O Olodum é uma instituição cultural brasileira fundada por pessoas do Maciel-Pelourinho, área de Salvador, município capital do estado da Bahia.[2] Foi fundado em 25 de abril de 1979 como bloco do carnaval de Salvador como opção de lazer aos moradores daquela área e, desde 1983, constitui-se também como uma organização não governamental (ONG) do movimento negro brasileiro e de atuação sócio-comunitária.[2]
Olodum | |
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O Bloco Afro Olodum no Circuito Dodô em 2011, em Salvador, Bahia. | |
Informações gerais | |
Origem | Salvador, BA |
País | Brasil |
Gênero(s) | |
Período em atividade | 1979–presente |
Afiliação(ões) | Afro Reggae |
Integrantes |
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Ex-integrantes |
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Página oficial | olodum |
O Grupo Cultural Olodum é a unidade central com reconhecimento de utilidade pública municipal (Salvador) e estadual (Bahia).[2] Sua diretoria executiva comanda tanto o braço sem fins lucrativos, isto é, a Fundação Olodum, quanto o braço empresarial, isto é, o Bloco Olodum.[2] Possui dois presidentes: Jorginho Rodrigues, presidente-executivo, e Marcelo Gentil, presidente institucional.[3] Sua sede está localizada no Centro Histórico, bairro onde está as ruas Maciel de Cima e Maciel de Baixo e o Largo do Pelourinho e onde acontece a maioria das suas apresentações da banda.
Desenvolve ações de combate à discriminação racial, estimula a autoestima e o orgulho dos afro-brasileiros, defende e luta para assegurar os direitos civis e humanos das pessoas marginalizadas, na Bahia e no Brasil.
Dentre as atividades sociocomunitárias, mantém a escola de tambores Escola Criativa Olodum e o projeto social Rufar dos Tambores, o grupo de teatro Bando de Teatro Olodum e o de dança.[2] Nas atividades empresariais estão a Fábrica de Carnaval, a Butique Olodum, a Banda Olodum e a estrutura carnavalesca associada ao Bloco Afro Olodum.[2]
História
![Thumb](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/5/54/Casa_do_Olodum_em_Salvador.jpg/640px-Casa_do_Olodum_em_Salvador.jpg)
Tem como fundadores Carlos Alberto Conceição do Nascimento (presidente), Geraldo Miranda (vice-presidente), José Carlos Conceição do Nascimento e José Luis Souza Almeida (secretários), Francisco Carlos Souza Almeida (diretor de som), Antônio Jorge Souza Almeida (tesoureiro) e Edson Santos da Cruz (relações públicas).
Fundado como bloco afro carnavalesco em Salvador no ano de 1979 e estreou no carnaval de 1980. Conquistou quase dois mil associados e passou a abordar temas históricos relativos às culturas africana e brasileira.
Banda
![Thumb](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/5/5d/Saida_do_Olodum_%28Carnaval_de_2010%29.jpg/640px-Saida_do_Olodum_%28Carnaval_de_2010%29.jpg)
O primeiro LP da banda, "Egito Madagascar", foi gravado em 1987 e alcançou grande sucesso na Bahia e no restante do país com a música Faraó. A ideia desse LP foi homenagear as raízes do grupo e mostrar ao Brasil a "Mama África" e também apresentar ao mundo como surgiu o grupo, do batuque ás influências dos deuses africanos. Pouco depois, o Olodum passou a ser conhecido internacionalmente como grupo de percussão afro-brasileira e excursionou por muitos países da Europa, o Japão e quase toda América do Sul.
Em 1988, Simone gravou Me Ama, Mô, ao vivo, no Pelourinho, com a participação de Neguinho do Samba e Olodum, faixa que integra o disco Simone (1989).[4] Um dos momentos de maior exposição do grupo foi em 1990, quando o mesmo participou da faixa The Obvious Child, do disco de Paul Simon, The Rhythm of the Saints, cujo videoclipe foi gravado no Pelourinho e exibido em mais de cem países. Este momento levou o Olodum à fama e reconhecimento mundial. Em 1996, o artista musical estadunidense Michael Jackson gravou junto ao Olodum a canção They Don't Care About Us. O vídeo musical desta, filmado na Favela Santa Marta, no Rio de Janeiro, e no Pelourinho, em Salvador, consolidou a fama mundial do já conhecido Olodum. Desde então o grupo faz diversas turnês pelo exterior.[5][6] Também gravou com outros músicos consagrados nacionalmente e internacionalmente, como Pet Shop Boys, Caetano Veloso, Wayne Shorter, Herbie Hancock, Jimmy Cliff e Michael Jackson, divulgando ao mundo a mistura de ritmos que inclui batuques africanos, reggae, samba e ritmos latinos.
Em 13 de junho de 2011, o ex-vocalista e compositor do Olodum Germano Meneghel, autor de sucessos como "Avisa lá", "Vem, Meu Amor", "Alegria Geral" e a póstuma "Várias Queixas", foi encontrado morto em sua casa, cujas causas da morte foram desconhecidas à época.[7]
Já em 2013, apresentou-se no palco chamado Sunset do Rock in Rio com a cantora, compositora e instrumentista neozelandesa, Kimbra, com direito a um cover da música They don't care about us. Além disso, participou da canção oficial e da abertura da Copa do Mundo de 2014 com o rapper Pitbull e as cantoras Jennifer Lopez e Claudia Leitte. Paralelamente ao sucesso artístico, a banda Olodum participa de movimentos sociais contra o racismo e pelos direitos civis e humanos.
Neguinho do Samba e Mestre Jackson foram regentes da banda e responsáveis pela criação do "samba-reggae", que deu ao Olodum alguns dos maiores sucessos musicais do grupo até hoje.
Discografia
Álbuns de estúdio[8]
Ano | Álbum |
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1987 | Egito Madagascar |
1988 | Núbia Axum Etiópia |
1991 | Da Atlântida à Bahia |
1993 | Movimento |
1994 | Menino Dourado |
1995 | Filhos do Sol |
1996 | Roma Negra |
1997 | Liberdade |
2002 | Olodum Pela Vida |
Álbuns ao vivo
Ano | Álbum |
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1995 | Live at the Montreux Jazz Festival |
2005 | 25 Anos de Samba Reggae: Ao Vivo |
Coletâneas
Ano | Álbum |
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1989 | 10 Anos - Do Deserto do Saara ao Nordeste Brasileiro |
1999 | Popularidade |
2000 | A Música do Olodum - 20 Anos |
2008 | Nova Série - Olodum |
Grupo teatral
![Thumb](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/2017_-_Caixa_Cultural_Bras%C3%ADlia_-_26637771579.jpg/640px-2017_-_Caixa_Cultural_Bras%C3%ADlia_-_26637771579.jpg)
O Bando de Teatro Olodum é um grupo teatral criado e vinculado ao bloco-afro, formado por atores negros em 1990.
Com o passar dos anos, o Bando de Teatro Olodum se desvinculou do bloco-afro, e passou a residir no Teatro Vila Velha. Graças à ocupação do Bando, o espaço foi revitalizado em 1994 e começou a ser reformado, sendo, em 1998, reinaugurado. O Bando está no Teatro Vila Velha até hoje e por ele passaram atores que consolidaram carreira, como o ator Lázaro Ramos, por exemplo.
Focado nas questões do negro brasileiro em seus diversos aspectos, o Bando, como é mais comumente chamado, desenvolve uma linguagem própria em um formato de Teatro Experimental Negro.
Escola de música
Desde 25 de outubro de 1984, a Escola Olodum é um espaço real de participação e expressão da comunidade afrodescendente, constituindo-se numa referência nacional e internacional pela inovação no trabalho com arte, educação e pluralidade cultural.
![Thumb](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/85/Olodum-drummers.jpg/640px-Olodum-drummers.jpg)
Esse projeto pioneiro de educação popular afro brasileiro teve origem no projeto Rufar dos Tambores, desenvolvido em 1984, pelo Olodum, composto de aulas gratuitas de percussão de bloco afro, e dos cursos afro-brasileiros de curta duração.
Inicialmente visava atender uma solicitação da comunidade do Maciel/Pelourinho para que fosse formada uma banda de percussão integrada por crianças e adolescentes do bairro.
A Escola Olodum tornou-se um espaço real de participação e expressão da comunidade negra. É hoje uma referência nacional e internacional pela inovação no trabalho com arte, educação e pluralidade cultural.
Estimulou o surgimento de iniciativas similares, como: Grupo Cultural Afro Reggae (do Rio de Janeiro), Grupo Unidos do Quilombos (Sergipe), Projeto Régua e Compasso, Arte no Dique (São Paulo). E em Salvador: Bagunçaco, Pracatum, Escola Mãe Hilda, Instituto AraKetu e Projeto Axé.
Ver também
Referências
- «Trajetória de Beto do Carmo no Olodum». docvirt.com. docvirt. Consultado em 23 de fevereiro de 2020
- Jornal Grande Bahia em 4 de março de 2023.
Ligações externas
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