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festa carnavalesca na cidade brasileira de Salvador Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O Carnaval de Salvador, também chamado de Carnaval da Bahia, é uma festa popular realizada anualmente em Salvador, no estado brasileiro da Bahia. Entrou para a lista dos recordes mundiais, do Guinness, como o maior Carnaval de rua do mundo.[1][2][3][4]
Carnaval de Salvador | |
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Bloco da Capoeira no circuito Campo Grande, Salvador. | |
Celebrado por | Mundial |
Tipo | Feriado, Carnaval |
Ano de 2023 | 21 de fevereiro |
Ano de 2024 | 13 de fevereiro |
Ano de 2025 | 4 de março |
Começou a evoluir a partir da diferença entre as classes sociais — carnaval de rua contra carnaval em clubes privados — resultando em uma inversão da ordem social, tornando uma celebração utópica de igualdade em que a divisão social está temporariamente suspensa. O Carnaval de Salvador começa seis dias antes da quarta-feira de cinzas ou numa noite de quinta-feira. Está espalhado por sete circuitos e doze bairros soteropolitanos com apresentações musicais e desfiles de blocos carnavalescos, como também há espaço para bailinhos, música eletrônica, palco do rock.[5]
Os foliões festejam em três principais circuitos: Dodô (Barra–Ondina), Osmar (Campo Grande–Avenida Sete) e Batatinha (Centro Histórico). Em 2013, foi criado o Afródromo,[6] dedicado exclusivamente aos blocos afros e afoxés e com estreia em 2014, partindo do bairro do Comércio. Há também carnaval nos bairros de Cajazeiras, Itapuã, Periperi, Plataforma e Pau da Lima.[7][8] Durante o evento, dezenas de cantores famosos desfilam nos trios elétricos — caminhões grandes com luzes e som, acima do qual os artistas cantam e dançam. Dentre as atrações, destacam-se nomes da música baiana: Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Claudia Leitte, Margareth Menezes, Bell Marques, Asa de Águia desfilando em blocos diversos, como também os tradicionais blocos carnavalescos como o Olodum, Timbalada, Filhos de Gandhy e Ilê Aiyê. Cerca de dois milhões de pessoas participam das festividades anuais que duram quase uma semana, mergulhando na música e na dança. Durante dezesseis horas por dia a cultura popular brasileira atinge a sua máxima expressão e economia local e Salvador recebe um impulso de proporções inequívocas.
Em 1950, Adolfo Dodô Nascimento e Osmar Álvares Macêdo, mais conhecidos como Dodô e Osmar, respectivamente, criaram a Fobica, um calhambeque aberto adaptado para apresentações musicais na qual decidiram sair pelas ruas de Salvador com um motorista, para tocarem suas músicas e a partir daí o trio elétrico nasceu. Em 1952, o termo trio elétrico tornou-se genérico, em referência a um caminhão ou um ônibus que transportava os dois músicos ao redor das ruas durante o carnaval baiano. Em 1969, a canção de Caetano Veloso, chamada “Atrás do trio elétrico” acabou por popularizar o som do trio elétrico em todo o país. Hoje, a presença de caminhões de trio elétrico é uma das principais atrações do Carnaval da Bahia.[9]
Abaixo estão as principais características do Carnaval de Salvador que não só é conhecida em todo Brasil como também é conhecida em outros países no mundo.[13][14]
O abadá é geralmente branca e era vestimenta dos muçulmanos. Na Bahia, os abadás são usados principalmente por capoeiristas. No Carnaval de Salvador, o abadá foi o sucessor da mortalha, idealizado por Pedrinho da Rocha, simboliza a união de cores diferentes e, os padrões e logotipos pertence a um bloco carnavalesco e deve ser adquirido. Somente através da aquisição de um abadá que se pode participar de um dos blocos.[15]
O pau elétrico é um instrumento musical criado por Dodô para evitar a microfonia existente no violão elétrico utilizando o cêpo maciço que possibilitava a reprodução do som de forma perfeita. Inspirado no violão elétrico do carioca Benedito Chaves, o pau elétrico ou guitarra baiana possibilitou o desenvolvimento de uma nova forma de “fazer carnaval”.
O axé é um ritmo baiano que nasce da mistura de ritmos no carnaval de Salvador. Fruto principalmente da fusão do frevo e do afoxé. Durante o Carnaval de Salvador é o ritmo mais tocado nos trios elétricos.
Com o surgimento de novos talentos baianos que continuaram a popularizar ritmos regionais, o Carnaval tornou-se mais um caso em particular embora de alguma forma manteve a sua informalidade e espontaneidade contagiante. O sucesso de Luiz Caldas, Sarajane, e Chiclete com Banana, juntamente com a evolução do Ilê Ayê, e a emergência do Olodum desempenharam um papel importante na transformação do Carnaval de Salvador no que é hoje, sendo mais longo, mais itinerante e aberto ao mundo. As classes média e alta, finalmente sucumbiram ao ideal do Carnaval em inspiração da harmonia racial e, no final dos anos 80, a celebração pré-Quaresma entrou em um processo irreversível de “deboche”. O carnaval de rua passou a representar uma identidade coletiva do Carnaval baiano.
Até o início de uma nova década, o Carnaval da Bahia tornou-se uma fábrica de talentos institucionalizada. O sucesso de precursores como Luis Caldas, Chiclete com Banana, o Ilê Ayê, Margareth Menezes, Olodum anunciava a convergência da música comercial do Carnaval. Lentamente, os mercados de música nordestina e nacional começaram a abrir.
Criado por Dodô e Osmar a famosa fobica, remodelação de um velho Ford Bigode 1929, tornou-se o primeiro trio elétrico. Totalmente mudado e pintado para a festa, a fobica virou o palco perfeito para à guitarra baiana. Esta invenção transformou o carnaval de rua de Salvador. Que hoje em dia é agitado por vários cantores famosos na Bahia. Os shows dados em cima do trio elétrico passam pelas ruas dos bairros como Barra, Ondina e Campo Grande. Atraindo uma grande multidão de pessoas, tanto anônimas quanto outros artistas e personalidades.
Dentro das comemorações carnavalescas, são realizados alguns concursos. O Ilê Aiyê realiza o Deusa do Ébano[12] e o Muzenza escolhe a Rainha do Muzenza (Muzembela) desde 1984.[12] Há ainda as escolhas do Rei Momo, da Rainha e das princesas do carnaval.[12]
Os foliões, quem brinca a festa de Momo soteropolitana, têm várias opções. Eles podem se divertir nos blocos carnavalescos após pegar o abadá, ou ver os desfiles a partir dos camarotes ou das arquibancadas da Prefeitura, ou ainda brincar na pipoca, fora das cordas dos blocos.
Os blocos, são um grupo de pessoas que pagam uma quantia em dinheiro para poder participar. Em troca, recebem um Abadá, que permite aproveitar o evento de perto do trio elétrico, em uma corda ou cordão. Os blocos são abertos ao público.
Enquanto isso, os blocos de carnaval começaram a evoluir e se ramificar em várias correntes estéticas, manifestações musicais, e até mesmo religiosa. Os afoxés, cujos membros trouxeram sua cosmogonia religiosa afro-brasileira para a procissão carnavalesca, mantém suas raízes africanas com a puxada do ijexá (um ritmo tocado em homenagem aos orixás ou divindades afro-brasileiras). São formados principalmente por pessoas ligadas aos preceitos do candomblé. Tendo como a sua manifestação carnavalesca o resgate da herança cultural africana em seu ritmo, língua e vestimenta. Os blocos de classe média baseou-se principalmente nos samba-enredos do Rio de Janeiro onde adotou o estilo de música do carnaval carioca.
Em seguida, os blocos afro surgiram com uma proposta estética inferida a partir de blocos de índio, com a introdução de algumas inovações fundamentais no processo: os desfiles girava em torno de temas e a música foi adaptada para se ajustar à ocasião. O bloco afro é um grupo carnavalesco que traz em suas músicas, vestimentas e origem étnica a herança africana. Exemplos são os Malê Debalê, Cortejo Afro e Ilê Aiyê. Durante esta fase, o carnaval nas ruas da Bahia foi infundida com o glamour e o elitismo propagada por clubes de carnaval, iniciando uma ligeira inversão do ideal igualitário.
Os camarotes são uma espécie de associações carnavalescas que ocorrem juntos aos blocos e aos trios elétricos.[16] Através da aquisição de um abadá, estrangeiros podem fazer parte de camarotes também. Os camarotes no sentido estrito são suportes ou stands que cobrem ao longo das avenidas, dos quais o carnaval de rua pode ser observado. Além disso, os camarotes geralmente oferecem open bar, comida dos mais variados tipos, e salão de música ao som de DJs, assemelhando-se a uma discoteca.
Se não quiser pagar por qualquer uma dessas opções, pode-se desfrutar do Carnaval de Salvador como folião pipoca (“pipoca”, sempre pulando). As pessoas que fazem parte da pipoca não pertencem a nenhum bloco. Os foliões pertencentes a blocos privados são separados dos foliões pipoca através de um cordão de isolamento. Rente a esse cordão de isolamento é que as pessoas da pipoca acompanham os trios elétricos.
O desfile dos blocos é feito através dos dois principais circuitos (Circuito Dodô e Circuito Osmar), paralelamente. As duas principais atrações musicais são Chiclete com Banana e Ivete Sangalo.[carece de fontes] Chiclete comanda os blocos Nana Banana, Camaleão e Voa Voa, enquanto que Ivete comanda o Coruja e Cerveja & Cia. Outras importantes atrações musicais que participam do Carnaval são Asa de Águia, Daniela Mercury, Banda Eva, Timbalada, Olodum, Araketu, Gilberto Gil, Carlinhos Brown, entre outros.
Fora dos circuitos, há ainda atrações em alguns outros bairros e o Palco do Rock. Em 2017, ocorreu a 23.ª edição do Palco do Rock, dessa vez na Praça Wilson Lins, na Pituba.[12]
O Palco do Rock é um espaço alternativo ao circuitos tradicionais do carnaval e conta com a apresentação de bandas de variados estilos de metal, rock, punk. Foi idealizado pela Associação Cultural Clube do Rock da Bahia (ACCRBA). Teve sua primeira edição realizada em 1994. Desde então foi realizado na maior parte dos anos no coqueiral da Praia de Piatã.[22]
O Carnaval traz um acentuado aumento econômico nas noites de Salvador e consequentemente agride ao meio ambiente todos os anos. Em 2006, cerca de meio milhões de turistas veio a Salvador para celebrar o Carnaval. Isso significa um aumento de 30% em relação aos turistas que visitam durante os meses de Verão de Salvador e da Bahia.[23] É o lema do Carnaval: “Bahia: maior explosão de alegria”.[24] Salvador em uma área de 25 quilômetros é transformado inteiramente em uma “Cidade de Carnaval” e oferece segurança e postos de primeiros socorros para os visitantes dessa grandiosa festa e recebe a prontidão da polícia, que têm de lidar com a carga adicional na infraestrutura montada para o evento na cidade. O Carnaval é o maior empregador na cidade. 200.000 pessoas estão diretamente ligados às atividades do Carnaval. 86 000 delas são chamados de “Cordeiro”, que tem a tarefa de proteger os blocos que desfilam durante a festa.
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