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castelo medieval em Aljezur, Portugal Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O Castelo de Aljezur, originalmente grafado como Algezur ou Algesur, é um monumento militar na vila de Aljezur, no Distrito de Faro, em Portugal. De acordo com os vestígios encontrados, o sítio foi ocupado pelo menos desde as idades do Bronze e Ferro, tendo sido depois utilizado durante os períodos romano e islâmico e após a Reconquista.[1] A sua principal função era controlar a Ribeira de Aljezur, pelo que terá sido abandonado na transição entre os séculos XV e XVI, devido ao assoreamento daquele eixo fluvial.[1] Segundo a tradição, é um dos castelos do Algarve representados na Bandeira de Portugal.[2] O Castelo de Aljezur foi muito danificado pelo Sismo de 1755, só tendo sido parcialmente reconstruído entre 1940 e 1941, no âmbito das comemorações nacionais.[3] Foi classificado como Imóvel de Interesse Público em 1977.[4]
Castelo de Aljezur | |
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Vista aérea do Castelo de Aljezur. | |
Informações gerais | |
Construção | Século X |
Aberto ao público | |
Estado de conservação | Regular |
Património de Portugal | |
Classificação | Imóvel de Interesse Público [♦] |
DGPC | 74149 |
SIPA | 2813 |
Geografia | |
País | Portugal |
Localização | Aljezur |
Coordenadas | 37° 18′ 59″ N, 8° 48′ 19″ O |
Localização em mapa dinâmico | |
[♦] ^ DL 129/77 de 29 de Setembro |
O Castelo situa-se no cume de uma colina isolada com cerca de 88 m de altitude, dominando a parte mais antiga de Aljezur, que se situa a Este.[1] No entanto, este não é o ponto mais elevado em Aljezur, existindo a Sul um outro cerro, com 93 m de altura.[5] O castelo foi construído num local que permitia um bom controlo visual sobre a Ribeira de Aljezur e a sua planície,[1] e parte da faixa costeira.[6] A Ribeira de Aljezur passa pelo vale de D. Sancho e depois desagua no oceano, junto à Praia da Amoreira,[7] tendo sido um importante eixo de comunicações entre o litoral do Alentejo e o Barlavento Algarvio.[1] Apresentou boas condições de navegabilidade até ao século XVI,[1] tendo sido encontrados vestígios de um porto fluvial na ribeira, na vila de Aljezur.[8] O castelo está situado num ponto extremo do Algarve, embora ainda tenha apresentado uma grande importância do ponto de vistal regional.[2]
O acesso ao edifício é feito através das ruas do Cerro do Castelo[1] e D. Pires Paio Correia.[9]
A fortaleza possui uma planta poligonal de formato irregular,[1] aproximadamente octogonal,[8] que foi escolhida de forma a melhor se adaptar à topografia do local onde se encontra.[1] As muralhas, de forma rectilínea, têm cerca de 1,5 m de espessura e 3 a 5 m de altura, e são pontoadas por duas torres maciças, situadas em pontos extremos opostos do castelo, a Norte e Sul.[1] Originalmente, tanto as muralhas como as torres poderiam ter possuído ameias, sendo o acesso ao topo das torres feito através de escadas em madeira.[5] Também foram encontrados vestígios de uma barbacã na vertente Noroeste, que teria menos de um metro de altura, e de afloramentos de muralha no lado Oeste.[5] A torre Norte, com cerca de 5 m de diâmetro e 9 m de altura a partir do exterior,[5] tinha uma planta circular, e servia para guardar a única entrada no castelo, no lado Nordeste.[1] A outra torre apresentava uma forma quadrangular, com 4,98 por 4,40 m, e uma altura e uma cota de implantação semelhantes à da torre circular.[1] No lado Noroeste do castelo está a única abertura nas muralhas, funcionando como entrada.[5] Nesta zona foi instalada uma placa de pedra relativa às Comemorações dos Centenários, e da intervenção que foi feita no castelo nessa altura.[5]
A praça de armas inclui uma cisterna (algibe) no canto Noroeste, de formato aproximadamente cúbico com uma abóbada, e com acesso por uma porta em arco, estando o seu interior totalmente atulhado.[6] Também existiam vários compartimentos de planta trapezoidal e rectangular encostados às muralhas, que poderiam ter tido uma função do ponto de vista militar,[1] como quartéis.[8] Também foram encontrados dois silos, escavados na rocha,[6] que indicam que o castelo seria igualmente utilizado como armazém, talvez a nível colectivo.[6] O interior ainda conserva alguma da sua natureza rochosa, tendo nalgumas partes uma cota superior à das muralhas.[7] O castelo teria sido construído para alojar apenas uma guarnição.[5]
Em termos de espólio, foram encontrados poucos vestígios das ocupações mais remotas na colina do castelo, tendo por exemplo os vestígios da Idade do Bronze sido descobertos numa camada descontínua e de reduzida espessura, logo acima do substrato rochoso.[6] Por outro lado, as camadas relativas à Idade do Ferro e à época romana foram muito danificadas, principalmente durante o período de abandono antes da ocupação islâmica.[6] As peças da Idade do Bronze período incluem recipientes cerâmicos, como taças carenadas e contentores, semelhantes às recolhidas no sítio arqueológico da Cerradinha, em Santiago do Cacém.[1] Quanto à Idade do Ferro e ao período romano, foram descobertas partes de ânforas e cerâmicas finas, de englobe negro e campanienses.[1] Várias destas peças foram produzidas a nível local ou regional, enquanto que outras, como as cerâmicas finas campanienses e as ânforas vinárias dos séculos II a I a.C., terão sido feitas na Peninsula Itálica ou noutras partes do Mediterrâneo, indicando desta forma que a antiga povoação de Aljezur mantinha ligações com o exterior.[6] Foram igualmente encontrados vestígios do período medieval islâmico, incluindo duas moedas, peças metálicas, e fragmentos de recipientes em cerâmica, como jarros, púcaros, alguidares, taças esmaltadas e vidradas, panelas, cântaros e talhas.[1] Também foram recolhidos vestígios de alimentação durante o domínio muçulmano, como peixe, mamíferos domesticados ou selvagens como veado, e muitas conchas de moluscos, tanto de estuário como marítimos.[6] Desta forma, constata-se que a alimentação durante aquele período era muito variada, e que as as principais actividades económicas seriam a pesca e a agropecuária, seguidas pela caça e recolha de marisco.[6] Foram igualmente descobertas escórias de fundição no castelo, que indicam a presença de uma metalurgia do ferro.[6]
O Castelo de Aljezur é considerado um dos mais impressionantes e importantes no Algarve.[2] Foi classificado em 1977 como Imóvel de Interesse Público, enquanto que a Zona Especial de Protecção foi definida pela Portaria n.º 220/2010, publicada no Diário da República n.º 55, II série, de 19 de Março de 2010.[5]
As escavações arqueológicas no local, dirigidas por Carlos Tavares da Silva, ermitiram identificar várias cronologias de ocupação, tendo sido encontrados vestígios da Idade do Bronze, com cerca de três mil anos, e da segunda Idade do Ferro até ao período republicano de Roma, entre os séculos IV e I a.C..[6] No local da Várzea da Misericórdia, situado numa das vertentes da colina em que se ergue o castelo, foram encontrados vestígios de um possível povoado da Idade do Bronze, com destaque para um capacete em bronze, que foi preservado no Museu Municipal de Lagos.[10]
Durante o período romano, o local onde posteriormente foi construído o castelo poderá ter sido ocupado por um castro dos povos Lusitanos, enquanto que os próprios romanos terão instalado ali um posto de vigia.[5] Esta função como posto de vigia terá sido retomada durante o período visigótico, entre os séculos VII e VIII.[5]
Porém, a fundação do castelo em si só terá ocorrido no século X, durante o período medieval islâmico, durante o qual também foi criada a povoação de Aljezur.[5] Com efeito, as estruturas fortificadas do castelo foram identificadas como pertencendo a este perído, tal como algumas construções no seu interior.[1] Os vestígios de cronologia muçulmana podem ser separados em duas fases distintas, sendo a primeira correspondente a várias estruturas, provavelmente de uso residencial, e das quais restaram as paredes, encimadas por taipa, e os pisos, alguns deles com lajeado.[6] As muralhas pertencem a uma segunda fase, tendo sido provavelmente erigidas durante os princípios do segundo período do Califado Almóada, entre os séculos XII e XIII,[6] período em que também terão sido escavados os silos no interior do castelo.[2] Esta fortaleza faria parte do complexo defensivo da região sob o domínio de Silves,[1] que nessa altura compreendia a região desde Aljezur e o Sul da costa alentejana até aos modernos concelhos de Lagoa e Albufeira.[6] A povoação de Aljezur em si poderá ter origem islâmica, atribuindo-se a sua fundação aos inícios do século X.[8]
Segundo a tradição, a vila foi reconquistada pelas forças cristãs em 1242 ou 1246, no dia 16 de Junho , por um destacamento da Ordem de Santiago, sob o comando de Paio Peres Correia.[5] Com efeito, a povoação de Alvor foi tomada em 1240, e Tavira em 1242, embora a reconquista só tenha terminado em 1249, com a libertação de Silves, Faro, Albufeira e Porches.[11] Em recompensa pelo seu papel na reconquista do Algarve, o rei D. Afonso III ofereceu Aljezur e outras localidades à Ordem de Santiago.[8] Após a reconquista, aquele monarca terá ordenado a realização de obras no castelo,[2] que poderão ter incuído a construção dos compartimentos junto às muralhas.[1] Nesta altura, o castelo poderá ter tido funções principalmente do ponto de vista militar.[6]
Em 16 de Fevereiro de 1267, foi assinado o Tratado de Badajoz, onde o rei de Leão e Castela, D. Afonso X, se comprometeu a entregar ao rei D. Afonso III de Portugal os castelos na região do Algarve, incluindo o de Aljezur.[5] Em 12 de Novembro de 1280, o rei D. Dinis emitiu o foral de Aljezur, na vila de Estremoz.[5] Em 1 de Dezembro de 1297, aquele monarca trocou a vila de Almada[5] e a quinta de Alfeite, pelos castelos de Monchique e Aljezur e as vilas de Almodôvar e Ourique, que passaram a pertencer à Ordem de Santiago.[12] Esta decisão fez parte do processo de libertação da Ordem de Santiago dos mestres de Castela, iniciado por D. Dinis.[12]
O castelo terá sido abandonado no período entre os finais do século XV e os princípios do século XVI, uma vez que perdeu importância como posto defensivo, devido ao assoreamento da Ribeira de Aljezur, que diminuiu a sua navegabilidade.[1] Outro motivo que contribuiu para o abandono do castelo foi uma redução da importância estratégica da vila de Aljezur,[2] e uma necessidade de defender pontos mais importantes na região do Algarve.[7] Com efeito, os fragmentos de cerâmica que foram descobertos na parte superior do enchimento das estruturas, utilizado como lixeira, são típicas do período de transição do século XV para o XVI.[6]
No século XV, o castelo já se encontrava em avançado estado de abandono, como foi relatado por uma visitação da Ordem de Santiago à vila de Aljezur, em 1448[5] ou 1482.[6] Segundo este documento, a muralha ocidental estava em ruínas, enquanto que as portas estavam danificadas e não tinham fechaduras.[6] Foi proibida a remoção de pedra ou de cantaria para ser utilizada noutros edifícios, e foram deixadas normas para que fosse feita a reedificação das partes das muralhas já arruinadas e limpeza da cisterna,[5] que estava a ser utilizada como local de depósito para entulho.[6] No entanto, as obras de recuperação do castelo não chegaram a avançar, apesar de terem sido reforçadas pelo rei D. Manuel, no âmbito do seu programa de ordenamento do território.[2] Aquele monarca emitiu um novo foral para Aljezur em 20 de Agosto de 1504, tendo a vila ganho o estatuto de honrada.[5] Apesar disto, desde então que o castelo foi deixado ao abandono, entrando num profundo processo de degradação, que foi testemunhado pelos autores entre os séculos XVI e XIX.[2] Apesar do estado de abandono da fortaleza, ainda assim continuou a ter alcaides-mores, função que foi desempenhada pelos Condes de Vila Verde, e posteriormente pelos Marqueses de Angeja.[8]
Na obra Diccionario Geographico do padre Luís Cardoso, editada entre 1747 e 1751, no tomo I, página 312, foi inserida uma referência ao castelo de Aljezur: «Nos suburbios da Villa se acham vestigios de hum Castelo com sua cisterna quasi de todo entulhada, e perdida.».[13] Pouco tempo depois, o Sismo de 1755 devastou a vila, enquanto que o castelo sofreu grandes danos nas estruturas e nos edifícios no interior.[2]
Uma outra descrição da fortaleza foi feita por João Maria Baptista, na sua obra Chorographia Moderna do Reino de Portugal, publicada em 1876: «Tinha um castello forte no tempo dos mouros, cujas ruinas ainda se conservam na parte mais elevada do serro ao S., de figura octogona com duas torres e uma formosa cisterna que ainda se conserva em bom estado, e alicerces de pequenos quarteis. Os vestigios dos poucos e acanhados edificios que em algumas escavações nos seus arredores se tem encontrado, mostram ter sido sempre a povoação pequena e pobre como é hoje.».[14]
Depois de vários séculos de abandono, as primeiras intervenções significativas no castelo só foram feitas entre 1940 e 1941, no âmbito das comemorações dos centenário do Infante D. Henrique, durante as quais foram feitas importantes obras de restauro em monumentos do Barlavento Algarvio, incluindo na Fortaleza de Sagres e na cidade de Lagos.[2] No caso do Castelo de Aljezur, destacou-se a sua importância, principalmente devido à tradição que seria uma das fortalezas do Algarve inserida na bandeira nacional, tendo sido principalmente feitas obras de reparação nas muralhas, embora alguns lanços tenham sido bastante modificados durante o processo.[2] Estas intervenções ficaram recordadas numa placa comemorativa, colocada junto à entrada do castelo.[5] Em 12 de Outubro de 1956, a 1.ª Subsecção da 6.ª Secção da Junta Nacional de Educação emitiu um parecer sobre a classificação do castelo, e em 13 de Outubro desse ano o Subsecretário de Estado da Educação Nacional publicou um despacho de homologação nesse sentido.[5] Em 19 de Setembro de 1972, a Junta Nacional de Educação opinou sobre a possível instalação de uma unidade hoteleira no castelo, tendo declarado que só autorizaria esta obra se não fosse danificado o seu interior.[5] Em 1973 foi feito um projecto para a iluminação exterior do edifício, a pedido da autarquia, e entre 1976 e 1977 foi construída a estrada de acesso e um parque de estacionamento.[5] O Castelo de Aljezur foi classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto 129/77, de 29 de Setembro.[4] Em 1981 foram colocados os sistemas de iluminação, e em 1985 foram feitos trabalhos urgentes de conservação nas muralhas.[5]
O Decreto-lei 106F/92, de 1 de Junho, publicado no Diário da República n.º 126, Série A, consignou o monumento ao Instituto Português do Património Arquitectónico.[5] Em 21 de Novembro de 1996 a Câmara Municipal de Aljezur emitiu o anúncio para a abertura de um concurso público, relativo ao Projecto de Reconstrução, Conservação, Consolidação e Utilização do Castelo de Aljezur, e em 29 de Setembro de 1998 a autarquia fez a apresentação pública do estudo prévio para aquele programa.[5]
Em 1988, o Castelo de Aljezur foi alvo de trabalhos de prospecção, no âmbito de um programa de levantamento arqueológico dos concelhos de Aljezur e Monchique.[1] Também na Década de 1980, foram feitas obras de restauro no castelo, incluindo nas muralhas, onde foi montado um muro de contenção para prevenir o desagregamento das ruínas da estrutura medieval.[1]
Na década de 1990, o Castelo foi novamente alvo de pesquisas arqueológicas, tendo sido encontrados vestígios das Idades do Bronze e do Ferro, e dos períodos romano e islâmico.[1] Estas pesquisas foram feitas pela Unidade de Arqueologia do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, em parceria com a Câmara Municipal de Aljezur.[6]
Em 2004, foram feitas sondagens no castelo de forma a identificar o antigo traçado da muralha, para posteriormente se proceder à sua reconstrução parcial.[1] No decorrer destes trabalhos foi desenterrado o limite inferior da muralha junto à torre Sul, e descobriu-se que a muralha que tinha sido restaurada na Década de 1980 estava deslocada do pano medieval, em direcção ao exterior, não tendo sido respeitadas as plantas e as técnicas construtivas primitivas.[1] Em 2005 foram feitos trabalhos de acompanhamento arqueológico, na sequência da adjudicação da obra Estabilização e contenção do talude sob as fundações das muralhas do castelo de Aljezur pelo Instituto Português do Património Arquitectónico.[1] Foram encontrados vestígios de um possível pavimento, que pode indicar a presença de níveis habitacionais fora das muralhas, e um interior habitacional com lareira onde foram recolhidos dois dirrãs de prata, pelo que terá sido ocupado durante o período islâmico.[1] Foram igualmente encontrados vestígios de um derrube de blocos argamassados, possivelmente da fase final do domínio muçulmano antes da reconquista.[1] Em 2008 foi intervencionada a zona da entrada do castelo, de forma a minimizar os impactos do programa de Reabilitação das Estruturas Arqueológicas do Castelo de Aljezur, e ao mesmo tempo identificar as diversas épocas de ocupação naquele local.[1]
Em 5 de Dezembro de 2007, a Direcção Regional de Cultura do Algarve lançou uma proposta para a Zona de Especial Protecção do castelo, que foi aprovada em 1 de Outubro de 2008 pelo conselho consultivo do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, e homologada pela Ministra da Cultura por um despacho de 29 de Novembro de 2009.[5] Entre 2007 e 2008 foi realizada a empreitada Proteção das Estruturas Arqueológicas e consolidação do Castelo de Aljezur, e em 2010 foi instalada sinalética no monumento.[9] Em 2013, estiveram planeadas duas intervenções no Castelo, sendo a primeira a realização de obras de consolidação na torre Sul e na cisterna, e de arranjo paisagístico, enquanto que a segunda, que fazia parte do programa POLIS, era a musealização do monumento e a instalação de um centro para os visitantes.[9]
Em Junho de 2015, o Castelo de Aljezur fez parte do evento de desenho Urban Sketchers, no âmbito do programa DIVAM - Divulgação e Valorização dos Monumentos do Algarve.[15] Em 27 de Agosto de 2016, foi organizado o evento Noites Fantásticas em Castelos Fantásticos, que incluiu várias actividades e animação musical no castelo de Aljezur.[16] Em Novembro desse ano, foi divulgado o Orçamento Municipal e Grandes Opções do Plano para 2017 da Câmara Municipal de Aljezur, tendo sido prevista a valorização do Castelo de Aljezur, através da introdução de um leitor de paisagem.[17]
Em Abril de 2017, o interior do castelo passou a estar visível na funcionalidade street view do visualizador online Google Maps, no âmbito da inciativa Google Street View Special Collects, com o apoio da Direcção Regional de Cultura do Algarve.[18] Em Maio desse ano, foi realizado o evento O Olhar do Pintor – O monumento como motivo artístico no castelo, sobre formação em pintura.[19]
Em 13 de Abril de 2019, realizou-se no Castelo de Aljezur a cerimónia de assinatura dos protocolos entre a Direcção Regional de Cultura do Algarve e as várias entidades participantes, dando início à edição desse ano do programa DIVAM.[20] No âmbito deste programa, foi igualmente organizado um evento musical no castelo.[21]
A reconquista do castelo no Século XIII ficou ligada a uma lenda local, que relata que uma moura terá apoiado os cristãos por amor.[5]
Consciente da posição privilegiada do castelo e da cerrada vigilância mantida pelos mouros, D. Paio Peres Correia, despachou alguns batedores portugueses a sondar o terreno e os hábitos das gentes da povoação, a fim de delinear o seu plano de assalto. Em campo, estes conseguiram aliciar uma moura de rara beleza, Maria Aires, que lhes informou a prática de um antigo costume dos habitantes da região, de se banharem na praia da Amoreira na madrugada do dia 24 de Junho.[carece de fontes]
De posse desse dado, o D. Paio dispôs os seus homens de modo a que, na noite de 23 para 24 daquele mês, se ocultassem no vale vizinho ao castelo, hoje conhecido como vale de D. Sancho, certamente em homenagem ao soberano à época, Sancho II de Portugal. Camuflados com a vegetação, aguardaram o movimento dos mouros rumo à praia, na madrugada. Tão logo este se iniciou, os cristãos, ainda a coberto pela escuridão, encetaram a aproximação final para o assalto à povoação e castelo desguarnecidos. Neste momento, uma menina, neta de uma velha que havia ficado para trás na povoação, percebendo a movimentação incomum fora de portas, correu a avisar a avó que as moitas estavam a andar. A velha senhora explicava à neta os efeitos da brisa sobre a vegetação quando de surpresa os cristãos irromperam pelas portas, dominando a senhora que ainda intentou dar o alarme, fazendo soar um sino na torre da cisterna. Senhores do terreno, os portugueses deram então o alarme, atraindo os defensores para uma armadilha mortal, no interior do recinto.[carece de fontes]
Com a povoação conquistada para as armas de Portugal, D. Paio, afirma-se que sensibilizado pelos encantos da bela Maria Aires, poupou-lhe a vida e a honra, fazendo-lhe erguer uma casa em local próximo da povoação que ainda hoje, em sua memória, se chama Mareares.[carece de fontes]
Uma outra lenda indica que as forças cristãs terão entrado no castelo através de uma fonte nas proximidades, conhecida como Fonte das Mentiras, conseguindo assim conquistá-lo.[22]
Uma terceira lenda refere que a rapidez com que o castelo foi conquistado terá-se-á devido a um alimento mágico consumido pelas forças cristãs, baseado na batata-doce.[23] Porém, este relato não confere com a realidade histórica, uma vez que aquela planta é de origem sul-americana, e só muito posteriormente foi conhecida na Europa.[23] Porém, esta lenda demonstra o importante papel cultural que a batata-doce tem no concelho de Aljezur.[23]
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