Giovanni Girolamo Morone
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Giovanni Girolamo Morone (25 de janeiro de 1509 - 1 de dezembro de 1580) foi um cardeal italiano, bispo-emérito de Módena e decano do Colégio dos Cardeais.
Giovanni Girolamo Morone | |
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Cardeal da Santa Igreja Romana | |
Deão do Colégio dos Cardeais | |
Título |
Cardeal-bispo de Óstia-Velletri |
Atividade eclesiástica | |
Diocese | Diocese de Roma |
Nomeação | 3 de julho de 1570 |
Predecessor | Francesco Cardeal Pisani |
Sucessor | Alessandro Cardeal Farnese |
Mandato | 1570 - 1580 |
Ordenação e nomeação | |
Ordenação presbiteral | 12 de janeiro de 1533 |
Ordenação episcopal | 12 de janeiro de 1533 por Alessandro Cardeal Farnese |
Cardinalato | |
Criação | 2 de junho de 1542 por Papa Paulo III |
Ordem | Cardeal-presbítero (1542-1560) Cardeal-bispo (1560-1580) |
Título | Santos Vital, Valéria, Gervásio e Protásio (1542-1549) Santo Estêvão no Monte Celio (1549-1553) São Lourenço em Lucina (1553-1556) Santa Maria em Trastevere (1557-1560) Albano (1560-1561) Sabina (1561-1562) Palestrina (1562-1564) Frascati (1564-1565) Porto e Santa Rufina (1565-1570) Óstia-Velletri (1570-1580) |
Brasão | ![]() |
Dados pessoais | |
Nascimento | Milão 25 de janeiro de 1509 |
Morte | Roma 1 de dezembro de 1580 (71 anos) |
Nacionalidade | milanês |
Progenitores | Mãe: Amabilia Fisiraga Pai: Girolamo Morone |
dados em catholic-hierarchy.org Cardeais Categoria:Hierarquia católica Projeto Catolicismo | |
Biografia
Era filho de Girolamo Morone, grão-chanceler de Luís XII de França como Duque de Milão e Amabilia Fisiraga. Na infância, muda-se para Módena, onde conclui seus estudos iniciais. Estuda jurisprudência em Pádua. Torna-se clérigo de Milão e, em reconhecimento dos serviços de seu pai durante sua prisão pelas tropas imperiais que saquearam Roma, o Papa Clemente VII elevou-o ao episcopado, como bispo de Módena.[1]
Episcopado
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Perspectiva
Eleito bispo de Modena, em 7 de abril de 1529, quando tinha apenas 20 anos de idade, exerceu a regência da diocese através de vigários gerais, até atingir a idade canônica, de 27 anos. Seu lema episcopal era Coelitus datum.[1]
Foi enviado para uma missão diplomática na França, em 1529. O cardeal Ippolito II d'Este se opôs fortemente à eleição, argumentando que a diocese de Modena tinha sido prometida a ele. Ele pediu para o Duque Afonso de Ferrara ajuda e tomou posse da diocese pela força, confiscando todas as suas receitas. Em 6 de fevereiro de 1531, o papa pediu ao Sacro Imperador Romano Carlos V para interceder em favor do Bispo Morone, a disputa foi resolvida em 1532, quando o Bispo Morone comprou a oposição do Cardeal d'Este, concordando em pagar-lhe uma pensão anual de 400 ducados.[1]
Ordenado sacerdote em 12 de janeiro de 1533 em Bolonha, no mesmo dia e local recebeu a consagração episcopal. Entrou em sua diocese em 28 de janeiro de 1533. Em 1536, ele foi como núncio para a corte de D. Fernando I, Sacro Imperador Romano-Germânico, para promover na Hungria e na Boêmia a celebração do concílio geral, sendo instruído a obter do rei um salvo-conduto para quem pretendesse participar na reunião e propor Mântua ou outra cidade italiana como o lugar do concílio.[1]
Cardinalato
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Perspectiva
Foi criado cardeal no consistório de 2 de junho de 1542 pelo Papa Paulo III, recebendo o barrete cardinalício e o título de Cardeal-presbítero de Santos Vital, Valeria, Gervásio e Protásio em 16 de outubro. Juntamente com os cardeais Reginald Pole e Pierpaolo Parisio, nomeado presidente do Concílio de Trento, em 1 de novembro. Devido ao pequeno número de delegados, o processo foi suspenso em 6 de julho de 1543 e a reabertura do concílio foi adiada até dezembro de 1545. Legado em Bolonha, 2 de abril de 1544 até 13 de julho de 1548. Legado pro pace perante o Sacro Imperador Romano Carlos V, 30 de julho de 1544. Nomeado pelo papa novamente para o concílio geral, 2 de novembro de 1544. Camerlengo do Sacro Colégio dos Cardeais, 6 de janeiro de 1549 a 19 de janeiro de 1551. Ainda em 1549, passou ao título de Santo Estêvão no Monte Celio.[1]
Em 23 de maio de 1550, resigna-se da diocese de Módena. Ele trabalhou de perto com Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus e futuro santo, e foi fundamental na fundação da Pontificium Collegium Germanicum et Hungaricum de Urbe em 1552. Nesse mesmo ano, passa ao título de São Lourenço em Lucina e torna-se bispo de Novara em 12 de setembro, cargo que exerceria até 13 de março de 1560. Legado perante Fernando, rei dos romanos, 7 de janeiro de 1555; recebeu a cruz legatina em fevereiro seguinte. Núncio à Dieta de Augsburgo, 1555; ele foi imediatamente chamado de volta devido à morte do Papa Júlio III em 23 de março. Em 1556, passa ao título de Santa Maria em Trastevere.[1]
O Papa Paulo IV degradou-o publicamente e o aprisionou no castelo de Sant'Angelo, sob suspeita de heresia luterana em 31 de maio de 1557.[2] O cardeal Antonio Michele Ghislieri examinou cuidadosamente a situação do cardeal Morone em sua prisão, o considerou inocente e declarou-o na presença do Papa Paulo IV, que em 27 de março de 1559, restaurou-o à dignidade cardinalícia e atribuiu-lhe a sé suburbicária de Albano. Cardeal Morone poderia ter tido sua liberdade, mas se recusou a aceitar a promoção e sair da prisão, a menos que o papa reconhecesse publicamente sua inocência, o que o pontífice não fez, e ele permaneceu encarcerado até a morte de Paulo IV, em 18 de agosto de 1559.[1]
No consistório de 13 de março de 1560, a sua absolvição da acusação de heresia, sob o pontificado do Papa Paulo IV foi lida e no mesmo consistório, foi promovido para a ordem dos cardeais-bispos e recebeu a sé suburbicária de Albano. Passa para a sé suburbicária de Sabina em 10 de março de 1561. Juntamente com os cardeais Federico Cesi e Giacomo Savelli, então vigário geral de Roma, é nomeado para uma comissão para prestar assistência aos pobres e vadios de Roma, em 27 de junho. Em 18 de maio de 1562, assume a suburbicária de Palestrina. Junto com o cardeal Bernardo Navagero, foi nomeado legado a latere para o Concílio de Trento, em 7 de março de 1563; recebeu a cruz legatina em 17 de março de 1563. Nomeado novamente bispo de Modena em 23 de fevereiro de 1564; renunciou ao governo da sé, 16 de novembro de 1571. Legado perante Fernando, rei dos romanos e da Alemanha, 8 de março de 1564; a legação foi estendida devido ao tumulto causado pelos protestantes, 14 de abril de 1563. Em 12 de maio de 1564, assume a sé suburbicária de Frascati, onde fica até 7 de fevereiro do ano seguinte, quando assume a sé suburbicária de Porto e Santa Rufina. Vice-reitor do Sagrado Colégio dos Cardeais.[1]
No Conclave de 1565–1566, chegou perto de ser eleito papa. Passa para a suburbicária de Óstia-Velletri em 3 de julho de 1570, quando torna-se o Decano do Sacro Colégio dos Cardeais. Legado para resolver controvérsias internas na cidade e na república de Gênova, 18 de março de 1575; recebeu a cruz legatina no domingo seguinte. Legado perante o Sacro Imperador Romano Fernando I e a Dieta de Regensburg, 23 de abril de 1576. Entre 1578 e 1579, atua como cardeal protetor do Reino da Inglaterra.[1]
Cardeal Morone faleceu em 1 de dezembro de 1580, em Roma, e foi sepultado em frente ao altar-mor da Basílica de Santa Maria sobre Minerva.[1]
Conclaves
- 1549–50 - participou da eleição do Papa Júlio III
- Abril de 1555 - participou da eleição do Papa Marcelo II
- Maio de 1555 - participou da eleição do Papa Paulo IV
- 1559 - participou da eleição do Papa Pio IV
- 1565–66 - participou da eleição do Papa Pio V.
- Conclave de 1572 - participou como decano do Colégio dos Cardeais da eleição do Papa Gregório XIII
Referências
- Miranda, Salvador. «The Cardinals of the Holy Roman Church - Biographical Dictionary - Consistory of June 2, 1542». cardinals.fiu.edu. Consultado em 4 de fevereiro de 2025
- De seu tempo na Alemanha e em toda a sua vida, permaneceu um notável membro de um grupo de homens moderados e intelectuais que acreditavam que na luta com o luteranismo, que as falhas não eram todas de um lado. Suas idéias sobre a justificação, a veneração dos santos e relíquias foram consideradas suspeitas, o papa enfrentou a spirituali e entre 1557 e 1558 enviou para a prisão, além de cardeal Morone, outros, como Pietro Antonio di Capua, arcebispo de Otranto; Giovanni Francesco Verdura, bispo de Chiron; Egidio Foscherari, OP, bispo de Mântua; Cavaliere Mario Galeota, e o nobre Bartolomeo Spadafora; cardeal Reginald Pole foi salvo pela intercessão da rainha Maria I de Inglaterra
Bibliografia
Ligações externas
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