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Rei de Leão e Galiza Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Afonso IX de Leão e da Galiza[nt 1] (Zamora, 15 de agosto de 1171 - Sarria, 24 de setembro de 1230[1]), cognominado o Galego nas fontes da época,[2][3] foi o último soberano dos reinos de Leão e de Galiza independentes de 1188 até à sua morte.
Afonso IX | |
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Miniatura do século XII representando Afonso IX de Leão e Galiza | |
Rei de Leão e da Galiza | |
Reinado | 1188 24 de setembro de 1230 |
Antecessor(a) | Fernando II de Leão |
Sucessor(a) | Fernando III de Castela |
Nascimento | 15 de agosto de 1171 |
Zamora, Espanha | |
Morte | 24 de setembro de 1230 (59 anos) |
Sarria, Espanha | |
Cônjuge | Teresa de Portugal Berengária de Castela |
Dinastia | Borgonha |
Pai | Fernando II de Leão |
Mãe | Urraca de Portugal |
Filho(s) | Sancha, Infanta de Leão Fernando Dulce, Infanta de Leão Leonor Constança Fernando III, Rei de Leão e Castela Afonso, Senhor de Molina Berengária, Rainha de Jerusalém |
Afonso era filho de Fernando II de Leão e de Urraca de Portugal[4] e, portanto, neto materno de Afonso I e de Mafalda de Saboia e sobrinho de Sancho I. Em 1181 os seus pais separaram-se devido a serem primos segundos (terem os mesmos bisavôs), regressando a sua mãe à corte do seu avô materno D. Afonso Henriques e ficando Afonso entregue à tutela do seu pai.
Teve de enfrentar a sua madrastra Urraca Lopes de Haro e o seu meio-irmão Sancho Fernandes de Leão pelo direito à coroa de Leão. Para fortalecer a sua pretensão convocou a Cúria Régia para receber o apoio do clero, da nobreza e dos representantes das cidades. As Cortes de Leão de 1188 podem ser consideradas o primeiro antecedente na Europa Ocidental do parlamentarismo moderno.[5] Nelas foi reconhecido o direito à inviolabilidade do domicílio e o de habeas corpus, entre outros.
Em 1188 Afonso tornou-se rei de Leão e da Galiza após a morte do seu pai. Nesse mesmo ano morreria também a mãe Urraca de Portugal.
Casou-se em 1191 com a sua prima direita Teresa Sanches, filha de Sancho I de Portugal e de Dulce de Aragão.[6] A união seria anulada em 1194 pelo papa e só após algum tempo Afonso acataria a anulação. Em dezembro de 1197 celebra segundas núpcias em Valladolid com a sua prima-sobrinha Berengária de Castela, filha de Afonso VIII de Castela e Leonor Plantageneta. Deste segundo casamento Afonso teve o herdeiro que uniria as duas coroas, Fernando III. O seu segundo estratégico casamento seria anulado em 1204, novamente por consanguinidade.
Encarado como uma afronta ao poder papal, teve como reação um interdicto (o equivalente à excomunhão para um reino ou território) sobre a sua pessoa e o seu reino. No entanto, Inocêncio III acabou por levantar a sanção sobre Leão, sob o argumento de que se a população não tivesse acesso aos serviços da religião, deixariam de apoiar o clero, e aumentaria a heresia no reino. Afonso continuou sob interdicto pessoal, ao qual se mostrou indiferente, apoiado pelo seu clero. Depois da separação com Berengária, o rei voltou a ligar-se a Teresa, a cujas filhas legou o reino.
Depois da separação de Berengária, a política de Afonso IX centrou-se na rivalidade com Castela, que violara os acordos com o seu reino, conquistando-lhe toda a franja do Carrión e parte de Tierra de Campos.
Em 1217 Berengária tornou-se rainha de Castela após a morte do irmão Henrique I, mas abdicou quase imediatamente para o filho de ambos, Fernando III. Em consequência, este foi viver com a sua mãe e governar Castela. Afonso IX, que ambicionava a esta coroa por ser neto de Afonso VI, proclamou guerra aberta ao reino do filho, apoiado pela poderosa família Lara e outros nobres descontentes. Os seus planos não se concretizariam e acabaria por assinar umas tréguas com a sua ex-esposa. No processo deserdaria o filho da coroa de Leão.
Em 1218, Afonso fundou a Universidade de Salamanca. Depois do fracasso com Castela, concentrou-se na luta contra o Califado Almóada, onde se destacam as suas conquistas na Estremadura: Cáceres em 1229, Mérida e Badajoz em 1230.
Embora, por sua morte em 1230, o seu testamento previsse que o trono seria legado às suas filhas Sancha e Dulce, resultantes do primeiro matrimónio, foi o filho que teve do segundo, Fernando III, que acabaria por lhe suceder, juntando as duas coroas numa união pessoal:[7] cada uma manteria a sua independência, cortes e oficiais, mas seriam regidas pelo mesmo monarca.
Afonso IX de Leão morreu na cidade galega de Sarria em 24 de setembro de 1230, com cinquenta e nove anos de idade, quando ele fez uma peregrinação a Santiago de Compostela e foi enterrado na catedral de Santiago de Compostela.[8]
Do primeiro casamento em 1191 com a infanta Teresa Sanches, filha de Sancho I de Portugal, e de Dulce de Aragão, teve os infantes:
Do segundo casamento, em 1197 com Berengária de Castela,[9] filha de Afonso VIII e de Leonor Plantageneta, princesa de Inglaterra, teve os infantes:
Depois da anulação de seu primeiro matrimónio e antes de casar com Berengáira, teve uma relação amorosa que durou cerca de dois anos com Inês Íñiguez de Mendoça, filha de Íñigo Lopes de Mendoça e de Maria Garcia.[13][nt 2]
Afonso teve outra relação com uma nobre galega, Estefânia Peres de Faiam, a quem em 1211 o rei doou um reguengo em terras ourensanas onde a sua família teve muitas propriedades, assim como no norte de Portugal. Era filha de Pedro Mendes Faiam quem confirmou vários documentos reais do rei Afonso IX, e neta de Menedo Faiam, quem também foi testemunha de diplomas do rei Fernando II emitidos em Galiza a partir de 1155. Estefânia se casou depois de sua relação como o rei com Rodrigo Soares de quem teve descendência. No seu testamento, Estefânia mandou ser enterrada no mosteiro de Fiães.[15]
Alfonso IX e Estefânia foram os pais de:[nt 3]
Segundo o historiador espanhol Julio González, depois de sua relação com Estefânia, o rei Afonso teve um filho com uma senhora chamada Maura, de Salamanca, da origem desconhecida:[17]
Entre 1214 e 1218, Afonso teve uma relação com a nobre portuguesa Aldonça Martins da Silva, filha de Martim Gomes da Silva e de Urraca Rodrigues[18] (que depois se casou com Diogo Froilaz, conde de Cifuentes, filho do conde Froila Ramires e da condessa Sancha Fernandes):[19]
A relação mais duradoura do rei Afonso, que começou em 1218 e durou até 1230,[23] foi com Teresa Gil de Soverosa,[24] filha de Gil Vasques de Soverosa e de Maria Aires de Fornelos, tendo esta também tido filhos de Sancho I de Portugal: Os filhos, que nasceram entre 1218 e 1230, foram:[25]
Embora tenha sido atribuído um outro filho ao rei Afonso IX chamado Pedro, supostamente mestre da ordem de Santiago, Pedro não está documentado como os outros filhos do rei.[29]
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