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As eleições estaduais no Piauí em 1986 ocorreram em 15 de novembro, assim como as eleições no Distrito Federal, em 23 estados e nos territórios federais do Amapá e Roraima.[1][2] Foram eleitos o governador Alberto Silva, o vice-governador Lucídio Portela, os senadores Hugo Napoleão e Chagas Rodrigues, além de 10 deputados federais e 30 estaduais[3] na última eleição para governador onde não vigorava o sistema de dois turnos.[4][5][nota 1]
← 1982 1990 → | ||||||
Eleições estaduais no Piauí em 1986 | ||||||
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15 de novembro de 1986 (Turno único) | ||||||
Candidato | Alberto Silva | Freitas Neto | ||||
Partido | PMDB | PFL | ||||
Natural de | Parnaíba, PI | Teresina, PI | ||||
Vice | Lucídio Portela | Deoclécio Dantas | ||||
Votos | 440.218 | 425.490 | ||||
Porcentagem | 49,55% | 47,89% | ||||
Resultado por município (116):
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Titular Eleito | ||||||
Egresso da UDN, Alberto Silva é formado pela Universidade Federal de Itajubá sendo engenheiro civil, engenheiro eletricista e engenheiro mecânico. De 1941 a 1947 chefiou o Serviço de Transportes Elétricos da Estrada de Ferro Central do Brasil no Rio de Janeiro e de volta ao Piauí elegeu-se prefeito de Parnaíba em 1948 e 1954 e deputado estadual em 1950. Em sua cidade natal dirigiu por duas vezes a estrada de ferro e a seguir a Companhia de Força e Luz até ser nomeado presidente da Companhia Energética do Ceará pelo governador Parsifal Barroso em 1962, permanecendo no cargo durante oito anos.[6][7]
Já filiado à ARENA foi escolhido governador do Piauí em 1970 pelo presidente Emílio Garrastazu Médici e a partir de então opôs-se politicamente a Petrônio Portela. Coordenador do Programa de Desenvolvimento Industrial e Agrícola do Nordeste (Polonordeste) e presidente da Empresa Brasileira de Transportes Urbanos no Governo Ernesto Geisel. Candidato a senador por uma sublegenda arenista em 1978, foi vencido por Dirceu Arcoverde, sendo, porém, efetivado em 20 de março do ano seguinte após a morte do titular, conforme a legislação vigente.[8][nota 2] Membro do PP, foi para o PMDB com a incorporação entre as legendas[9] no fim de 1981. Derrotado por Hugo Napoleão (PDS) ao disputar o Palácio de Karnak em 1982, votou em Tancredo Neves no Colégio Eleitoral em 1985, elegendo-se para o governo estadual um ano depois.[10][11]
O novo vice-governador é o médico Lucídio Portela. Nascido em Valença do Piauí e formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é especialista em tisiologia e pós-graduado em Radiologia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Membro da Associação Piauiense de Medicina.[12] Embora fosse da UDN limitou-se a acompanhar a carreira de seu irmão, Petrônio Portela, até que em 1978 foi escolhido governador do estado via ARENA numa eleição indireta, ingressando depois no PDS. Rompeu com o sucessor por conta da eleição presidencial indireta de 1985 na qual Portela manteve-se fiel a Paulo Maluf[13][14] enquanto Hugo Napoleão filiou-se ao PFL e aderiu a Tancredo Neves.[15][16]
Segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Piauí houve 99.737 votos em branco (9,71%) e 39.306 votos nulos (3,82%) calculados sobre o comparecimento de 1.027.542 eleitores, com os 888.499 votos nominais assim distribuídos:[2][17]
Candidatos a governador do estado | Candidatos a vice-governador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
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Alberto Silva PMDB | Lucídio Portela PDS | 15 | Oposições Coligadas (PMDB, PDS, PCB, PCdoB) | 440.218 | 49,55% |
Freitas Neto PFL | Deoclécio Dantas PDT | 25 | Coligação Liberal-Trabalhista (PFL, PDT) | 425.490 | 47,89% |
Nazareno Fonteles PT | José Pereira da Silva PT | 13 | PT (sem coligação) | 22.791 | 2,56% |
Fontes:[1] |
Nascido em Portland (EUA) quando seu pai estava em missão oficial no exterior, formou-se advogado em 1967 pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Após estagiar na procuradoria-geral de Justiça da Guanabara, foi assessor jurídico do Banco Denasa de Investimentos e membro do escritório de Victor Nunes Leal, tendo convivido também com o ex-presidente Juscelino Kubitschek. Ingressou na política sob a legenda da ARENA sendo eleito deputado federal em 1974 e 1978. Com o fim do fim do bipartidarismo migrou para o PDS e neste partido foi eleito governador do Piauí em 1982, tornando-se o primeiro titular do Palácio de Karnak escolhido por voto direto em vinte anos. Com a instauração da Nova República entrou no PFL sendo eleito senador em 1986. No curso do mandato foi signatário da Constituição de 1988[18] e durante o governo do presidente José Sarney assumiu o cargo de ministro da Educação e foi ministro interino da Cultura. De volta ao parlamento foi escolhido presidente nacional do PFL e no governo Itamar Franco foi ministro das Comunicações.[19][20][21][nota 3]
Advogado nascido em Parnaíba e graduado na Universidade de São Paulo em 1945, foi para Lorena onde formou-se oficial da reserva do Exército Brasileiro sob o posto de segundo-tenente e a seguir mudou para o Rio de Janeiro, onde exerceu a advocacia e trabalhou no Ministério da Fazenda. Membro da UDN, elegeu-se deputado federal em 1950. Após migrar para o PTB, renovou o mandato em 1954. Candidato a um novo mandato na Câmara dos Deputados, foi alçado ao posto de candidato a governador do Piauí em 1958 devido ao desastre da Cruz do Cassaco nas proximidades da atual cidade de Demerval Lobão[nota 4] em 4 de setembro daquele ano, onde morreram Demerval Lobão, candidato a governador, e Marcos Parente, candidato a senador.[22] Em meio a comoção, Chagas Rodrigues foi reeleito deputado federal e também eleito governador, optando por assumir o Executivo.[nota 5][nota 6] Em 1962 foi derrotado na eleição para senador, mas conseguiu outro mandato de deputado federal.[nota 5] Adversário do Regime Militar de 1964, ingressou no MDB com a outorga do bipartidarismo. Reeleito em 1966, foi cassado pelo Ato Institucional Número Cinco em 1969 e permaneceu sem direitos políticos por dez anos.[23] Nesse período viveu em Brasília como professor do Centro de Ensino Unificado de Brasília. Candidato a senador pelo PMDB em 1962, não obteve êxito. Com a Nova República foi secretário do Trabalho de José Aparecido de Oliveira, então governador do Distrito Federal, e em 1986 elegeu-se senador pelo Piauí.[24] Durante seu mandato integrou o grupo de fundadores do PSDB, assinou a Constituição de 1988 e votou a favor do impeachment de Fernando Collor em 1992.[18][nota 7] Candidato a reeleição em 1994, não foi além do terceiro lugar e encerrou sua vida pública ao fim do mandato.[25][26]
Nascido em Jaicós, o empresário Álvaro Pacheco concluiu o ensino médio em Teresina antes de mudar para o Rio de Janeiro, onde ingressou no serviço público em 1951 como funcionário do Ministério da Educação e Saúde.[nota 8] Trabalhou com Deolindo Couto junto ao Instituto de Neurologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, além de publicar o Anuário de Arquitetura da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, onde Lúcio Costa publicou estudos e trabalhos acerca do planejamento e construção de Brasília e trabalhar com Artur Reis na Comissão Brasileira de Turismo, antecessora da Embratur.[27] Integrou o Exército Brasileiro por dois anos a partir de 1954, ingressando a seguir no jornalismo, trabalhando em O Jornal, Manchete e Jornal do Brasil.[27] Advogado formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1958, fundou a Artenova quatro anos depois e em 1975 a Artenova Filmes. Proprietário da Ariel Cinematográfica, sediada em Roma, elegeu-se primeiro suplente de senador pelo PFL do Piauí na chapa de Hugo Napoleão em 1986, sendo convocado a exercer o mandato.[28]
Segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Piauí 311.185 eleitores votaram em branco (30,28%) e 55.749 anularam o voto (5,42%) baseados na apuração de 2.055.084 votos, com a ressalva que tais votos e o número total de eleitores estão em dobro por se tratarem de duas vagas em disputa.[2][17][29][nota 9]
Candidatos a senador da República | Candidatos a suplente de senador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
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Hugo Napoleão PFL | Álvaro Pacheco[nota 8] PFL Calisto Lobo Matos PFL | 251 | Coligação Liberal-Trabalhista (PFL, PDT) | 430.300 | 25,49% |
Chagas Rodrigues PMDB | Murilo Rezende PMDB Raimundo de Sá Urtiga PMDB | 151 | Oposições Coligadas (PMDB, PDS, PCB, PCdoB) | 417.330 | 24,72% |
Helvídio Nunes PDS | José Lourenço Mourão PDS Washington Raulino PDS | 111 | Oposições Coligadas (PMDB, PDS, PCB, PCdoB) | 394.629 | 23,38% |
Ciro Nogueira PFL | Wilson Parente PFL Isaac Batista de Carvalho PFL | 252 | Coligação Liberal-Trabalhista (PFL, PDT) | 393.057 | 23,28% |
Manoel Meireles PT | Sebastião Egídio Moreira PT Júlio Pereira dos Santos PT | 131 | PT (sem coligação) | 28.021 | 1,66% |
Josué Lustosa Costa PT | Manoel José dos Santos PT Veríssimo Andrelino da Silva PT | 132 | PT (sem coligação) | 24.813 | 1,47% |
Fontes:[1] |
São relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.[30][31][32][nota 10][nota 11]
Deputados federais eleitos | Partido | Votação | Percentual | Cidade onde nasceu | Unidade federativa |
Heráclito Fortes[nota 12] | PMDB | 91.730 | 9,50% | Teresina | Piauí |
Átila Lira | PFL | 85.186 | 8,80% | Piripiri | Piauí |
Paulo Silva | PMDB | 60.345 | 6,23% | Parnaíba | Piauí |
Mussa Demes | PFL | 55.244 | 5,71% | Floriano | Piauí |
José Luís Maia | PDS | 52.180 | 5,39% | Picos | Piauí |
Jesus Tajra | PFL | 41.358 | 4,27% | Teresina | Piauí |
Jesualdo Cavalcanti | PFL | 39.186 | 4,05% | Corrente | Piauí |
Paes Landim | PFL | 36.589 | 3,78% | São João do Piauí | Piauí |
Myriam Portela | PDS | 27.490 | 2,84% | Rio de Janeiro | Rio de Janeiro |
Felipe Mendes | PDS | 19.766 | 2,04% | Simplício Mendes | Piauí |
Fontes:[1] |
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Com o número de vagas na Assembleia Legislativa do Piauí elevado de vinte e sete para trinta cadeiras, o PFL ficou com dezesseis ante oito do PMDB e seis do PDS, o que deu à coligação que elegeu o governador Alberto Silva uma minoria de quatorze assentos, ignoradas adesões posteriores ao pleito ou a convocação de suplentes.
Na análise da tabela a seguir é oportuno lembrar que o PFL foi criado em 1984 para apoiar a candidatura de Tancredo Neves à presidência da República e em virtude desse fato referenciamos apenas o quadro partidário vigente nos meses anteriores à eleição e no momento do pleito sem comparações com os números de 1982.
Houve eleições municipais em Alagoinha do Piauí onde o PDS elegeu o prefeito Salomão Caetano de Carvalho.[3][nota 16]
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