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Bola de futebol

esfera utilizada para a prática de futebol Da Wikipédia, a enciclopédia livre

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Bola de futebol é usada para a prática do futebol nas suas diversas variações. Normalmente é fabricada em couro sintético, e consiste de várias camadas que são revestidas com uma cobertura à prova d’água. É um dos principais ícones do esporte, sendo universalmente reconhecida como seu símbolo.

Estima-se que sejam produzidas anualmente 40 milhões de bolas de futebol no mundo, número que sobe para 60 milhões em anos de Copa do Mundo de futebol.[1]

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Histórico

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Bola de futebol de couro fabricada em 1924, exposta no Museu do Sevilla Fútbol Club, na Espanha.
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Bola de futebol de couro fabricada em 1935 para o torneio de futebol dos Jogos Olímpicos de 1936.

Em 1863, as primeiras especificações para a bola de futebol foram estabelecidas pela The Football Association. Antes disso, as bolas eram feitas de couro inflado, com revestimentos de couro inseridos mais tarde para ajudar a manter as suas formas. Em 1872, as especificações foram revistas, e essas regras permaneceram praticamente inalteradas, tal como definidos pela International Football Association Board.[2] As diferenças das bolas criadas desde que esta regra entrou em vigor têm sido a de fazê-la com materiais diferentes, bem como das estampas impressas em sua superfície.

As bolas passaram por uma mudança dramática ao longo do tempo. Durante a época medieval, as bolas eram feitas normalmente de um invólucro exterior de couro cheia de aparas de cortiça.[3] Outro método de produção era usar bexigas de animais para a parte interior da bola tornando-a inflável. No entanto, estes dois estilos deixavam as bolas mais fáceis de furar, além de não serem muito adequadas para chutar, permanecendo assim até o século XIX, momento onde as bolas foram aprimoradas tornando-se mais parecidas com as bolas de futebol de hoje.

Vulcanização

Em 1838, Charles Goodyear introduziu o uso de borracha e suas descobertas da Vulcanização. A aplicação desta inovação às bolas melhorou consideravelmente as mesmas.[4] É o tratamento de vulcanização da borracha que confere à bola certas qualidades como resistência, elasticidade e resistência aos solventes, além de ajudar a resistir ao calor e frio moderados. A vulcanização ajudou a criar bexigas infláveis que pressionavam o painel externo de couro das bolas. A inovação de Charles Goodyear aumentou as possibilidades de uso ao tornar mais fácil o ato de chutar a bola. A maioria das bolas da época tinha couro curtido com dezoito seções emendadas. Estes foram dispostos em seis painéis de três faixas cada uma.[5]

Razões para as melhorias

Durante a primeira década do século XX as bolas de futebol eram feitos de borracha e couro, que eram perfeitas para bater e chutar. No entanto, cabecear a bola era uma experiência dolorosa. Esse problema era mais comum quando chovia durante o jogo, pois o couro absorvia a água da chuva, chegando a causar machucados na cabeça. Outro problema era que as bolas deterioravam-se muito rápido. Devido à qualidade do couro, as bolas variavam em espessura e qualidade, por vezes, piorando durante a partida.[5]

Desenvolvimento atual

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Adidas Teamgeist Berlin, bola usada na final da Copa do Mundo FIFA de 2006, na Alemanha.

Um dos elementos das bolas atuais que são testadas é a deformação quando é chutada, ou quando atinge uma superfície. Dois estilos de bolas de futebol foram testados pelo Sports Technology Research Group da Wolfson School of Mechanical and Manufacturing Engineering na Universidade de Loughborough. Estes dois modelos foram chamados de Basic FE model (modelo FE básico, na língua portuguesa) e o Developed FE model (modelo FE desenvolvido, na língua portuguesa). O básico um modelo que considerou a bola como um escudo esférico com propriedades de material isotrópico.[6] O modelo desenvolvido utilizou também as propriedades isotrópicas do material, mas incluiu uma emenda adicional região de costura mais reforçada. O resultado foi que a Developed FE model resistiu melhor à deformação do que a Basic FE. Model assegurando que a bola de futebol continuará a desenvolver-se ainda no presente.

Método de produção na atualidade

Quase todas as bolas de futebol fabricadas atualmente são feitas de couro sintético, pois sua espessura varia muito menos do que a do couro natural. Normalmente, uma bola consiste em várias camadas de material que são revestidas com uma cobertura à prova d’água. As camadas são impressas e cortadas em gomos de diversas formas, normalmente pentágonos ou hexágonos, e também retângulos ou outras formas, que são costuradas juntas para formar a bola. As bolas são finalizadas, tradicionalmente, à mão por costureiros habilidosos, apesar de que, cada vez mais, bolas são produzidas por máquinas. Leva-se cerca de quatro horas para se produzir uma bola costurada à mão com entre 1.400 e 2.000 pontos. A bola é costurada de dentro para fora. Antes da última peça ser costurada, a bola é virada do lado avesso, a válvula de borracha é inserida e o último ponto é dado, usando uma ferramenta curva especial. Isso permite que os costureiros puxem os fios de dentro da bola para garantir um acabamento liso perfeito.

Desenvolvimentos futuros

Empresas como a Mitre Sports International, Adidas, Nike e Puma AG estão lançando bolas feitas de novos materiais que prometem voos mais precisos e maior poder de transferência da força do chute para a bola.[7]

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Características e medidas

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Um icosaedro truncado confrontado com uma bola de futebol moderna.

As características estão determinadas pela regra número dois do futebol que determina que a bola de jogo deve ser esférica, construída de couro ou outro material adequado, com perímetro não superior a 70 cm e não inferior a 68 cm, peso não superior a 450 g e não inferior a 410 g, no começo da partida, e pressão equivalente a 0,6 – 1,1 atmosfera (600 – 1100 g/cm²) ao nível do mar.[8]

Uso da bola substituição das defeituosas

Segundo as regras oficiais, A bola não poderá ser trocada durante a partida sem a autorização do árbitro, bem como não pode ser substituída durante o jogo sem a autorização do mesmo. Para a substituição da bola, duas situações são previstas, são elas:

  • 1° Caso: Se a bola estourar ou sofrer algum dano, como deformação, no decorrer do jogo, dever-se-á interromper o mesmo, e só recomeçar, com uma bola com as condições adequadas. A partida deve ser reiniciada com a bola no nível do solo no local em que se encontrava a primeira no momento em que se ocorreu o dano. Quando a interrupção ocorrer dentro da área de meta (grande área), no retorno do jogo, o árbitro deve deixar a bola cair no solo sobre a linha da área da grande área paralela à linha de meta, no ponto mais próximo do local em que a bola original se encontrava quando o jogo foi interrompido.
  • 2° Caso: Se o dano ocorrer quando a bola não está em jogo antes da execução dum pontapé de saída, baliza, canto, livre, tiro penal ou lançamento da linha lateral, o jogo reinicia do lance onde foi paralisado.

Outras decisões

Além as particularizações da “regra n° 2” explicitadas no regulamento, a FIFA estabeleceu mais duas decisões no que se refere às bolas:

  1. Decisão 1: A admissão de uma bola para partidas de uma competição oficial, organizada pela FIFA ou pelas confederações que a compõe, é exigido que a bola contenha pelo menos um dos três seguintes logot
  2. "FIFA INSPECTED" – indica que a mesma passou por uma inspeção e que atende às inspeções técnicas;
  3. "INTERNATIONAL MATCHBALL STANDARD" – indica que trata-se de um padrão internacional de uso.

A lista de especificações adicionais, bem como as características de cada um dos logotipos, deverá ser aprovada pelo International Football Association Board (IFAB). Os institutos que realizam os testes estão, por sua vez, dependentes da aprovação da FIFA.

  • Decisão 2: Nas partidas de competições da FIFA e a cargo das Confederações e das Associações Nacionais, está proibida qualquer publicidade comercial na bola, com exceção dos emblemas da competição, do organizador da competição e da marca autorizada do fabricante. O regulamento da competição pode restringir o tamanho e o número dessas marcas.
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Bolas usadas em competições oficiais

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Inicialmente, as bolas eram fabricadas de forma artesanal. Só a partir dos anos de 1960 passou-se a dar maior importância às bolas das competições oficiais.

Copa do mundo de futebol

Dezenas de modelos de bolas de futebol foram usadas em cada edição da Copa do Mundo FIFA. As bolas das primeiras edições eram em tons de marrom, revestidas por doze (ou mais) gomos em couro natural, fabricadas por fornecedores locais. Inicialmente, a câmara de ar era inserida por uma abertura, fechada posteriormente por uma costura externa. Com o passar dos anos, foram surgindo diversas melhorias nos materiais e nas técnicas de fabricação. A partir de 1970, a empresa alemã Adidas passou a fornecer as bolas usadas oficialmente na Copa, tendo fornecido desde então bolas para onze edições da Copas do Mundo (1970, 1974, 1978, 1982, 1986, 1990, 1994, 1998, 2002, 2006 e 2010).

Abaixo está uma tabela que resume as bolas oficiais Copa do Mundo a partir de 1930.[9][10][11]

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Campeonato Europeu de Futebol

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Uma reprodução da Europass gloria usada na final da Eurocopa de 2008 entre a Alemanha e a Espanha

Abaixo está uma tabela que resume as bolas oficiais do Campeonato europeu de Futebol desde a edição de 1980.[28]

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Copa América de Futebol

Bolas da Copa América.

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Campeonato Africano das Nações

Apenas a partir da edição de 2008 que o campeonato passou a ter uma bola oficial, no caso a Adidas Waba Aba.

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Torneio Olímpico de Futebol

Segue uma tabela com as bolas oficiais do torneio olímpico de futebol desde os jogos de Los Angeles, em 1984.[32]

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O Fußball Globus em Nuremberga.
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Selo armênio alusivo à Copa de 2006 com a figura da bola +Teamgeist Berlin em primeiro plano

A bola é certamente o maior símbolo do futebol, sendo largamente reconhecida como ícone do esporte. Sua representação artística mais comum na atualidade é a da bola Adidas Telstar usada na copa de 1970.[19] No Brasil, a bola é o brinquedo que todo garoto ganha, antes mesmo de dar os primeiros passos. O maior fabricante de brinquedos do país produz mais de 1 milhão de bolas não oficiais por ano.[33] Contudo essa influência não ocorre apenas no Brasil, sendo uma manifestação recorrente no mundo.[34]

Nome de premiações

Alguma da principais premiações relacionadas ao futebol levam nomes como:

Expressões populares

Diversas expressões populares usadas no Brasil estão relacionadas ao futebol e, significativa parte dessas usa a expressão bola como, por exemplo, em “Bater bola” (Jogar futebol), “Comer bola” (cometer erro por distração. falar ou fazer algo inconveniente sem perceber ou então, vacilar, deixar alguma chance passar ou ser enganado), “Estar com a bola toda (ou cheia)” (ter prestígio), ser “bom de bola” (jogar bem futebol), “dar bola” (dar confiança a alguém), “chutar uma questão” (quando é marcada aleatoriamente uma opção em uma prova) entre outras.[38]

Música popular

Por ter uma forte influência cultural, o futebol e, conseqüentemente seu maior símbolo, a bola, estão amplamente presentes em manifestações artíticas como a música, por exemplo. Seja como tema de publicações que relatam a ligação dessas atividades[39] o seja como, por exemplo, tema e título de músicas como na música “Beto Bom de Bola” de Sérgio Ricardo;[40] Ou na música é uma partida de futebol do Skank que foi incluída no disco oficial da Copa do Mundo de 1998 chamado Music of the World Cup: Allez! Ola! Ole![41]

Filatelia

Outra manifestação dessa influência é a filatelia. Muitos selos são lançados sobre a bola de futebol e sua história.[42]

Numismática

Outro exemplo está na numismática. Diversas moedas foram cunhadas por diversos países tendo o futebol e seu símbolo máximo, a bola, como estampa.[43][44]

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Moeda ucraniana de 2004 com uma bola de futebol
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Controvérsias

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Trabalho infantil

Em algumas nações, em particular no Paquistão, são produzidas 80% das bolas de futebol do mundo,[45] das quais 75% só no distrito de Sialkot,[46][1] onde se recorre ao trabalho infantil na fabricação, sobretudo na fase de costura. Ao longo dos anos vários associações de ativistas dos diretos humanos têm denuciado essa atividade, solicitando uma interrupção permanente. Deste modo, em 14 de fevereiro de 1997 a UNICEF e a OIT e a Câmera de Comércio de Sialkot firmaram um acordo chamado de Atlanta Agreement ("Acordo de Atlanta"),[45] através do qual assumiu o compromisso de reformar o processo de produção de bolas, abolindo completamente a participação de menores. Até mesmo a FIFA tentou resolver a questão mas, mas, como afirma a associação, o problema do trabalho infantil em bolas de futebol é extremamente complexo e FIFA não tem nem experiência nem meios para eliminá-la sozinha.[47]

Milhares de crianças perderam seus empregos da noite para o dia. Para tornar mais fácil o controle por parte das companhias esportivas, os grandes produtores proibiram as pessoas de trabalhar em casa e construíram oficinas de costura. O Paquistão tem agora a Associação Independente para Fiscalização do Trabalho Infantil (IMAC), que visita as fábricas regularmente e verifica os documentos dos funcionários. Para evitar suborno, um computador determina aleatoriamente a hora e o local das inspeções às fábricas.[1]

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Referências

  1. «Soccer Ball History - Soccer Ball World» (em inglês). 18 de dezembro de 2019. Consultado em 27 de outubro de 2024
  2. Price, D. S., Jones, R.Harland, A. R. 2006. Computational modeling of manually stitched footballs. Proceedings of the Institution of Mechanical Engineers -- Part L — Journal of Materials: Design & Applications. Vol. 220 Issue 4, p259-268.
  3. Materials Science and Engineering: A Volume 420, Issues 1-2, 25 March 2006, Pages 100-108
  4. Viscoelasticity of multi-layer textile reinforced polymer composites used in footballs. Journal of Materials Science. Volume 43, Number 8 / April, 2008. 2833-2843.
  5. «Soccer Ball History Archives - Soccer Ball World» (em inglês). 24 de agosto de 2021. Consultado em 27 de outubro de 2024
  6. «The History of the Official World Cup Match Balls - Soccer Ball World» (em inglês). 18 de dezembro de 2019. Consultado em 27 de outubro de 2024
  7. Celso Unzelte (2009). O Livro de Ouro do Futebol. [S.l.]: Sinergia. ISBN 9788562540394
  8. «The evolution of the World Cup balls» (em inglês). The New York Times. 6 de junho de 2010. Consultado em 13 de outubro de 2010
  9. WM-Ausstellung 10 Jahre Enni, Galerie: 24 WM-Bälle im Moerser Kundenzentrum, mit Informationen zum Hersteller
  10. Heilmann (2010), zitiert nach N. Thomma, WM-Bälle. Eine Jagd um die Welt, Tagesspiegel am Sonntag vom 9. Mai 2010, abrufbar im Online-Archiv
  11. «As bolas de futebol da Copa do Mundo FIFA». FIFA. Consultado em 13 de outubro de 2010
  12. Ian Jack (26 de junho de 2010). «In search of the perfect round rolling object» (em inglês). The Guardian. Consultado em 4 de julho de 2010
  13. «Jabulani - Soccer Ball World» (em inglês). 18 de dezembro de 2019. Consultado em 27 de outubro de 2024
  14. ««Jabulani», il pallone mondiale - Corriere della Sera». www.corriere.it. Consultado em 27 de outubro de 2024
  15. «European Championship Official Soccer Balls - Soccer Ball World» (em inglês). 18 de dezembro de 2019. Consultado em 27 de outubro de 2024
  16. «Official match balls of the Olympic Games - Soccer Ball World» (em inglês). 18 de dezembro de 2019. Consultado em 27 de outubro de 2024
  17. "Quem criou a Bola de Prata?", Placar número 1.248, outubro de 2002, Editora Abril, pág. 62
  18. «Fifa unifica prêmio de melhor do mundo com revista francesa». esportes.terra.com.br. 5 de julho de 2010. Consultado em 10 de janeiro de 2011
  19. Capinussú, José Maurício (1988). A linguagem popular do futebol. [S.l.]: IBRASA
  20. «Almanaque Brasil - Com a bola, uma seleção de 11 craques da música». almanaquebrasil.com.br. Consultado em 27 de outubro de 2024
  21. «Offizielle Deutsche Charts». www.offiziellecharts.de. Consultado em 27 de outubro de 2024
  22. «Clube Filatélico e Numismático de Taquara». www.cfnt.org.br. Consultado em 27 de outubro de 2024
  23. Buse, Uwe (26 de maio de 2006). «Football and Globalization: Balls and Chains». Der Spiegel (em inglês). ISSN 2195-1349. Consultado em 27 de outubro de 2024
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