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partido político brasileiro Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O Partido Pátria Livre (PPL) foi um partido político brasileiro fundado em 21 de abril de 2009 e registrado na Justiça Eleitoral em 3 de outubro de 2011. Seu número eleitoral era o 54 e suas cores eram o verde, amarelo e vermelho. Possuía cerca de 30 mil filiados no país, sendo São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Ceará os estados onde o PPL tinha mais membros. Seu espectro político consistia entre centro-esquerda e esquerda e no nacional-desenvolvimentismo. Edita o jornal Hora do Povo. Em 2013, doze municípios do país eram administrados por prefeitos da sigla. Em outubro de 2012, o partido ganhou uma cadeira no Senado Federal.[4][5][6][7]
Partido Pátria Livre | |
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Número eleitoral | 54[1] |
Fundação | 21 de abril de 2009 (15 anos)[2] |
Registro | 4 de outubro de 2011 (13 anos)[1] |
Dissolução | 28 de maio de 2019 (5 anos)[3] |
Sede | Brasília, DF |
Publicação | Hora do Povo |
Ala de juventude | Juventude Pátria Livre (JPL) |
Antecessor | MR8 PC-SBIC |
Sucessor | Incorporou-se ao PCdoB[3] |
Cores | Verde Amarelo Vermelho Branco |
Sigla | PPL |
Página oficial | |
pcdob | |
Política do Brasil |
A criação do PPL foi impulsionada por membros do Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR-8), uma organização revolucionária, de esquerda radical e guerrilheira, surgida em 1969 com o fim da Dissidência Guanabara (dissidentes do Partido Comunista Brasileiro do Rio de Janeiro) e que a partir dos anos 1980 passa a atuar como uma ala do MDB.[8]
O projeto político do PPL baseiava-se num forte nacionalismo, referenciado até em Tiradentes.[9] O partido defendia o modelo de nacional-desenvolvimentismo.[5] Fez um balanço positivo dos governos de Getúlio Vargas (do antigo PTB) e de João Goulart.[9] Em contrapartida a sigla faz maiores críticas aos governos de Fernando Henrique Cardoso (do PSDB).[9]
Nas eleições presidenciais de 2014, o PPL apoiou a candidatura de Marina Silva (na época filiada ao PSB e hoje à REDE) à presidência e aconselhou o voto nulo no segundo turno. No movimento sindical, o PPL atuava através da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), inclusive há muitos anos presidindo-a.
No movimento estudantil, organizava-se como Juventude Pátria Livre / Mutirão a qual administrando diversas entidades estudantis pelo país. No 55° Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em 2017, a JPL participou como uma chapa própria.[10]
Em 28 de maio de 2019, o partido foi extinto após incorporar-se ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB).[3]
O PPL foi formado a partir do antigo Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR-8), organização surgida em 1966, a partir de uma cisão do Partido Comunista Brasileiro (PCB).[8] Nos anos 1980, contrapondo-se ao imperialismo estadunidense, o MR-8 assume um alinhamento pró-soviético, de caráter stalinista, com propostas nacionalistas, defendendo após o fim da ditadura militar uma coalizão com forças não socialistas e apoiando o Governo Sarney.[8]
Seus adversários do movimento sindical acusavam o MR-8 de fazer alianças com os setores considerados mais atrasados, este sendo rotulado por parte da esquerda como "fascista", graças as suas práticas que passaram a ser conhecidas pelos seus atos violentos e agressões contra militantes adversários.[8]
Assim como o PCB e o PCdoB, o MR-8 era apelidado como "pelego do movimento sindical" pelos seus adversários, sendo contrário à criação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), impulsionada por setores mais radicais da esquerda, muitos desses organizados dentro do Partido dos Trabalhadores (PT).[11] O MR-8 atuou dentro do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) como uma ala deste por mais de trinta anos. Em 1995, um setor do MR-8 rompe com a organização, reclamando de "falta de discussão política" e de "práticas oportunistas de direita". Essa cisão fundou o Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR)[12], e, após outra cisão, dedicou-se a refundar o Partido Comunista Revolucionário (PCR).[13]
Em 7 de dezembro de 2008, o Comitê Central do MR-8, reunido em São Paulo, lança a chamada "Carta ao Povo Brasileiro", em que analisa a conjuntura nacional e internacional, chegando à conclusão da necessidade da criação de um novo partido. Na carta, o grupo elencou os principais pressupostos do projeto, já com nome decidido, dando o pontapé na busca das 500 mil assinaturas para a sua legalização.[14] Em 21 de abril de 2009, na Assembleia Legislativa de São Paulo e também no Auditório Elis Regina (Anhembi), foram feitos os atos de fundação do Partido Pátria Livre, com aprovação de seu estatuto e de seu programa.[15]
No processo de fortalecimento, o Partido Pátria Livre se fundiu com três outros partidos que se encontravam em processo de registro no TSE: o Partido dos Pensionistas Aposentados e Idosos do Brasil (Pai do Brasil), o Partido Popular da Liberdade de Expressão Afro-Brasileira (PPLE) e o Partido Pela Acessibilidade e Inclusão Social (PAIS).[16][17][18][19][20]
No dia 26 de novembro de 2018 foi anunciado pelos presidentes do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e do PPL que a legenda iria se fundir ao Partido Comunista após não atingir a cláusula de desempenho nas eleições gerais de 2018.[21][22] No dia 2 de dezembro de 2018, foi aprovado o processo de incorporação do PPL ao PCdoB, com um ato político realizado em São Paulo.[23][24]
O processo de incorporação foi concluído em um congresso realizado em 17 de março de 2019.[25][26][27] Em 28 de maio de 2019, o Tribunal Superior Eleitoral aprovou em decisão unânime a fusão do partido com o PCdoB.[3]
Partido Comunista do Brasil (PCB) 1922–1961 |
Partido Comunista Brasileiro (PCB) 1961–1992 |
Partido Popular Socialista (PPS) 1992–2019 |
Cidadania 2019–presente | ||||
Partido Comunista (PC) 1992–1993 |
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Partido Comunista Brasileiro (PCB) 1993–presente | |||||||
Liga Comunista Internacionalista (LCI) | |||||||
Partido Operário Leninista (POL) | |||||||
Partido Socialista Revolucionário (PSR) | |||||||
Partido Comunista do Brasil (PCdoB) 1962–presente | |||||||
Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR8) | Partido Pátria Livre (PPL) 2009–2019 |
Em 2012 ocorreram as primeiras eleições em que o PPL participou como partido legalizado. O partido teve candidatura própria para prefeitura, em apenas 49 municípios (em todo o Brasil), sendo 9 desses capitais (em negrito são as doze cidades onde o PPL teve vitória):[6][31] Maceió-AL, Messias-AL, Viçosa-AL, Nova Olinda do Norte-AM, Tapauá-AM, Laranjal do Jari-AP, Cariús-CE, Palmácia-CE, Itaitinga-CE, Aquiraz-CE, Fortaleza-CE, Caucaia-CE, Serra-ES, Cristalina-GO, Novo Gama-GO, Senador Modestino Gonçalves-MG, Ribeirão das Neves-MG, Prudente de Morais-MG, Ataléia-MG, Belo Horizonte-MG, Ouro Verde de Minas-MG, Martinho Campos-MG, Cuiabá-MT, Várzea Grande-MT, Belém-PA, Bayeux-PB, Recife-PE, Jaboatão dos Guararapes-PE, São Raimundo Nonato-PI, Piripiri-PI, Curitiba-PR, Tijucas do Sul-PR, Carlópolis-PR, Itaguaí-RJ, Rio de Janeiro-RJ, São João da Barra-RJ, Sumidouro-RJ, Nova Mamoré-RO, Pedras Altas-RS, Florianópolis-SC, Tomar do Geru-SE, São Vicente-SP, São Carlos-SP, São Paulo-SP, Reginópolis-SP, Cruzeiro-SP, Mogi Guaçu-SP, Cananéia-SP e Jaú-SP
Através de coligações amplas com partidos de diversas ideologias e origens, as 12 prefeituras tem como vice-prefeitos políticos do PSDB, do DEM, do PP, do PTB, do PV, do PT, do PSB, do PMDB, do PR (em 2) e do próprio PPL (em 2).[32] O partido também apresentou 71 candidatos aptos ao cargo de vice-prefeito, cujas chapas eram encabeçadas (cargo de prefeito) pelo próprio partido (em 28), pelo PT (em 12), pelo PSDB, PP, PMDB e PSB (em 4 cada um), pelo PTB e PDT (em 3 cada um), pelo PR e PPS (em 2 cada um), pelo PSC, PRP, PRTB, PTdoB e PCdoB (em 1 cada um).
Prefeitos eleitos pelo PPL em 2012 | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Vice-prefeitos eleitos pelo PPL em 2012 | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Ano | Imagem | Candidato(a) a Presidente | Candidato(a) a Vice-Presidente | Coligação | Votos | % | Posição |
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2014 | Marina Silva (PSB) |
Beto Albuquerque (PSB) |
Unidos pelo Brasil PSB, PHS, PRP, PPS, PPL e PSL |
22.176.619 | 21,32 | 3º | |
2018 | João Goulart Filho (PPL) |
Leo Alves (PPL) |
Sem coligação | 30.176 | 0,03 | 13º | |
Assim como o MR-8 tinha seu braço estudantil, chamado de Juventude Revolucionária Oito de Outubro (JR-8), o PPL tem uma colateral chamada de Juventude Pátria Livre (JPL). A atuação da JPL se baseia no programa do partido e também busca a formação de frentes amplas nas suas lutas. A JPL (que às vezes utiliza o nome de "Mutirão") compreende que seus militantes devem priorizar a atuação em tradicionais entidades estudantis como a União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), a UGES (no Rio Grande do Sul) e a UMES (na cidade de São Paulo).[10]
A Juventude Pátria Livre recentemente rompeu com a União da Juventude Socialista (UJS-PCdoB), passando a construir um novo campo no interior da UNE com a Juventude Socialista Brasileira (JSB-PSB) e a Juventude Socialista (JS-PDT).
Com relação às gigantescas manifestações ocorridas em todo o país em 2013, também conhecidas como Jornadas de Junho, a JPL (e as entidades dirigidas por ela) as entende de forma negativa. A UMES repudiou as manifestações e negou-se a comparecer a elas, por entendê-las como antinacionalistas, antidemocráticas, violentas e de vandalismo.[60][60]
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