Eleições estaduais na Paraíba em 1986
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As eleições estaduais na Paraíba em 1986 ocorreram em 15 de novembro, tal como as eleições gerais no Distrito Federal, em 23 estados brasileiros e nos territórios federais do Amapá e Roraima.[1] Foram eleitos o governador Tarcísio Burity, o vice-governador Raimundo Asfora e os senadores Raimundo Lira e Humberto Lucena, além de 12 deputados federais e 36 deputados estaduais.
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Eleições estaduais na Paraíba em 1986 | ||||||
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15 de novembro de 1986 (Turno único) | ||||||
Candidato | Tarcísio Burity | Marcondes Gadelha | ||||
Partido | PMDB | PFL | ||||
Natural de | João Pessoa, PB | Sousa, PB | ||||
Vice | Raimundo Asfora | Marcus Odilon | ||||
Votos | 755.625 | 459.589 | ||||
Porcentagem | 61,27% | 37,26% | ||||
Resultado por município:
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Titular Eleito | ||||||
Advogado formado pela Universidade Federal da Paraíba em 1961, Tarcísio Burity foi promotor de justiça e formou-se sociólogo na Universidade de Poitiers em 1964. Três anos depois, obteve o Doutorado em Ciência Política junto ao Instituto Universitário de Altos Estudos Internacionais em Genebra.[2] Professor da Universidade Federal da Paraíba, foi chefe de gabinete da reitoria. Secretário de Educação no governo Ivan Bichara, ingressou na ARENA e foi eleito governador da Paraíba por via indireta em 1978. Durante sua estadia no Palácio da Redenção migrou para o PDS e foi eleito deputado federal em 1982. Voto favorável à aprovação da Emenda Dante de Oliveira em 1984, Burity votou em Tancredo Neves no Colégio Eleitoral em 1985 e seguiu rumo ao PFL, de onde saiu após o ingresso de Wilson Braga, chegando ao PTB.[3][4] Mediante nova troca de siglas, aportou no PMDB e em 1986 tornou-se o primeiro membro da legenda a conquistar o governo paraibano em 1986.[5][6][7]
Também advogado e professor, o cearense Raimundo Asfora foi eleito vice-governador. Nascido em Fortaleza e graduado na Universidade Federal de Pernambuco, elegeu-se vereador em Campina Grande em 1954 e em 1958 foi eleito deputado estadual pelo PSB, entretanto pediu licença do mandato a fim de ocupar a secretaria-geral do Ministério das Minas e Energia durante o governo Jânio Quadros a convite do ministro João Agripino. Filiado ao PTB, amargou uma suplência na eleição seguinte, mas ocupou a assessoria parlamentar do referido ministério, advogou para a Vale S.A. e foi procurador estadual da Fazenda na Paraíba. Membro da ARENA durante a maior parte do Regime Militar de 1964, foi eleito vice-prefeito de Campina Grande na chapa de Enivaldo Ribeiro em 1976. Após filiar-se ao PMDB elegeu-se deputado federal em 1982.[8] Eleito vice-governador da Paraíba em 1986 faleceu nove dias antes da posse vítima de um tiro no ouvido.[9]
O processo sucessório paraibano foi deflagrado em 14 de maio de 1986 quando o governador Wilson Braga e o vice-governador José Carlos da Silva Júnior renunciaram a fim de concorrer em 15 de novembro e como o deputado Evaldo Gonçalves, presidente da Assembleia Legislativa, recusou-se a assumir o Executivo, coube ao desembargador Rivando Cavalcanti uma gestão interina de 30 dias até que os deputados estaduais elegessem Milton Cabral e Antônio Gomes como governador e vice-governador do estado para um mandato-tampão de nove meses.[10] Inicialmente a disputa pelo Palácio da Redenção tinha José Carlos da Silva Júnior e Humberto Lucena como representantes das grandes máquinas partidárias do estado, todavia o desenrolar dos fatos mudaria os prognósticos: o PFL trocou Silva Júnior por Marcondes Gadelha enquanto no PMDB a mudança envolveu a substituição de Humberto Lucena por Tarcísio Burity, que afinal venceria a eleição.[11][7]