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Floresta de várzea é um tipo de vegetação localizada em planícies inundáveis da Bacia Amazônica, mais conhecidas como florestas inundáveis por serem sazonalmente ou periodicamente inundada por águas de rios de águas brancas (isto é, sofre influência do pulso de inundação).
Rios de águas brancas são oriundos da drenagem de regiões de cabeceiras, normalmente a Cordilheira dos Andes e os Piemontes Andinos[1], e se diferenciam dos outros tipos de águas amazônicos (como as águas claras do Rio Tapajós e as águas pretas do Rio Negro) por altos valores de turbidez e de concentração de íons (isto é, condutividade elétrica)[2]. Além disso um pH alcalino e altas concentrações de partículas inorgânicas (como silte e argila) são características desse tipo de água. A concentração de matéria orgânica dissolvida é variável nesse tipo de ambiente, o que a diferencia das águas predominantemente ácidas encontradas nos rios de águas pretas[3].
As florestas de várzea dividem-se em dois tipos: as várzeas baixa e intermediária, nas quais predominam palmeiras e as espécies que apresentam raízes aéreas, as quais auxiliam na fixação de oxigênio, como o açaizeiro e o buriti, e a várzea alta, cujo solo é menos influenciado pelas águas das cheias e apresenta maior biomassa.[4] Nela ocorrem espécies arbóreas, como a sumaúma, açacu, andiroba e copaíba.[4]
Tal classificação foi feita de acordo com o nível topográfico, composição química do solo e composição botânica.[4]
Na classificação do IBGE (2012), pode ser enquadrada nas categorias floresta ombrófila densa aluvial e floresta ombrófila aberta aluvial.
A floresta de várzea apresenta menor diversidade de plantas do que a floresta em terra firme, pois poucas espécies conseguem sobreviver às inundações sazonais. Porém, a fauna de peixes que habitam na região é extensa. Na época das inundações, os peixes conseguem adentrar na floresta, encontrando abrigo e abundância de nutrientes. Além disso, nessa época do ano, estes peixes são conhecidos por comerem frutos. Na época de seca, os peixes são obrigados a retornar para rios ou lagos remanescentes.
Florestas de várzea abrigam uma biodiversidade adaptada as variações no regime hidrológico. Plantas e peixes possuem adaptações para aumentar as chances de sobrevivência em um ambiente que sofre mudanças ao longo do ano[6]. O pulso de inundação do Rio Amazonas e seus tributários é responsável pela dinâmica hidrológica em áreas de várzea, que contribui para processos ecológicos da fauna e flora adaptada a esse tipo de zona úmida[7].
As espécies de peixes que interagem com florestas de várzea podem sincronizar a sua reprodução com os períodos de enchentes dos rios, momento em que há maior disponibilidade de alimentos e abrigo em meio as florestas inundadas. As ordens que apresentam maiores riquezas em áreas de várzea são siluriformes (~209 espécies) e Characiformes (~185 espécies), seguidas de Gymnotiformes (~78 espécies)[8]. Muitas espécies de peixes reproduzem no fim da vazante dos rios, momento em que acontece a enchente e o período de águas altas (isto é, na cheia)[9]. A densidade de predadores por metro cúbico também é reduzida nesses momentos, aumentando as chances de sobrevivência dos filhotes.
As atividades econômicas realizadas por moradores de áreas de floresta de várzea são oriundas do extrativismo de recursos naturais, como a pesca artesanal e o cultivo de espécies vegetais adaptadas a dinâmica hidrológica. A pesca é a principal atividade econômica de famílias que residem em área de várzea na região do Médio Solimões[10]. Além disso, o cultivo de açaí possui grande importância para a economia em áreas de várzea[11].
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