Fernando Prestes
município brasileiro do estado de São Paulo Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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Fernando Prestes é um município brasileiro do estado de São Paulo. Tem uma população de 5.534 habitantes (IBGE/2010). Pertence à Microrregião de Jaboticabal e à Região Administrativa Central. O município é formado pela sede e pelo distrito de Agulha[5][6].
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Município do Brasil | |||
Símbolos | |||
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Hino | |||
Gentílico | fernando-prestense | ||
Localização | |||
Localização de Fernando Prestes em São Paulo | |||
Localização de Fernando Prestes no Brasil | |||
Mapa de Fernando Prestes | |||
Coordenadas | 21° 15′ 50″ S, 48° 41′ 06″ O | ||
País | Brasil | ||
Unidade federativa | São Paulo | ||
Municípios limítrofes | Norte: Ariranha e Monte Alto, Sul: Taquaritinga, Leste: Cândido Rodrigues, Oeste: Santa Adélia e Noroeste: Itápolis | ||
Distância até a capital | 365 km | ||
História | |||
Fundação | 1896 - Ainda não definida oficialmente | ||
Administração | |||
Prefeito(a) | Rodrigo Ravazzi (PL, 2021–2024) | ||
Características geográficas | |||
Área total [1] | 170,112 km² | ||
População total (Censo IBGE/2010[2]) | 5 534 hab. | ||
Densidade | 32,5 hab./km² | ||
Clima | tropical (Aw) | ||
Altitude | 545 m | ||
Fuso horário | Hora de Brasília (UTC−3) | ||
CEP | 15940-000 | ||
Indicadores | |||
IDH (PNUD/2000[3]) | 0,776 — alto | ||
PIB (IBGE/2008[4]) | R$ 82 267,162 mil | ||
PIB per capita (IBGE/2008[4]) | R$ 15 440,53 | ||
Sítio | www.fernandoprestes.sp.gov.br (Prefeitura) www.camarafernandoprestes.sp.gov.br (Câmara) |
Com a transferência da Corte Portuguesa para o Brasil no ano 1808, juntamente com a Corte Portuguesa chegou aos país a família Castilho. Manuel Francisco de Castilho, casado a nobre portuguesa D. Maria Francisca de Jesus, vivia da criação de gado no Piauí. Vindo a falecer Manuel, a viúva D. Maria Francisca e os seus filhos foram para a Corte do Rio de Janeiro. Chegando, fez-se amiga da Imperatriz D. Leopoldina e tornou-se ama de leite do futuro Imperador D. Pedro II. O fato comoveu D. Pedro I que em reconhecimento a presenteou com uma sesmaria (Carta lavrada aos 7 de maio de 1825) cujas terras abrangiam imensos horizontes no estado de São Paulo. Parte do atual município pertencia a Sesmaria Capa-Preta da família Castilho.
Mais tarde, a família Mendes adquiriu terras compreendendo em lotes que teriam pertencido a Sesmaria. Em fins do século XIX, as terras foram divididas conforme sentença homologada em 16 de maio de 1898, entre 65 condôminos, a citar alguns: Anna Flauzina de Jesus, Francisco Salles de Almeida Leite, Francisco José Ferraz, Francisco Thomaz Villela, Francisco da Cunha Villela, Honório Alves da Cunha, Joaquim Leonel Ferraz, Dr. Luiz Santos Dumont (irmão de Alberto Santos Dumont), Leonel José Ferraz, Marcos Villela Louzada.
Embora a Fazenda Mendes tivesse sido dividida judicialmente no ano de 1898, algumas famílias teriam se fixado na região antes dessa partilha.
Leonel José Ferraz, vindo da cidade de São Carlos/SP fixou-se em Aparecida do Monte Alto atraído pela grande quantidade de madeira existente na região. Adquiriu terras à margem do Ribeirão dos Mendes e construiu a primeira habitação de madeira. Leonel denominou estas plagas de “Matão”, devido à exuberância de verde. Seduzidas pela atividade da madeira, as pessoas que se dirigiam à região referiam-se a ela como “Matão do Leonel”.
A partir de então, atraídos por motivos econômicos, desbravadores adquiriram propriedades na região e nela se estabeleceram (são considerados os fundadores do município). Em 1894, Francisco Salles de Almeida Leite adquiriu terras iniciando a primeira lavoura de café. Por volta de 1903, o italiano José Agustoni adquiriu terras onde hoje localiza-se a sede do município, trabalhando no transporte de cargas e passageiros e no comércio. No ano de 1904, o comerciante Júlio Freitas da Silva e o madeireiro Joaquim Gorgulho estabeleceram-se no município, assim como Giácomo Pedrassoli, cafeicultor que instalou as primeiras máquinas de beneficiamento de café e arroz.
Em 1909, chegou ao povoado os trilhos da Estrada de Ferro Araraquara, funcionando como principal meio de escoamento da produção agrícola do "Matão do Leonel" que passou a chamar-se Fernando Prestes em homenagem ao Coronel Fernando Prestes de Albuquerque, por sugestão de Francisco Salles de Almeida Leite.
O processo migratório exerceu importante influência na formação do país. Com a ascensão da lavoura de café, associada à fertilidade das terras fernando-prestenses, muitas famílias fixaram-se na região, contribuindo em vários setores da economia do município, principalmente os italianos na agricultura, os portugueses na agricultura e comércio, os sírios-libaneses no comércio. Entre muitas famílias, citam-se algumas.
Por ocasião da II Guerra Mundial, foi realizado um recadastramento dos imigrantes no país. O livro "Cidade de Fernando Prestes: resgate de sua memória", apresenta alguns imigrantes (país de origem, filiação, chega ao país, matrimônios e outros) que a época se recadastraram junto a Delegacia de Polícia de Fernando Prestes.
Segue uma lista com o país de origem e o sobrenome de algumas famílias apresentadas no livro:
Com o desenvolvimento, o povoado passou a ter relevância nos contextos político, social, histórico e geográfico do estado, motivo pelo qual em 29 de dezembro de 1914, foi criado o Distrito de Paz de Fernando Prestes, no município de Monte Alto e Comarca de Jaboticabal. Nesse sentido, passou a ter mais autonomia, sendo criado na ocasião o cargo de sub-prefeito.
Na década de 1930, os ideais de liberdade começavam a ecoar e a comunidade começou a se organizar politicamente dando ensejo a criação de partidos políticos. Juntamente com os políticos locais, trabalharam pela emancipação do município os deputados Bento de Abreu Sampaio Vidal, Bento de Abreu Sampaio Vidal Filho, Leonel Benevides de Rezende e o Sr. Odorico Magalhães. Em 5 de julho de 1935 por meio do decreto 7.354 foi criado o município de Fernando Prestes pelo então Governador Doutor Armando de Salles Oliveira. Essa data é feriado municipal de "Aniversário da Cidade" ou ainda de "Aniversário de Emancipação Político-Administrativa".
O prefeito Arlindo Remondini, no uso de suas atribuições institui os símbolos municipais por meio de leis.
O Brasão de Armas em 20 de julho de 1984; a Bandeira Municipal foi instituída em 24 de junho de 1985 e o Hino Municipal em 2 de maio de 1988.
Conformação: escudo português, lembrança a raça colonizadora. Três campos são divididos por um coração com os dizeres "A cidade que o amor criou".
O primeiro campo simboliza a pureza e apresenta as riquezas do município: laranja, limão e tomate. O segundo campo simboliza a paz e apresenta ramos de cana-de-açúcar, cultura economicamente importante. O terceiro campo simboliza o trabalho humilde e apresenta a água como símbolo da vasta rede hidrográfica.
O escudo é encimado pela "Coroa Mural" em ouro, de cinco torres, três completas e duas em perspectiva. Como suporte um ramo de café frutificado, representando a riqueza do município. Por fim uma divisa, em prata, em listão de goles "Fernando Prestes".
Conformação: quatro retângulos divididos por uma Cruz Latina branca, tendo ao centro o Brasão de Armas.
Em primeiro plano, a cor "Verde de Santa Catarina", que domina todo o retângulo da bandeira, tem por significado as culturas agrícolas desenvolvidas, predominantemente a cítrica e a canavieira. Em segundo plano, uma Cruz Latina (conforme o decreto de criação, entretanto é uma cruz heráldica), símbolo da fé cristã dos doadores das terras do município e da unidade da nação que nasceu sob o signo da Cruz (com o nome de Terra de Santa Cruz). Em terceiro plano o Brasão de Armas, lembrando que o município vive em paz, alicerçada pelo trabalho e progresso.
A letra do hino oficial do município de Fernando Prestes, tem como autor Newton de Almeida Mello, professor e diretor do "Grupo Escolar de Fernando Prestes" que compôs letra e melodia. O hino de caráter histórico, destaca a hospitalidade do povo, os campos e as riquezas municipais, assim como o amor pela cidade.
Em razão das características tropicais, influenciado principalmente pela altitude e continentalidade, o clima é classificado como quente com inverno seco.
O relevo integra o Planalto Meridional, de rochas de arenito basáltico, sendo encontradas áreas de sedimentação arenosa. Particularmente, Fernando Prestes é uma planície levemente ondulada, incrustada entre as serras do Itaimbé (664 metros de altitude) e de Jaboticabal (720 metros de altitude). Na sede do Município, nota-se a presença de um vale percorrido pelo Ribeirão dos Mendes, às margens do qual surgem as colinas que o definem.
Nos tempos do povoamento dominavam grandes florestas tropicais e madeiras de lei, como peroba, cedro, ipê, cabreúva e aroeira. Pouco resta da paisagem primitiva, hoje substituída pelos campos de cultura e pastagens. Em 1980, havia cerca de 25 hectares de mata natural, das quais grande parte encontra-se na Serra do Itaimbé.
O Ribeirão dos Mendes é o único curso d'água que atravessa o município. Fazem parte da rede hidrográfica do município os córregos Palmeiras, do Cunha, da Agulha, da Prata, da Lagoa, da Limeira, Areias, da Divisa, Tanque, São José, Gaspar, Olho D'Água, Congonha, Pastore, Santa Mariana e Borghi, integrados à Bacia Hidrográfica do Médio Tietê Inferior e a Bacia Hidrográfica do Turvo. Ainda integram a rede hidrográfica os ribeirões da Onça (Rio da Onça) e dos Porcos (Rio dos Porcos), por servirem de limites entre municípios e devido ao seu médio volume de água.
O primeiro recenseamento realizado em Fernando Prestes pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ocorreu em 1920, apontou uma população no município e distrito de 7.363 habitantes, sendo 3.976 do sexo masculino e 3.387 do sexo feminino e uma densidade populacional de 42,41 habitantes por km².
População Total: 5.534 habitantes
Densidade demográfica: 32,43 habitantes/km²
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M): 0,758
Após a criação do município e sua instalação em agosto de 1935, assumiu interinamente (agosto a outubro de 1935) o cargo de prefeito o Sr. Benedicto Regis, por indicação dos políticos locais (Srs. Raphael Di Foggi, João Marcolongo e Lauro Ricoy). Sob fortes pressões oposicionistas, Sr. Benedicto Regis demite-se. O Governador Dr. Armando de Salles Oliveira nomeia no mesmo ano Sr. Accácio da Silva Camargo para o cargo de Prefeito Municipal. Após eleições em maio de 1936 é instalada a Câmara Municipal de Fernando Prestes com 7 vereadores.
Com o golpe de estado de Getúlio Vargas em 1937 e implantação do Estado Novo, ocorreu o fechamento do Congresso Nacional, Assembleias Estaduais e Câmaras Municipais, sendo os estados governados por interventores, que por sua vez nomeavam os prefeitos municipais.
Com a renuncia de Vargas em 1945, por motivos particulares ausentou-se o Sr. Altino Pereira Martins, assumindo interinamente o cargo o Secretário Tesoureiro, Sr. José Padilha de Siqueira Júnior, assumindo posteriormente em 5 de abril de 1947 o Sr. Pedro Frare, por ato do governador. Em junho de 1947, é nomeado o Sr. Cândido Pinto de Mendonça.
Em 9 de novembro de 1947 realizou-se por sufrágio direto e secreto, eleições municipais, sendo eleito como prefeito o Sr. José Pedrassoli e para vereadores Antonio da Costa Camargo, Benedito Agustoni, Corina Rosa Donnini (primeira mulher), Edmundo Mussi, Emílio Belini, Guido Malacrida, João Baesso, José Tebar, José Vergani, Nali Abissamra e Pedro Frase, empossados em 1 de janeiro de 1948.
Prefeito Municipal | Mês/Ano de Posse | Prefeito Municipal | Mês/Ano de Posse | Prefeito Municipal | Mês/Ano de Posse |
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Benedito Reggis | 08/1935 | Edmundo Mussi | 01/1956 | José Altino Gomes | 01/1993 |
Accacio da Silva Camargo | 07/1935 | Jayme Ribeiro Serva | 01/1960 | Sebastião Manoel Machado | 01/1997 |
Luiz Di Foggi Netto | 09/1938 | João da Costa Camargo | 01/1964 | Sebastião Manoel Machado | 01/2001 |
Altino Pereira Martins | 10/1942 | Vergilio Canalle | 01/1969 | Bento Luchetti Junior | 01/2005 |
Pedro Frare | 04/1947 | Arlindo Remondini | 01/1973 | Bento Luchetti Junior | 01/2009 |
Cândido Pinto de Mendonça | 06/1947 | Vergilio Canalle | 01/1977 | Rodrigo Ravazzi | 01/2013 |
José Pedrassoli | 01/1948 | Arlindo Remondini | 01/1983 | Bento Luchetti Junior | 01/2017 |
José Vergani | 01/1952 | Enico Caroni | 01/1989 | Rodrigo Ravazzi | 01/2021 |
Prefeito Municipal | Vice-Prefeito | Vereadores | ||
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Bento Luchetti Junior | Ademir Donizeti Matias | Edson Vergani | Mariel da Rocha | Weslen Luis dos Santos |
Valdireni Doce Porfida | Ronaldo Ravazzi Amado | Geraldo da Silva | ||
Mizael Gibertoni | Mauricio Junchetti | Dener Miola |
A cidade foi atendida pela Companhia Telefônica Brasileira (CTB) até 1973[7], quando passou a ser atendida pela Telecomunicações de São Paulo (TELESP), que construiu a central telefônica utilizada até os dias atuais. Em 1998 esta empresa foi privatizada e vendida para a Telefônica[8], sendo que em 2012 a empresa adotou a marca Vivo[9] para suas operações de telefonia fixa.
Jornais
O município conta com dois jornais impresso e um site de notícias:
Notícias da Região - Fundado em 1996 pelo jornalista Armando da Cunha Filho, formato standard com circulação em Fernando Prestes, Agulha, Vista Alegre do Alto e Pirangi.
A Trombeta - Criado em 2001 pelo jornalista José Saul Martins e Carlos Alberto Bertoline. Em 2003 o jornal fica a cargo apenas do jornalista José Saul Martins que em 2014 implanta o portal on line denominado www.jornalatrombeta.com.br . A versão impressa formato standard circula em Fernando Prestes, Cândido Rodrigues e nos distritos de Agulha e Aparecida de Monte Alto. O jornal A Trombeta também possui uma página no Facebook
SEGURA, A. O. B. ; ALMEIDA, D. L. P.; DI FOGGI, M. A.; LAVRINI, E. A.; SAVAZZI, E. A.; MARTINS, J. S.; SAVAZZI, F. J. Cidade de Fernando Prestes: Resgate de Sua Memória. Fernando Prestes: Prefeitura Municipal, 2002. 284p.
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