Loading AI tools
sistema de notação fonética Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O Alfabeto Fonético Internacional (referenciado pela sigla AFI[1][2][3] e pela sigla em inglês IPA,[4][5][6] de International Phonetic Alphabet) é um sistema de notação fonética composto por 157 caracteres,[7] baseado no alfabeto latino, criado em 1886 no projeto orientado pelo linguista francês Paul Passy (Associação Fonética Internacional),[7] com objetivo de ter uma representação padronizada dos sons do idioma falado.[8] O AFI é utilizado por linguistas, fonoaudiólogos, professores e estudantes de idiomas estrangeiros, cantores, atores, lexicógrafos e tradutores.[9][10]
O AFI foi projetado para representar apenas aquelas características da fala que podem ser distinguidas no idioma falado: fonemas, entonação e a separação de palavras e sílabas.[8] Para representar características adicionais da fala, como o ranger dos dentes, sigmatismo (língua presa) e sons feitos com lábios leporinos, utiliza-se de um conjunto ampliado de símbolos, chamados de extensões ao AFI.[9]
Ocasionalmente letras ou diacríticos são adicionados, removidos ou modificados pela Associação Fonética Internacional. A partir da alteração mais recente em 2015,[11] existem 107 letras, 52 diacríticos e quatro marcas de prosódia no AFI.
Os símbolos do alfabeto fonético internacional são divididos em três categorias: letras (que indicam os sons básicos), diacríticos (que especificam mais esses sons básicos) e suprassegmentais (que indicam características, como velocidade, tom e acento tônico). Essas categorias são divididas em seções menores: as letras podem ser vogais ou consoantes e os diacríticos e suprassegmentais são classificados de acordo com o que indicam: articulação, fonação, tom, entonação ou acentuação tônica.
Os alfabetos percussores:[12]
Em 1686, o linguista holandês Francis Lodwick propôs a criação de um alfabeto universal, com objetivo de escrever muitas línguas de forma eficiente, após observar a dificuldade que existia para escrever de forma precisa o que era falado, e de pronunciar corretamente o que era escrito (em essência, uma escrita fonética sofisticada).[13]
Considera-se que, Lodwick pode ter sido influenciado pelo estudo das línguas indianas e pela escrita Brahmi, fonologicamente sistemática (século III a.C.). Ele organiza as consoantes em séries, baseado na localização e no modo de articulação (plosiva sonora, plosiva surda, nasal, fricativa sonora, fricativa surda) e;[13] também identificou 14 vogais distintas, representadas pelas palavras (em inglês, francês e baixo holandês) tall, tallow, tale, tell, teal, till, dure (fr.), muis (hol.), tile, tone, tunne, une (fr.), tool e could.[14]
As consoantes foram agrupadas em 10 colunas de 6 linhas, porém algumas foram omitidas porque seus sons seriam tão parecidos que causariam confusão. Por exemplo, a coluna 2 continha as consoantes dark, tart, name, this, thing e dante (fr.); em cada coluna estão consoantes que são pronunciadas pelas mesmas partes da boca.[14]
Em 1886, o linguista Paul Passy cria o grupo Dhi Fonètik Tîtcerz' Asóciécon (FTA), composto por professores de idiomas franceses e britânicos - o que passaria a ser conhecido de 1897 em diante como a Associação Fonética Internacional (do francês L'Association Phonétique Internationale (API), em inglês International Phonetic Association (IPA).[15] Em 1888, o grupo fez o primeiro esboço do International Phonetic Alphabet no artigo nomeado "aur rivàizd ælfəbit", publicado na edição 7/8 da revista Le Maître Phonétique (volume 3).[12] O alfabeto original teve como base uma reforma ortográfica do inglês conhecida como alfabeto rômico, porém para adequá-lo a outros idiomas os valores dos símbolos tornaram-se variáveis de acordo com as características de cada língua.[16] Por exemplo, o som IPA ʃ (ch em "chave") era representado originalmente com a letra <c> no inglês, porém com a letra <x> em francês.[15] Em 1888, entretanto, o alfabeto foi revisado e uniformizado em todos os idiomas, e adquiriu assim uma base para todas as revisões futuras.[15][17]
Desde a sua criação o AFI passou por diversas revisões. Depois das principais revisões e expansões, permaneceu inalterado até a convenção de Kiel, realizada em 1989. Uma revisão de menor importância ocorreu em 1993, com a adição de quatro vogais semicentrais,[9] e a eliminação dos símbolos para as implosivas surdas.[18] O alfabeto foi revisado pela última vez em maio de 2005, com a adição de um símbolo para o flape labiodental.[19] Além da adição e eliminação de símbolos, as mudanças no AFI consistiram na sua maior parte da renomeação dos símbolos e de suas categorias, e na modificação das fontes utilizadas.[9]
Recentemente o alfabeto foi expandido: As extensões do alfabeto fonético internacional foram criadas em 1990, e oficialmente adotadas pela Associação Internacional de Linguística e Fonética Clínica em 1994.[20]
A maioria das letras do alfabeto é originária do alfabeto romano ou derivada dele, algumas são do alfabeto grego e outras não parecem pertencer a alfabeto nenhum.
Esse alfabeto especial, chamado também quadro fonético, passou por inúmeras mudanças através dos estudos promovidos por esse grupo. Sua última atualização foi feita em 2005.[7]
As revisões e expansões do Alfabeto Fonético Internacional:[12]
O princípio geral do alfabeto fonético internacional é fornecer um símbolo para cada som ou segmento de fala distinto.[21] Isto significa que o alfabeto não se utiliza de combinações de letras para representar sons únicos, ou de letras únicas para representar mais de um som (como o <x> pode representar [ks] no português). Não existem letras que têm valores sonoros diferentes de acordo com o contexto (como o <c> possui no português e em outros idiomas europeus) e, finalmente, o AFI não costuma ter letras separadas para dois sons, se nenhuma língua conhecida fizer distinção entre eles (uma propriedade conhecida como "seletividade"[9]).[selective]
Entre os símbolos do alfabeto, 107 representam consoantes e vogais, 31 são diacríticos utilizados para especificar ainda mais estes sons, e 19 são utilizados para indicar características como quantidade, tom, tonicidade e entonação.
Os símbolos escolhidos para o alfabeto fonético internacional têm como intenção a harmonia com o alfabeto latino.[harmony] Por este motivo, a maioria dos símbolos ou é derivada das próprias letras latinas ou das gregas, ou modificações de ambas. Existem, no entanto, símbolos que não pertencem a nenhuma das duas: por exemplo, o símbolo que indica a oclusiva glotal, <ʔ>, tem a forma de uma espécie de ponto de interrogação, e era originalmente um apóstrofo.[question] Outros símbolos, como aqueles da faringal fricativa sonora <ʕ>, embora modificados para serem utilizados em conjunto com o alfabeto latino, foram inspirados por glifos em outros sistemas de escrita (neste caso, a letra ﻉ, `ain, do alfabeto árabe).[18]
Apesar desta preferência por letras que se harmonizem com o alfabeto latino, a Associação Fonética Internacional admitiu ocasionalmente símbolos que não têm esta propriedade. Por exemplo, antes de 1989, os símbolos do AFI para os cliques eram <ʘ>, <ʇ>, <ʗ> e <ʖ>, todos derivados tanto de símbolos já existentes para representá-los, ou de letras greco-latinas. No entanto, com a exceção de <ʘ>, nenhum destes símbolos era utilizado pelos hotentotistas ou bantólogos, e, como resultado disso, foram substituídos por símbolos não latinos porém mais difundidos entre os povos que os utilizam: <ʘ>, <ǀ>, <ǃ>, <ǂ>, e <ǁ> na Convenção de Kiel, realizada em 1989.[22]
O alfabeto fonético internacional baseia-se no alfabeto latino, utilizando-se de quanto menos formas não latinas possível.[15] A Associação Fonética Internacional criou o AFI para que os valores sonoros da maioria das consoantes retiradas do alfabeto latino correspondessem ao seu "uso internacional".[15] As letras <b>, <d>, <f>, <k>, <l>, <m>, <n>, <p>, <t>, <v>, <w> e <z> têm os mesmos valores utilizados no português; e as vogais, também do alfabeto latino (<a>, <e>, <i>, <o>, <u>) correspondem aos seus valores sonoros do português, equivalentes aos sons originais latinos. Outras letras representam valores diferentes do português, representando valores que lhe são dadas em outras línguas, como <j>, <x> e <y>.
Este inventário foi ampliado com o uso de formas maiúsculas ou cursivas, diacríticos e rotações. Existem ainda diversas letras que foram derivadas ou adaptadas do alfabeto grego, embora os valores sonoros nem sempre tenham permanecido equivalentes. Por exemplo, <ʋ> é uma vogal no grego, porém é apenas uma consoante indiretamente relacionada, no AFI. Três destas letras derivadas do grego (<β>, <θ> e <χ>) são utilizadas sem quaisquer modificações à sua forma, enquanto outras (incluindo <ɣ>, <ɛ>, <ɸ>, e <ʋ>) foram levemente modificadas, e codificadas separadamente de suas "letras-mãe" no Unicode.
Os valores sonoros das letras latinas modificadas frequentemente são derivados daqueles utilizados nas letras originais.[23] Por exemplo, letras que apresentam em sua grafia um gancho para baixo e para a direita representam consoantes retroflexas, enquanto letras maiúsculas em tamanho pequeno costumam representar consoantes uvulares. Além do fato de que certos tipos de modificação ao formato de uma letra geralmente correspondem a certos tipos de modificação aos sons que elas representam, normalmente não há maneira de deduzir o som representado por um símbolo através da forma de sua grafia (ao contrário, por exemplo, da Fala Visível).
Além das próprias letras, existe uma grande variedade de símbolos secundários que auxiliam na transcrição fonética. Sinais diacríticos podem ser combinados com os símbolos do AFI de maneira a transcrever os valores fonéticos modificados, ou articulações secundárias. Existem também símbolos especiais para características suprassegmentais, como tonicidade e entonação, que são utilizados com frequência.
Existem duas maneiras de utilizar os caracteres do alfabeto fonético internacional para transcrever um determinado idioma: pode-se representar os fonemas, através da transcrição fonológica (que transcreve os caracteres entre barras) e a transcrição fonética, que representa os sons dos fonemas (e costuma transcrever os caracteres entre colchetes).
Embora o AFI ofereça mais de cem símbolos para transcrever a fala, não é necessário que se utilize de todos os símbolos relevantes ao mesmo tempo; é possível transcrever a fala com diferentes níveis de precisão. O tipo mais preciso de transcrição fonética, no qual os sons são descritos com o maior nível de detalhe que o sistema permite, sem qualquer preocupação com a significância linguística das distinções feitas desta maneira, é conhecido como transcrição estreita, ou detalhada. Qualquer outra coisa recebe o nome de transcrição larga ou ampla, embora estes termos sejam, obviamente, relativos. Os dois tipos de transcrição são representados geralmente entre colchetes, porém a transcrição larga por vezes pode estar entre barras e não colchetes.
A transcrição larga apenas distingue entre os sons que são considerados diferentes pelos falantes de um determinado idioma. Os sons que são pronunciados diferentemente de acordo com os dialetos ou estilos do idioma, ou de acordo com os sons vizinhos, podem ser considerados como sendo sons "iguais", já que são alófonos dos mesmos fonemas. Por exemplo, a pronúncia da palavra "porta" pode ser transcrita de maneira ampla utilizando-se do AFI como /pɔɾtɐ/, e esta transcrição larga (e imprecisa) é uma descrição correta de muitas, ainda que não todas, as pronúncias da palavra no português. Esta transcrição ampla meramente identifica os diferentes componentes foneticamente relevantes da palavra, sem indicar a variedade de sons correspondentes. Por outro lado, as transcrições estreitas (colocadas entre colchetes) especificam a maneira com que cada som é pronunciado. Uma transcrição mais estreita de "porta" iria variar de acordo com a maneira, o sotaque ou o dialeto em que for falada: [pɔːhtɐ], [pɔːɹtɐ] e [pɔːɾtə̆] são algumas das possibilidades.
Nem a transcrição larga nem a estreita para o alfabeto fonético internacional fornecem uma descrição absoluta; elas são descrições relativas dos sons fonéticos. Esta definição se aplica especialmente às vogais no AFI: não existe um mapeamento rápido e consistente entre os símbolos do alfabeto e as faixas de frequência formantes, dependendo da fonologia do idioma em questão.
Embora o alfabeto fonético internacional seja popular entre os linguistas para transliterações, outros métodos, como a notação fonética americanista ou mesmo o AFI aliado a certos símbolos não oficiais, são utilizados por motivos que incluem a redução da margem de erros na leitura de transcrições manuscritas, ou uma suposta inadequação do AFI a certas situações. A prática exata varia consideravelmente de idioma para idioma e mesmo entre cada estudioso ou pesquisador, de maneira que os autores frequentemente optam por incluir uma explicação do motivo de suas escolhas.[24]
O alfabeto fonético internacional não é universal entre os dicionários dos diversos idiomas do mundo. Na República Tcheca, por exemplo, os dicionários de grande circulação no mercado tendem a utilizar o AFI apenas para os sons que não existem no tcheco.[25]
Nos Estados Unidos da América, para representar os sons do inglês, muito dicionários se utilizam de um alfabeto fonético diferente, chamado American phonemic transcription. O sistema americano foi concebido para usar diacríticos em vez de caracteres especiais, o que facilita muito para quem usa computadores sem as fontes do AFI ou máquina de escrever. Contudo, com o crescente uso de computadores e processadores de texto que podem produzir os caracteres do AFI, o sistema de transcrição americano vem sendo, aos poucos, suplantado.
Há iniciativas que demonstram interesse crescente na preservação e na compreensão mais profunda das línguas antigas, consideradas mortas, como o latim. Além do vocabulário e da gramática dessas línguas, procura-se registrar sua pronúncia autêntica em certos períodos e locais históricos, como o site de brocardos jurídicos latinos[26], que não apenas cataloga e explica brocardos jurídicos em latim, mas também oferece a pronúncia correta dessas expressões.
Esses esforços representam uma tentativa significativa de trazer à vida línguas antigas, enriquecendo nosso entendimento não apenas do significado das palavras, mas também de como elas soavam em sua época original, o que emerge como um recurso valioso para estudiosos e entusiastas de línguas antigas, e contribui para a preservação e a revitalização do patrimônio linguístico da humanidade.
Os símbolos do alfabeto fonético internacional foram incorporados às ortografias-padrão de várias línguas, principalmente na África subsaariana, assim como em outras regiões daquele continente; entre os principais exemplos estão o hauçá, o fula, o acã, o bê e o mandinga.
Um exemplo das formas maiusculizadas dos símbolos AFI está no cabié do norte do Togo, que tem Ɔ Ɛ Ɖ Ŋ Ɣ Ʃ Ʊ (ou Ʋ) - formas maiúsculas de ɔ ɛ ɖ ŋ ɣ ʃ ʊ (ou ʋ): MBƱ AJƐYA KIGBƐNDƱƱ ŊGBƐYƐ KEDIƔZAƔ SƆSƆƆ TƆM SE. Outras formas maiúsculas do alfabeto utilizadas incluem Ɑ Ɓ Ƈ Ɗ Ə/Ǝ Ɠ Ħ Ɯ Ɱ Ɲ Ɵ Ʈ Ʒ Ɽ.
As letras representam os sons básicos do AFI. Os valores dos sons das consoantes são idênticos aos do alfabeto latino e, em muitos casos, correspondem ao uso na língua portuguesa. Os símbolos das vogais são idênticos aos do alfabeto latino ([a], [e], [i], [o], [u]), correspondendo, grosso modo, às vogais da língua espanhola ou italiana. Já as consoantes do alfabeto latino que foram mantidas nem sempre equivalem aos sons que suas equivalentes têm na língua portuguesa ou nas línguas latinas; o [j], não representa o que aparenta na língua portuguesa, mas o j alemão e holandês, que equivale ao som produzido em ditongos com "i", no português, como na palavra "ideia"; o y corresponde ao u francês ou o ü alemão). O princípio é usar um só símbolo por som, e não como, por exemplo, na língua portuguesa, em que ch e nh, são combinações de letras para um som.
O alfabeto fonético internacional divide seus caracteres que representam letras em três categorias: As consoantes egressivas, as consoantes não egressivas e as vogais.[27] Cada caractere recebe um número, para evitar confusão entre letras semelhantes (como ɵ e θ), e cada categoria diferente de som recebe diferentes sequências numéricas.
Abaixo estão os símbolos do alfabeto segundo estas divisões. Para saber os códigos correspondentes no Unicode, veja AFI no Unicode. Para mais informações sobre os sons (fonemas) em si, veja Fonética.
As letras que possuem correspondente no alfabeto latino geralmente recebem também fonema equivalente ao da mesma letra em algum idioma que as usa. Algumas delas aparecem também ligeiramente modificadas. Quando isso ocorre, correspondem a um som similar ao da letra-base. Por exemplo, todas as consoantes retroflexas têm o mesmo símbolo que as consoantes alveolares equivalentes, exceto por adicionarem um "gancho" no canto inferior esquerdo da letra.
Diacríticos podem ser combinados com os símbolos do AFI para transcreverem ligeiras modificações fonéticas ou articulações secundárias. Também, há símbolos especiais para características suprassegmentais, como a tonicidade e o tom.
Uma consoante egressiva ou pulmônica é uma consoante que é produzida com a obstrução da glote (o espaço entre as pregas vocais) ou da cavidade oral (a boca), e uma emissão de ar, simultânea ou subsequente, vinda dos pulmões. Estas consoantes são a maior parte das consoantes existentes no Alfabeto Fonético Internacional, bem como em todos os idiomas humanos. Todas as consoantes do português e do inglês, por exemplo, estão nesta categoria.[28]
A tabela está dividida em linhas que designam o modo de articulação, indicando como a consoante é produzida, e por colunas que indicam o ponto de articulação, indicando em que região do trato vocal a consoante é produzida. A tabela principal inclui apenas consoantes com um único ponto de articulação.
Ponto de articulação → Modo de articulação ↓ |
Labial | Coronal | Dorsal | Laríngea | ||||||||||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Bilabial | Labiodental | Linguolabial | Dental | Alveolar | Palatoalveolar | Retroflexa | Palatal | Velar | Uvular | Faríngea | Epiglotal | Glotal | ||||||||||||||
Nasal | m̥ | m | ɱ̊ | ɱ | n̼̊ | n̼ | n̪̊ | n̪ | n̥ | n | n̠̊ | n̠ | ɳ̊ | ɳ | ɲ̊ | ɲ | ŋ̊ | ŋ | ɴ̥ | ɴ | ||||||
Oclusiva | p | b | p̪ | b̪ | t̼ | d̼ | t̪ | d̪ | t | d | t̠ | d̠ | ʈ | ɖ | c | ɟ | k | ɡ | q | ɢ | ʡ | ʔ | ||||
Fricativa sibilante | s̼ | z̼ | s̪ | z̪ | s | z | ʃ | ʒ | ʂ | ʐ | ɕ | ʑ | ||||||||||||||
Fricativa não-sibilante | ɸ | β | f | v | θ̼ | ð̼ | θ | ð | ɹ̝̊ | ɹ̝ | ɹ̠̊˔ | ɹ̠˔ | ɻ̊˔ | ɻ˔ | ç | ʝ | x | ɣ | χ | ʁ | ħ | ʕ | ʜ̝ | ʢ̝ | h | ɦ |
Aproximante | ɸ˕ | β̞ | ʋ̥ | ʋ | θ̼˕ | ð̼˕ | θ̞ | ð̞ | ɹ̥ | ɹ | ɹ̠̊ | ɹ̠ | ɻ̊ | ɻ | j̊ | j | ɰ̊ | ɰ | χ˕ | ʁ̞ | ħ̞ | ʕ̞ | ʜ̞ | ʢ̞ | ʔ̞ | |
Vibrante múltipla | ʙ̥ | ʙ | r̼̊ | r̼ | r̪̊ | r̪ | r̥ | r | r̠̊ | r̠ | ɽ̊r̥ | ɽr | ʀ̥ | ʀ | ʜ | ʢ | ||||||||||
Vibrante simples | ⱱ̥˖† | ⱱ̟† | ⱱ̥† | ⱱ† | ɾ̼̊ | ɾ̼ | ɾ̪̊ | ɾ̪ | ɾ̥ | ɾ | ɾ̠̊ | ɾ̠ | ɽ̊ | ɽ | c̆ | ɟ̆ | k̮ | ɡ̆ | q̆ | ɢ̆ | ʡ̥̆ | ʡ̆ | ||||
Fricativa lateral | ɬ̼ | ɮ̼ | ɬ̪ | ɮ͆ | ɬ | ɮ | ɬ̠ | ɮ˗ | ꞎ | 𝼅* | * | ʎ̝ | * | ʟ̝ | ||||||||||||
Aproximante lateral | l̼̊ | l̼ | l̪̊ | l̪ | l̥ | l | l̠̊ | l̠ | ɭ̊ | ɭ | ʎ̥ | ʎ | ʟ̥ | ʟ | ||||||||||||
Vibrante simples lateral | ɺ̼̊ | ɺ̼ | ɺ̪̊ | ɺ̪ | ɺ̥ | ɺ | ɺ̠̊ | ɺ̠ | ɭ̥̆ | ɭ̆ | ʎ̥̆ | ʎ̮ | ʟ̥̆ | ʟ̆ |
As consoantes complexas são sons que envolvem dois pontos de articulação simultâneos, isto é, são pronunciados com o uso de duas partes diferentes do trato vocal ao mesmo tempo. Em inglês o [w] do verbo went ("foi") é uma consoante complexa, ou coarticulada, pois é pronunciada com o arrendondamento dos lábios enquanto o fundo da língua é erguido. Outros idiomas, como o francês e o sueco, possuem diferentes consoantes coarticuladas.
ʍ | Aproximante velar labializada surda |
w | Aproximante velar labializada sonora |
ɥ | Aproximante palatal labializada sonora |
ɕ | Fricativa pós-alveolar (alvéolo-palatal) palatalizada surda |
ʑ | Fricativa pós-alveolar (alvéolo-palatal) palatalizada sonora |
ɧ | Fricativa "palatovelar" surda |
ɫ | Aproximante lateral alveolar velarizada |
Consoantes africadas e oclusivas duplamente articuladas são representadas por dois símbolos unidos por uma linha, que pode ocorrer tanto na sua parte superior como inferior. As seis africadas mais comuns podem ser representadas ainda por ligaduras, embora esta não seja mais a prática oficial do alfabeto fonético internacional, já que um número excessivo de ligaduras seria necessário para representar todas as africadas desta maneira. Outra notação também costuma ser utilizada para transcrever as africadas, como tˢ no lugar de t͡s, de maneira paralela a kˣ ~ k͡x. Os símbolos para as plosivas palatais <c ɟ>, frequentemente são utilizados como uma forma mais conveniente de [t͡ʃ d͡ʒ] ou africadas parecidas, mesmo em publicações oficiais que usam o AFI, e portanto tais símbolos devem ser interpretados com cuidado.
Linha | Ligadura | Descrição |
---|---|---|
t͡s | ʦ | africada alveolar surda |
d͡z | ʣ | africada alveolar sonora |
t͡ʃ | ʧ | africada pós-alveolar surda |
d͡ʒ | ʤ | africada pós-alveolar sonora |
t͡ɕ | ʨ | africada alvéolo-palatal surda |
d͡ʑ | ʥ | africada alvéolo-palatal sonora |
t͡ɬ | – | africada alveolar lateral surda |
d͡ɮ | – | africada alveolar lateral sonora |
k͡p | – | oclusiva labiovelar surda |
ɡ͡b | – | oclusiva labiovelar sonora |
ŋ͡m | – | oclusiva nasal labiovelar |
As consoantes não egressivas são sons cujo fluxo de ar não depende dos pulmões. Entre eles estão os cliques (encontrados nas línguas khoisan, da África) e implosivas (encontradas no suaíli, outro idioma africano).
Cliques | Implosivas | Ejetivas | |||
ʘ | bilabial | ɓ | bilabial | ʼ | por exemplo: |
ǀ | dental | ɗ | dental/alveolar | pʼ | bilabial |
ǃ | pós-alveolar | ʄ | palatal | tʼ | dental/alveolar |
ǂ | palatal | ɠ | velar | kʼ | velar |
ǁ | lateral alveolar | ʛ | uvular | sʼ | fricativa alveolar |
Editar | Anterior | Quase anterior | Central | Quase posterior | Posterior |
Fechada | |||||
Quase fechada | |||||
Semifechada | |||||
Média | |||||
Semiaberta | |||||
Quase aberta | |||||
Aberta |
As vogais são produzidas sem nenhum impedimento na passagem da corrente de ar: [i], [e], [a], [o], [u], etc.
As semivogais, conforme o nome diz, são sons que têm ao mesmo tempo traços de consoantes e de vogais: [j], [w].
As vogais constituem uma classe de sons cuja produção não envolve uma constrição significativa dos articuladores na cavidade oral, espaço onde a maioria das vogais é produzida. Contrariamente às consoantes, que requerem três parâmetros para a sua descrição, a descrição de vogais requer o fornecimento de informação sobre quatro aspectos da sua articulação, nomeadamente:
Jakub Marian desenvolveu um alfabeto fonético[33] mais genérico e universal em contraposição ao IPA, que é baseado e referenciado tão somente ao Alfabeto latino. Cada consoante é definida por um símbolo gráfico formado por dois parâmetros "maiores" (modo e ponto de articulação) e um "menor" (sonora ou surda). Por suas vez, cada vogal apresenta dois parâmetros maiores para abertura e posição (frontal, média, posterior, etc.), havendo um menor "arredondamento" da mesma.
O IPA e todas as suas subpartes são licenciadas desde 2005 para a Associação Fonética Internacional. A partir de 2012, são disponibilizados gratuitamente sob a licença Creative Commons Attribution-Sharealike 3.0 Unported (CC-BY-SA); que permite qualquer tipo de reutilização (incluindo reprodução comercial e trabalhos derivados), desde que: seja colocada no texto a atribuição e a reprodução, ou o trabalho derivado esteja com a mesma licença.
In accordance with long-established Czech lexicographical tradition, a modified version of the International Phonetic Alphabet (IPA) is adopted in which letters of the Czech alphabet are employed.
Seamless Wikipedia browsing. On steroids.
Every time you click a link to Wikipedia, Wiktionary or Wikiquote in your browser's search results, it will show the modern Wikiwand interface.
Wikiwand extension is a five stars, simple, with minimum permission required to keep your browsing private, safe and transparent.