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político português Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Francisco José Nina Martins Rodrigues dos Santos (popularmente conhecido como Chicão)[1] (Coimbra, 29 de setembro de 1988), é um político, advogado e consultor jurídico português. Foi o 10º Presidente do CDS - Partido Popular.
Francisco Rodrigues dos Santos | |
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Francisco Rodrigues dos Santos | |
Presidente do CDS – Partido Popular | |
Período | 26 de janeiro de 2020 3 de abril de 2022 |
Antecessor(a) | Assunção Cristas |
Sucessor(a) | Nuno Melo |
Presidente da Juventude Popular | |
Período | 13 de dezembro de 2015 26 de janeiro de 2020 |
Antecessor(a) | Miguel Pires da Silva |
Sucessor(a) | Francisco Mota |
Dados pessoais | |
Nascimento | 29 de setembro de 1988 (36 anos) Coimbra |
Nacionalidade | português |
Partido | CDS - Partido Popular |
Religião | Catolicismo |
Profissão | Advogado |
É o mais velho de três irmãos rapazes, filho dum oficial do exército e duma advogada. Nasceu em Coimbra, onde viveu apenas até aos cinco anos, altura em que se mudou para Vila Nova da Barquinha devido ao trabalho do pai.
Frequentou o ensino básico e secundário no Colégio Militar, onde foi distinguido com o Prémio General Jaime Banazol (2006)[2] e escolhido pelos colegas para adjunto do comandante da 1ª companhia.[3]
Enquanto estudante na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde se formou em Direito, presidiu à Mesa da Reunião Geral de Alunos (RGA) da Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa e, por inerência, à Comissão Eleitoral e ao Conselho Consultivo de Representantes da Faculdade. Foi também Senador da Universidade de Lisboa.
É, desde então, consultor jurídico na área de contencioso geral numa sociedade de advogados - Valadas Coriel & Associados. Ficou noivo de Inês Guerra Vargas a 17 de Abril de 2019,[4] tendo-se casado a 17 de Julho de 2021.[5]
Em 2007, filiou-se na Juventude Popular e, em 2011, no CDS-PP.
Assumiu funções enquanto adjunto no gabinete do ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, no XX Governo Constitucional. Em 2013, foi eleito membro da Assembleia de Freguesia de Carnide, posição que manteve até 2017. Foi, ainda, Vice-Presidente do IYDU - International Young Democrat Union.
Tornou-se, a 13 de dezembro de 2015, presidente da Juventude Popular, tendo sido reeleito em maio de 2018. Nesse mesmo ano foi considerado pela revista Forbes como um dos "30 jovens mais brilhantes, inovadores e influentes da Europa", ao integrar a lista "30 under 30 - Law & Policy 2018" pelo trabalho que desenvolveu enquanto líder da Juventude Popular, ultrapassando os 20.000 filiados e duplicando o número de membros eleitos.[6]
Foi candidato a Deputado à Assembleia da República pelo círculo eleitoral do Porto pelo CDS-PP nas eleições legislativas de 2019, ano em que o CDS obteve a sua mais baixa votação, quer a nível local quer nacional, Apesar de ser o segundo na lista não foi eleito deputado, uma vez que o CDS obteve pouco mais do que 31 mil votos do distrito.[7] É deputado da Assembleia Municipal em Lisboa desde 2017.
Identifica-se como um democrata-cristão, socialmente conservador e economicamente liberal, a favor da economia de mercado. Neste sentido, assume-se, por um lado, contra o aborto, a eutanásia, a pena de morte, o casamento - embora defenda que deva existir uma união com outro nome - a adopção de crianças por casais do mesmo sexo, tal como pretende combater a "ideologia do género e a sexualização da educação de crianças e jovens"[3] e, por outro lado, a favor dos cheques-ensino, dos contratos de associação entre o Estado e as escolas privadas, de um Estado Social que inclua o sector privado e social, e duma redução significativa nos impostos para as famílias e empresas. Durante a campanha eleitoral, destacou-se ainda pela defesa das touradas como tradição secular portuguesa.[8]
Segundo o próprio, tem como principais referências políticas Winston Churchill, Ronald Reagan, Margaret Thatcher, Adelino Amaro da Costa e Adriano Moreira.[9]
Em dezembro de 2019, anunciou a sua candidatura à liderança do CDS-PP, que se disputou em Congresso nos dias 25 e 26 de janeiro de 2020, em Aveiro, tendo sido eleito com 46,4% dos votos e apenas 109 votos a separar do segundo candidato João Almeida, a menor diferença alguma vez obtida na eleição de um presidente do CDS.[10]
No dia 6 de fevereiro de 2021, num polémico Conselho Nacional, fez-se aprovar um moção de confiança a Francisco Rodrigues dos Santos, com 54,4% dos votos favoráveis, dando-lhe assim o folego necessário para permanecer como líder do CDS.[11][12]
Em março de 2021, anunciou que seria candidato às eleições autárquicas de 2021, tendo vindo a encabeçar uma lista à Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital.[13] No dia 15 de maio foi oficialmente anunciado que seria candidato à Assembleia Municipal deste município,[14] tendo sido eleito com 34,3% dos votos.[15]
A sua liderança foi marcada por vários episódios e dissidências, mesmo entre os seus apoiantes iniciais. Entre os que abandonaram a sua direcção estão Abel Matos Santos, forçado a demitir-se em virtude de declarações polémicas na defesa do regime salazarista, da PIDE e críticas à actuação do Cônsul Aristides de Sousa Mendes,[16] que salvou milhares de judeus durante a Segunda Guerra Mundial ao ter-lhes emitido vistos de entrada em Portugal (desobedecendo assim às ordens de Salazar). Em dezembro desse mesmo ano, demitem-se da Comissão Executiva e da Comissão Politica Filipe Lobo d'Ávila, Isabel Menéres Campos e Raul Almeida, por divergências com a direcção.[17]
Em 30 de outubro de 2021, a escassas 24 horas da eleição dos delegados ao 29.º Congresso do CDS, com data prevista de realização a 27 e 28 de novembro, suspende o respetivo Congresso, através dum Conselho Nacional marcado com urgência e realizado virtualmente, com o argumento que o tempo seria escasso para a elaboração de listas de deputados.[18] Isto, apesar do momento do adiamento ainda não ser conhecida a data para a realização das eleições legislativas, facto que só veio a acontecer em 4 de novembro desse ano, após decisão do Presidente da República.[19]
Após o adiamento do congresso, e em protesto pelo sucedido, aconteceram várias desfiliações de atuais e antigos dirigentes, entre os quais Adolfo Mesquita Nunes,[20] o ex-deputado e ex-Secretário de Estado do Turismo, António Pires de Lima,[21] ex-deputado e ex-Ministro da Economia, Inês Theotónio Pereira, ex-deputada bem como Manuel Castelo Branco e João Condeixa. Já antes se tinha desfiliado Francisco Mendes da Silva,[22] ex-deputado e antigo Presidente da Distrital de Viseu.[23]
Em virtude da vontade da direção em renovar a totalidade das listas eleitorais,[24] com o afastamento de críticos, foram substituídos por novos nomes desconhecidos ou independentes.[25] Em paralelo vários dos atuais deputados assumiram divergências com a atual direção ou a intenção de não concorrerem nas listas do CDS, às eleições legislativas de janeiro de 2022: João Gonçalves Pereira abandona o parlamento em março de 2021,[24] Ana Rita Bessa, em setembro de 2021.[26] [27] João Almeida,[28] Telmo Correia [29] e Cecília Meireles,[30] apesar de cumprirem o seu mandato até ao fim, declararam não estar disponíveis para continuar sob a sua liderança.
Ainda antes da definição final das listas, Francisco Rodrigues dos Santos tentou uma coligação com o PSD mas esta foi chumbada pela direcção dos sociais democratas.[31] A seguir ainda tentou uma coligação cujo nome seria “Aliança de Direita” – com o PPM, MPT, Aliança e Nós, Cidadãos. No entanto, também aqui não foi possível chegar a acordo com todos os intervenientes.[32] Em conformidade, Francisco Rodrigues dos Santos assumiu-se como cabeça de lista do CDS-PP às eleições de 2022 em Lisboa, com o ex-Presidente do partido Ribeiro e Castro como segundo da Lista.[33]
Em 31 de janeiro de 2022, após os resultados das Legislativas de 2022, após o desaire eleitoral do CDS, demitiu-se, assumindo a responsabilidade pelos resultados do partido.[34] Estes foram os piores resultados de sempre do CDS, com apenas 1,61% e 86 578 votos. Em Lisboa, círculo pelo qual era cabeça de lista, conseguiu apenas 19 524, menos de metade dos conseguidos pelo partido em 2019. Foi a primeira vez que o partido não elegeu nenhum deputado, perdendo a sua representação parlamentar.[35]
No decorrer do 29° Congresso, realizado em Março de 2022, no discurso de despedida, referiu que já tinha herdado "o pior resultado de sempre em eleições europeias e legislativas", afirmando, para concluir, que "foi fogo amigo que matou o CDS", referindo-se ao sucessivo boicote por parte de elementos da antiga direção ao seu mandato. Depois do discurso abandonou o congresso.[36]
Em Dezembro de 2020, durante o confinamento provocado pela epidemia do Covid-19, numa visita a empresários da restauração que se encontravam em greve de fome, em frente à Assembleia da República, a conversa entre Francisco Rodrigues dos Santos e os empresários que faziam greve de fome, entre os quais Ljubomir Stanisic, acabou por provocar alguma tensão entre os presentes, tendo a reunião terminado com o movimento a pedir que Rodrigues dos Santos abandonasse o local.[37] Posteriormente, Ljubomir acabou por pedir desculpa publicamente ao Presidente do CDS-PP,[38] depois de relembrar que fora o primeiro político a falar com os manifestantes.[39]
Nas celebrações do 25 de Abril de 2021, levou um cravo branco na lapela, dizendo que "O 25 de Abril também se fez para não sermos todos vermelhos, é necessário libertarmos Portugal desta hegemonia socialista", numa clara referência à última entrevista de Salgueiro Maia, em que afirma que no decurso da revolução foram distribuídos cravos tanto vermelhos como brancos.[40]
Na sua mensagem de Natal de 2021, Francisco Rodrigues dos Santos publicou um vídeo irónico em que simulava preparar a Ceia de Natal dos partidos de direita portugueses. Com alusões claras aos partidos, criticou a IL por ser um partido citadino de elites, o Chega por ser "tontinho" e incoerente, e, por fim, o PSD por desistir de se sentar à mesa com a Direita para, em vez disso, negociar com o PS um "Bloco Central".[41]
No debate eleitoral das legislativas de 2022 contra o líder do CHEGA, André Ventura, ficou famosa a sua frase: "Uma esquadrão de cavalaria à desfilada na sua cabeça não esbarra contra uma ideia",[42] citando uma frase originalmente proferida por José Cunha Simões, antigo deputado do CDS.[43]
Na última semana antes das eleições propôs-se para Ministro da Defesa, de forma a poder implementar um conjunto de medidas para os ex-combatentes, desde um complemento vitalício de 300 euros mensais, acesso privilegiado aos hospitais militares e transladação de corpos de militares mortos em África,[44] no caso de a direita ter maioria nas eleições, cenário que o putativo primeiro-ministro nestas circunstâncias, Rui Rio, veio a confirmar.[45]
Demitiu-se, após os piores resultados de sempre do CDS nas Eleições Legislativas de 2022, não conseguindo eleger nenhum deputado.<ref name=":0">
Em 20 de abril de 2024, Rodrigues dos Santos admitiu desfiliar-se do CDS e critica “clubinho privado” fechado à renovação, considerando que este se transformou "num clubinho privado de portas fechadas à renovação".<ref>«Rodrigues dos Santos admite desfiliação do CDS e critica "clubinho privado" fechado à renovação»<ref>
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