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município e vila de Portugal Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Campo Maior é uma vila raiana portuguesa no distrito de Portalegre, região do Alentejo e sub-região do Alto Alentejo com 6 925 habitantes (2021).[1]
Campo Maior | |
Festas do Povo / Festas das Flores | |
Gentílico | Campomaiorense |
Área | 247,20 km² |
População | 8 042 hab. (2021) |
Densidade populacional | 32,5 hab./km² |
N.º de freguesias | 3 |
Presidente da câmara municipal |
Luís Rosinha (PS, 2021-2025) |
Fundação do município (ou foral) |
1260 |
Região (NUTS II) | Alentejo |
Sub-região (NUTS III) | Alto Alentejo |
Distrito | Portalegre |
Província | Alto Alentejo |
Orago | Nossa Senhora da Expectação e São João Baptista |
Feriado municipal | Segunda-feira após o Domingo de Páscoa |
Código postal | 7370 |
Sítio oficial | www.cm-campo-maior.pt |
Município de Portugal |
É sede do município de Campo Maior com 247,20 km² de área[2] e 8 042 habitantes (2021),[3][4] subdividido em 3 freguesias.[5] O município é limitado a norte e leste pela Espanha, a sudoeste pelo município de Elvas e a oeste por Arronches.
É a localidade onde nasceu Santa Beatriz da Silva, a fundadora da Ordem da Imaculada Conceição, e o seu irmão Beato Amadeu da Silva.
O município de Campo Maior está dividido em 3 freguesias:
Certamente foi uma povoação Romana, dominada por mouros durante meio milénio e reconquistada por cavaleiros cristãos da família Pérez de Badajoz em 1219, que posteriormente ofereceram a aldeia, pertencente ao concelho de Badajoz, à Igreja de Santa Maria do Castelo.
Em 31 de Maio de 1255, D. Afonso X de Leão e Castela, elevou a aldeia de Campo Maior a Vila.
O Senhor da Vila, o Bispo D. Frei Pedro Pérez concedeu, em 1260, o primeiro foral aos seus moradores assim como o seguinte brasão de armas: N. Sr.ª com um cordeiro, e a legenda "Sigillum Capituli Pacensis".
Em 31 de Maio de 1297, através do Tratado de Alcanizes assinado em Castela por D. Fernando IV, rei de Leão e Castela e D. Dinis, passa a fazer parte de Portugal, juntamente com Olivença e Ouguela.
Campo Maior vai pertencer sucessivamente a D. Branca, irmã de D. Dinis, em 1301 ; a D. Afonso Sanches, filho ilegítimo do mesmo rei, em 1312; e novamente a D. Dinis em 1318.
O seu castelo que se ergue a leste da vila foi reedificado por D. Dinis em 1310, e foi no século XVII e XVIII que se levantaram fortificações tornando Campo Maior numa importante praça forte de Portugal.
Como reflexo da influência castelhana em Campo Maior, durante a Revolução de 1383-85, a guarnição militar e os habitantes da vila colocam-se ao lado do rei de Castela, tornando-se necessário que o Rei João I de Portugal e D. Nuno Álvares Pereira se deslocassem propositadamente ao Alentejo com os seus exércitos para a cercarem durante mais de um mês e meio, tendo-a ocupado pela força em fins de 1388. D. João II deu-lhe novo brasão: um escudo branco, tendo as armas de Portugal de um lado, e de outro S. João Baptista, patrono da vila.
Em 1512, o rei D. Manuel I concedeu o Foral Novo à vila de Campo Maior.
Desde os fins do século XV, muitos dos perseguidos pela Inquisição em Castela refugiaram-se em Portugal, tendo a população de Campo Maior aumentado substancialmente à custa da fixação de residência de muitos desses foragidos.
A comunidade judaica ou rotulada como tal era tão numerosa na vila no século XVI que nas listas dos apresentados em Autos de fé realizados em Évora pela Inquisição, Campo Maior aparece entre as terras do Alentejo com maior número de acusados de judaísmo.
A guerra com Castela a partir de 1640 vai produzir as primeiras grandes transformações. A necessidade de fortificar a vila que durante os três últimos séculos se desenvolvera acentuadamente para fora da cerca medieval, a urgência em construir uma nova cintura amuralhada para defesa dos moradores da vila nova dos ataques dos exércitos castelhanos, vai obrigar o rei a enviar quantias avultadas em dinheiro, engenheiros militares, operários especializados e empregar um numeroso contingente de pessoal não qualificado. Os contingentes militares são então numerosos. Calcula-se que na segunda metade do século XVII, em cada quatro pessoas residentes na vila, uma era militar. Campo Maior foi, durante algum tempo quartel principal das tropas mercenárias holandesas destacadas para o Alentejo. A vila torna-se naquele tempo o mais importante centro militar do Alentejo, depois de Elvas.
Em 1712, o Castelo de Campo Maior vê-se cercado por um grande exército espanhol comandado pelo Marquês de Bay, o qual durante 36 dias lança sobre a vila toneladas de bombas e metralha, tendo conseguido abrir uma brecha num dos baluartes; o invasor ao pretender entrar por aí, sofreu pesadas baixas que o obrigaram a levantar o cerco.
No dia 16 de Setembro de 1732, pelas três da manhã, desencadeia uma violenta trovoada, o paiol, contendo 6 000 arrobas de pólvora e 5 000 munições, situado na torre grande do castelo é atingido por um raio, desencadeando de imediato uma violenta explosão e um incêndio que causou cerca de 800 vítimas mortais e destruiu cerca de dois terços dos edifícios da localidade.
D. João V determina a rápida reconstrução do castelo. A vila vai erguer-se lentamente das ruínas e aos poucos refazer-se para voltar a ocupar o lugar de primeira linha nos momentos de guerra e de local de trocas comerciais e relacionamento pacífico com os povos vizinhos de Espanha, nos tempos de paz.
No século XVIII termina a construção das actuais Igrejas da Misericórdia e da Matriz, e lança-se a primeira pedra para a fundação da Igreja de S. João. A vila que até então só tivera uma freguesia urbana é dividida nas duas actuais, Nossa Senhora da Expectação e São João Baptista, em 1766.
Os primeiros anos do século XIX são em Campo Maior de grande agitação. Um cerco, em 1801, pelos espanhóis e uma revolução local, em 1808, contra os franceses que então invadiram Portugal o comprovam.
A sublevação campomaiorense contra a ocupação napoleónica vai sair vitoriosa devido ao apoio do exército de Badajoz que permanece na vila durante cerca de três anos.
Em 1811 surge uma nova invasão francesa que fez um cerco cerrado durante um mês à vila, obrigando-a a capitular. Mas a sua resistência foi tal que deu tempo a que chegassem os reforços luso-britânicos sob o comando de Beresford, que põe os franceses em debandada, durante o Combate de Campo Maior, tendo então a vila ganho o título de Vila Leal e Valorosa, título este presente no actual brasão da vila.
As lutas entre liberais e absolutistas em Campo Maior são também acontecimentos assinaláveis.
Em 1836, foi extinto o vizinho concelho de Ouguela, tendo esta vila sido agregada à de Campo Maior.
O cólera matou, em 1865, durante cerca de dois meses e meio, uma média de duas pessoas por dia.
Em 1867, tentam extinguir Campo Maior como sede de concelho, anexando-o ao concelho de Elvas. Tal decisão provoca um levantamento colectivo da povoação, que em 13 de Dezembro, entra numa verdadeira greve geral.
O concelho é definitivamente acrescido da sua única freguesia rural, em 1926 – Nossa Senhora da Graça dos Degolados.
Só em 1941, porém, o município adquire a sua actual divisão em três freguesias, com a anexação da freguesia de Ouguela à de São João Baptista, dado o grande declínio populacional da primeira.
Os Recenseamentos Gerais da população portuguesa, regendo-se pelas orientações internacionais da época (Congresso Internacional de Estatística de Bruxelas de 1853), tiveram lugar a partir de 1864.
De acordo com os dados do INE o distrito de Portalegre registou em 2021 um decréscimo populacional na ordem dos 11,5% relativamente aos resultados do censo de 2011. No concelho de Campo Maior esse decréscimo rondou os 4.9%.
Número de habitantes ★[6] | |||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1864 | 1878 | 1890 | 1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 | 2021 |
6 017 | 5 969 | 6 672 | 6 888 | 7 604 | 7 281 | 8 234 | 9 040 | 10 064 | 9 887 | 8 060 | 8 549 | 8 535 | 8 387 | 8 456 | 8 042 |
Número de habitantes por Grupo Etário ★★ [7] [8] | |||||||||||||||
1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 | 2021 | |||
0-14 Anos | 1 657 | 1 981 | 1 561 | 2 353 | 2 638 | 2 652 | 2 365 | 1 715 | 1 969 | 1 667 | 1 289 | 1 316 | 1 182 | ||
15-24 Anos | 1 114 | 1 037 | 1 068 | 1 506 | 1 550 | 1 686 | 1 659 | 1 140 | 1 156 | 1 279 | 1 178 | 927 | 897 | ||
25-64 Anos | 2 785 | 2 907 | 3 062 | 3 779 | 4 224 | 4 673 | 4 961 | 4 190 | 4 098 | 4 085 | 4 187 | 4 381 | 4 036 | ||
= ou > 65 Anos | 336 | 447 | 469 | 575 | 672 | 790 | 902 | 1 015 | 1 326 | 1 504 | 1 733 | 1 832 | 1 927 |
★ Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste município à data em que os censos se realizaram.
★★ De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no município à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente
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