Canudos
município do Estado da Bahia, Brasil Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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Canudos é um município brasileiro do estado da Bahia. Está a uma altitude de 402 metros e encontra-se inserido no Polígono das Secas e no vale do rio Vaza-Barris. O município possui uma área de 3.565,377 km² e sua população, conforme o censo do IBGE de 2022, era de 16 105 habitantes.[7]
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Município do Brasil | |||
Museu a céu aberto no palco da Guerra de Canudos | |||
Símbolos | |||
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Hino | |||
Lema | O sertanejo é, antes de tudo, um forte | ||
Gentílico | canudense | ||
Localização | |||
Localização de Canudos na Bahia | |||
Localização de Canudos no Brasil | |||
Mapa de Canudos | |||
Coordenadas | 9° 57′ 50″ S, 39° 09′ 50″ O | ||
País | Brasil | ||
Unidade federativa | Bahia | ||
Municípios limítrofes | Euclides da Cunha (sul); Jeremoabo (leste); Uauá e Monte Santo (oeste) e Macururé e Chorrochó (norte) | ||
Distância até a capital | 410[1] km | ||
História | |||
Fundação | 30 de junho de 1933 (91 anos) | ||
Emancipação | 25 de fevereiro de 1985 (39 anos) | ||
Administração | |||
Distritos | Lista
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Prefeito(a) | Jilson Cardoso de Macedo (PSD, 2021–2024) | ||
Características geográficas | |||
Área total [2] | 3 565,377 km² | ||
População total (Censo IBGE/2022[3]) | 16 105 hab. | ||
Densidade | 4,5 hab./km² | ||
Clima | Semiárido[4] (BSh) | ||
Altitude | 402 m | ||
Fuso horário | Hora de Brasília (UTC−3) | ||
CEP | 48520-000 | ||
Indicadores | |||
IDH (PNUD/2010[5]) | 0,562 — baixo | ||
PIB (IBGE/2021[6]) | R$ 153 150,512 mil | ||
• Posição | BA: 259° | ||
PIB per capita (IBGE/2021[6]) | R$ 9 098,77 | ||
Sítio | www.canudos.ba.gov.br (Prefeitura) www.camaracanudos.ba.gov.br (Câmara) |
Segundo Euclides da Cunha, em sua obra Os Sertões (1902), em 1876 o local era uma fazenda às margens do rio Vaza-Barris. Segundo relatos do autor, a população que vivia na fazenda era vista como suspeita e ociosa, e muitas vezes andava armada. Eles também fumavam cachimbos de barro, feitos a partir de canudos-de-pito, encontrados nas margens do rio, que eram bastante longos.[8]
O povoamento da região de Canudos ocorreu nos séculos XVII e XVIII, com a chegada e fixação de vaqueiros ligados à Casa da Torre, no contexto da expansão da pecuária desse latifúndio. Ao mesmo tempo, jesuítas criaram missões no Nordeste Baiano para a proteção e catequese dos indígenas.[9][10][11]
Na Fazenda Canudos, pertencente à Casa da Torre, se formou, no século XVIII, um povoado de mesmo nome, o qual, em 1890, era uma aldeia abandonada, constituída de 50 casas.[8][12][13][14]
Em 1784, foi descoberto pelo menino vaqueiro Domingos da Motta Botelho, em uma área entre os atuais municípios de Uauá e Canudos, o Meteorito do Bendegó, o maior já encontrado no Brasil. Desde 1888, esse meteorito se encontra no Museu Nacional.[15][16][17]
Em 1893, o líder messiânico cearense Antônio Conselheiro e seus seguidores, após longas andanças pelo Semiárido brasileiro, se fixaram na aldeia abandonada de Canudos e refundaram-na, sob o nome de Belo Monte. A povoação atraiu milhares de pessoas, entre sertanejos, escravos recém-libertos e indígenas, sendo considerada uma uma "utopia cristã". Seus habitantes eram autossuficientes, com roças e rebanhos coletivos. Chegou a ter, em seu auge, cerca de 25 mil habitantes.[18][19][20] Belo Monte começou a ser vista como uma ameaça pelos coronéis da região e pelos governos baiano e o brasileiro. Desse modo, iniciou-se a Guerra de Canudos em outubro de 1896, na qual participaram de um lado os fiéis de Conselheiro e do outro a polícia baiana e o Exército Brasileiro. O estopim dessa guerra foi o boato de que os conselheiristas invadiriam a cidade de Juazeiro para pegar à força uma encomenda de madeira de Conselheiro. As três primeiras investidas militares contra Belo Monte fracassaram. A quarta ocorreu em outubro de 1897, cerca de quinze dias após a morte de Antônio Conselheiro, e culminou na destruição da comunidade e no fim da Guerra.[19][20][21]
O engenheiro e jornalista Euclides da Cunha esteve na Guerra de Canudos e seus relatos sobre a guerra, as características do Sertão e da sua gente originaram sua obra mais conhecida, "Os Sertões" (1902).[20][21]
Por volta de 1910, os pouquíssimos sobreviventes da Guerra de Canudos fundaram outro povoado de nome Canudos, no local da antiga comunidade de Belo Monte. Era a segunda Canudos da região.[13][14]
O Lei Estadual n° 8518, de 30 de junho de 1933, elevou o povoado de Canudos à categoria de distrito, subordinado ao município de Monte Santo. Poucos meses depois, em 19 de setembro de 1933, o distrito de Canudos foi transferido para o novo município de Cumbe (a partir de 1938, denominado Euclides da Cunha).[12]
Em 1940, Getúlio Vargas visitou Canudos e propôs a construção de uma barragem e de um açude no local, iniciada em 1950. Com isso, muitos dos habitantes do vilarejo de Canudos começaram a deixá-lo, partindo para outras localidades da região, como Bendegó, Uauá, Euclides da Cunha e Feira de Santana. Além disso, começou a se formar, nos pés da barragem em construção, em uma antiga fazenda denominada Cocorobó, a 20 km da segunda Canudos, um vilarejo, denominado Cocorobó ou Canudos, sendo a terceira Canudos. Com o término das obras, o local onde ficava a segunda Canudos desapareceu por sob as águas do Açude de Cocorobó em 1969, mas um pequeno bairro do vilarejo ficou emerso, e hoje é chamado de Canudos Velho.[13][14][22]
A Lei Estadual nº 4.405, de 25 de fevereiro de 1985, elevou à categoria de município o distrito de Canudos, o qual se desmembrou de Euclides da Cunha. O novo município foi instalado em 1° de janeiro de 1986.[12]
Em épocas de seca, é possível ver as ruínas da primeira Canudos.[23]
Seus maiores pontos turísticos são:
Canudos possui as seguintes cidades-irmãs:
Canudos é um município localizado na região Nordeste do Brasil e caracterizado por um clima semiárido,[4] de acordo com a classificação climática de Köppen-Geiger. A região apresenta temperaturas elevadas ao longo do ano, com uma média anual de 23,8 °C,[26] o que a torna uma das regiões mais quentes do país. A precipitação na região é escassa e mal distribuída, concentrando-se principalmente entre os meses de dezembro e abril, o que pode levar a longos períodos de seca e afetar a agricultura e outras atividades econômicas locais.
O Município de Canudos possui uma estrutura político-administrativa composta pelo Poder Executivo, chefiado por um Prefeito eleito por sufrágio universal, o qual é auxiliado diretamente por secretários municipais nomeados por ele, e pelo Poder Legislativo, institucionalizado pela Câmara Municipal de Canudos, órgão colegiado de representação dos munícipes que é composto por 11 vereadores também eleitos por sufrágio universal.[27]
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