas, juntamente com o português.[28]
Dois municípios capixabas mantêm o pomerano como segunda língua oficial (além do português): Vila Pavão[29] e Santa Maria de Jetibá.[30] Também foi aprovada em agosto de 2011 a PEC 11/2009, emenda constitucional que inclui no artigo 182 da Constituição Estadual a língua pomerana, junto com a língua alemã, como patrimônios culturais do Estado.[31][32][33][34]
A presença de negros deve-se, como em todo resto da federação, ao passado escravocrata. Nota-se a forte presença do negro no estado, desde o século XVI, com as principais concentrações em São Mateus (o maior centro de escravos da capitania), Vitória, Cachoeiro do Itapemirim. Essa concentração predominantemente no litoral onde localizavam-se os latifúndios escravistas, pois no interior, as plantações eram na forma de pequenas propriedades, cultivadas por imigrantes europeus. Segundo alguns historiadores, mesmo após 1850, com a proibição do tráfico, essa região ainda recebeu escravos provenientes do contrabando.
Também é notável a presença no Espírito Santo de outras etnias, como a dos poloneses,[35] no município de Águia Branca, dos suíços, espalhados pelo estado, sobretudo na região serrana, entre Santa Leopoldina e Santa Maria de Jetibá,[36] dos austríacos,[37] vindos da região do Tirol, conhecidos também como tiroleses, vivendo em Santa Leopoldina, e de um pequeno grupo de belgas, luxemburgueses e libaneses, que habitam principalmente o município de Guarapari.[37]
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