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Material eliminado pelo corpo a partir do ato de excreção. Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Fezes humanas são material restante após a digestão e absorção dos alimentos pelo tubo digestivo dos seres humanos. Geralmente têm aspecto castanho-parda e pastoso, porém pode aparecer nas mais variadas formas, tamanhos e cores.[1]
Nos seres humanos o alimento pode levar cerca de 8 horas para transitar no organismo e chegar como uma massa uniforme ao intestino grosso, onde permanece por cerca de três dias. Nesse período parte da água (10 a 12 litros) e sais é absorvida, para que na região final do cólon a massa fecal se solidifique, transformando-se então nas fezes.
As fezes normais são sólidas e apresentam 75% de água na sua composição. Variações mínimas nas concentrações de água interferem na sua consistência. Fezes moles apresentam, mais ou menos, 80% de água e as líquidas 90%. Alguns factores, como o vegetarianismo, pode aumentar o teor de líquido. Diarreias potentes podem ser constituídas de 100% água, em alguns casos graves.[1] Quando pessoas contém a Síndrome de Westler possuem as fezes semelhantes à de um pássaro
É variável e depende da quantidade de alimento ingerida. Geralmente, uma alimentação ordinária, faz o indivíduo eliminar de 100 a 150 g de fezes, por dia. Algumas doenças, como nos casos de fermentação intestinal intensa, fazem o indivíduo eliminar mais de 800 g.[1]
Mais da metade da massa das fezes humanas é composto por bactérias, em sua maioria mortas.[1][2] Cada grama de fezes no adulto normal contém de 1011 a 1012 unidade de formação de colônias por grama, quase o valor teórico máximo de bactérias por centímetro cúbico (o que significa que 90% ou mais da massa seca das fezes é composta por bactérias),[carece de fontes] cerca de 90% delas do género Bifidobacterium¹. O restante é constituído por sais, muco, fibras, celulose e outros materiais não digeridos. A cor amarronzada ou acastanhada e estrutura das fezes se deve à presença de pigmentos provenientes da bile.
A forma das fezes humanas dependem de sua consistência. Sua forma é definida pelo esfíncter anal em cilindros, e quando passa pelo reto seu calibre é reduzido. Nas diarreias, não existe uma forma definida.[1]
Castanho-parda, devido a presença de estercobilina e hidrobilirrubina. A cor das fezes, depende também do regime alimentar: verduras deixam as fezes do indivíduo esverdeada e uma dieta láctea pode deixa-la amarelada.[1]
Fezes possuem odor fisiológico, o qual pode variar de acordo com a dieta e o estado de saúde.[3][4][5][6][7] Nas fermentações intestinais elevadas apresenta cheiro pútrido.
É possível analisar também os elementos químicos presentes nas fezes humanas, a tabela a seguir traz algumas informações sobre esses elementos:[8]
Parâmetros | Fezes in natura(média DP ou %) |
---|---|
pH | 6,3 0,4 |
C orgânico total(%) | 44,8 |
Ca total(%) | 1,9 |
K (K2O)(%) | 1,7 |
N-NH4+ (mg.kg-1 base úmida) | 215,9 ±142,9 |
N-NH4+ (%) | 0,8 |
N-NO2- /N-NO3- (%) | 0,9 |
NT (%) | 4,9 |
P (P2O5) (%) | 3,9 |
S total (%) | 0,3 |
Umidade (%) | 77 ±2 |
ST (%) | 23 ±2 |
SF (%) | 23 ±6 |
SV (%) | 78 ±6 |
Coliformes totais (NMP.g-1) | 1,2E+15 |
Escherichia coli (NMP.g-1) | 9,1E+10 |
Enterococcus faecalis (NMP.g-1) | 5,0E+19 |
Alguns desses elementos são os principais constituintes dos adubos químicos do tipo NPK utilizados na agricultura. O uso de banheiros secos constitui uma alternativa para recuperar esses elementos químicos, retornando-os ao solo e constituindo como método sanitariamente seguro, eficaz e mais barato em relação aos tratamentos convencionais tais como as ETAs.[9]
Os banheiros públicos costumavam ser banheiros coletivos, as latrinas, como a da ilustração ao lado. Nestes banheiros públicos, sem cabines privativas, as pessoas de diferentes níveis sociais se encontravam, e até costumavam conversar enquanto evacuavam.
Os principais patógenos que são comumente procurados nas fezes incluem:
Parasitas intestinais e seus ovos podem ser visíveis a olho nu.
A diarreia consiste no aumento do número de evacuações e/ou a presença de fezes amolecidas, com consistência pastosa e/ou até mesmo líquidas nas evacuações.[10]
A Escala de Bristol ou Escala de fezes de Bristol é uma escala médica destinada a classificar a forma das fezes humanas em sete categorias. Às vezes referido no Reino Unido como a "Escala de Meyers",[11] foi desenvolvido por Dr. Ken Heaton na Universidade de Bristol e publicado no Scandinavian Journal of Gastroenterology em 1997.[12]
Essa escala tem como objetivo verificar a saúde intestinal por meio da análise da forma e da textura dos excrementos expelidos pelo paciente.[13]
Os sete tipos de fezes indicados segundo a escala de Bristol são:[12]
Tipos 1 e 2 indicam obstipação. Tipos 3 e 4 são consideradas ótimas, especialmente a última, uma vez que estas são mais fáceis de passar na defecação. Tipos 5–7 estão associados com tendência de aumento de diarreia ou de urgência.[14]
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