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país no Oriente Médio Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O Iraque (em árabe العراق, transl. al — Irāq, em curdo Îraq), oficialmente República do Iraque é um país do Oriente Médio, limitado a norte pela Turquia, a leste pelo Irã, a sul pelo Golfo Pérsico, pelo Kuwait e pela Arábia Saudita e a oeste pela Jordânia e pela Síria. Sua capital é a cidade de Bagdá, no centro do país, às margens do rio Tigre.
O Iraque tem uma seção estreita de litoral que se estende por 58 km no norte do Golfo Pérsico e seu território compreende a mesopotâmica planície aluvial, o fim do noroeste da Cordilheira de Zagros e a parte oriental do deserto sírio. Dois grandes rios, o Tigre e o Eufrates, percorrem para o sul através do centro do Iraque e fluem para o Xatalárabe, perto do Golfo Pérsico. Estes rios fornecem ao Iraque quantidades significativas de terras férteis.
A região entre os rios Tigre e Eufrates, historicamente conhecida como Mesopotâmia, é mais frequentemente referida como o "berço da civilização". Foi ali que a humanidade começou a ler, escrever, criar leis e viver em cidades sob um governo organizado nomeadamente Uruque, a partir do qual o Iraque foi derivado. A área tem sido o lar de sucessivas civilizações contínuas desde o sexto milênio a.C. Em diferentes períodos da sua história, o Iraque era o centro dos impérios Acádio, Sumério, Assírio e Babilônico. O país também fez parte do Império Otomano e esteve sob controle britânico como um mandato da Sociedade das Nações.
As fronteiras atuais do Iraque foram, em sua maioria, demarcadas em 1920 pela Sociedade das Nações, quando o Império Otomano foi dividido pelo Tratado de Sèvres. O Iraque foi colocado sob a autoridade do Reino Unido através do Mandato Britânico da Mesopotâmia. A monarquia foi fundada em 1921 e o Reino do Iraque ganhou a independência da Grã-Bretanha em 1932. Em 1958, a monarquia foi derrubada e a República do Iraque foi criada. O Iraque foi controlado pelo Partido Baath Árabe Socialista de 1968 até 2003. Depois de uma invasão pelos Estados Unidos e seus aliados, em 2003, Saddam Hussein foi retirado do poder e eleições parlamentares foram realizadas em 2005. A ocupação americana no Iraque terminou em 2011, mas a insurgência iraquiana prosseguiu e intensificou-se sob a influência da Guerra Civil Síria.
O nome árabe العراق al-'Irāq tem estado em uso desde antes do século VI. Existem várias origens sugeridas para o nome. Uns datam para a cidade suméria de Uruque (hebraico bíblico Ereque) e é, portanto, em última instância, de origem suméria, como Uruque era o nome acadiano à cidade suméria de Urugue, contendo a palavra suméria para "cidade", UR. Uma etimologia popular árabe para o nome é "profundamente enraizada, bem regada; fértil". Durante o período medieval, havia uma região chamada Iraque Alárabe ("Iraque Árabe") à Baixa Mesopotâmia e Iraque Ajami ("Iraque Estrangeiro"), à região agora situada na Europa Central e Irã Ocidental. O termo incluía historicamente a planície ao sul das montanhas de Hamrin e não incluía as partes setentrionais e ocidentais do território moderno do Iraque. O termo Sauade foi usado também no início da ocupação árabe da região da planície aluvial dos rios Tigre e Eufrates, contrastando-a com o deserto árabe árido. Como uma palavra árabe, عراق significa "bainha", "costa", "banco", ou "borda", para que o nome pela etimologia popular passou a ser interpretado como "a escarpa". No sul e no leste do Planalto Jazira, que forma a borda norte e oeste da área do Iraque Alárabe.[7]
Entre 65 000 a.C. e 35 000 a.C., o norte do Iraque foi o lar de uma cultura neandertal, cujos vestígios arqueológicos foram descobertos na caverna Xanidar.[8] Esta mesma região também é o local de uma série de cemitérios pré-neolíticos, que datam de aproximadamente 11 000 anos a.C.[9]
Desde aproximadamente 10 000 a.C., o Iraque, juntamente com grande parte do Crescente Fértil que compreende a Anatólia e o Levante, foi um dos centros de uma cultura neolítica conhecida como Neolítico Pré-Olaria A (PPNA), onde surgiu a agricultura e a pecuária pela primeira vez no mundo. O período neolítico seguinte, PPNB, é representado por casas retangulares. Na época do neolítico pré-cerâmico, as pessoas usavam vasos de pedra, gesso e cal queimada. Achados de ferramentas de obsidiana na Anatólia são evidências das primeiras relações comerciais.[9]
Outros locais importantes de desenvolvimento humano foram Jarmo (cerca de 7100 a.C.), bem como uma série de locais pertencentes à cultura de Halafe e Tell al-'Ubaid (entre 6500 a.C. e 3800 a.C.).[9] Os respectivos períodos mostram níveis cada vez maiores de avanços na agricultura, como a fabricação de ferramentas e arquitetura.[10]
O território do atual Iraque foi o berço da civilização suméria (a civilização mais antiga do mundo) por volta de 4 000 a.C. No ano de 2 550 a.C., ocorreu a unificação da Suméria com a Acádia feita pelo patesi Sargão. Séculos mais tarde o Império de Sargão desmorona: ocorrem revoltas internas e os povos nômades vindos dos Montes Zagros (os povos gútios) conquistam o Império. No ano de 1 950 a.C. eles conquistam o Império definitivamente depois de diversos ataques dos elamitas e dos Amoritas. Tal motivo de tantos combates seria das terras férteis localizado do rio Nilo até os Planaltos Iranianos.
Os elamitas tomaram o extremo Norte do atual Iraque (do Império de Sargão), enquanto os amoritas que formavam o Império Paleobabilônico ocupavam o Centro-Sul. Os hurritas dominavam o norte iraquiano acabaram sendo conquistado pelos egípcios e pelos hititas. Os egípcios e os hititas que estavam dominando o antigo Império Mitani, acabaram sendo dominados pelos amoritas, e os amoritas acabaram sendo dominados pelos cassitas, reconquistando o império, logo o II Império Mitani acabou desmoronando nas mãos dos elamitas.
Os amoritas que formaram o Primeiro Império Babilônico acabaram sendo conquistados pelos assírios por causa da morte do rei Hamurábi. Ciaxares, rei da Média, com aliança com o rei dos caldeus, invadiu Assur em 615 a.C. e, em 612 a.C., tomou Nínive, pondo fim ao estado assírio. Por causa da independência do Egito, ocorreram diversas manifestações na Fenícia e no Elão. Os persas se aproveitando disso, conquistaram os elamitas no ano de 539 a.C. durante a Dinastia Aquemênida persa. O II Império Babilônico formado pelos caldeus acabou sendo dominado também pelos Persas. Após a tentativa frustrada de Dario (xá) de conquistar a Grécia, o império aquemênida começou a declinar. Décadas de golpes, revoltas e assassinatos enfraqueceram o poder dos aquemênidas. Em 333 a.C., os persas já não tinham mais força para suportar a avalanche de ataques de Alexandre, o Grande, e em 330 a.C., o último xá, Dario III, foi assassinado por seu sátrapa Besso, e o primeiro Império Persa caiu em mãos dos gregos e macedônios.
O Império Selêucida foi um estado político helenista que existiu após a morte de Alexandre III da Macedónia, cujos generais entraram em conflito pela divisão de seu império. A dinastia arsácida (ou Parta) foi o mais duradouro dos impérios do antigo Oriente Médio. Nômades partas, de origem iraniana, instalaram-se no Planalto Iraniano e estabeleceram um pequeno reino independente. Sob a liderança do Rei Mitrídates, o Grande (171−138 a.C.), o reino parta tornou-se dominante na região, submetendo a Média, a Mesopotâmia e a Assíria. O Império Parta ocupava todo o território do atual Irã, bem como os modernos Iraque, Azerbaijão, Armênia, Geórgia, o leste da Turquia, o leste da Síria, Turcomenistão, Afeganistão, Tajiquistão, Paquistão, Kuwait e a costa do Golfo Pérsico da Arábia Saudita, Barém e Emirados Árabes Unidos.
O império chegou ao fim em 224 d.C., quando o último xá parta foi derrotado por um de seus vassalos, Artaxes dos persas, da dinastia sassânida. As frequentes guerras com os romanos levaram à exaustão e à destruição do Império Sassânida. Com Constantinopla sitiada, o Imperador bizantino Heráclio flanqueou os persas pelo mar na Ásia Menor e atacou-os pela retaguarda, o que resultou numa derrota decisiva em 627 para os sassânidas na Mesopotâmia setentrional. Estes viram-se obrigados a abandonar todos os territórios conquistados e recuar, seguindo-se o caos interno e a guerra civil. Após 14 anos e sete reis diferentes, o Império Persa foi subjugado pelos árabes muçulmanos; com o assassinato, em 651, do último xá sassânida Isdigerdes III, seu território foi absorvido pelo Califado.
Conquistada por persas e gregos, a Mesopotâmia se torna o centro de um vasto império árabe no século VII (primeira dinastia de califas do profeta Maomé: a Dinastia Omíada dos descendentes de Meca). Um século depois, a dinastia abássida decidiu mudar a capital de Damasco para o leste, e o califa Almançor construiu a nova capital, Bagdá, nas margens do rio Tigre. Durante três séculos, a cidade das "Mil e uma Noites" foi o centro de uma nova cultura.
As fronteiras orientais do Império Otomano variaram muito ao longo de séculos de disputas com os Mongóis e outros povos da Ásia Central, posteriormente seguidas de disputas com o Império Russo, no século XIX. Na região do moderno Iraque, forças inglesas haviam ajudado a organizar sublevações regionais contrárias ao domínio otomano durante toda a I Guerra Mundial. O Iraque moderno nasceu em 1919, quando o Império Otomano, foi desmembrado, depois da Primeira Guerra Mundial.
Em 1920 a Conferência de San Remo levou à imposição de um mandato da Liga das Nações para a Inglaterra administrar o Iraque, onde indicaram a britânica Gertrude como governadora daquela região.[11][12] O Rei Faiçal I foi coroado pelos britânicos como chefe de Estado, embora tivesse um poder meramente simbólico perante o domínio inglês. Isto fez eclodir uma nova rebelião independentista. Para dominar o Iraque, as tropas britânicas realizaram uma verdadeira guerra colonial, utilizando-se de forças blindadas e bombardeios aéreos contra vilas e cidades iraquianas durante toda a década de 1920, que incluíram o uso de armas químicas como o gás mostarda lançado de aviões.[13][14][15]
Em 1932 o Iraque teve sua independência formalizada, embora continuasse sob forte influência inglesa, já que o Reino Unido conseguiu manter membros do antigo governo colonial (1920–1932) durante o curto período de independência do Iraque governado pelo Rei Faiçal (1932–1933) e na sequência, em governos dos seus descendentes da dinastia hachemita.[15]
Após a morte do rei Gazi, filho de Faiçal, em 1939, foi instituído um período de regência, pois o rei Faiçal II tinha apenas 4 anos. Na maior parte do período de regência, o tio do rei, Abdulillah (Abdel Ila), governou o Iraque. Este era um governo pró-britânico até o início da II Guerra Mundial. Em Março de 1940, o Primeiro-Ministro e General Nuri as-Said foi substituído por Rashid Ali al-Gailani, um nacionalista radical, que adotou uma política de não cooperação com os britânicos. A pressão britânica que se seguiu levou a uma revolta militar nacionalista em 30 de Abril de 1941, quando foi formado um novo governo, pró-Alemanha, encabeçado por Gailani. Os britânicos desembarcaram tropas em Baçorá e ocorreu uma rápida guerra entre os dois países em Maio, quando os ingleses restabeleceram o controle sobre o Iraque e Faiçal II foi reconduzido ao poder. Em 17 de Janeiro de 1943 o Iraque declarou Guerra à Alemanha. A Grã-Bretanha ocupou o Iraque até 1945 e dividiu a ocupação do vizinho Irã com as forças da URSS. Durante a guerra o Iraque foi um importante centro de suprimento para as forças dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha que operavam no Oriente Médio e de transbordo de armas para a URSS. Após a II Guerra Mundial, o Iraque se tornou área de influência dos EUA, assinando o Pacto de Bagdá em 1955 com EUA e Turquia.
O Iraque participou da guerra árabe-israelense de 1947–1949 (Ver: Guerra árabe-israelense de 1948), e apoiou os países árabes em guerra contra Israel na Guerra dos Seis Dias (1967) e na Guerra do Yom Kipur (1973). Com a crise política dos anos 1950, o Iraque chegou a formar uma confederação com a Jordânia em 1958, que dissolveu-se com o fim da monarquia e o início da república no mesmo ano. O período 1959–1979 foi bastante conturbado na história iraquiana, com diversos golpes de Estado e participação em duas guerras.
Em 17 de julho de 1968, Ahmed Hassan al-Bakr liderou a chamada Revolução de 17 de Julho, que derrubou a república e o presidente Abdul Rahman Arif, colocando os baathistas no poder. Onze anos depois, em 15 de julho de 1979, o sunita Saddam Hussein (até então vice de al-Bakr) assumiu a liderança do país, iniciando um governo que duraria até a Invasão americana ao Iraque em 2003. Saddam lideraria o Iraque contra o Irã, na longa e sangrenta Guerra Irã-Iraque, apoiado pelos EUA. Entretanto, após invadir o Kuwait em 1990, o país foi duramente atacado pela coalizão de países liderada pelos EUA na Guerra do Golfo, em 1991. O governo de Saddam foi marcado por avanços econômicos e desenvolvimento do país, sem paralelo com a história anterior da nação. Contudo, após a guerra contra o Irã e contra as potências ocidentais pelo Kuwait, a economia do Iraque entrou em colapso. A corrupção no seio do regime e o encolhimento econômico foi seguido por anos de tensão sectária, entre sunitas, xiitas e curdos. Para reprimir uma rebelião deste último, perto do fim da guerra com o Irã, as forças de Hussein lançaram a chamada Operação Anfal, que resultou em mais de 180 000 mortes.[16]
Os xiitas também se rebelaram, em 1991, mas sua revolta foi igualmente sufocada, com um saldo de mais de 230 000 pessoas mortas.[17] Durante a década de 1990, o país foi assolado com tensão sectária e pobreza extrema (especialmente entre a população xiita), decorrente da má gestão, da infraestrutura precária e da corrupção do regime sunita de Saddam. Os Estados Unidos e seus aliados realizaram bombardeios esporádicos pelo país (como em 1996 e 1998). Duas zonas de exclusão aérea (as operações Northern Watch e Southern Watch) sobre o Iraque foram impostas pela OTAN, com o objetivo de limitar a capacidade do exército iraquiano de usar violência exagerada contra as minorias e tentar impedir repressões étnicas, ao mesmo tempo que tentava enfraquecer o regime baathista. Isso acabou por deteriorar ainda mais a infraestrutura civil e militar do país.[18]
Após usar armas químicas e biológicas na guerra contra o Irã e na repressão dos xiitas e curdos, o regime de Saddam Hussein começou a sofrer pressão internacional para que ele abrisse mão de tais armamentos. Sanções econômicas foram então impostas pela comunidade internacional e pela ONU, devido a falta de colaboração das autoridades iraquianas. O resultado foi em uma acentuação da pobreza e deterioração da infraestrutura interna.[19] Contudo, apesar de tudo, o regime de Saddam permaneceu firme até 2003, quando uma coalizão ocidental dos Estados Unidos o derrubou do poder.
Em 20 de março de 2003, uma coalizão liderada pelos Estados Unidos invadiu o Iraque, com o motivo declarado de desarmar o país que, segundo as potências ocidentais, havia falhado no abandono de suas armas químicas e nucleares, em violação ao Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, resolução 687. Os americanos e seus aliados afirmaram que devido o Iraque estar violando as normas da resolução 687, a autorização para o uso de forças armadas dessa resolução foi reavivado. Os Estados Unidos ainda justificam a invasão, afirmando que o regime de Saddam Hussein tinha ou estava a desenvolver armas de destruição em massa e declarando o desejo de remover um ditador opressivo do poder e levar a democracia ao Iraque. No seu discurso sobre o "Estado da União" de 29 de janeiro de 2002, o Presidente George W. Bush declarou que o Iraque era um membro do "Eixo do Mal", e que, tal como a Coreia do Norte e o Irão, o Iraque tentava adquirir armas de destruição em massa, resultando numa séria ameaça à segurança nacional dos E.U.A., Bush disse ainda:
O Iraque continua a ostentar a sua hostilidades em direção aos Estados Unidos e seu apoio ao terror. O regime iraquiano tem desenvolvido antrax, gases que afetam o sistema nervoso, e armas nucleares por mais de uma década … Este é o regime que concordou com inspecções internacionais - depois expulsou os inspetores. Este é um regime que tem algo a esconder do mundo civilizado … Procurando armas de destruição em massa, estes regimes [o Irão, o Iraque e a Coreia do Norte] representam um grave e crescente perigo. Eles poderiam fornecer estas armas aos terroristas, prestando-lhes os meios para corresponder ao seu ódio.[20]
Contudo, de acordo com um relatório mais abrangente do próprio governo dos Estados Unidos, nenhuma arma de destruição em massa foi encontrada desde a invasão, apesar de ter sido encontrado grande quantidade de materiais primas para produção dessas armas.[21]
Apesar da rápida vitória e deposição do regime de Saddam Hussein, a ocupação acabou sendo desastrosa. Grupos xiitas e sunitas armaram-se e começaram um movimento de resistência contra as forças da coalizão ocidental. Os rebeldes também começaram a combater não só os americanos mas uns aos outros, dando início a um sangrento conflito de caráter sectário e religioso.[22] Diversas facções como o chamado "Exército Mahdi", uma milícia xiita, e a Al-Qaeda, primordialmente sunita, começaram, a partir de 2004, sangrentos embates por todo o país.[23][24] Entre 2004 e 2007, o Iraque viveu uma guerra civil que acabou ceifando centenas de milhares de vidas. Nesse meio tempo, em 2006, Saddam Hussein foi levado a julgamento por crimes contra a humanidade e enforcado.[25] Para sucede-lo no poder, foi instituído um governo (formado por autoridades estrangeiras) chamado Autoridade Provisória da Coalizão, chefiado pelo americano Paul Bremer. Contudo, tanto a execução de Saddam quanto a formação do governo provisório, não conseguiu trazer um fim na violência que assolava a nação. A dissolução tanto do exército baathista, como da antiga infraestrutura governamental, pelas potências ocidentais acabou levando o país ao caos, virando o Iraque numa zona de guerra sangrenta e brutal.[26]
Nem mesmo a instalação de um parlamento democraticamente eleito em 2005 (o primeiro em décadas) conseguiu por um fim na violência sectária e religiosa que assolava o Iraque. Ibrahim al-Jaafari, nomeado primeiro-ministro, não conseguiu trazer o país a estabilidade esperada. Seu sucessor, Nouri al-Maliki, também falhou no propósito de trazer um fim a guerra. Em 2007, o presidente americano George W. Bush ordenou o envio de 20 000 novos soldados americanos, levando o total de forças estrangeiras no Iraque para 176 000 combatentes (incluindo 148 000 estadunidenses). Após o envio destes reforços, a violência no país começou a cair.[27] Com a situação de segurança melhorando e a economia do país começando a estabilizar, o parlamento iraquiano pediu formalmente para que os Estados Unidos retirassem suas tropas.[28][29]
No ano seguinte, forças dinamarquesas, australianas e de outros países começaram a retirar suas forças do Iraque. Ainda em 2008, o Reino Unido, principal parceiro dos americanos na região, também deram início a sua retirada do território iraquiano.[30] No mesmo ano, o governo Bush e o primeiro-ministro do Iraque firmaram um acordo para a retirada completa dos soldados dos Estados Unidos do país, encerrando as atividades da coalizão por lá.[31] Generais americanos criticaram o plano, afirmando que sua saída de lá poderia reascender o conflito. Porém, a administração do presidente Barack Obama, que sucedeu Bush, estava determinada a encerrar a guerra do Iraque de uma vez por todas. Em 2009, o exército dos Estados Unidos começou a passar a responsabilidade de defesa do país para as forças de segurança iraquianas (armadas e financiadas pelos americanos).[32] Em dezembro de 2011, o último soldado americano deixou o Iraque depois de oito anos de guerra.[33]
Estima-se que mais de 500 000 pessoas tenham morrido no conflito no Iraque entre 2003 e 2011.[34]
A retirada americana do Iraque em 2011 veio durante um período em que o número de mortes no país tinha caído para os menores níveis desde antes de 2003. Muitos analistas haviam afirmado que a saída dos Estados Unidos poderia ter sido prematura, pois ainda havia uma sombra de insurgência e muita tensão sectária.[35]
A Primavera Árabe e a guerra civil na vizinha Síria começou a desestabilizar a situação nas fronteiras iraquianas ao oeste. Xiitas e sunitas voltaram a se combater pelas ruas de diversas cidades do Iraque. Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro Nouri al-Maliki aproveitou a saída da Coalizão ocidental de seu país para iniciar uma série de mudanças internas. Primeiro, expulsou do seu governo e das forças armadas membros sunitas proeminentes, enquanto colocava gente de sua confiança em cargos importantes. Sua administração era considerada extremamente corrupta e sectária, já que ele e a maioria xiita do Iraque parecia não querer compartilhar o poder com os compatriotas sunitas.[36]
Em 2014, a violência sectária e religiosa no Iraque reacendeu com toda a intensidade. Combates sangrentos começaram a irromper no norte e no oeste do país, onde a maioria da população sunita vive. O grupo extremista Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) iniciou uma pesada ofensiva com o objetivo declarado de instaurar um califado muçulmano na região, englobando uma enorme área do Iraque (e também da Síria) e querem impor uma visão estrita da lei islâmica nos territórios que ocupam.[37][38] Na ofensiva, cidades como Ticrite, Faluja e Mossul, foram tomadas pelos jihadistas.[39]
Com a forte instabilidade política, novos e sangrentos combates irromperam pelo Iraque. Atrocidades, como assassinatos em massa e saques estariam sendo cometidos pelos insurgentes do EIIL. O governo iraquiano reagiu mandando seus exércitos contra-atacarem os rebeldes. O país segue atualmente em profunda instabilidade interna.[40] Em dezembro de 2017, após anos de derramamento de sangue, as autoridades do Iraque declararam "vitória" na luta contra o Estado Islâmico, afirmando ter expulsado seus militantes do território do país.[41]
O Iraque está localizado no Oriente Médio e abrange uma área de 437 072 km2, sendo o 58.º maior país do mundo. É comparável em tamanho ao estado norte-americano da Califórnia e um pouco maior do que o Paraguai.
O país consiste principalmente de deserto, mas perto dos dois grandes rios (Tigre e Eufrates) são planícies aluviais férteis, como os rios carregam cerca de 60 milhões de metros cúbicos (m³) de lodo anualmente ao delta. O norte do país é na sua maioria composto por montanhas; o ponto mais alto tem 3 611 m de altitude, sendo conhecido localmente como Cheekah Dar (tenda preta). O Iraque tem uma pequena costa com 58 km de extensão ao longo do Golfo Pérsico. Perto da costa e ao longo de Xatalárabe costumava haver zonas pantanosas, mas muitos foram drenados na década de 1990.[carece de fontes]
A maior parte do Iraque tem um clima árido quente com influência subtropical. As temperaturas do verão ficam em média acima de 40 °C na maior parte do país e frequentemente excedem 48 °C. As temperaturas do inverno raramente excedem 21 °C com máximas de aproximadamente 15–19 °C e mínimas de tempo de 2–5 °C. Normalmente a precipitação é baixa; a maioria dos lugares recebem menos de 250 mm por ano, sendo que o máximo de precipitação que ocorre durante os meses de inverno. Chuvas durante o verão são extremamente raras, exceto no extremo norte do país. As regiões montanhosas do norte têm invernos frios com fortes nevascas ocasionais, por vezes, causando grandes inundações.[carece de fontes]
Em abril de 2009 a estimativa para a população iraquiana era de 31 234 000 habitantes.[42] A população do Iraque era estimada em apenas 2 milhões de pessoas em 1878.[43] Em 2013, o governo anunciou que o país abrigava 35 milhões de pessoas, em meio a um boom populacional pós-guerra.[44] Até 2020, o crescimento populacional iraquiano declinou, com a população do país chegando a 40 milhões naquele ano.[2]
O Iraque tem uma composição étnico-linguística de maioria árabe e minoria de curdos (15%), concentrados a porção norte do país. A língua árabe é oficial e predominante; já no Curdistão, o árabe é ensinado como segunda língua depois da língua curda, também é falado o língua aramaica pelos cristãos assírios.[carece de fontes]
De acordo com o CIA World Factbook, citando uma estimativa do governo iraquiano de 1987, a população do Iraque é formada por 75–80% de árabes, seguidos por 15% de curdos. Além disso, a estimativa alega que outras minorias formam 5% da população do país, incluindo os turcomanos, yazidis, shabaks, kaka'is, beduínos, ciganos, assírios, daguestãos e persas. No entanto, o International Crisis Group assinala que os números do censo de 1987, bem como os censos de 1967, 1977 e 1997, "são todos considerados altamente problemáticos, devido a suspeitas de manipulação do regime" porque os cidadãos iraquianos só podiam indicar pertencer ao povo árabe ou curdo. Consequentemente, isso distorceu o número de outras minorias étnicas, como o terceiro maior grupo étnico do Iraque — os turcomanos.[45]
Um relatório publicado pelo Serviço de Pesquisa do Parlamento Europeu sugere que em 2015 havia 24 milhões de árabes (15 milhões de xiitas e 9 milhões de sunitas); 4 milhões de curdos sunitas (mais 500 000 curdos xiitas e 200 000 kaka'is); 3 milhões de turcomanos iraquianos; 1 milhão de afro-iraquianos; 500 000 cristãos (incluindo assírios e armênios); 500 000 yazidis; 250 000 Shabaks; 50 000 ciganos e algumas dúzias de judeus.[46]
O Iraque é um país de maioria muçulmana; o islã representa cerca de 95% da população, enquanto os não muçulmanos (principalmente os cristãos assírios) atingem apenas 5%.[47] O país tem uma população mista de xiitas e sunitas. O The World Factbook, da CIA, estima que cerca de 65% dos muçulmanos no Iraque são xiitas e cerca de 35% são sunitas.[47] O Pew Research Center estimou em 2011 que 51% dos muçulmanos no Iraque são xiitas, 42% são sunitas, enquanto 5% identificam-se como "apenas muçulmano".[48]
A população sunita queixa-se de enfrentar a discriminação em quase todos os aspectos da vida por parte do governo. No entanto, o primeiro-ministro Nouri al-Maliki nega tais críticas.[49]
Os cristãos vivem na região há cerca de 2 000 anos e muitos descendem dos antigos mesopotâmios-assírios pré-árabes.[50] Eles foram estimados em mais de 1,4 milhão em 1987, ou 8% da população da época, e em 16,3 milhões e 550 mil em 1947, ou 12% da população.[51]
O governo iraquiano é definido nos termos da Constituição atual como uma república árabe parlamentar, democrática e federal. O governo federal é composto pelo executivo, legislativo e judiciário, bem como por várias comissões independentes. Além do governo federal, existem regiões (compostas por uma ou mais províncias), províncias e distritos dentro do Iraque com jurisdição sobre vários assuntos, tal como definido pela lei.
A Aliança Nacional é o principal bloco parlamentar xiita e foi criada como resultado de uma fusão da Coalizão Estado de Direito e da Aliança Nacional Iraquiana, do primeiro-ministro Nouri Maliki.[52] O Movimento Nacional Iraquiano é liderado por Iyad Allawi, um xiita secular amplamente apoiado pelos sunitas. O partido tem uma perspectiva anti-sectária mais consistente do que a maioria de seus rivais.[52] O Curdistão iraquiano é dominado por dois partidos, o Partido Democrático do Curdistão liderado por Masooud Barzani, e pela União Patriótica do Curdistão, liderada por Jalal Talabani. Ambos os partidos são seculares e desfrutam de laços estreitos com o Ocidente.[52]
Em 2010, de acordo com o Índice de Estados Falido, o Iraque era o sétimo país mais politicamente instável do mundo.[53] A concentração de poder nas mãos do primeiro-ministro Nouri al-Maliki e a crescente pressão sobre a oposição causam preocupação sobre o futuro dos direitos políticos no Iraque.[54]
O Iraque possui forças armadas desde 1920, período em que o país esteve sobre domínio britânico. São constituídas de Exército, Marinha e Força Aérea. Os três ramos das forças armadas iraquianas possuem grande importância na história recente do país, com envolvimento em diversos conflitos.[55]
A bandeira nacional do Iraque segue o modelo tricolor das bandeiras da Revolta Árabe. Após a ocupação norte-americana, tentou-se criar um desenho fora desse contexto, o qual foi, no entanto, rejeitado. Uma nova bandeira foi adotada em janeiro de 2008, tendo sido retiradas as três estrelas verdes associadas ao partido Ba'ath, que significavam unidade, liberdade e socialismo. Manteve-se no entanto o lema Allah-u-Akbar (Deus é grande).[56]
O brasão de armas do Iraque contém a águia dourada de Saladino associada ao pan-arabismo do século XX, com um escudo da bandeira iraquiana, e segurando um pergaminho com as suas garras contendo as palavras الجمهورية العراقية (em árabe: al-Jumhuriya al-Iraqiya ou República Iraquiana).[carece de fontes]
O Brasão de armas em 1965, não tinha a escrita cúfica entre as estrelas da bandeira e foi colocado verticalmente. Esta versão permaneceu em uso até ser substituída pela actual versão, em 2004. Continua controvérsia sobre a bandeira do Iraque resultante do governo interino, que adopta uma bandeira sem retirado as estrelas, mas mantendo a escrita cúfica.[carece de fontes]
"Mawtini" (Em árabe: موطني, "Minha Pátria"), é um poema popular escrito pelo poeta palestino Ibrahim Touqan por volta de 1934 na Palestina, que veio a ser o hino nacional de facto da Autoridade Nacional Palestina. A melodia original foi composta por Muhammad Fuliefil, e ao longo dos anos foi se tornando popular no mundo árabe. Recentemente, foi adaptada para ser o hino nacional do Iraque, substituindo o antigo hino "Ardulfurataini Watan".[carece de fontes]
As relações entre o Iraque e sua população curda têm sido desfavoráveis na história recente, especialmente com a campanha genocida de Saddam Hussein contra eles na década de 1980. Após revoltas no início dos anos 90, muitos curdos fugiram de sua terra natal e zonas de exclusão aérea foram estabelecidas no norte do Iraque para evitar mais conflitos. Apesar das relações historicamente ruins, houve algum progresso, e o Iraque elegeu seu primeiro presidente curdo, Jalal Talabani, em 2005. Além disso, o curdo é agora um idioma oficial do Iraque, juntamente com o árabe, de acordo com o Artigo 4 da Constituição.[57]
Os direitos LGBT no Iraque continuam limitados. Embora descriminalizada, a homossexualidade continua estigmatizada na sociedade iraquiana[58]. Os direitos humanos no território controlado pelo Estado Islâmico foram registrados como altamente violados. Isso incluiu execuções em massa na parte de Mossul ocupada pelo Estado Islâmico e o genocídio dos yazidis em Sinjar, povoado por yazidis, que fica no norte do Iraque.[59]
Em 2024, uma Lei, conhecida como Lei 188, foi proposta pelos partidos ultra-conservadores Xiitas que objetiva a diminuição da idade reduzir a idade legal de consentimento de 18 para nove anos, permitindo que os homens se casem com crianças pequenas.A mudança legal proposta também priva as mulheres dos direitos ao divórcio, à guarda dos filhos e à herança. A coalizão governamental afirma que a medida se alinha a uma interpretação rigorosa da lei islâmica e tem como objetivo proteger as meninas de “relacionamentos imorais”. Especialistas e ativistas sustentam que a emenda, na prática, resultaria na supressão dos direitos mais fundamentais das mulheres no país.[60][61][62]. Anteriormente já ocorreram tentativas similares de implementar a redução da idade legal de consentimento.[63][64]
O Iraque é composto por 19 províncias, que são subdividas em distritos. O Curdistão iraquiano (Arbil, Dahuk, Suleimânia e Halabja) são as únicas regiões legalmente definidas no país, com seus próprios governos.
A economia iraquiana é dominada pelo setor petrolífero, o que tem proporcionado tradicionalmente cerca de 95% das receitas em divisas. A falta de desenvolvimento em outros setores resultou em 18%-30% de desempregados e um deprimido PIB per capita de 4 mil dólares.[47] O emprego no setor público foi responsável por quase 60% do emprego em tempo integral em 2011.[65] A exportação da indústria de petróleo gera muito pouco emprego.[65] Atualmente, apenas uma pequena porcentagem de mulheres (a estimativa mais elevada para 2011 foi de 22%) participam da força de trabalho local.[65]
Antes da ocupação estadunidense, a economia planificada do país proibia que empresas locais fossem compradas por estrangeiros, sendo que a maioria das grandes indústrias eram empresas estatais, e impunha grandes tarifas para impedir a entrada de mercadorias estrangeiras. Após a invasão do país 2003, a Autoridade Provisória da Coalizão rapidamente começou a emitir muitas ordens para privatizar a economia e abri-la ao investimento estrangeiro.[66]
Em 20 de Novembro de 2004, o Clube de Paris de países credores concordou em amortizar 80% (33 bilhões de dólares) da dívida de 42 bilhões de dólares do Iraque com os membros do Clube. A dívida externa total do país era cerca de 120 bilhões de dólares na época da invasão de 2003 e tinha crescido mais 5 bilhões de dólares até 2004.[67]
Com seus 143,1 bilhões de barris (2 275 × 1 010 m3) de reservas provadas de petróleo, o Iraque ocupa o segundo lugar no mundo, atrás apenas da Arábia Saudita, no montante de reservas deste recurso.[68][69] Os níveis de produção de petróleo chegaram a 3,4 milhões de barris por dia até dezembro de 2012.[70] Apenas cerca de 2 000 poços de petróleo foram perfurados no Iraque, em comparação com cerca de 1 milhão poços perfurados apenas no Texas.[71] O Iraque é um dos membros fundadores da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).[72][73]
Em 2010, apesar do maior nível de segurança e bilhões de dólares em receitas de petróleo, o Iraque ainda gerava cerca de metade da eletricidade que a demanda de clientes exigia, levando a protestos durante os meses quentes de verão.[74]
A história da culinária iraquiana remonta a cerca de 10 000 anos — influenciada pelos antigos impérios sumério, acadiano, babilônico, assírio e persa antigo. As tábuas de argila sumérias, encontradas em ruínas antigas no Iraque, mostram receitas preparadas em templos durante feriados religiosos — sendo uma representação dos primeiros livros de culinária do mundo. O antigo Iraque, ou "Mesopotâmia", era o lar de muitas civilizações sofisticadas e altamente avançadas, em todos os campos do conhecimento, incluindo artes culinárias. No entanto, foi nos tempos medievais em que Bagdá era a capital do califado abássida que a culinária iraquiana alcançou seu auge. Hoje, a cozinha do Iraque reflete essa rica herança e fortes influências das tradições culinárias da vizinha Turquia, Irã e da área da Grande Síria.[75]
Alguns dos ingredientes característicos da culinária iraquiana incluem legumes, como berinjela, tomate, quiabo, cebola, batata, abobrinha, alho, pimenta e pimentão, cereais tais como arroz, bulgur de trigo e cevada; e leguminosas como lentilhas, feijão branco e grão de bico; frutas como tâmaras, passas, damascos, figos, uvas, melão, romã e frutas cítricas, como limão e laranja.[75]
Da mesma forma que em outros países da Ásia Ocidental, frango e especialmente cordeiro são as carnes favoritas dos iraquianos. A maioria dos pratos é servida com arroz, geralmente Basmati, que é cultivado nos pântanos da Mesopotâmia, no sul do Iraque. O bulgur e trigo são usados em muitos pratos, sendo consumidos no país desde os dias dos antigos assírios.[75]
O futebol é o esporte mais popular no Iraque. O futebol é um fator de união considerável no Iraque após anos de guerra e conflitos. Basquetebol, natação, levantamento de peso, musculação, boxe, kick boxing e tênis também são esportes populares.
A Associação Iraquiana de Futebol é o corpo governante do futebol no Iraque, controlando a equipe nacional de futebol do Iraque e o Campeonato Iraquiano de Futebol. Foi fundada em 1948 e é membro da FIFA desde 1950 e da Confederação Asiática de Futebol desde 1971. O Iraque foi o campeão da Copa da Ásia de 2007 da AFC depois de derrotar a Arábia Saudita na final por 1–0, graças a um gol do capitão Younis Mahmoud, a seleção também já participou da Copa do Mundo FIFA de 1986.[76]
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