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arte de preparar animais mortos para preservá-los com a aparência de vida Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Taxidermia ou taxiodermia (termo grego que significa "dar forma à pele") é o feito de montar ou reproduzir animais para exibição ou estudo.[1] É a técnica de preservação da forma da pele, planos e tamanho dos animais.[2] É usada para a criação de coleção científica ou para fins de exposição, bem como uma importante ferramenta de conservação, trazendo também uma alternativa de lazer e cultura para a sociedade. Tem como principal objetivo o resgate de espécimes descartados, reconstituindo suas características físicas e, às vezes, simulando seu habitat, o mais fielmente possível para que possam ser usados como ferramentas para educação ambiental ou como material didático. Popularmente o termo empalhar já foi usado como sinônimo de "taxidermizar" entretanto atualmente não se usam mais os manequins de palha e barro para substituir o corpo dos animais. Atualmente são utilizados manequins de poliuretano que possuem toda a anatomia do animal, além de próteses de olhos, cauda, nariz, orelhas, mandíbulas e língua.
É um procedimento exercido por profissionais liberais, que envolve conhecimentos de diversas áreas além da biologia, como: química, anatomia, comportamento, ecologia, artes plásticas, entre outras. É uma técnica aplicada somente em animais vertebrados e seus registros mais antigos remontam ao Egito Antigo, a cerca de 5.000 a.C.
Popularmente conhecido como empalhador, porque entre tantos materiais utilizados, um destes era a palha. Atualmente visando uma melhor anatomia e durabilidade utiliza-se manequins de Poliuretano ou materiais compostos.
O processo se inicia pela dermoplastia, que consiste em copiar a própria carcaça do animal através de formas de gesso, após se produz uma peça matriz que é trabalhada até a perfeição, depois disso é preparado um molde industrial aonde é vertido o poliol, depois de um período de cura o molde é aberto e o manequim retirado para a montagem final.
Esta técnica consiste em copiar a anatomia do próprio animal através do gesso, a face dos animais são diferentes e para sua reconstituição se retira uma máscara mortuária antes da retirada da pele, depois se prepara um molde negativo a fim de se obter uma imagem tridimensional para ser utilizada como referência na montagem.
São utilizadas várias próteses para substituição de mandíbulas, língua, olhos, cauda e orelhas. Estas próteses são compradas de empresas fornecedoras de taxidermistas ou fabricadas com plásticos e resinas especiais para réplicas.
Os olhos de aves, mamíferos, repteis e peixes, possuem íris e pupila diferentes, as melhores próteses são as americanas e alemãs.
Antigamente utilizava-se a própria mandíbula do animal, mas com o avanço dos materiais sintéticos deixou-se esta prática de lado, a língua também é confeccionada mediante a injeção em maquinas modernas.
A cartilagem das orelhas também é substituída para se evitar o encarquilhamento, a cauda é flexível e a prótese acompanha o movimento que se deseja imprimir ao animal.
Existem centenas de formulas de curtimento, mas cada uma é adequada a uma utilização especifica. O curtimento para a taxidermia é especifico, pois é necessário uma maleabilidade para vestir no manequim. O tipo de pele também exige um curtimento adequado, aves, mamíferos, répteis e peixes possuem peles diferenciadas em sua constituição e pedem formulas próprias.
O processo de curtimento demora aproximadamente 30 dias, passa por diversas soluções, alem de maquinas para preparação da pele.
Existem produtos de curtimento importados dos Estados Unidos que facilitam e permitem a remontagem da taxidermia.
Assim que o manequim esta fundido, e as prótese prontas junto com a base de fixação, inicia-se a montagem, aplica-se uma cola especial para a pele dos animais aderir ao manequim de poliuretano.
Após um período de secagem, inicia-se a fase de acabamentos, as partes desnudas (sem pele e sem pelo) irão com o tempo perder a sua coloração e necessitam ser repostas, existem tintas próprias para taxidermia e são aplicadas com um aerógrafo (micro-pistola de pintura) dando mais naturalidade ao serviço.
Um item importante que além de fixar o animal taxidermizado, serve também de proteção ao mesmo, pode ser simples ou conter a representação do ambiente natural do animal, chama-se mini-diorama.
O diorama é a reconstituição artificial do habitat da espécie taxidermizada, utiliza-se réplicas de arvores, flores, frutos, ninhos e etc..
Muito utilizada em museus de zoologia e história natural em vários países.
Os animais são preparados em um contexto e todos estão taxidermizados em movimento e contam uma estória ao espectador, estão em ação.
A Taxidermia atende a diferentes públicos como donos de animais domésticos, pescadores e caçadores desportistas, criadouros de animais comerciais, bem como museus de história natural, entidades conservacionistas, zoológicos, universidades e, mais recentemente, o teatro e a televisão.
Na preparação de animais para taxidermia, são usadas diversas técnicas como, preparação de esqueleto, preparação de pele cheia, montagem em série, montagem para exposição, preparação de pele em curtume, diafanização, infiltração em parafina e fixação.
A Taxidermia pária consiste na criação de animais embalsamados que não possuem uma forma real no seu todo. Peças resultantes desta prática normalmente são compostas por partes de dois ou mais animais embalsamados representando híbridos irreais como quimeras, figuras mitológicas, ou criaturas simplesmente provenientes do imaginário do autor. Para além de serem utilizadas partes distintas de diferentes animais nas peças de taxidermia pária, também é recorrente o uso de materiais artificiais, mais duráveis e que possibilitam resultados mais diversificados. Muitos taxidermistas não consideram esta prática como verdadeira taxidermia. A Taxidermia Pária é comumente vista em apresentações de slide e museus/shows ambulatórios como criaturas extravagantes genuínas.
Quando o ornitorrinco foi descoberto pela primeira vez por europeus em 1798 e o pelo e esboço do animal foram enviados para o Reino Unido, alguns pessoas pensaram que o animal era um embuste. Pensaram que um taxidermista tinha cosido o bico de um pato no corpo de uma espécie de castor. George Shaw que produziu a primeira descrição do animal na "Naturalist's Miscellany" em 1799, até chegou a levar uma tesoura até à pele seca do animal em busca dos pontos de sutura.
O termo original "Rogue Taxidermy" (Taxidermia Pária) foi introduzido pelo grupo MART (The Minnesota Association of Rogue Taxidermists) sediado em Minneapolis, em Outubro de 2004, mais especificamente pelos fundadores da associação, Sarina Brewer, Scott Bibus, e Robert Marbury. O termo apareceu impresso pela primeira vez num artigo da New York Times sobre a exposição estreia do grupo a 3 de Janeiro de 2005.[3][4]
Trabalhos mal executados que não respeitam a anatomia também são qualificados desta forma, muitos problemas podem aparecer quando falta a técnica e o conhecimento desta arte.
A taxidermia no Brasil se iniciou com a vinda dos imigrantes europeus, quando a caça era permitida, muitos animais eram preparados para laboratórios de biologia de escolas e faculdades. Com a proibição da caça e com profissionais em idade avançada muito desse conhecimento se perdeu.
Hoje em dia existem poucos profissionais qualificados a exercer a função adequadamente, geralmente ligados a instituições de ensino e pesquisa.
A falta de bibliografia em português agrava a atualização dos profissionais, material para estudo de qualidade pode ser encontrado nos EUA e países da Europa.
Alguns taxidermistas ministram cursos in company ou para particulares, é preciso pesquisar o profissional e seu trabalho.
Os animais taxidermizados apesar de estarem preservados continuam sendo material orgânico e por isso as coleções necessitam de manutenção periódica. Pragas podem atacar e destruir os animais taxidermizados, traças e besouros dermestídeos, são os principais destruidores.
A restauração também é possível em alguns casos, é preciso um minucioso estudo do processo empregado para se saber qual a intervenção mais adequada.
Estas coleções escolares prestam um grande serviço educacional de conhecimento e preservação.
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