Remove ads
Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Shirin Ebadi (شیرین عبادی em persa) (Hamadã, 21 de junho de 1947) é uma advogada, ex-juíza e ativista dos direitos humanos. Em 10 de outubro de 2003, recebeu o Prêmio Nobel da Paz pelo significativo e pioneiro esforço pela democracia e direitos humanos, em especial direitos de crianças, mulheres e refugiados. Foi a primeira cidadã iraniana e a primeira mulher muçulmana a receber um Nobel.
Shirin Ebadi | |
---|---|
Nascimento | 21 de junho de 1947 (77 anos) Hamadã |
Nacionalidade | Iraniana |
Alma mater | Universidade de Teerã |
Prêmios | Nobel da Paz (2003) |
Em 2009, o prêmio teria sido confiscado pelas autoridades iranianas, alegação desmentida pelo governo de Teerã.[1] Se verdade, ela teria sido a primeira laureada na história do Prêmio Nobel a ter seu prêmio confiscado.[2]
Desde junho de 2009, Ebadi vive exilada no Reino Unido por causa da crescente perseguição aos cidadãos iranianos críticos do regime de Teerã.[3]
Shirin Ebadi nasceu em Hamadã, onde o seu pai, Mohammad Ali Ebadi, era um renomado professor de Direito Comercial. A sua família mudou-se para Teerã em 1948.[4]
Em 1965, foi admitida no curso de Direito da Universidade de Teerã e em 1968 concluiu a licenciatura. Em março de 1969 tornou-se a primeira mulher iraniana a ser nomeada juíza. Prosseguiu os seus estudos na Universidade de Teerã, tendo concluído um mestrado em 1971.[4] Em 1975, tornou-se a primeira mulher iraniana a presidir um tribunal legislativo.
Após a Revolução Islâmica de 1979, por pressão dos clérigos conservadores que insistiam que o Islã proibia as mulheres de serem juízas, ela e outras mulheres foram destituídas da magistratura e apenas lhes foi permitido realizar trabalhos administrativos nos tribunais. Após vários protestos, acabaram sendo nomeadas "especialistas em leis" pelo Ministério da Justiça.[4] Posteriormente, Shirin Ebadi pediu aposentadoria antecipada, por verificar que a sua situação profissional não evoluía.
Durante vários anos, solicitou repetidamente autorização para exercer advocacia privada. Depois de várias rejeições, a autorização foi concedida em 1993. Até essa data escreveu diversos livros e artigos que a tornaram conhecida.[4]
Atualmente, Shirin Ebadi é professora na Universidade de Teerã e tem-se envolvido numa campanha a favor do estatuto legal das mulheres e crianças no Irã.
Como advogada é conhecida pela sua intervenção em numerosos casos de violação de direitos humanos, em especial de mulheres e crianças. Também tem defendido dissidentes, membros de minorias religiosas e de publicações fechadas pelo governo iraniano.
Shirin Ebadi foi a representante legal de Ezzat Ebrahim-Nejad, a única vítima mortal dos protestos estudantis de 1999. No decorrer do processo, Ebadi foi acusada de divulgar uma fita de vídeo com a confissão do autor do crime. Como conseqüência, a sua licença de advogada foi revogada durante alguns meses.
Shirin Ebadi representou a mãe de Zahra Kazemi, uma fotojornalista iraniano-canadense que morreu numa prisão no Irã.[5]
Shirin Ebadi também ajudou à criação da lei contra o abuso físico de crianças, que foi aprovada pelo parlamento iraniano em 2002, e fundou duas organizações não-governamentais: a Sociedade para a Proteção dos Direitos das Crianças e o Centro dos Defensores dos Direitos Humanos.
Em 10 de outubro de 2003, o Comitê Nobel considerou-a uma "pessoa corajosa" e atribuiu-lhe o Nobel da Paz pelos seus esforços corajosos em prol da democracia e dos direitos humanos, especialmente direitos das mulheres e das crianças.[6]
No Irã, o governo da República Islâmica reagiu com silêncio ou de forma crítica, considerando que se tratava de um ato de uma instituição pró-ocidental; o fato da Sra. Ebadi não ter usado um véu durante a cerimônia de entrega do prêmio também mereceu críticas.[7] A agência oficial iraniana,IRNA, mencionou o evento apenas com algumas linhas, e os jornais estatais iranianos aguardaram várias horas antes de divulgar o evento.[8]
Desde que recebeu o prêmio, Shirin Ebadi tem viajado por diversos países estrangeiros, dando conferências e recebido homenagens, publicando documentos e defendendo pessoas acusadas de crimes políticos no Irã.
Em abril de 2008, Shirin Ebadi declarou à agência Reuters que o respeito pelos Direitos Humanos no Irã tinha regredido nos últimos dois anos e aceitou defender os dirigentes Bahá'ís presos no Irã em 2008.[9]
Nesse mesmo mês, Ebadi publicou uma declaração onde afirmava: "As ameaças contra a minha vida e segurança da minha família, que se iniciaram há algum tempo, intensificaram-se"; acrescentou que as ameaças advertiam-na a não fazer discursos no exterior e a não defender os membros da comunidade Bahá'í.[10] Em agosto de 2008, a agência IRNA publicou um artigo em que atacava Ebadi, insinuando sobre as suas ligações à Fé Bahá'í e acusando-a de procurar apoios no Ocidente. Uma das suas filhas, Nargess Tavassolian, também foi acusada de se convertida à religião Bahá'í, um crime que no Irã é punido com a pena de morte.[11][12]
Em dezembro de 2008, um grupo de manifestantes atacou a sua casa, gritando slogans e pintando insultos nas paredes;[13] no final desse mês, a polícia iraniana fechou o escritório do Centro dos Defensores dos Direitos Humanos.[14] Na ocasião a organização Human Rights Watch afirmou estar "extremamente preocupada" com a segurança de Shirin Ebadi.[15]
Foram traduzidas e publicadas em língua portuguesa duas obras de sua autoria. Em Portugal foram publicados:
No Brasil suas obras ainda não foram publicadas.
Seamless Wikipedia browsing. On steroids.
Every time you click a link to Wikipedia, Wiktionary or Wikiquote in your browser's search results, it will show the modern Wikiwand interface.
Wikiwand extension is a five stars, simple, with minimum permission required to keep your browsing private, safe and transparent.