Inscrita na Lista Representativa como Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO em Novembro 2010 em Nairobi, no Quénia por Espanha, Itália, Grécia e Marrocos, a Dieta Mediterrânica teve a sua extensão a Portugal, Chipre e Croácia inscrita a 4 de Dezembro de 2013 em Baku, no Azerbaijão, sendo Tavira a comunidade representativa de Portugal.[5]
O relevo é plano no litoral e muito acidentado na região serrana, na qual alguns picos ultrapassam os 500 metros de altitude. O município é atravessado por diversos cursos de água, tais como o Rio Gilão (também conhecido como Rio Séqua, ou Ribeira da Asseca), a ribeira do Almargem ou o Rio Vascão. No município de Tavira as três sub-regiões naturais do Algarve estão bem demarcadas: o litoral, o barrocal e a serra.
A Ria Formosa ocupa todo o litoral do município, encontrando-se separada do mar por duas barras dunares: a Ilha de Cabanas e a Ilha de Tavira. Para além das ilhas-barreira, a ria integra um conjunto de canais, salinas e sapais.
A Serra de Santa Maria é a designação atribuída à Serra do Caldeirão no município de Tavira; existem vários picos arredondados acima dos 500 metros de altitude. Toda esta barreira montanhosa de baixa altitude impede a influência dos ventos frios de quadrante norte, e enfraquece as frentes chuvosas vindas de noroeste, ajudando assim a definir o clima do litoral algarvio. Para além disso, constitui uma barreira de condensação para as massas de ar húmido provenientes do Golfo de Cádiz.[7]
Clima
O clima da região é temperado mediterrânico; de acordo com a classificação climática de Köppen-Geiger, Tavira apresenta um clima temperado com um inverno chuvoso e um verão seco e quente (Csa). A temperatura média anual ronda os 18°C, tal como no restante litoral e barrocal do sotavento algarvio. No mês de Agosto as temperaturas máximas rondam os 30°C e as mínimas os 19°C, ao passo que, no mês de Janeiro, as máximas rondam os 16°C e as mínimas os 7°C.
Atendendo à normal climatológica 1961-1990, a cidade apresenta uma precipitação média anual de 576mm, distribuída ao longo de cerca de 65 dias, concentrados essencialmente entre Outubro e Abril. A precipitação encontra-se essencialmente concentrada entre Outubro e Fevereiro, sendo Dezembro o mês mais chuvoso do ano, com cerca de 100mm de precipitação média. Existem cinco meses secos, de Maio a Setembro.
O outono climatológico, regra geral, tem início em meados de Outubro. Durante o outono e o inverno são frequentes períodos curtos de precipitação intensa e trovoada, que alternam com dias amenos de céu limpo. As ondas de frio são raras e muito curtas, e ocorrem essencialmente no final de Dezembro ou no início de Janeiro: nos anos em que se verificam estes fenómenos meteorológicos, as mínimas podem se aproximar dos 0°C. A última vez que ocorreu queda de neve na cidade foi em Fevereiro de 1954, mas na madrugada de 1 de Fevereiro de 2006 nevou na serra do Caldeirão, na região de Cachopo.
A primavera climatológica pode ter início no final de Fevereiro, e é uma estação inconstante, podendo oscilar de ano para ano entre seca ou chuvosa. Na serra do Caldeirão, a precipitação média anual supera os 800mm, e existem apenas quatro meses secos (Maio supera os 30mm); para além disso, a temperatura média anual é inferior ao litoral.
Na região serrana, os fenómenos convectivos podem ser frequentes na transição da primavera para o verão (Abril e Maio) e do verão para o outono (Setembro e Outubro).[8]
O município de Tavira está dividido em 6 freguesias:[9]
De acordo com os dados do INE o distrito de Faro registou em 2021 um acréscimo populacional na ordem dos 3.7% relativamente aos resultados do censo de 2011. No concelho de Tavira esse acréscimo rondou os 5.2%.
Mais informação Ano, Pop. ...
Ano
Pop.
±%
1864
19 494
—
1878
21 842
+12.0%
1890
24 166
+10.6%
1900
25 392
+5.1%
1911
26 755
+5.4%
1920
24 824
−7.2%
1930
27 786
+11.9%
1940
28 972
+4.3%
1950
30 632
+5.7%
1960
27 798
−9.3%
1970
22 900
−17.6%
1981
24 615
+7.5%
1991
24 857
+1.0%
2001
24 997
+0.6%
2011
26 167
+4.7%
2021
27 523
+5.2%
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Mais informação Número de habitantes por Grupo Etário ★★ ...
Número de habitantes que tinham a residência oficial neste município à data em que os censos se realizaram:
★★ De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no município à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente.
Economia
O município de Tavira tem uma grande área de barrocal e serra, e as suas principais produções são, além da pesca e da aquicultura (zona da Ria Formosa, estando a atividade de produção de conservas de peixe praticamente extinta), a agricultura - com grandes extensões de pomares, e a exploração dos recursos da serra (mel e cortiça, por exemplo).
A indústria turística localiza-se sobretudo no litoral, explorando as grandes extensões de praias do município, na Ilha de Tavira e na Ilha de Cabanas.
É um museu de território, polinucleado, evolutivo e multitemático. Integra a RPM - Rede Portuguesa de Museus, assegurando todas as funções museológicas decorrentes da Lei-Quadro dos Museus Portugueses.
O edifício sede é o Palácio da Galeria, implantado na encosta nascente do castelo, um edifício de estética barroca decorrente da remodelação ocorrida no séc. XVIII da autoria de Diogo Tavares da Ataíde.
O MMT assegura, desde 2002, um programa regular de exposições sobre o património, história da cidade e da região, de arte moderna e contemporânea. Tem diversos núcleos museológicos: Ermida de Santa Ana Ermida de São Sebastião, Igreja de São Gonçalves Telmo ou das Ondas, o Núcleo Expositivo do Bairro Almóada na Pousada de Nossa Senhora da Graça, o Núcleo Museológico Etnográfico de Cachopo, o Núcleo Museológico Islâmico onde se encontra exposto o "Vaso de Tavira" e a coleção do período muçulmano e o Centro Interpretativo de Abastecimento de Água a Tavira.[12][13]
Biblioteca
A cidade de Tavira possui uma biblioteca pública designada por Biblioteca Municipal Álvaro de Campos, inaugurada a 24 de Junho de 2005. No edifício onde se encontra instalada, funcionava a antiga cadeia civil de Tavira. É um projeto do arquiteto João Luís Carrilho da Graça, tendo uma área de 1400 metros quadrados.[14]
Cinema e teatro
Até 1911, existia na cidade de Tavira uma pequena sala de espetáculos designada por Teatro Tavirense. Naquela data, o teatro é encerrado por falta de condições de segurança. Em 1914, é iniciada a construção de um novo teatro, o Teatro Popular, que, devido a condições económicas difíceis derivadas da 1ª Guerra Mundial, apenas seria inaugurado em 27 de Outubro de 1917. A sala de espetáculos muda de nome para Teatro António Pinheiro, em 1942. Em 1964 é demolido, sendo construído outro no mesmo local, e com a designação cineteatro António Pinheiro, em 10 de Fevereiro de 1968, passando a apresentar cinema, teatro e espetáculos musicais.[15]
Publicações
Lista com os jornais publicados na cidade de Tavira, entre 1883 e 2015, por ordem cronológica:
O Ginásio Clube de Tavira é uma associação desportiva da cidade de Tavira, fundada em 19 de Outubro de 1928, por Abílio Encarnação, Renato Graça, Domingos, Soares, José Pereira Nolasco, Teodoro Norato, José Leiria, Mário Palma e J. Pinhol. Inicialmente designada por Tavira Ginásio Clube, a associação teve de alterar o seu nome para Ginásio Clube de Tavira, em 1946, em consequência no disposto numa lei de 1 de Agosto de 1945, que não permitia a utilização do nome da localidade em primeiro lugar.
Em 2009, apenas a secção de futebol continuava em atividade, na sua vertente de formação; o GCT atingiu a sua melhor posição em 1992 ao subir à 3ª Divisão do campeonato nacional. Todas as restantes atividades foram terminando, nomeadamente por razões de ordem económica.
O Clube de Ciclismo de Tavira foi fundado em 31 de Agosto de 1979 e, segundo a imprensa, tem a equipa de ciclismo profissional mais antiga do mundo, em atividade ininterrupta.[17][18]
Em 2009, foi atribuído o título de vencedor da Volta a Portugal ao ciclista David Blanco, da equipa Palmeiras Resort - Prio - Tavira, devido à desclassificação do inicial vencedor da prova, por ter acusado doping no final da prova. Assim, David Blanco passou a ser o segundo estrangeiro a vencer a principal corrida lusa (2006, 2008 e 2009).
Novamente, em 2010, David Blanco volta a vencer a volta ao serviço da equipa Palmeiras Resort - Prio - Tavira. No ano seguinte, é a vez de Ricardo Mestre, da equipa Tavira-Prio, ganhar a Volta;[19] deste modo, a equipa de Tavira alcança a sua 4ª vitória consecutiva.[20]
Silva, Maria Rita Carvalhas de Serra e Silva - Bibliotecas contemporâneas em Portugal: edifícios reabilitados e construídos de raiz: 4 casos de estudo. Coimbra: [s.n.], 2012.