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A gente Fúlvia (em latim: gens Fulvia, originalmente Foulvia; pl.: Fulvii) era uma das mais ilustres gentes da Roma Antiga.[1] No final do século IV a.C., os Fúlvios tornaram-se nobiles através do patrocínio da gente Fábia, que apoiou a vitoriosa candidatura de Lúcio Fúlvio Curvo ao consulado em 322 a.C..[2] Foram muito ativos na política da República Romana e ganharam a fama de produzirem excelentes líderes militares.
Segundo Cícero, esta gente veio de Túsculo, embora alguns membros certamente permaneceram lá, pois ainda haviam "Fúlvios" em Túsculo até a época dele. Segundo a lenda de formação da família, os Fúlvios teriam recebido sua sacra do próprio Hércules depois que ele realizou seus doze trabalhos.[1]
Os Fúlvios utilizaram os prenomes (em latim: praenomina) Lúcio, Cneu, Marco, Quinto, Sérvio e Caio. No século I a.C., encontramos também Fúlvios chamados Públio e Aulo, mas estes não são encontrados em nenhuma das grandes famílias da gente.[1]
Os cognomes que ocorrem nesta gente na época republicana são Bambálio (ou Bambuleo), Centúmalo, Curvo, Flaco, Nobilior, Petino e Verácio (ou Merácio).[1]
"Curvo" (em latim: "Curvus"), que significa "curvo" ou "torto", é o primeiro a ocorrer na história dos Fúlvios, embora não se saiba se o cognome seja uma referência a alguma peculiaridade física, como um nariz curvo ou perna torta, ou se foi dado metafórica ou ironicamente.[3] "Petino" (em latim: "Paetinus") era originalmente um agnome da família Curvo, que acabou prevalecendo; é uma forma estendida de "Peto" (em latim: "Paetus"), um cognome comum a muitas gentes e um indicativo de uma pessoa que tenha algum desvio leve nos olhos, motivo pelo qual foi classificado por Plínio com a palavra estrabão ("estrábico").[4] Porém, Horácio deixa claro que a palavra não indicava um desvio completo da visão como em estrabão quando ele descreve um pai chamando um filho que era estrabão de peto quando ele deseja mitigar o defeito.[5] De fato, o leve desvio no olhar implicado pela palavra "paetus" era considerado atrativo e ela foi utilizada inclusive como um epíteto a Vênus.[1][6][7]
Conforme o cognome Curvo foi sendo superado por Petino, este também foi superado por "Nobilior", que significa "muito nobre". Este agnome aparentemente foi assumido pela primeira vez pelo cônsul em 255 a.C., Sérvio Fúlvio Petino Nobilior, e seus descendentes deixaram de utilizar "Petino".[1][3]
A relação entre os Fúlvios Centúmalos aos demais ramos da gente é incerto, mas, pelo fato de eles terem aparecido na história apenas um pouco depois que os Curvos e os Petinos e como eles utilizavam os mesmos prenomes deles, é provável que sejam todos aparentados.
O termo "Bambalio" é uma referência a uma tendência a gaguejar.[1]
A esta lista, alguns estudiosos acrescentam os Nacas ou Natas (em latim: "Nacca" ou "Natta"), com base em Lúcio Fúlvio Naca ou Nata, um suposto cunhado de Públio Clódio Pulcro. Cícero menciona este Nata em duas ocasiões, mas não menciona seu nome. Sérvio chama-o de Pinário Nata em uma passagem de veracidade incerta, mas a única esposa conhecida de Clódio foi Fúlvia; assim, acredita-se amplamente que um irmão dela certamente chamar-se-ia Lúcio Fúlvio Nata, embora o cognome seja, até então, desconhecido entre a gente Fúlvia. Drumann, por sua vez, apresenta uma razão para supor que Clódio teria se casado duas vezes e que sua primeira esposa seria uma Pinária; neste caso, Nata seria irmão desta esposa e não de Fúlvia.[1][8]
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