Loading AI tools
Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O tangará-falso (nome científico: Chiroxiphia pareola),[3][4] também chamado no vernáculo como tangará-príncipe,[5] tangará-de-costa-azul,[3] tangará-de-dorso-azul,[6] tangará-zé-bezerra, dançarino, tangará-dançarino, dançarino-de-costas-azuis, cabeça-encarnada, rendeira, maria-rendeira, uirapuru ou uirapuru-de-costa-azul,[2][3] é uma espécie de ave passeriforme da família dos piprídeos (Pipridae). É distribuído nas florestas da região neotropical, em sub-bosques, da América Central (na ilha de Tobago, Caribe: Chiroxiphia pareola atlantica) à região oriental do Brasil, incluindo a Amazônia (em floresta de terra firme e floresta de várzea) e os estados de Mato Grosso e Maranhão até o Rio de Janeiro; também no sudeste da Colômbia, a leste da cordilheira dos Andes até o leste do Equador e leste do Peru e Bolívia, nas Guianas e Venezuela, ao norte; mais frequente em áreas litorâneas arborizadas até altitudes de 300 metros na região sudeste do Brasil; onde faz fronteira com a espécie Chiroxiphia caudata, sua congênere em regiões de maior altitude.[3][7] Foi classificada em 1766, por Carlos Lineu,[2] sendo listada pela União Internacional para a Conservação da Natureza como espécie pouco preocupante.[1] Ela mede 12 a 12,5 centímetros de comprimento.[3]
Tangará-falso | |||||||||||||||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Fotografia de um tangará-falso (Chiroxiphia pareola; subespécie Chiroxiphia pareola atlantica) macho, em Tobago, Trindade e Tobago. | |||||||||||||||||||||||||||
Ilustração do macho (acima) e da fêmea (abaixo) do tangará-falso, retirada da obra A selection of the birds of Brazil and Mexico: the drawings (1841), por William Swainson | |||||||||||||||||||||||||||
Estado de conservação | |||||||||||||||||||||||||||
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1] | |||||||||||||||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||||||||||||||
| |||||||||||||||||||||||||||
Nome binomial | |||||||||||||||||||||||||||
Chiroxiphia pareola (Lineu, 1766)[2] | |||||||||||||||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||||||||||||||
As florestas da região neotropical (mapa), no Caribe (Tobago), norte e oeste da América do Sul, até região sudeste do Brasil (no Rio de Janeiro), são o habitat do tangará-falso.[3] |
Sua denominação binomial, Chiroxiphia pareola, provém do grego e do latim e significa "príncipe das asas de sabre", com a palavra tangará supostamente derivada do tupi tãga'rá.[8]
Chiroxiphia pareola apresenta grande dimorfismo sexual:
No macho ocorre a predominância de penas negras em seu ventre, cauda, pescoço e cabeça, com uma área de cor azul-celeste intensa, como um manto, em seu dorso, próxima do pescoço. Asas e retrizes de negras a cinzentas. Destaca-se uma área em vermelho no topo da cabeça, num topete, ou crista, prolongando-se em dois cornos orientados para trás e que lhe valeu a denominação de cabeça-encarnada. Em sua cauda não se destacam penas medianas, azuis e mais longas do que as outras, como na espécie Chiroxiphia caudata. Espécimes da subespécie C. pareola regina, do Peru e Amazônia brasileira, apresentam penas amarelas no topo de sua cabeça.[3][7][9]
A fêmea e o macho imaturo, que apresenta coroa vermelha, possuem penas de coloração bem mais discreta, sendo verde-oliváceos a cinzentos, apresentando, no caso das fêmeas, uma nítida auréola de penas claras ao redor dos olhos e coloração mais pálida no peito, amarelada na barriga.[3][7]
Segundo Eurico Santos, seus hábitos se igualam aos do tangará.[9] Helmut Sick descreve as cerimônias nupciais e de vocalização: os machos, geralmente dois, rentes, marcam um sonoro "uít-uít"[3] ou um "tikarr-tikarr" anasalado[7], até um animado gargarejo: "kua-ka-ka", para um sonoro "tjörr-tjörr", com um agachando-se e o outro pulando verticalmente, se alternando enquanto o outro observa, cuja homogeneidade de comportamento é salientada por um ronronar rítmico e finalizando num estridente "tic-tic". Finalmente o macho dominante voa silenciosamente ao redor da fêmea, pousando em curtos intervalos, segundo-se a copulação no galho.[3] Machos, mesmo sendo imaturos, podem participar dessas danças.[10] Ambos os sexos dão um "tuí" límpido, por vezes dobrado.[7] Eurico Santos descreve seu ninho feito de musgos e folhas finas e delicadas, onde são depositados dois ovos, densamente cobertos por manchas de um castanho-avermelhado e algumas cinzentas[9], sendo chocados por 18 dias e com os filhotes saindo do ninho após 20 dias.[10]
Nos bosques tropicais onde habita, este pássaro é onívoro, se alimentando de frutos, vermes e pequenos artrópodes, como aranhas, insetos e suas larvas.[10]
O Congresso Ornitológico Internacional (IOC),[11] e a lista de Clements v.2015 reconhecem duas subespécies de tangará-falso, com sua distribuição geográfica correspondente:[12]
Em estudo científico filogenético sobre os gêneros intimamente relacionados de piprídeos, Chiroxiphia e Antilophia, por Marques Silva et al. (2018), através de sequenciamento de DNA foram sugeridos resultados confirmando que C. pareola regina e C. pareola napensis devem ser tratadas como espécies independentes; além de encontrados três clados divergentes em C. pareola pareola, provavelmente correspondendo a subespécies distintas: um com a subespécie de Tobago (em Trindade e Tobago) e com representantes da margem norte do rio Amazonas; outro com os indivíduos da Mata Atlântica e sul do rio Amazonas.[13]
Na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN), foi classificado como pouco preocupante, pois tem ampla distribuição geográfica e sua população está estável, apesar das percas de habitat.[1] Em 2005, foi classificado como em perigo na Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo;[14] E em 2018, como pouco preocupante na Lista Vermelha do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).[15][16]
Nossos resultados suportam que C. p. regina e C. p. napensis devem ser tratados como espécies independentes. Encontramos três clados divergentes em C. p. pareola provavelmente correspondendo a subespécies distintas: uma em que a isolada e endêmica Ilha de Tobago C. p. atlantica são agrupados com C. p. pareola da margem norte do baixo rio Amazonas; e dois clados irmãos compreendendo indivíduos distribuídos ao sul do rio Amazonas e os da Mata Atlântica.
Seamless Wikipedia browsing. On steroids.
Every time you click a link to Wikipedia, Wiktionary or Wikiquote in your browser's search results, it will show the modern Wikiwand interface.
Wikiwand extension is a five stars, simple, with minimum permission required to keep your browsing private, safe and transparent.