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As eleições estaduais no Piauí em 1998 ocorreram em 4 de outubro, como parte das eleições gerais em 26 estados e no Distrito Federal.[1] Foram eleitos o governador Mão Santa, o vice-governador Osmar Júnior e o senador Alberto Silva, além de 10 deputados federais e 30 estaduais. Como nenhum candidato a governador recebeu a maioria dos votos válidos, houve um segundo turno em 25 de outubro entre Mão Santa e Hugo Napoleão, ambos egressos da ARENA e do PDS e aliados em eleições anteriores.[nota 1] Segundo a Constituição, o mandato do governador seria de quatro anos a começar em 1º de janeiro de 1999.[nota 2] Foi a última vez que PMDB e PFL confrontaram-se diretamente pelo governo do estado.[nota 3]
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Eleições estaduais no Piauí em 1998 | ||||
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4 de outubro de 1998 (Primeiro turno) 25 de outubro de 1998 (Segundo turno) | ||||
Candidato | Mão Santa | Hugo Napoleão | ||
Partido | PMDB | PFL | ||
Natural de | Parnaíba, PI | Portland, EUA | ||
Vice | Osmar Júnior | Felipe Mendes | ||
Votos | 637.235 | 613.338 | ||
Porcentagem | 50,96% | 49,04% | ||
Candidato mais votado por município no 2º turno (222): Hugo Napoleão (131) Mão Santa (91) Sem Informações (2) | ||||
Natural de Parnaíba (PI), o governador Mão Santa é médico formado pela Universidade Federal do Ceará em 1966 e especialista em Cirurgia Geral no Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro. Por conta de suas atividades profissionais recebeu o apelido que politicamente o identifica. Sua primeira filiação foi ao antigo MDB, contudo migrou depois para a ARENA. Derrotado ao disputar a prefeitura de sua cidade natal em 1976, elegeu-se deputado estadual em 1978.[2] Com a reforma partidária empreendida no governo do presidente João Figueiredo ingressou no PDS sendo derrotado quando candidatou-se a prefeito de Parnaíba em 1982.[3] Eleito suplente de deputado federal em 1986, renunciou a tal condição após eleger-se prefeito de Parnaíba em 1988.[nota 4] Após sua filiação ao PMDB foi eleito governador do Piauí em 1994 e reeleito em 1998.[4][5]
Embora não tenha concluído o curso de Engenharia Civil na Universidade Federal do Piauí, Osmar Júnior presidiu o Diretório Central dos Estudantes (DCE) pouco antes de eleger-se vereador de Teresina via PMDB em 1982.[3] Nascido em São Paulo, antes fora estagiário do Banco do Brasil, servidor público estadual lotado na Secretaria do Trabalho e Ação Social[nota 5] e professor de Química na rede privada de ensino.[6] Com a instauração da Nova República ingressou no PCdoB em 1985 tornando-se presidente do diretório estadual dois anos depois. Derrotado ao buscar a reeleição como vereador em 1988 e como candidato a deputado estadual em 1990, foi secretário municipal de Transportes Públicos de Teresina[nota 6] na terceira administração Wall Ferraz, deixando o cargo em 1994 quando perdeu a eleição para deputado federal. Neste mesmo ano formou-se advogado na UFPI. Presidente da Fundação de Desportos e Cultura do Estado do Piauí (FUNDEC) no primeiro governo Mão Santa,[nota 7] afastou-se do cargo para concorrer a prefeito de Teresina em 1996 e pouco antes de eleger-se vice-governador do Piauí em 1998.[7][1][2]
Na eleição para senador o vitorioso foi Alberto Silva. Originário da UDN, ele é graduado pela Universidade Federal de Itajubá como engenheiro civil, engenheiro eletricista e engenheiro mecânico. Chefe do Serviço de Transportes Elétricos da Estrada de Ferro Central do Brasil no Rio de Janeiro (1941-1947), retornou a Parnaíba, sua cidade natal, onde foi diretor da estrada de ferro por duas vezes e também diretor da Companhia de Força e Luz. Eleito prefeito de Parnaíba em 1948, deputado estadual em 1950 e novamente prefeito em 1954, presidiu a Companhia Energética do Ceará durante oito anos a partir de 1962. Filiado à ARENA, foi escolhido governador do Piauí pelo presidente Emílio Garrastazu Médici em 1970,[8] coordenou o Programa de Desenvolvimento Industrial e Agrícola do Nordeste (Polonordeste) e presidiu a Empresa Brasileira de Transportes Urbanos no Governo Ernesto Geisel.[9] Candidato a senador por uma sublegenda da ARENA em 1978, foi derrotado por Dirceu Arcoverde. Realocado como primeiro suplente, assumiu o mandato após a morte do titular.[10][11][nota 8] Membro do PP antes de ingressar no PMDB, perdeu a eleição para governador em 1982, contudo foi eleito para o mesmo cargo em 1986.[12] Eleito deputado federal em 1994, perdeu as eleições para prefeito de Teresina em 1992 e 1996. Sua vitória na eleição para senador em 1998 foi facilitada pela cisão na coligação de seus adversários, que lançou dois nomes: Júlio César e Ari Magalhães.
Segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Piauí foram apurados 1.015.238 votos nominais (75,39%), 236.622 votos em branco (17,57%) e 94.733 votos nulos (7,04%), resultando no comparecimento de 1.346.593 eleitores.[1]
Candidatos a governador do estado | Candidatos a vice-governador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
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Hugo Napoleão PFL | Felipe Mendes PPB | (PFL, PPB, PV, PRP, PSL, PAN, PTdoB) | |||
Mão Santa PMDB | Osmar Júnior PCdoB | (PMDB, PCdoB, PDT, PTB, PL, PPS, PSDC, PRONA) | |||
Francisco Gerardo PSDB | Antônio José Medeiros PT | (PSDB, PT, PSB, PSC) | |||
Francisco Macedo PMN | Maria Luíza Mouzinho PMN | ||||
Geraldo Carvalho PSTU | Gervásio Santos PSTU | ||||
Segundo o Tribunal Regional Eleitoral houve 1.250.573 votos nominais (95,61%), 14.444 votos em branco (1,10%) e 42.991 votos nulos (3,29%), resultando no comparecimento de 1.308.008 eleitores.[2][1]
Candidatos a governador do estado | Candidatos a vice-governador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
---|---|---|---|---|---|
Mão Santa PMDB | Osmar Júnior PCdoB | (PMDB, PCdoB, PDT, PTB, PL, PPS, PSDC, PRONA) | |||
Hugo Napoleão PFL | Felipe Mendes PPB | (PFL, PPB, PV, PRP, PSL, PAN, PTdoB) | |||
No segundo turno Mão Santa venceu Hugo Napoleão pela menor margem desde a vitória de Alberto Silva sobre Freitas Neto em 1986. A luta em 1998 foi tão renhida que resultou num processo por abuso de poder econômico contra o vencedor, demanda acolhida pelo Tribunal Superior Eleitoral quando Mão Santa e Osmar Júnior tiveram os mandatos cassados em 6 de novembro de 2001.[13] Após tal decisão, Hugo Napoleão e Felipe Mendes foram empossados em 19 de novembro após a interinidade do deputado Kleber Eulálio, presidente da Assembleia Legislativa.
Filho do diplomata Aluizio Napoleão, o governador Hugo Napoleão nasceu em Portland (EUA) quando o pai estava a serviço do governo brasileiro.[nota 9] Advogado formado em 1967 na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, estagiou na procuradoria-geral de Justiça da Guanabara, foi assessor jurídico do Banco Denasa de Investimentos e membro do escritório de Victor Nunes Leal. Neto de Hugo Napoleão do Rego, repetiu os passos do avô e foi eleito deputado federal em 1974 e 1978, migrando da pela ARENA para o PDS graças à restauração do pluripartidarismo.[14] Eleito governador do Piauí por voto direto em 1982, apoiou Tancredo Neves na eleição presidencial indireta de 1985. Após filiar-se ao PFL foi eleito senador em 1986. Partícipe da Assembleia Nacional Constituinte que elaborou a Constituição de 1988,[15] licenciou-se para ocupar os cargos de ministro da Educação e ministro interino da Cultura no Governo Sarney.[16] Escolhido presidente nacional do PFL por seus pares, foi ministro das Comunicações no Governo Itamar Franco sendo reeleito senador em 1994.[1] Derrotado em segundo turno ao disputar o governo do Piauí em 1998, assumiu o poder após decisão do Tribunal Superior Eleitoral em 2001.[nota 10]
Natural de Simplício Mendes, Felipe Mendes é graduado em Economia pela Universidade Federal do Ceará com pós-graduação em Consultoria Industrial na Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste. Durante o governo Dirceu Arcoverde foi secretário de Fazenda e depois secretário de Planejamento, mantendo este último cargo durante o governo Lucídio Portela.[17] Pró-reitor de Planejamento da Universidade Federal do Piauí e assessor da SUDENE a partir de 1983,[12] elegeu-se deputado federal pelo PDS em 1986 e participou da elaboração da Constituição de 1988.[15] Primeiro suplente de deputado federal em 1990, exerceu o mandato quando Átila Lira foi secretário de Educação no governo Freitas Neto, a quem Felipe Mendes serviria como secretário extraordinário de Programas Especiais no primeiro semestre de 1992.[17][18][nota 11] Reeleito deputado federal pelo PPR em 1994, foi candidato a vice-governador chapa de Hugo Napoleão pelo PPB em 1998 sendo empossado mediante decisão do Tribunal Superior Eleitoral em 2001, sendo que durante cinco meses exerceu cumulativamente o cargo de secretário de Planejamento.
Segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Piauí foram apurados 935.755 votos nominais (69,49%), 284.620 votos em branco (21,14%) e 126.218 votos nulos (9,37%), resultando no comparecimento de 1.346.593 eleitores.[2][1]
Candidatos a senador da República | Relação dos suplentes de senador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
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Alberto Silva PMDB | Marcos Silva PMDB Manin Rego PMDB | ||||
Júlio César PFL | Walter Pereira Soares PFL José Pinto de Mesquita PFL | ||||
Nazareno Fonteles PT | - PT Izalberto José da Luz PSDB | (PSDB, PT, PSB, PSC) | |||
Ari Magalhães PPB | Aguinaldo Portela Leal PPB Eduarlino Duarte Lopes PPB | ||||
Acilino Ribeiro PPS | Elvina Borges da Mota Andrade PPS José Adriano PPS | ||||
Sirley Ferreira PDT | - PDT Rosária de Fátima Aguiar PDT | ||||
Landim Neto PSTU | Maria da Penha Feitosa PSTU Marcus Vinicius Matos de Freitas PSTU | ||||
Rosane Oliveira PTB | - PTB - PTB | ||||
Irisvaldo Vieira PMN | Maria do Carmo Barbosa PMN Raimundo Nonato Barbosa da Silva PMN | ||||
Quatro partidos representando três candidaturas ao governo conquistaram um assento na representação piauiense na Câmara dos Deputados.
Número | Deputados federais eleitos | Partido | Votação | Percentual | Cidade onde nasceu | Unidade federativa |
1515 | Marcelo Castro[nota 12] | PMDB | 116.262 | 12,41% | São Raimundo Nonato | Piauí |
2513 | Heráclito Fortes[nota 13] | PFL | 88.602 | 9,46% | Teresina | Piauí |
2509 | Mussa Demes | PFL | 77.341 | 8,25% | Floriano | Piauí |
1311 | Wellington Dias | PT | 77.067 | 8,22% | Oeiras | Piauí |
1510 | João Henrique | PMDB | 64.904 | 6,93% | Teresina | Piauí |
2510 | Paes Landim | PFL | 61.999 | 6,62% | São João do Piauí | Piauí |
2525 | Átila Lira | PFL | 61.397 | 6,55% | Piripiri | Piauí |
1511 | Themístocles Sampaio | PMDB | 44.520 | 4,75% | Esperantina | Piauí |
2511 | Ciro Nogueira | PFL | 44.407 | 4,74% | Teresina | Piauí |
4511 | Benedito Sá | PSDB | 42.547 | 4,54% | Oeiras | Piauí |
Sete partidos representando três candidatos ao governo conquistaram o direito a um assento na Assembleia Legislativa do Piauí.[nota 14][nota 15]
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