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escritor brasileiro Da Wikipédia, a enciclopédia livre
José Godofredo de Moura Rangel (21 de novembro de 1884 – 4 de agosto de 1951) foi um escritor e tradutor brasileiro, nascido em Três Corações, Minas Gerais.
Godofredo Rangel | |
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Nome completo | José Godofredo de Moura Rangel |
Nascimento | 21 de novembro de 1884 Três Corações, Minas Gerais |
Morte | 04 de agosto de 1951 (66 anos) Belo Horizonte, Minas Gerais |
Nacionalidade | Brasil |
Cônjuge | Bárbara Pinto de Andrade |
Filho(a)(s) | Nello, Caio, Tullio, Duse |
Ocupação | escritor, tradutor |
Principais trabalhos | Falange Gloriosa (1917/ 1955), Vida Ociosa (1920) |
Godofredo Rangel nasceu em 21 de novembro de 1884, filho de João Sílvio de Moura Rangel e Clara Augusta Gorgulho Rangel. Quarenta dias após seu nascimento, a família mudou-se para Carmo de Minas (ex-Silvestre Ferraz) (MG), onde foi batizado e viveu boa parte da infância.[1] Aos 12 anos já escrevia, desde pequenos jornais manuscritos, com noticiários, páginas literárias, até peças de teatro nas quais atuou muitas vezes com papéis femininos.
Com a morte do pai, Godofredo se mudou, em 1902, para São Paulo, onde estudou no Colégio Oficial e ingressou na Faculdade de Direito das Arcadas - USP. Nessa época, devido às dificuldades financeiras da família, começou a trabalhar como escrivão de subdelegacia em um Posto Policial no Brás, em 1902. Em um de seus plantões conheceu o jovem poeta Ricardo Gonçalves.
Rangel foi transferido, algum tempo depois, para Belenzinho, onde alugou o sótão de um chalé, na Rua 21 de Abril, endereço que ficou conhecido como “Minarete”, uma república de estudantes, onde seria a sede do “Cenáculo”, quando Godofredo conheceu Monteiro Lobato, Lino Moreira, Tito Lívio Brasil, Albino Camargo, Cândido Negreiros, Raul de Freitas e José Antonio Nogueira. Começam a frequentar o Café Guarany, onde têm mesa cativa, centro da boemia literária do grupo.
Em 1903 inicia a correspondência com Lobato que irá, mais tarde, constituir o livro A Barca de Gleyre. É nesse ano que surge, também, o jornal Minarete, de Pindamonhangaba, de propriedade de Benjamim Pinheiro, que durou até 1907, e vários integrantes do grupo se iniciaram nas letras nesse jornal.
Godofredo se mudou para Campinas, em 1904, onde lecionou no Instituto Cesário Mota, célebre educandário da cidade, hoje extinto. Ainda em 1904 retornou a Minas Gerais, e fixou-se em Silvestre Ferraz, atual Carmo de Minas, onde lecionou. Conheceu José Fernandes, diretor do Colégio, que inspirará um de seus maiores personagens. Iniciou o namoro com a futura esposa.
Em 1906, já bacharel, casou-se com Bárbara Pinto de Andrade, que conhecera em Caldas. Em 1907 foi nomeado Promotor Público de Cambuí (MG), assumindo o cargo sem conhecer a comarca. Visita Monteiro Lobato, então Promotor Público em Areias, no Vale do Paraíba (SP). Em 1909 ingressou na Magistratura, e foi nomeado Juiz Municipal do Machado (MG), local que retratará em passagens do romance de estreia.
Em 10 de junho de 1909 nasceu seu primeiro filho, Nello, o maior responsável pelas informações sobre Godofredo; em 3 de maio de 1911, o segundo filho, Caio; em 7 de dezembro de 1912, o terceiro, Tullio.
Em 1916, suicidou-se em São Paulo o amigo Ricardo Gonçalves, poeta dos Ipês, provocando grande abalo nos membros do grupo.
De maio de 1917 a janeiro de 1918, publicou os capítulos do romance Vida Ociosa, na Revista do Brasil, toda a Falange Gloriosa, em rodapé no “Estadinho” (edição vespertina do Estado de São Paulo), e contos de Andorinhas. Publicou a gramática Estudo Practico de Português. Em 21 de fevereiro de 1917 nasceu sua filha, Duse.
Em 1918, deixou Santa Rita do Sapucaí (MG), para onde fora removido. Promovido a Juiz de Direito, serviu em Estrela do Sul, Três Pontas e Passos, lecionando sempre. Em Sapucaí, visando melhorar a receita, foi contador de uma usina elétrica.
Após muita persistência dos amigos, Godofredo consentiu, em 1920, na publicação de Vida Ociosa – romance da vida mineira, em livro, edição da Revista do Brasil, da Monteiro Lobato & Cia Editores. Em 1924 publicou seu primeiro livro de contos, Andorinhas, pela mesma editora; em 1929 publicou A Filha, uma narrativa romântica, em edição da Imprensa Oficial de Minas Gerais.
Os romances Falange Gloriosa e Os Bem Casados foram publicados postumamente. Rangel traduziu cerca de 70 obras, muitas delas publicadas por Lobato na Companhia Editora Nacional.
Em 1937 aposentou-se como Juiz de Direito de terceira entrância, titular da comarca de Lavras (MG), e foi residir em Belo Horizonte. Em 1939 foi eleito para a Academia Mineira de Letras (AML), ocupando a Cadeira número 13, cujo patrono é Xavier da Veiga e fundador Carmo Gama.
Em 1943 lançou dois livros infantis, Um passeio à casa de Papai Noel e Histórias do tempo do onça, ambos pela Companhia Editora Nacional, São Paulo. Em 1944 publicou o segundo livro de contos, Os Humildes, pela Editora Universitária, de São Paulo, com prefácio de Lobato.
Em 1944, Monteiro Lobato publicou a primeira edição de A Barca de Gleyre, englobando a correspondência entre ele e Godofredo por mais de 40 anos, de 1903 até 1948.[2] Rangel recusou-se terminantemente a publicar suas cartas, alegando que elas não possuíam outro mérito além de provocar excelentes respostas de Lobato. Anos mais tarde o segundo volume de “A Barca de Gleyre” foi publicado, novamente com o habitual silêncio de Rangel.
Em 1948 faleceu Monteiro Lobato, e Rangel publica dois belos artigos lembrando o companheiro de toda a vida.[3] No dia 4 de agosto de 1951, três anos após a morte de Monteiro Lobato, Godofredo Rangel faleceu em Belo Horizonte, aos 66 anos, vítima de uma enfermidade que há muito o assolava. Muitos dos seus amigos do “Minarete” já haviam falecido. Foi sepultado em 5 de agosto no Cemitério do Bonfim, na Capital mineira.
Em 1953 e 1954, foram publicados, em edições póstumas, os romances Falange Gloriosa e Os Bem Casados, ambos pela Melhoramentos.
Rangel fez mais de 50 traduções, do inglês, do francês e do espanhol.
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