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Advogada iraniana e activista dos direitos humanos Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Nasrin Sotoudeh (Irão, 1963), é uma advogada de direitos humanos iraniana. É conhecida por ter representado activistas e políticos da oposição iraniana que foram presos, após as eleições presidenciais iranianas de 2009, bem como prisioneiros condenados à morte por crimes cometidos quando eram menores. [1] Entre os seus clientes encontram-se o jornalista Isa Saharkhiz, Shirin Ebadi laureada com o Nobel da Paz e Heshmat Tabarzadi. Também representou mulher presas por ter aparecido em público sem um hijab, que é uma ofensa punível no Irão. [2]
Nasrin Sotoudeh | |
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Nascimento | 30 de maio de 1964 Teerão |
Cidadania | Irã |
Cônjuge | Reza Khandan |
Alma mater |
|
Ocupação | advogada |
Distinções |
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Religião | Islamismo, Xiismo duodecimano |
O documentário "Nasrin", filmado em segredo no Irão, abordou a sua luta pelos direitos das mulheres, crianças e minorias. [3]
Nasrin Sotoudeh nasceu no Irão em 1963, numa família iraniana religiosa da classe média. [4]
Ela queria estudar filosofia na faculdade mas não teve notas suficientemente altas para conseguir entrar nesse curso, por isso acabou por estudar direito na Universidade Shahid Beheshti, em Teerão. Terminada a licenciatura em direito internacional e passado o exame da ordem em 1995, teve de esperar 8 anos para ter permissão para exercer advogacia.[4][5]
É casada com Reza Khandan com quem tem dois filhos. Sotoudeh declarou que Reza é um homem moderno, ficando do lado dela e do seu trabalho. [5][6]
A sua carreira profissional começou no escritório jurídico do Ministério da Habitação do Irão onde trabalhou durante dois anos. Seguiu-se o departamento jurídico do banco estatal Tejarat. Enquanto lá trabalhou, ela fez parte da equipa que preparou os casos apresentados pelo Irão no tribunal de Haia durante a sua disputa com os Estados Unidos da América.[5]
O seu primeiro trabalho na área dos direitos das mulheres, foi uma série de entrevistas, relatórios e artigos para o jornal Daricheh, que foi rejeitada pelo seu editor-chefe o que a deixou ainda mais determinada em trabalhar na área. [4]
O trabalho de Sotoudeh incluía defender crianças alvo de abuso e as mães destas, de maneira a que estas não tivessem de regressar para os pais que abusavam delas. Ela acredita que muitos dos agressores estão doentes ou foram vitimas de abuso no passado e que precisam de ajuda profissional. Ela tem esperança que os tribunais venham a recorrer cada vez mais a psicólogos e especialistas na análise de casos de abusos para que as crianças sejam protegidas. [5]
Antes de ser presa, Sotoudeh representava activistas e jornalistas como Kourosh Zaim, Isa Saharkhiz, Heshmat Tabarzadi, Nahid Keshavarz, Parvin Ardalan, Omid Memarian e Roya Tolouie. [5] Trabalhou de perto com Shirin Ebadi laureada com o Nobel da Paz e no centro de defesa dos direitos humanos desta. [7][8]
Após ser presa, Ebadi pediu a sua libertação e expressou preocupação com a sua saúde. O ex-presidente checo Václav Havel e Zahra Rahnavard, esposa do líder da oposição Mir-Hossein Mousavi, também pediram a libertação de Sotoudeh. [9]
Sotoudeh, em Setembro de 2012, foi acusada de espalhar propaganda contra o estado e a segurança nacional iraniana, e foi presa e enviada para prisão em Evin onde foi colocada na solitária. [10] Em Janeiro de 2011, as autoridades iranianas condenaram-na a 11 anos na prisão, proibiram-na praticar direito e de deixar o país durante 20 anos. Mais tarde, nesse ano, um tribunal de recurso reduziu a pena a 6 anos e ficou proibida de praticar direito durante 10 anos.
Foi novamente presa em 2018 e em Março do ano seguinte, foi condenada a prisão em Teerão, depois de ter sido acusada de ofensas contra a segurança nacional. Embora um juiz de Teerão tenha dito à agência de noticias Islamic Republic News que ela ia ficar presa por 7 anos, foi reportado por outras fontes que a sentença máxima incluía 10 anos de prisão, 148 chicotadas, e outros seis veredictos e sentenças que somadas dão um total de 38 anos. Porém, a sentença foi reduzida para um total de dez anos. Ela continua presa em Gharcheck. [11]
No dia 28 de Agosto de 2010, as autoridades iranianas invadiram o escritório de Sotoudeh. Na altura, ela era advogada de Zahra Bahrami que tinha dupla nacionalidade (holandesa e iraniana) e que era acusada de actuar contra a segurança nacional; não há certezas de que a invasão esteja relacionado com este caso. [12] No mês seguinte, Sotoudeh foi presa e acusada de espalhar propaganda contra o estado e de conspirar contra a segurança nacional iraniana. [1]
A Amnistia Internacional lançou uma campanha pedindo a sua libertação, designando-a de prisioneira de consciência e alertando que ela corria o risco de ser torturada e maltratada. [6] Sotoudeh, que estava presa na prisão de Evin foi mantida em confinamento na solitária. [9]
Em Janeiro de 2011, as autoridade iranianas sentenciaram-na a 11 anos de prisão, graças a acusações que incluíam actividades contra a segurança nacional e propaganda contra o regime. Adicionalmente, ela foi proibida de exercer advogacia e de deixar o país durante 20 anos. [13] Em meados de Setembro, um tribunal de recurso reduziu a sentença de prisão a 6 anos e deixou estar banida de exercer, podendo fazê-lo após 10 anos. [14]
No dia 25 de Setembro de 2010, ela iniciou uma greve de fome para protestar contra o facto de lhe serem negadas visitas e fazer e receber telefonemas da família. De acordo com o marido, ela terminou a greve de fome passadas 4 semanas, a 23 de Outubro. [9][7]
A 17 de Outubro de 2012, iniciou uma nova greve de fome como protesto contra novas restrições às visitas da família. [15] Ao 47º dia de greve, o marido descreveu o estado de saúde como péssimo, ela apresentava sinais alarmantes de deterioração, como tonturas, problemas de visão, instabilidade ao caminhar, pressão baixa e uma magreza extrema. Parou a greve de fome no dia 4 de Dezembro de 2012, após ter sido visitada por membros do parlamento na prisão e que acederam ao seu pedido de permissão para a filha viajar. [16]
Entra novamente em greve de fome em 2018, protestando contra a sua detenção e o assédio governamental sobre a sua família e amigos. [17]
Ela e mais dez presos políticos foram libertados, entre eles o líder da oposição Mohsen Aminzadeh, no dia 18 de Setembro de 2013, dias antes de o presidente iraniano Hassan Rouhani discursar nas Nações Unidas. [18] Não foi dada qualquer explicação pela sua libertação antecipada. [19]
É novamente detida em Junho de 2018. [20] De acordo com o o seu advogado, ela foi acusada de espionagem, disseminação de propaganda e de depreciar o supremo líder do Irão, Ali Khamenei. [21] Foi condenada a 5 anos de prisão por agir contra a segurança nacional. [22][23]
A 22 de Agosto de 2018, 60 membros do Parlamento Europeu apelaram ao presidente iraniano Hassan Rouhani que desenvolvesse esforços no sentido dela ser incondicionalmente libertada. [24]
No inicio de Março de 2019, foi condenada in absentia, após ter recusado estar presente no julgamento perante o Tribunal Revolucionário Islâmico de Teerão, porque não pode seleccionar o seu próprio conselho. Foi acusada de várias ofensas, nomeadamente de ser membro de uma organização de direitos humanos e alimentar a corrupção e a prostituição. [25]
A 11 de Março, o juíz Mohammad Moqiseh disse à agência Islamic Republic News que ela fora sentenciada a 5 anos por colocar em perigo a segurança do país e a dois anos por insultar o Khamenei. [21]
No dia seguinte, Reza Khandan, marido de Sotoudeh, declarou que apenas a sentença mais longa dos vários veredictos seria cumprida, ou seja, 10 anos de prisão (por encorajar a corrupção, devassidão e fornecer os meios para tal), de um total de 33 anos por 7 acusações agrupadas numa só; adicionados aos 5 anos de um outro caso, o que totaliza 38 anos mais 148 chicotadas. [26][27][28]
A 28 de Julho de 2020, Reza Khandan anunciou que as contas bancárias de Nasrin tinham sido congeladas por ordem do procurador, apesar de nenhuma das acusações contra ela estivessem relacionadas com finanças. [29]
Em 17 de Agosto de 2020, a filha dela, Mehraveh Khandan, foi detida em casa por forças de segurança e libertada sob fiança no mesmo dia. O director dos Direitos Humanos no Irão, Mahmood Amiry-Moghaddam, declarou que "o assédio pretende silenciar Nasrin Sotoudeh, que está a defender direitos humanos básicos com a sua greve de fome. A comunidade internacional deve colocar-se ao lado Nasrin Sotoudeh para evitar futuras pressões sobre defensores dos direitos humanos". [30]
A 20 de Outubro de 2020, Sotoudeh foi transferida da prisão de Evin para a de Qarchak em Varamin. [31]
Após testar positivo para a COVID-19, foi temporariamente libertada, tendo regressado à prisão no dia 2 de Dezembro. [32][33]
No inicio de 2021, as contas do marido também foram congeladas. Ao falar com os Direitos Humanos no Irão, declarou: "Prender a minha filha e congelar as minhas contas bancárias prova que os castigos tornaram-se familiares, e quando eles querem punir um individuo, ele podem violar os seus direitos civis e privacidade e até fazer com que sejam demitidos, congelar as contas bancárias, proibi-los de saírem do país, por outras palavras, recorrerem a qualquer oportunidade para pressionar o individuo ou os seus familiares." [34]
A 11 de Agosto de 2020, Nasrin entrou novamente em greve de fome e publicou uma carta em que exigiu a libertação de prisioneiros políticos. [35]
Foi galardoada com vários prémios, nomeadamente:
Em Filmes:
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