República Rio-Grandense
estado revolucionário no Brasil do século XIX / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
A República Rio-Grandense, também conhecida como República de Piratini, foi um estado-nação de reconhecimento limitado formado no extremo sul do Império do Brasil, em território equivalente ao atual estado do Rio Grande do Sul. O período constituiu sendo a mais longa revolta brasileira da história.[2] Foi proclamada em 11 de setembro de 1836, pelo general Antônio de Sousa Neto, como consequência direta da vitória obtida por forças oligárquicas gaúchas na Batalha do Seival (1836), durante a Revolução Farroupilha (1835-1845).[3] No entanto, o objetivo principal nunca foi proclamar um estado-nação próprio separado do Estado brasileiro, mas sim mostrar ao Império do Brasil que as oligarquias gaúchas não estavam satisfeitas com os altos impostos.[2]
República Rio-Grandense República Rio-Grandense | |||||
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Lema nacional Liberdade, Igualdade, Humanidade | |||||
Hino nacional Hino da República Rio-Grandense
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Continente | América do Sul | ||||
Capital | Oficiais
Não-oficiais | ||||
Língua oficial | Português | ||||
Religião | Catolicismo Romano[a] | ||||
Governo | República presidencialista | ||||
Presidente | |||||
• 1836 - 1841 | Bento Gonçalves da Silva | ||||
• 1841 - 1845 | José Gomes de Vasconcellos Jardim | ||||
História | |||||
• 11 de setembro de 1836 | Proclamação da República Rio-Grandense | ||||
• 24 de julho de 1839 | Confederação com a República Juliana (embora os poucos catarinenses que se encontravam no pequeno território catarinense tomado pelos revoltosos - o território compreendia somente a cidade de Laguna - não reconhecessem a República Juliana, além desta "república" ter durado apenas de 24 de julho a 15 de novembro de 1839) | ||||
• 8 de fevereiro de 1843 | Constituição | ||||
• 1 de março de 1845 | Tratado de Poncho Verde (que põe fim à Revolução Farroupilha e extingue a República Rio-Grandense) | ||||
a.↑ Art. 5º: A religião do Estado é a católica apostólica romana. Todas as outras religiões são permitidas com seu culto doméstico, ou particular, em casas para isso destinadas, sem forma alguma exterior de templo.[1] |
Os principais líderes sul-rio-grandenses eram estancieiros, que estavam insatisfeitos com os altos impostos sobre o charque e o couro, de modo que os mesmos produtos estrangeiros fossem mais baratos que os nacionais. A Constituição da República Rio-grandense foi aprovada em 1843, em Alegrete. No entanto, as oligarquias gaúchas se consideravam brasileiras, ainda que tivessem se rebelado por essa disparidade econômica. O mesmo acontecia com a população do Rio Grande do Sul, que também se considerava brasileira, ainda que tenham sido convencidos a lutar em favor dos estancieiros gaúchos, em função dos altos impostos sobre o charque e o couro, que prejudicavam diversos setores da economia local. Entre as principais cidades da então Província de São Pedro do Rio Grande do Sul que não aderiram aos revoltosos, está Porto Alegre, que por esse motivo recebeu do Império o título de "Leal e Valerosa Cidade de Porto Alegre", seu lema oficial até hoje.[2]
Essa "brasilidade" não era unânime, pois os rio-grandenses estavam em contato com os povos platinos, afeitos a uma liberdade sem serem subservientes ao régio poder da corte do Rio de Janeiro, a ex-província da Cisplatina era um exemplo que poderiam se livrar das amarras brasileiras. Quando o império perdeu a província da Cisplatina, tornando como nome a república da banda oriental do Uruguai, os rio-grandenses fizeram o maior esforço na Guerra da Cisplatina, sendo depois renegados pela perda dessa província rica em gado do qual alimentava as charqueadas no Rio Grande do Sul. É inegável a aproximação de amizade das autoridades uruguaias com os principais líderes rio-grandenses na guerra de independência do Rio Grande do Sul. Os "farroupilhas" eram, de fato, liberais exaltados e não toleravam uma regência centralista da corte do Rio de Janeiro, alheia às aspirações e interesses regionais.[4]