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Manuel Maria Cristóvão Laginha (Loulé, Algarve, 9 de Abril de 1919 - Lisboa, 20 de Dezembro de 1985) foi um arquitecto português.
Manuel Maria Laginha | |
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Nome completo | Manuel Maria Cristóvão Laginha |
Nascimento | 9 de Abril de 1919 Loulé, Algarve |
Morte | 20 de Dezembro de 1985 Lisboa |
Nacionalidade | Portugal |
Alma mater | Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa Escola Superior de Belas-Artes do Porto |
Ocupação | Arquitecto |
Movimento | Modernismo e Pós-Modernismo |
Prémios | Prémio Valmor |
Manuel Maria Laginha nasceu na localidade de Loulé, no Algarve, em 9 de Abril de 1919.[1] Fez os estudos primários e secundários em Loulé e em Faro, e depois foi para Lisboa, onde se integrou no curso de arquitectura da Escola Superior de Belas-Artes.[2] No entanto, foi transferido para o Porto, onde se licenciou em arquitectura, com distinção, pela Escola Superior de Belas-Artes.[2] Esteve em Londres como bolseiro da Fundação Gulbenkian, e fez viagens de estudo à Holanda, França e Bélgica.[2] Também foi bolseiro do programa Ventura Terra entre 1943 e 1945.[1]
Começou a sua carreira profissional em 1948, na Direcção de Serviços de Salubridade e Edificações Urbanas da Câmara Municipal de Lisboa, tendo em 1952 passado para a Direcção-Geral de Urbanização do Ministério das Obras Públicas, onde se manteve até 1958.[1] Destacou-se pelos seus planos de urbanização em vários locais do país, como Campo Maior, Vila Verde de Ficalho, Quarteira, Loulé, Lagoa, Santo André, Alvalade, Melides, as Termas de Monfortinho,[1] Cacela, Vila Real de Santo António e Paderne.[2] Também colaborou no planeamento da região de Corimba, em Angola.[2] Fez parte da direcção do Sindicato Nacional dos Arquitectos, entre 1952 e 1954.[1]
Foi responsável pelos blocos habitacionais 12 e 40 na Avenida dos Estados Unidos da América, obra pela qual recebeu o Prémio Valmor em 1957.[2] Em 1956 e 1958 colaborou no projecto de adaptação do edifício principal Prémio Valmor 1929, na Avenida 5 de Outubro, cujo proprietário era o instrial António Maria Bravo, para quem Laginha também projectou a sede do Laboratório Luso-Fármaco em Lisboa e a agência em Milão, na Itália.[2] Para Loulé, colaborou no planeamento da Casa da Primeira infância,[2] e foi responsável pelo Centro de Assistência Social Polivalente, do Bairro de Casas para Pobres, e por vários edifícios de habitação.[1] Também desenhou a Casa de Paderne, e o Centro de Assistência Social Polivalente de Olhão.[1]
Os seus trabalhos foram por diversas vezes referenciados em publicações especializadas da arquitectura, incluindo a obra Casas Portuguesas, de Raul Lino da Silva.[2] Também esteve presente na Exposição Comemorativa do 50.º Aniversário da Criação do Prémio Municipal de Arquitectura, realizada no Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian.[2]
Exerceu igualmente como caricaturista, tendo feito a sua primeira exposição em Abril de 1941, num evento do jornal O Século.[2] As obras de Manuel Laginha foram novamente expostas em 2 de Maio de 1943, num evento organizado pelo Círculo Cultural do Algarve.[2] Também foi fotógrafo, tendo retratado especialmente os bairros mais pobres da cidade de Lisboa.[2]
Faleceu em 20 de Dezembro de 1985, vítima de um atropelamento na Avenida da Liberdade, em Lisboa.[2]
Estava casado desde 1954 com Fátima Valente Guerreiro, com quem teve três filhas.[2]
Após o seu falecimento, a Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais elaborou a Nota Biográfica do Arquitecto Manuel Laginha (1919-1985), onde se destacou o papel que teve na arquitectura portuguesa, então dominada pelas tendências nacionalistas do regime ditatorial do Estado Novo.[2] Também foi recordado num artigo do autor Vasco Massapina, publicado no Diário de Notícias de 2 de Novembro de 1995, que elogiou a influência de Manuel Laginha na arquitectura do Algarve, principalmente em Loulé.[2] Em 28 de Março de 2051, foi feita uma exposição em sua homenagem, no âmbito dos 70 anos da inauguração da Casa da Primeira Infância em Loulé.[2]
Em 2007, foi homenageado com a medalha de ouro de Mérito Municipal pela Câmara Municipal de Loulé, que também colocou o seu nome numa das ruas da cidade.[2]
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